sexta-feira, 20 de agosto de 2010

URANTIA 46 A 55

DOCUMENTO 41

ASPECTOS FÍSICOS DO UNIVERSO LOCAL
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O fenômeno espacial característico que distingue cada criação local de todas as outras é a presença do Espírito Criativo. Todo o Nebadon, certamente, está impregnado da presença espacial da Divina Ministra de Salvington, e essa presença também se confina, certamente, às fronteiras externas do nosso universo local. Tudo o que é permeado pelo nosso Espírito Materno do universo local é Nebadon; e aquilo que se estende para além da presença espacial dela está fora de Nebadon: são as regiões do espaço fora de Nebadon, no superuniverso de Orvonton; são os outros universos locais.

41:0:2 4552 A organização administrativa do grande universo apresenta uma divisão clara entre os governos do universo central, do superuniverso e dos universos locais, e, conquanto essas divisões sejam astronomicamente paralelas às da separação espacial entre Havona e os sete superuniversos, nenhuma linha suficientemente clara de demarcação física separa as criações locais. Mesmo os setores maiores e menores de Orvonton são (para nós) claramente distinguíveis, mas não é tão fácil identificar as fronteiras físicas dos universos locais. E isso é assim porque essas criações locais são administrativamente organizadas de acordo com alguns princípios criativos que governam a segmentação da carga total de energia de um superuniverso, ao passo que os seus componentes físicos, as esferas do espaço – sóis, ilhas negras, planetas, etc. – têm origem primariamente nas nebulosas, e estas têm o seu aparecimento astronômico de acordo com alguns planos pré-criativos (transcendentais) dos Arquitetos do Universo-Mestre.

41:0:3 4553 Uma ou mais – muitas mesmo – dessas nebulosas podem estar compreendidas no domínio de um único universo local, do mesmo modo como Nebadon foi fisicamente formado de uma progênie estelar e planetária da nebulosa de Andronover e de outras. As esferas de Nebadon têm origem em nebulosas diversas, mas todas elas apresentavam uma certa movimentação mínima comum, no espaço, a qual foi assim ajustada pelos esforços inteligentes dos diretores de potência, para produzirem a nossa agregação atual de corpos do espaço que viajam juntos como uma unidade contínua nas órbitas do superuniverso.

41:0:4 4554 Tal é a constituição da nuvem de estrelas local de Nebadon, que hoje gira em uma órbita cada vez mais estabilizada em torno do centro de Sagitário, naquele setor menor de Orvonton ao qual a nossa criação local pertence.

1. OS CENTROS DE POTÊNCIA DE NEBADON


41:1:1 4555 As nebulosas espirais e outras, as rodas-mães das esferas do espaço, são iniciadas pelos organizadores da força do Paraíso, E tais nebulosas, após a evolução da nebulosa, sob a força da gravidade, são substituídas, na sua função no superuniverso, pelos centros de potência e pelos controladores físicos, que, daí em diante, assumem a responsabilidade plena de dirigir a evolução física das gerações futuras de estrelas e planetas assim originados. Essa supervisão física do pré-universo de Nebadon, com a chegada do nosso Filho Criador, foi imediatamente coordenada pelo seu plano de organização do universo. Dentro do domínio desse Filho de Deus do Paraíso, os Centros Supremos de Potência e os Mestres Controladores Físicos colaboraram com os Supervisores do Poder Moroncial, que surgiram depois, com outros, para produzirem o vasto complexo de linhas de comunicação, de circuitos de energia e de canais de poder e força que vinculam firmemente os múltiplos corpos espaciais de Nebadon a uma única unidade administrativa integrada.

41:1:2 4561 Cem Centros Supremos de Potência da quarta ordem estão designados permanentemente para o nosso universo local. Esses seres recebem as linhas de força, que chegam dos centros da terceira ordem de Uversa, e transmitem os circuitos, depois de reduzidos e modificados, aos centros de potência das nossas constelações e sistemas. Esses centros de potência, em associação, operam no sentido de produzir os sistemas vivos de controle e a equalização, os quais funcionam para manter o equilíbrio e a distribuição das energias que, de outro modo, seriam flutuantes e variáveis. Os centros de potência, contudo, não se ocupam de alterações transitórias e locais de energias, tais como as manchas solares e as perturbações elétricas nos sistemas; a luz e a eletricidade não são as energias básicas do espaço; elas são manifestações secundárias e subsidiárias.

41:1:3 4562 Os cem centros dos universos locais estão estacionados em Salvington, onde funcionam no centro exato de energia daquela esfera. As esferas arquitetônicas, tais como Salvington, Edêntia e Jerusém, são iluminadas, aquecidas e energizadas por métodos que as tornam totalmente independentes dos sóis do espaço. Tais esferas – feitas sob medida – foram construídas pelos centros de potência e pelos controladores físicos e projetadas para exercer uma influência poderosa sobre a distribuição de energia. Baseando as suas atividades em tais pontos focais de controle da energia, os centros de potência, por intermédio das suas presenças vivas, direcionam e canalizam as energias físicas do espaço. E esses circuitos de energia são básicos para todos os fenômenos físico-materiais e moroncial-espirituais.

41:1:4 4563 Dez Centros Supremos de Potência da quinta ordem estão designados para cada uma das subdivisões primárias de Nebadon, as cem constelações. Em Norlatiadeque, a vossa constelação, eles não estão estacionados nas esferas da sede central, mas situam-se no centro do enorme sistema estelar que constitui o núcleo físico da constelação. Em Edêntia, há dez controladores mecânicos associados e dez frandalanques que estão em ligação perfeita e constante com os centros de potência vizinhos.

41:1:5 4564 Um Centro Supremo de Potência da sexta ordem está estacionado exatamente no foco de gravidade de cada sistema local. No sistema de Satânia, o centro de potência designado ocupa uma ilha escura de espaço, localizada no centro astronômico do sistema. Muitas dessas ilhas escuras são imensos dínamos que mobilizam e direcionam certas energias de espaço, e essas circunstâncias naturais são efetivamente utilizadas pelo Centro de Potência de Satânia, cuja massa viva funciona como uma ligação com os centros mais altos, direcionando as correntes do poder mais materializado para os Mestres Controladores Físicos nos planetas evolucionários do espaço.

2. OS CONTROLADORES FÍSICOS DE SATÂNIA


41:2:1 4565 Conquanto os Mestres Controladores Físicos sirvam junto com os centros de potência, em todo o grande universo, as suas funções, em um sistema local como o de Satânia, são de compreensão mais fácil. Satânia é um dos cem sistemas locais que constituem a organização administrativa da constelação de Norlatiadeque, tendo como vizinhos diretos os sistemas de Sandmátia, Assuntia, Porógia, Sortória, Rantúlia e Glantônia. Os sistemas de Norlatiadeque diferem, entre si, sob muitos pontos de vista, mas todos são evolucionários, e progressivos, de modo muito semelhante a Satânia.

41:2:2 4571 O próprio sistema de Satânia é composto de mais de sete mil grupos astronômicos, ou sistemas físicos, poucos dos quais tiveram uma origem similar à do vosso sistema solar. O centro astronômico de Satânia é uma enorme ilha escura de espaço, que, com as suas esferas adjacentes, está situada não muito longe da sede central do governo do sistema.

41:2:3 4572 Exceto pela presença do centro de potência designado, a supervisão de todo o sistema de energia física de Satânia está centrada em Jerusém. Um Mestre Controlador Físico, estacionado nessa esfera-sede central, trabalha em coordenação com o centro de potência do sistema, servindo como ligação principal dos inspetores de potência, sediados em Jerusém e funcionando em todo o sistema local.

41:2:4 4573 A colocação da energia em circuito e a sua canalização são supervisionadas pelos quinhentos mil manipuladores de energia, vivos e inteligentes, espalhados em todo o sistema de Satânia. Por meio da ação desses controladores físicos, os centros de potência, na supervisão, estão no controle completo e perfeito da maioria das energias básicas do espaço, incluindo as emanações dos globos altamente aquecidos e das esferas escuras carregadas de energia. Esse grupo de entidades vivas pode mobilizar, transformar, transmutar, manipular e transmitir quase todas as energias físicas do espaço organizado.

41:2:5 4574 A vida tem a capacidade inerente à mobilização e à transmutação da energia universal. Vós estais familiarizados com a ação da vida vegetal na transformação da energia material da luz, nas manifestações variadas do reino vegetal. Vós também sabeis algo do método pelo qual essa energia vegetativa pode ser convertida nos fenômenos das atividades animais, mas vós não sabeis praticamente nada da técnica dos diretores de potência e dos controladores físicos, os quais são dotados com a capacidade de mobilizar, transformar, direcionar e concentrar as energias múltiplas do espaço.

41:2:6 4575 Esses seres dos reinos da energia não se ocupam diretamente com a energia como um fator componente das criaturas vivas, nem mesmo com o domínio da química fisiológica. Algumas vezes, eles ocupam-se com os preliminares físicos da vida, com a elaboração daqueles sistemas de energia que podem servir como veículos físicos para as energias vivas dos organismos elementares materiais. De um certo modo, os controladores físicos estão relacionados às manifestações pré-viventes da energia material, tal como os espíritos ajudantes da mente se ocupam com as funções pré-espirituais da mente material.

41:2:7 4576 Essas criaturas inteligentes que controlam o poder e orientam a energia devem ajustar a sua técnica, em cada esfera, de acordo com a constituição física e a arquitetura daquele planeta. Eles utilizam, infalivelmente, os cálculos e as deduções das suas respectivas assessorias de físicos e de outros conselheiros técnicos, no que diz respeito à influência local de sóis altamente aquecidos e de outros tipos de estrelas supercarregadas. Mesmo os enormes gigantes frios e escuros do espaço e os enxames de nuvens de pó estelar devem ser considerados; todas essas coisas materiais estão envolvidas nos problemas práticos da manipulação da energia.

41:2:8 4577 A supervisão da energia de potência e de força nos mundos evolucionários habitados é da responsabilidade dos Mestres Controladores Físicos, mas esses seres não são responsáveis por todos os transtornos energéticos em Urântia. Há inúmeras razões para essas perturbações, algumas das quais estão além do domínio e do controle dos custódios físicos. Urântia encontra-se no trajeto de energias formidáveis, é um planeta pequeno dentro de um circuito de massas enormes, e os controladores locais algumas vezes empregam um número enorme das suas ordens, no esforço de equalizar essas linhas de energia. Eles conseguem isso bastante bem, no que diz respeito aos circuitos físicos de Satânia, mas têm problemas para isolar o planeta contra as correntes poderosas de Norlatiadeque.

3. CONGÊNERES ESTELARES DO NOSSO SOL


41:3:1 4581 Há mais de dois mil sóis brilhantes lançando luz e energia em Satânia, e o vosso próprio sol é um globo ardente de porte médio. Dos trinta sóis mais próximos ao vosso, apenas três são mais brilhantes. Os Diretores do Poder do Universo iniciam as correntes especializadas de energia que se jogam entre as estrelas individuais e os seus respectivos sistemas. Esses fornos solares, junto com os gigantes escuros do espaço, servem aos centros de potência e aos controladores físicos como estações de passagem para a concentração efetiva e para o direcionamento dos circuitos de energia das criações materiais.

41:3:2 4582 Os sóis de Nebadon não são diferentes dos de outros universos. A composição material de todos os sóis, ilhas escuras, planetas, satélites e, mesmo, a dos meteoros é totalmente idêntica. Esses sóis têm um diâmetro médio de cerca de 1 600 000 quilômetros; o do vosso globo solar é um pouco menor. A maior estrela no universo, a nuvem estelar de Antares, tem quatrocentas e cinqüenta vezes o diâmetro do vosso sol, e sessenta milhões de vezes o seu volume. Mas há espaço abundante para acomodar todos esses enormes sóis. Relativamente, eles têm tanto espaço para movimentar-se quanto umas doze laranjas teriam se estivessem circulando no interior de Urântia e se este planeta fosse um globo oco.

41:3:3 4583 Quando os sóis muito grandes são lançados fora de uma roda-mãe nebulosa, eles logo se quebram ou formam estrelas duplas. Todos os sóis são, por origem, verdadeiramente gasosos, embora eles possam mais tarde existir, transitoriamente, em um estado semilíquido. Quando o vosso sol atingiu esse estado quase líquido, de pressão supergasosa, ele não era grande o suficiente para partir-se equatorialmente, sendo este um tipo de formação de estrelas duplas.

41:3:4 4584 Quando atingem menos do que um décimo do tamanho do vosso sol, tais esferas ígneas rapidamente contraem-se, condensam-se e resfriam-se. Quando os sóis atingem o tamanho de trinta vezes o do vosso sol – ou melhor, tendo trinta vezes o seu conteúdo global de matéria real –, os sóis prontamente cindem-se em dois corpos separados, seja tornando-se centros de novos sistemas, seja permanecendo cada um na gravidade do outro e girando em torno de um centro comum como um tipo de estrela dupla.

41:3:5 4585 A mais recente entre as maiores erupções cósmicas em Orvonton foi a extraordinária explosão de uma estrela dupla, cuja luz alcançou Urântia no ano 1572 d. C. Essa conflagração tão intensa provovou uma explosão foi claramente visível em plena luz do dia.

41:3:6 4586 Nem todas as estrelas são sólidas, mas muitas entre as mais velhas são. Algumas das estrelas avermelhadas, de luzes de brilho esmaecido, adquiriram uma densidade tal, no centro das suas enormes massas, que poderiam ser expressas dizendo-se que um centímetro cúbico da estrela, se colocado em Urântia, pesaria 166 quilos. A pressão colossal, acompanhada de uma perda de calor e de energia circulante, resultou em trazer as órbitas das unidades materiais básicas cada vez mais perto, até que, agora, se aproximam muito do status de condensação eletrônica. Esse processo de resfriamento e de contração pode continuar até o ponto, limitante e crítico, de explosão por condensação ultimatômica.

41:3:7 4591 A maior parte dos sóis gigantes é relativamente jovem; a maior parte das estrelas anãs é velha, mas nem todas. As anãs, resultantes de colisões, podem ser muito jovens e podem brilhar com uma luz branca intensa, nunca tendo conhecido um estágio inicial vermelho do brilho jovem. Contudo, tanto os sóis muito jovens quanto os muito velhos comumente brilham com uma luz avermelhada. A tonalidade amarelada indica juventude moderada, ou, então, a aproximação da velhice; a luz branca brilhante, todavia, significa vida adulta robusta e longa.

41:3:8 4592 Conquanto nem todos os sóis adolescentes passem pelo estágio de pulsação, pelo menos não visivelmente, vós podeis, ao olhar no espaço, observar muitas dessas estrelas mais jovens cujas ondas respiratórias gigantescas demoram de dois a sete dias para completar um ciclo. O vosso próprio sol ainda traz vestígios decrescentes das poderosas expansões dos seus dias mais jovens, mas o período primitivo de pulsação, de três dias e meio, alongou-se até o ciclo atual de onze anos e meio de manchas solares.

41:3:9 4593 As variáveis estelares têm numerosas origens. Em algumas estrelas duplas, as marés causadas pelas rápidas alterações nas distâncias, à medida que os dois corpos giram em torno das suas órbitas, ocasionam, também, flutuações periódicas de luz. Essas variações na gravidade produzem fulgores regulares e repetidos, exatamente como as captações de meteoros, pelo aumento da matéria energética na superfície, as quais resultariam em um clarão relativamente súbito de luz que iria rapidamente devolver o brilho normal daquele sol. Algumas vezes um sol irá capturar uma corrente de meteoros em uma linha de menor oposição à gravidade e, ocasionalmente, as colisões poderão causar fulgurações estelares, mas a maioria desses fenômenos é totalmente causada por flutuações internas.

41:3:10 4594 Num grupo de estrelas variáveis, o período de flutuação da luz depende diretamente da luminosidade, e o conhecimento desse fato capacita os astrônomos a utilizar esses sóis como faróis do universo, ou como pontos precisos de medição para a futura exploração de grupos distantes de estrelas. Por meio dessa técnica, é possível medir distâncias estelares de até mais de um milhão de anos-luz, mais precisamente. Métodos melhores de medição do espaço e uma técnica telescópica aperfeiçoada irão revelar-vos mais totalmente, dentro de algum tempo, as dez grandes divisões do superuniverso de Orvonton; vós ireis reconhecer ao menos oito desses imensos setores como sendo grupos enormes e bastante simétricos de estrelas.

4. A DENSIDADE DO SOL


41:4:1 4595 A massa do vosso sol é ligeiramente maior do que o estimado pelos vossos físicos, que a consideram como sendo de dois octilhões (2x1027) de toneladas. Está atualmente em um ponto intermediário entre as estrelas mais densas e as mais difusas, tendo cerca de uma vez e meia a densidade da água. Mas o vosso sol não é nem líquido, nem sólido – é gasoso –, e isso é verdadeiro, não obstante seja difícil explicar como a matéria gasosa pode alcançar tal densidade e até densidades mais elevadas.

41:4:2 4596 Os estados gasoso, líquido e sólido são uma questão de relações atômico-moleculares, mas a densidade é uma relação entre o espaço e a massa. A densidade varia diretamente com a quantidade de massa no espaço e inversamente com a quantidade de espaço na massa; tanto o espaço entre os núcleos centrais da matéria e das partículas que giram em torno desses centros, quanto o espaço dentro dessas partículas materiais.

41:4:3 4597 As estrelas que se resfriam podem ser fisicamente gasosas e, ao mesmo tempo, tremendamente densas. Vós não estais familiarizados com os supergases solares, mas essas e outras formas inusitadas de matéria explicam, até mesmo, como os sóis não sólidos podem alcançar uma densidade igual à do ferro – aproximadamente a mesma de Urântia – e ainda estar em um estado gasoso altamente aquecido e continuar a funcionar como sóis. Os átomos nesses densos supergases são excepcionalmente pequenos; eles contêm poucos elétrons. Esses sóis também perderam, em uma grande medida, as suas reservas ultimatômicas livres de energia.

41:4:4 4601 Um dos vossos sóis vizinhos, que iniciou a vida com aproximadamente a mesma massa do vosso sol, agora diminuiu, até quase o tamanho de Urântia, e se tornou quarenta mil vezes mais denso do que o vosso sol. O peso desse sólido-gasoso quente-frio é de sessenta quilos por centímetro cúbico, aproximadamente. E esse sol ainda brilha com uma luz avermelhada esmaecida, a luz senil de um monarca agonizante de luz.

41:4:5 4602 Os sóis na sua maioria, contudo, não são tão densos. Um dos vossos vizinhos mais próximos tem uma densidade exatamente igual à da vossa atmosfera no nível do mar. Se estivésseis no interior desse sol, não seríeis capazes de discernir nada. E, se a temperatura permitisse, vós poderíeis penetrar na maioria dos sóis que cintilam no céu à noite e não perceber mais matéria do que vós percebeis no ar das vossas salas de estar na Terra.

41:4:6 4603 O sol maciço de Velúntia, um dos maiores de Orvonton, tem a densidade de uma milésima parte da atmosfera de Urântia. Fosse ele de composição semelhante à da vossa atmosfera e não fosse superaquecido, seria tão vazio que os seres humanos rapidamente sufocar-se-iam, caso estivessem lá.

41:4:7 4604 Outro dos gigantes de Orvonton agora tem uma temperatura de superfície um pouco abaixo de 1 600 graus (C). O seu diâmetro ultrapassa os 480 milhões de quilômetros – espaço amplo o suficiente para acomodar o vosso sol e a órbita atual da Terra. Contudo, para todo esse enorme tamanho, de mais de quarenta milhões de vezes o do vosso sol, a sua massa é apenas cerca de trinta vezes maior. Esses sóis enormes têm franjas tão extensas que quase alcançam uns aos outros.

5. IRRADIAÇÃO SOLAR


41:5:1 4605 Que os sóis do espaço não sejam muito densos é provado pelas firmes correntes de energia-luz que emanam deles. Uma densidade muito grande reteria a luz por opacidade, até que a pressão de energia-luz alcançasse o ponto de explosão. Há uma imensa pressão de luz ou de gás dentro de um sol, a ponto de levá-lo a emitir uma corrente tão poderosa de energia que penetre o espaço por milhões e milhões de quilômetros, para energizar, iluminar e aquecer os planetas distantes. Cinco metros de superfície, com a densidade de Urântia, impediriam efetivamente que todos os raios X e a energia-luz escapassem de um sol até que a crescente pressão interna das energias que se acumulam, resultante do desmembramento atômico, com uma imensa explosão para fora, superasse essa gravidade.

41:5:2 4606 A luz, em presença de gases propulsores, é altamente explosiva quando confinada a altas temperaturas por paredes opacas retentoras. A luz é física, real. Do modo como dais valor à energia e à força no vosso mundo, a luz do sol seria econômica, ainda que custasse dois milhões de dólares o quilograma.

41:5:3 4607 O interior do vosso sol é um grande gerador de raios X. Os sóis são sustentados de dentro pelo bombardeamento incessante dessas emanações poderosas.

41:5:4 4608 São necessários mais de meio milhão de anos para que um elétron, estimulado por raios X, faça o caminho desde o centro de um sol mediano até a superfície solar, de onde começa a sua aventura no espaço, talvez para aquecer um planeta habitado, para ser captado por um meteoro, para participar do nascimento de um átomo, para ser atraído por uma ilha escura do espaço altamente carregada, ou para ter o seu vôo espacial terminado em uma imersão final sobre a superfície de um sol semelhante àquele da sua origem.

41:5:5 4611 Os raios X do interior de um sol carregam os elétrons altamente aquecidos e agitados, com a energia suficiente para levá-los para fora, através do espaço, passando pelas influências aprisionadoras da matéria que se interpõe e, a despeito de atrações divergentes da gravidade, até chegar às esferas distantes dos sistemas remotos. A grande energia da velocidade que se faz necessária para escapar da atração da gravidade de um sol é suficiente para assegurar que o raio de sol continue viajando sem perda de velocidade, até que encontre massas consideráveis de matéria; depois do que, será rapidamente transformado em calor, com a liberação de outras energias.

41:5:6 4612 A energia, seja em forma de luz, seja como outras formas, move-se em linha reta no seu vôo através do espaço. Essas partículas reais de existência material atravess am o espaço como um projétil. Elas vão em linha reta e ininterrupta, ou em procissão, exceto quando sobre elas atuam forças superiores, e exceto quando têm de obedecer à atração da gravidade linear inerente à massa material e à presença da gravidade circular da Ilha do Paraíso.

41:5:7 4613 A energia solar pode parecer propagar-se em ondas, mas isso é devido à ação de influências coexistentes diversas. Uma dada forma de energia organizada não se propaga em ondas, mas, sim, em linha reta. A presença de uma segunda ou terceira forma de energia-força pode levar a corrente observada a parecer viajar sob a forma de ondas, exatamente como em uma forte tempestade, acompanhada de um forte vento, a água algumas vezes parece cair em forma de cortina ou descer em ondas. As gotas de água descem em uma linha reta de seqüência contínua, mas a ação do vento é tal que dá a aparência visível de cortinas de água e de ondas de pingos de chuva.

41:5:8 4614 A ação de certas energias secundárias, como a de outras não descobertas, presentes nas regiões do espaço do vosso universo local, é tal que as emanações da luz solar parecem executar certos fenômenos ondulatórios, bem como ser fragmentadas em partes infinitesimais de comprimento e peso definidos. E, de um ponto de vista prático, isso é exatamente o que acontece. Dificilmente podeis esperar chegar a uma compreensão melhor do comportamento da luz antes de adquirirdes um conceito mais claro da interação e da inter-relação das várias forças no espaço e das energias solares que atuam nas regiões do espaço em Nebadon. A vossa confusão atual é devido também à vossa percepção incompleta dessa questão, no que ela envolve de atividades interassociadas de controle pessoal e impessoal do universo-mestre – as presenças, as atuações e a coordenação do Agente Conjunto e do Absoluto Inqualificável.

6. CÁLCIO – O VIANDANTE DO ESPAÇO


41:6:1 4615 Ao decifrar os fenômenos espectrais, deveria ser lembrado que o espaço não é vazio; que a luz, ao atravessar o espaço, é algumas vezes ligeiramente modificada pelas várias formas de energia e matéria que circulam em todo o espaço organizado. Algumas das linhas que indicam matéria desconhecida que aparecem nos espectros do vosso sol são decorrentes das modificações em elementos bem conhecidos flutuando no espaço sob formas desintegradas, perdas atômicas dos choques violentos entre os elementos solares. O espaço está cheio desses dejetos ambulantes, especialmente de sódio e de cálcio.

41:6:2 4616 O cálcio é, de fato, o elemento principal que permeia a matéria do espaço em todo o Orvonton. Todo o nosso superuniverso está cheio de pedra altamente pulverizada. E pedra é literalmente a matéria básica de construção para os planetas e as esferas do espaço. A nuvem cósmica, o grande manto espacial, consiste, na sua maior parte, de átomos modificados de cálcio. O átomo da pedra é um dos elementos mais prevalecentes e persistentes. Não apenas resiste à ionização solar – à fragmentação –, mas perdura em uma identidade associativa, mesmo depois de haver sido bombardeado pelos destrutivos raios X e abalado pelas altas temperaturas solares. O cálcio possui uma individualidade e uma longevidade que superam todas as formas mais comuns de matéria.

41:6:3 4621 Como os vossos físicos suspeitaram, esses restos mutilados de cálcio solar literalmente cavalgam os raios de luz por distâncias variadas, facilitando, assim, tremendamente a sua ampla disseminação pelo espaço. O átomo de sódio, sob certas modificações, é também capaz de locomover-se por meio da luz e da energia. Ainda mais notável é o feito do cálcio, pois esse elemento tem quase duas vezes a massa do sódio. A permeação do espaço local pelo cálcio se deve ao fato de que ele escapa da fotosfera solar sob uma forma modificada, literalmente cavalgando os raios de sol em expansão. De todos os elementos solares, o cálcio, não obstante ter uma massa relativamente alta – posto que contém vinte elétrons em órbita –, é o que tem mais êxito ao escapar do interior solar para os reinos do espaço. Isso explica por que há uma camada de cálcio no sol, uma superfície de pedra gasosa, de quase dez mil quilômetros de espessura; e isso a despeito do fato de haver dezenove elementos mais leves e numerosos, mais pesados, debaixo dessa camada.

41:6:4 4622 O cálcio é um elemento ativo e versátil às temperaturas solares. O átomo dessa pedra tem dois elétrons ágeis e soltamente agregados nos dois circuitos eletrônicos externos, que estão muito próximos um do outro. Na luta atômica, ele perde muito cedo o seu elétron mais externo; a partir daí, ele executa um ato de mestria em malabarismo, fazendo o décimo nono elétron ir e voltar do décimo nono circuito de órbita eletrônica para o vigésimo. Projetando esse décimo nono elétron entre a sua própria órbita e a do companheiro perdido mais de vinte e cinco mil vezes por segundo, um átomo de pedra mutilada torna-se parcialmente capaz de desafiar a gravidade e de assim cavalgar com sucesso as correntes emergentes de luz e energia, os raios de sol, até a liberdade e a aventura. Esse átomo de cálcio move-se para fora em saltos alternados de propulsão para frente, agarrando-se e soltando-se dos raios de sol cerca de vinte e cinco mil vezes a cada segundo. E essa é a razão pela qual essa pedra é a componente principal dos mundos do espaço. O cálcio é o fugitivo mais habilidoso na escapada da prisão solar.

41:6:5 4623 A agilidade desse elétron acrobático de cálcio é indicada pelo fato de que, quando ele é arrojado, pela força da temperatura dos raios X solares, para o círculo da órbita mais elevada, ele apenas permanece naquela órbita por cerca de um milionésimo de segundo; mas antes que a força da gravidade elétrica do núcleo atômico o puxe de volta para a sua velha órbita, ele é capaz de completar um milhão de revoluções em torno do centro atômico.

41:6:6 4624 O vosso sol perdeu uma enorme quantidade do seu cálcio, tendo perdido quantidades imensas durante os tempos das suas erupções convulsivas ligadas à formação do sistema solar. Grande parte do cálcio solar está agora na crosta exterior do sol.

41:6:7 4625 Deveria ser lembrado que a análise espectral mostra apenas as composições à superfície do sol. Por exemplo: os espectros solares mostram muitas linhas de ferro, mas o ferro não é o elemento principal no sol. Esse fenômeno é quase totalmente devido à temperatura atual da superfície do sol, pouco menos do que 3 300 graus (C), sendo essa temperatura muito favorável ao registro do espectro do ferro.

7. FONTES DE ENERGIA SOLAR


41:7:1 4631 A temperatura interna de muitos dos sóis, e mesmo a do vosso sol, é bem mais elevada do que se crê normalmente. No interior de um sol, praticamente não existem átomos intactos; estão todos mais ou menos fragmentados pelo bombardeamento intenso de raios X, o que é característico das altas temperaturas. Independentemente de quais elementos materiais apareçam nas camadas externas de um sol, aqueles que estão no seu interior tornam-se muito similares, por causa da ação dissociativa dos raios X destruidores. Os raios X em geral são os grandes niveladores da existência atômica.

41:7:2 4632 A temperatura de superfície do vosso sol é de quase 3 300 graus(C), mas cresce rapidamente à medida que se penetra no seu interior, até atingir a inacreditável marca de cerca de 19 400 000 graus, nas regiões centrais (todas essas temperaturas são expressas na vossa escala Celsius).

41:7:3 4633 Todos esses fenômenos indicam um enorme gasto de energia, e as fontes da energia solar, nomeadas pela ordem da sua importância, são:

4634 1. A aniquilação de átomos e, finalmente, dos elétrons.

4635 2. A transmutação de elementos, que inclui o grupo de energias radioativas assim liberadas.

4636 3. A acumulação e a transmissão de certas energias universais de espaço.

4637 4. A matéria espacial e os meteoros que sem cessar estão mergulhando nos sóis abrasadores.

4638 5. A contração solar: o resfriamento, e a conseqüente contração de um sol, produz uma energia e um calor algumas vezes maior do que os supridos pela matéria do espaço.

4639 6. A ação da gravidade, a altas temperaturas, transforma certos potenciais circuitados em energias irradiantes.

46310 7. A luz recaptada e outras matérias que são atraídas de volta ao sol, depois de tê-lo deixado juntamente com outras energias de origem extra-solar.

41:7:4 46311 Existe uma camada reguladora de gases quentes (algumas vezes à temperatura de milhões de graus) que envolve os sóis, e que atua para estabilizar as perdas de calor e, de outra forma, para prevenir as flutuações perigosas de dissipação de calor. Durante a vida ativa de um sol, a temperatura interna de 19 400 000 graus (C) permanece quase a mesma, a despeito da queda progressiva da temperatura externa.

41:7:5 46312 Vós poderíeis tentar visualizar a temperatura de 19 400 000 graus (C), associando-a a algumas pressões de gravidade, como o ponto de ebulição eletrônico. Sob essa pressão e em tais temperaturas, todos os átomos são degradados e fragmentam-se nos seus componentes eletrônicos e em outros componentes ancestrais; até mesmo os elétrons e outras associações de ultímatons podem ser fragmentadas, mas os sóis não são capazes de degradar os ultímatons.

41:7:6 46313 Essas temperaturas solares aceleram enormemente os ultímatons e os elétrons, ao menos aqueles elétrons que continuam a manter sua existência sob essas condições. Vós compreendereis o que essa alta temperatura significa na aceleração das atividades dos ultímatons e dos elétrons quando considerardes que uma gota de água comum contém mais de um bilhão de trilhões de átomos. Essa seria a energia de mais de cem cavalos-vapor exercida continuamente por dois anos. A quantidade total de calor irradiada agora pelo sol desse sistema solar, a cada segundo, é suficiente para ferver toda a água em todos os oceanos de Urântia no tempo de apenas um segundo.

41:7:7 4641 Somente aqueles sóis que funcionam nos canais diretos das correntes principais da energia do universo podem brilhar para sempre. Esses fornos solares ardem indefinidamente, sendo capazes de repor as suas perdas materiais com a absorção da energia de força do espaço e de energias circulantes análogas. Todavia, estrelas muito distantes desses canais principais de recarga estão destinadas a passar pelo esgotamento da energia – gradualmente resfriam-se e, finalmente, apagam-se.

41:7:8 4642 Esses sóis mortos ou moribundos podem ser rejuvenescidos por um impacto de colisão ou podem ser recarregados por certas ilhas de energias não luminosas do espaço ou mediante a tomada, por gravidade, de sóis vizinhos menores, ou sistemas. A maioria dos sóis mortos irá experienciar uma revivificação por meio dessas, ou de outras, técnicas evolucionárias. Aqueles que não forem recarregados finalmente desse modo estão destinados a passar pela desintegração, com a explosão da massa, quando a condensação da gravidade atingir o nível crítico de condensação ultimatômica da pressão da energia. Esses sóis em desaparecimento convertem-se, assim, em energia da forma mais rara, admiravelmente adaptável para energizar outros sóis mais favoravelmente situados.

8. REAÇÕES DA ENERGIA SOLAR


41:8:1 4643 Naqueles sóis que estão circuitados aos canais de energia-espacial, a energia solar é liberada por meio de várias correntes de reações nucleares complexas, a mais comum das quais é a reação hidrogênio-carbono-hélio. Nessa metamorfose, o carbono age como um catalisador para a energia, já que não é de nenhum modo modificado, de fato, nesse processo de conversão do hidrogênio em hélio. Sob certas condições de temperatura elevada, o hidrogênio penetra nos núcleos do carbono. Já que o carbono não pode segurar mais do que quatro desses prótons, quando tal estado de saturação é atingido, ele começa a emitir prótons tão depressa quanto os novos chegam. As partículas de hidrogênio que entram nessa reação saem como átomos de hélio.

41:8:2 4644 A redução da quantidade de hidrogênio aumenta a luminosidade de um sol. Nos sóis destinados a apagar-se, o máximo de luminosidade se dá no ponto em que o hidrogênio se esgota. Depois desse ponto, o brilho é mantido por meio do processo resultante da contração da gravidade. Finalmente, essa estrela tornar-se-á uma esfera altamente condensada, a chamada anã branca.

41:8:3 4645 Nos grandes sóis – pequenas nebulosas circulares –, quando o hidrogênio se esgota e a contração da gravidade sobrevém, se esse corpo não for suficientemente opaco para reter a pressão interna de suporte para as regiões externas dos gases, então um súbito colapso ocorre. As mudanças da gravidade elétrica dão origem a grandes quantidades de partículas mínimas desprovidas de potencial elétrico, e essas partículas prontamente escapam do interior solar causando assim, em poucos dias, o colapso de um sol gigantesco. Foi a emigração dessas “partículas fugitivas” que provocou o colapso do gigante Nova, da nebulosa de Andrômeda, há cerca de cinqüenta anos atrás. Esse imenso corpo estelar entrou em colapso em quarenta minutos do tempo de Urântia.

41:8:4 4646 Como regra geral, continua uma farta expulsão de matéria em torno do sol residual, em resfriamento, na forma de nuvens extensas de gases de nebulosas. E tudo isso explica a origem de muitos tipos de nebulosas irregulares, como a nebulosa de Câncer, que teve a sua origem há cerca de novecentos anos, e que ainda exibe a esfera-mãe como uma estrela solitária próxima do centro dessa massa nebulosa irregular.

9. ESTABILIDADE DOS SÓIS


41:9:1 4651 Os sóis maiores mantêm um tal controle de gravidade sobre os seus elétrons, que a luz escapa apenas com a ajuda dos poderosos raios X. Esses raios colaboradores penetram em todo o espaço e servem para a manutenção das associações ultimatômicas fundamentais de energia. As grandes perdas de energia nos dias iniciais de um sol, depois de haver atingido a sua temperatura máxima – de mais de 19 400 000 graus (C) –, são devidas, não tanto ao escape da luz, quanto aos vazamentos ultimatômicos. Essas energias dos ultímatons se projetam na direção do espaço exterior, para participar da aventura da associação eletrônica e da materialização da energia, como uma verdadeira explosão de energia durante os tempos da adolescência solar.

41:9:2 4652 Os átomos e os elétrons estão sujeitos à gravidade. Os ultímatons não estão sujeitos à gravidade local, à interação da atração material, mas eles são totalmente obedientes à gravidade absoluta ou do Paraíso, à tendência, ao impulso, do círculo universal e eterno do universo dos universos. A energia ultimatômica não obedece à atração da gravidade linear, ou direta, das massas materiais próximas ou distantes, mas ela sempre gira de acordo com o circuito da grande elipse da enorme criação.

41:9:3 4653 O vosso próprio centro solar irradia quase cem bilhões de toneladas de matéria real, anualmente, enquanto os sóis gigantes perdem matéria em uma taxa prodigiosa durante o seu crescimento inicial, os primeiros bilhões de anos. A vida de um sol torna-se estável depois que a temperatura interna máxima é atingida, e depois que as energias subatômicas começam a ser liberadas. E nesse ponto crítico é que os sóis maiores são dados a ter pulsações convulsivas.

41:9:4 4654 A estabilidade do sol é totalmente dependente do equilíbrio da disputa entre o aquecimento e a gravidade – pressões tremendas contrabalançadas por temperaturas inimagináveis. A elasticidade interior do gás dos sóis mantém as camadas sobrepostas de materiais variados e, quando a gravidade e o calor estão em equilíbrio, o peso dos materiais externos iguala-se exatamente à pressão da temperatura dos gases subjacentes e interiores. Em muitas estrelas mais jovens, a condensação contínua da gravidade produz temperaturas internas sempre crescentes e, à medida que o calor interno cresce, a pressão interior dos raios X dos ventos nos supergases torna-se tão grande que, ajudada pelos movimentos centrífugos, um sol começa a atirar ao espaço a sua camada exterior, compensando, assim, o desequilíbrio entre a gravidade e o calor.

41:9:5 4655 O vosso próprio sol há muito atingiu um relativo equilíbrio entre os ciclos da sua expansão e da sua contração, aquelas perturbações que produzem as pulsações gigantescas de muitas das estrelas mais jovens. O vosso sol tem atualmente cerca de seis bilhões de anos de idade. No momento presente, ele está passando pelo seu período de maior economia. Ele brilhará com a eficiência da fase presente por mais de vinte e cinco bilhões de anos. Ele irá experimentar, provavelmente, um período de declínio, parcialmente eficiente, tão longo quanto os períodos somados da sua juventude e do seu funcionamento estável.

10. ORIGEM DOS MUNDOS HABITADOS


41:10:1 4656 Algumas das estrelas variáveis, no estado de pulsação máximo ou próximo dele, estão em processo de originar sistemas subsidiários, muitos dos quais finalmente serão bastante semelhantes ao vosso próprio sol, com os planetas girando ao seu redor. O vosso sol estava justamente em um estado igual, de pulsação vigorosa, quando o maciço sistema de Angona aproximou-se muito dele, e a superfície externa do sol começou a expelir verdadeiras correntes–

41:10:2 4661 camadas contínuas – de matéria. Isso prosseguiu com uma violência sempre crescente, até quase a justaposição, quando os limites da coesão solar foram atingidos e uma grande quantidade de matéria, ancestral do sistema solar, foi expelida. Em circunstâncias similares, a maior aproximação do corpo atraído faz, algumas vezes, expelir planetas inteiros, e até mesmo uma quarta ou uma terça parte de um sol. Essas expulsões maiores formam certos tipos peculiares de mundos envolvidos por nuvens, esferas semelhantes a Júpiter e Saturno.

41:10:3 4662 A maioria dos sistemas solares, contudo, teve uma origem inteiramente diferente da do vosso, e isso é verdadeiro até quanto àqueles que foram criados pela técnica de gravidade do tipo maré-motriz. Todavia, não importando aquilo que seja obtido na técnica de criação de um mundo, a gravidade sempre produz o tipo de sistema solar de criação, isto é, um sol central ou uma ilha escura com planetas, satélites, subsatélites e meteoros.

41:10:4 4663 Os aspectos físicos dos mundos individuais são amplamente determinados pelo modo da sua origem, pela situação astronômica e pelo ambiente físico. A idade, o tamanho, a velocidade de rotação e a velocidade no espaço são também fatores determinantes. Tanto os mundos feitos por contração do gás quanto os de sedimentação sólida são caracterizados por montanhas e, durante a sua vida inicial, quando já não são tão pequenos, pela água e pelo ar. O tipo de mundo gerado pela divisão por derretimento e os mundos gerados por colisões algumas vezes não têm áreas montanhosas tão extensas.

41:10:5 4664 Durante as primeiras idades de todos esses mundos novos, os terremotos são freqüentes, e são todos caracterizados por grandes perturbações físicas; e isso é especialmente verdadeiro a respeito das esferas geradas pela contração de gases, mundos nascidos de imensos anéis de nebulosas que são deixados para trás no alvorecer das primeiras condensações e contrações de certos sóis individuais. Os planetas que têm uma origem dupla, como Urântia, passam por uma carreira de juventude menos violenta e tempestuosa. Mesmo assim, o vosso mundo experimentou uma fase inicial de cataclismos fortíssimos, caracterizados por vulcões, terremotos, enchentes e tempestades terríveis.

41:10:6 4665 Urântia está relativamente isolada, na periferia do vosso sistema de Satânia, e, com uma exceção apenas, é a esfera mais distante de Jerusém, ao passo que o próprio sistema de Satânia está próximo do sistema mais externo de Norlatiadeque; e essa constelação agora atravessa a orla externa de Nebadon. Vós estivestes realmente entre as mais humildes de todas as criações, até que a auto-outorga de Michael elevou o vosso planeta a uma posição de honra e de grande interesse universal. Algumas vezes, os últimos serão os primeiros, assim como verdadeiramente o menor torna-se o maior.

41:10:7 4666 [Apresentado por um Arcanjo, em colaboração com o comandante dos Centros de Potência de Nebadon.]

DOCUMENTO 42

ENERGIA – MENTE E MATÉRIA
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A fundação do universo é material, no sentido em que a energia é a base de toda a existência; e a energia pura é controlada pelo Pai Universal. A força, a energia, é a coisa que permanece como um monumento perpétuo, demonstrando e provando a existência e a presença do Absoluto Universal. Essa imensa corrente de energia, que provém das Presenças do Paraíso, nunca faltou, nunca falhou; nunca houve nenhuma interrupção na sustentação infinita.

42:0:2 4672 A manipulação da energia do universo dá-se sempre de acordo com a vontade pessoal e com os mandatos plenamente sábios do Pai Universal. Esse controle pessoal do poder manifestado, e da energia circulante, é modificado pelos atos coordenados e pelas decisões do Filho Eterno, bem como pelos propósitos unidos do Filho e do Pai, executados pelo Agente Conjunto. Esses seres divinos atuam pessoalmente, e como indivíduos; e, funcionam, também, na pessoa e nos poderes de um número quase ilimitado de subordinados, cada um diferentemente expressivo do propósito eterno e divino no universo dos universos. Mas essas modificações, ou transmutações funcionais e provisionais do poder divino, de nenhum modo reduzem a verdade da afirmação de que toda a energia-força está sob o controle último de um Deus pessoal, residente no centro de todas as coisas.

1. ENERGIAS E FORÇAS DO PARAÍSO


42:1:1 4673 A base do universo é material, mas a essência da vida é espírito. O Pai dos espíritos é também o ancestral dos universos; o Pai eterno do Filho Original é também a fonte-eternidade do modelo original, a Ilha do Paraíso.

42:1:2 4674 A matéria – ou a energia, pois ambas não são senão manifestações diversas da mesma realidade cósmica, como fenômenos no universo – é inerente ao Pai Universal. “Nele consistem todas as coisas. ” A matéria pode surgir para manifestar a energia inerente e para exibir os poderes autocontidos, mas as linhas da gravidade envolvidas nas energias ligadas a todos esses fenômenos físicos derivam-se e dependem do Paraíso. O ultímatom, a primeira forma mensurável de energia, tem o Paraíso como o seu núcleo.

42:1:3 4675 Há, inata na matéria e presente no espaço universal, uma forma de energia não conhecida em Urântia. Quando essa descoberta for finalmente feita, então os físicos irão sentir que terão solucionado, ou pelo menos quase, os mistérios da matéria. E assim terão dado mais um passo no sentido de se aproximar do Criador; e dominado mais uma fase da técnica divina; mas de modo nenhum eles terão encontrado a Deus, nem terão desvendado o conhecimento da existência da matéria, nem a operação das leis naturais, separadamente da técnica cósmica do Paraíso, nem o propósito motivador do Pai Universal.

42:1:4 4681 Depois de um progresso ainda maior e de novas descobertas, depois que Urântia houver avançado incomensuravelmente em relação aos conhecimentos atuais e, ainda que vós pudésseis alcançar o controle das rotações energéticas das unidades elétricas da matéria, a ponto de conseguir modificar as suas manifestações físicas – mesmo depois de todo esse progresso possível, os cientistas permanecerão, indefinidamente, impotentes para criar sequer um átomo de matéria, ou gerar um raio de energia e, menos ainda, para outorgar à matéria aquilo a que chamamos de vida.

42:1:5 4682 A criação da energia e a dádiva da vida são prerrogativas do Pai Universal e das personalidades Criadoras, coligadas a Ele. O rio da energia e da vida é uma efusão contínua vinda das Deidades, uma corrente universal e unida de força do Paraíso, irradiando-se por todo o espaço. Essa energia divina penetra toda a criação. Os organizadores da força iniciam essas mudanças e instituem as modificações da força-espaço, que se manifestam no evento da energia; os diretores de potência transmutam energia em matéria; assim nascem os mundos materiais. Os Portadores da Vida iniciam, na matéria morta, aqueles processos aos quais chamamos vida, vida material. Os Supervisores do Poder Moroncial atuam do mesmo modo nos reinos da transição entre o mundo material e o espiritual. Os Criadores espirituais superiores inauguram processos semelhantes nas formas divinas de energia, que resultam em formas mais elevadas de espíritos de vida inteligente.

42:1:6 4683 A energia provém do Paraíso, formada segundo a ordem divina. A energia – a energia pura – compartilha da natureza da organização divina; é formada segundo a semelhança dos três Deuses abraçados em um só, como eles funcionam na sede central do universo dos universos. E toda a força é circuitada ao Paraíso; vem das Presenças do Paraíso e para lá retorna e, em essência, é uma manifestação da Causa não causada – o Pai Universal – ; e, sem o Pai, nada do que existe existiria.

42:1:7 4684 A força derivada da Deidade, existente em Si, é, por si própria, eternamente existente. A energia-força é imperecível, indestrutível; essas manifestações do Infinito podem estar sujeitas à transmutação ilimitada, à transformação sem fim e à metamorfose eterna; mas em nenhum sentido ou grau, nem mesmo na menor proporção imaginável, poderiam ou deveriam elas sofrer extinção. Mas a energia, ainda que emergindo do Infinito, não se manifesta de forma infinita; há limites externos para o universo-mestre, como ele é atualmente concebido.

42:1:8 4685 A energia é eterna, mas não infinita; e responde sempre à gravidade todo-abrangente da Infinitude. A força e a energia continuam eternamente; uma vez que tenham saído do Paraíso, devem retornar para lá, ainda que idades e mais idades sejam necessárias para completar o circuito ordenado. Aquilo que tem a sua origem na Deidade do Paraíso só pode ter como destino o Paraíso, ou alguma Deidade.

42:1:9 4686 E tudo isso confirma a nossa crença em um universo dos universos circular, um pouco limitado, mas ordenado e imenso. Não fora isso verdade, então a evidência do esgotamento da energia em algum ponto, mais cedo ou mais tarde, iria aparecer. Todas as leis, as organizações, a administração e o testemunho dos exploradores do universo – tudo aponta para a existência de um Deus infinito e, ainda assim, para um universo finito, de uma circularidade de existência sem fim, quase sem limites, todavia finito, em contraste com a infinitude.

2. SISTEMAS UNIVERSAIS DE ENERGIA NÃO ESPIRITUAL


42:2:1 4691 De fato, é difícil encontrar as palavras adequadas, em qualquer língua de Urântia, por meio das quais designar e, portanto, descrever os vários níveis de força e de energia – física, mental ou espiritual. Essas narrativas não podem, de todo, ater-se às vossas definições de força, de energia, de poder e de potência. Há tanta pobreza, nessa linguagem, que devemos usar tais termos com múltiplos significados. Neste documento, por exemplo, a palavra energia é usada para denotar todas as fases e formas de fenômenos de movimento, de ação e de potencial, enquanto força é usada para indicar os estágios da energia na pré-gravidade; e poder e potência, para os estágios da energia na pós-gravidade.

42:2:2 4692 Contudo, tentarei minimizar a confusão conceptual, sugerindo a prudência recomendável de adotar a seguinte classificação para a força cósmica, para a energia emergente e para o poder-físico da energia do universo – a energia física:

42:2:3 4693 1. Potência de espaço. Essa é a presença inquestionável, no espaço livre, do Absoluto Inqualificável. A extensão desse conceito denota o potencial de espaço-força do universo, inerente à totalidade funcional do Absoluto Inqualificável, enquanto a intenção desse conceito implica a totalidade da realidade cósmica – os universos – que emanou de modo eterno da Ilha do Paraíso, que é sem começo, sem fim, que nunca se move e que nunca muda.

42:2:4 4694 Os fenômenos específicos da parte inferior do Paraíso provavelmente abrangem três zonas de presença e de atuação da força absoluta: a zona de ponto de apoio fulcral do Absoluto Inqualificável, a zona da própria Ilha do Paraíso e a zona intermediária de algumas agências ou funções não identificadas, que se equalizam e se compensam. Essas zonas triconcêntricas são o centro do ciclo da realidade cósmica do Paraíso.

42:2:5 4695 A potência do espaço é uma pré-realidade; é o domínio do Absoluto Inqualificável e é sensível apenas à atração pessoal do Pai Universal, não obstante o fato de ela ser aparentemente modificável pela presença dos Mestres Organizadores Primários da Força.

42:2:6 4696 Em Uversa, faz-se referência à potência do espaço como ABSOLUTA.

42:2:7 4697 2. Força primordial. Esta representa a primeira mudança básica na potência do espaço e pode ser uma das funções, no baixo Paraíso, do Absoluto Inqualificável. Sabemos que a presença do espaço que sai do baixo Paraíso é modificada, de alguma maneira, em relação àquela que está entrando. Independentemente, porém, de qualquer dessas possíveis relações, a transmutação, abertamente reconhecida, da potência do espaço em força primordial é uma função diferencial primária da presença-tensão dos organizadores da força viva do Paraíso.

42:2:8 4698 A força passiva e potencial torna-se ativa e primordial em resposta à resistência oferecida pela presença, no espaço, dos Mestres Organizadores da Força Primariamente Derivantes. A força está emergindo agora, do domínio exclusivo do Absoluto Inqualificável para os domínios de sensibilidade múltipla – em resposta a alguns movimentos primordiais iniciados pelo Deus da Ação e em seguida a certos movimentos de compensação que emanam do Absoluto Universal. A força primordial parece reagir à causação transcendental em uma medida proporcional ao absoluto.

42:2:9 4699 A força primordial, algumas vezes, é denominada energia pura; em Uversa referimo-nos a ela como SEGREGATA.

42:2:10 4701 3. Energias emergentes. A presença passiva dos organizadores da força primária é suficiente para transformar a potência do espaço em força primordial e é nesse campo espacial, assim ativado, que esses mesmos organizadores da força começam as suas operações iniciais e ativas. A força primordial está destinada a passar por duas fases distintas de transmutação, nos reinos da manifestação da energia, antes de surgir como uma força no universo. Esses dois níveis de energia emergente são:

42:2:11 4702 a. Energia de potência. Essa é a energia poderosa-direcional, movimentadora de massa, poderosamente tensionada e de reações violentas – com sistemas gigantescos de energia, colocados em movimento pelas atividades dos organizadores da força primária. Essa energia primária, ou poderosa, não é sensível, inicialmente, de modo definido, à atração da gravidade do Paraíso; se bem que provavelmente produza uma massa agregada, ou uma sensibilidade espaço-direcional ao grupo coletivo de influências absolutas que operam a partir do lado baixo do Paraíso. Quando a energia emerge até o nível inicial de sensibilidade à atração circular e absoluta da gravidade do Paraíso, os organizadores da força primária cedem o seu lugar para o funcionamento dos seus colaboradores secundários.

42:2:12 4703 b. Energia de gravidade. A energia que agora surge é sensível à gravidade, carrega o potencial do poder do universo e transforma-se no ancestral ativo de toda a matéria do universo. Essa energia secundária ou gravitacional é o produto da elaboração da energia, resultante da presença-pressão e das tendências-tensões, estabelecidas pelos Mestres Organizadores Associados Transcendentais da Força. Em resposta ao trabalho desses manipuladores da força, a energia-espaço passa rapidamente do estágio de potência ao estado gravitacional, tornando-se assim sensível, diretamente, à atração da gravidade (absoluta) circular do Paraíso que, ao mesmo tempo revela um certo potencial de sensibilidade à atração da gravidade linear, inerente à massa material, que logo surge dos estágios eletrônicos e pós-eletrônicos da energia e da matéria. Com o aparecimento da sensibilidade à gravidade, os Mestres Organizadores Associados da Força podem retirar-se da energia dos ciclones de espaço, contanto que os Diretores do Poder do Universo estejam designados para esse campo de ação.

42:2:13 4704 Estamos totalmente incertos a respeito das causas exatas dos estágios primordiais da evolução da força, mas reconhecemos a ação inteligente do Último, em ambos os níveis de manifestação emergente da energia. As energias potentes e gravitacionais, quando observadas coletivamente, são chamadas ULTIMATA, em Uversa.

42:2:14 4705 4. Poder universal. A força-espaço foi transformada em energia de espaço e, em seguida, na energia de controle da gravidade. Assim, a energia física amadureceu até aquele ponto em que pode ser dirigida em canais de poder e servir aos propósitos múltiplos dos Criadores do universo. Esse trabalho é feito pelos versáteis diretores, centros e controladores da energia física no grande universo – as criações habitadas e organizadas. Esses Diretores do Poder, no Universo, assumem o controle mais ou menos completo de vinte e uma das trinta fases da energia que constituem o presente sistema de energia dos sete superuniversos. Esse domínio da energia-poder da matéria é o âmbito das atividades inteligentes do Sétuplo, funcionando sob o controle tempo-espacial do Supremo.

42:2:15 4706 Em Uversa, referimo-nos ao reino do poder no universo como GRAVITA.

42:2:16 4707 5. Energia de Havona. Os conceitos, nesta narrativa, deslocaram-se no sentido do Paraíso, à medida que a força-espaço transmutante foi seguida, nível a nível, até o nível de trabalhabilidade do poder-energia dos universos do tempo e do espaço. Continuando, no sentido do Paraíso, encontra-se em seguida uma fase preexistente de energia que é característica do universo central. Aqui o ciclo evolucionário parece voltar-se sobre si mesmo; o poder-energia agora parece começar a reverter-se na direção da força, mas uma força de natureza muito diferente daquela da potência do espaço e da força primordial. Os sistemas de energia de Havona não são duais; eles são trinos. É esse o domínio da energia existencial do Agente Conjunto, funcionando em nome da Trindade do Paraíso.

42:2:17 4711 Essas energias de Havona são conhecidas em Uversa como TRIATA.

42:2:18 4712 6. Energia transcendental. Este sistema de energia opera no nível superior e vem de um nível superior do Paraíso, existindo apenas em relação aos povos absonitos. Em Uversa é denominada TRANOSTA.

42:2:19 4713 7. Monota. Quando a energia vem do Paraíso, ela está próxima da divindade. Inclinamo-nos a acreditar que a monota é a energia viva, não espiritual, do Paraíso – uma contraparte, na eternidade, da energia viva e espiritual do Filho Original –, sendo portanto o sistema de energia não espiritual do Pai Universal.

42:2:20 4714 Não conseguimos diferençar a natureza do espírito do Paraíso e a da monota do Paraíso; são aparentemente semelhantes. Têm nomes diferentes, mas dificilmente vos será dito muito a respeito de uma realidade cujas manifestações espirituais e não-espirituais sejam diferenciáveis apenas por um nome.

42:2:21 4715 Sabemos que as criaturas finitas podem alcançar a experiência da adoração do Pai Universal, por intermédio da ministração de Deus, o Sétuplo, e dos Ajustadores do Pensamento, mas duvidamos de que qualquer personalidade subabsoluta e, até mesmo, os diretores de potência possam compreender a infinitude da energia da Primeira Grande Fonte e Centro. Uma coisa é certa: os diretores de potência podem ser conhecedores da técnica da metamorfose da força-espaço, mas eles não revelam o segredo para o resto de nós. A minha opinião é de que eles não compreendem plenamente a função dos organizadores da força.

42:2:22 4716 Esses diretores de potência são, eles próprios, catalisadores da energia; isto é, a presença deles é a causa pela qual a energia segmenta-se, organiza-se ou reúne-se em formação por unidades. E tudo isso implica que deve haver algo inerente à energia, na presença dessas entidades do poder, que a leva a funcionar assim,. Os Melquisedeques de Nebadon há muito denominaram o fenômeno da transmutação da força cósmica em poder, no universo, como uma das sete “infinidades da divindade”. E é até esse ponto que vós ireis avançar nessa questão durante a vossa ascensão no universo local.

42:2:23 4717 Não obstante sejamos incapazes de compreender plenamente a origem, a natureza e as transmutações da força cósmica, estamos inteiramente atualizados sobre todas as fases do comportamento da energia emergente, desde os tempos da sua sensibilidade direta e inequívoca à ação da gravidade do Paraíso – por volta do tempo do início da função dos diretores de potência do superuniverso.

3. CLASSIFICAÇÃO DA MATÉRIA


42:3:1 4718 Em todos os universos a matéria é idêntica, com exceção do universo central. A matéria, para ter as suas propriedades físicas, depende da velocidade de rotação dos membros componentes seus, depende do número e do tamanho dos componentes que giram, depende da sua distância ao corpo do núcleo ou do conteúdo de espaço da matéria, bem como da presença de certas forças ainda não descobertas em Urântia.

42:3:2 4719 Há dez grandes divisões da matéria, nos diferentes sóis, planetas e corpos espaciais:

42:3:3 4721 1. A matéria ultimatômica – as unidades físicas primordiais da existência material, as partículas de energia que compõem os elétrons.

42:3:4 4722 2. A matéria subeletrônica – o estágio explosivo e repelente dos supergases solares.

42:3:5 4723 3. A matéria eletrônica – o estágio elétrico da diferenciação material – elétrons, prótons e várias outras unidades que entram na constituição variada dos grupos eletrônicos.

42:3:6 4724 4. A matéria subatômica – a matéria que existe amplamente no interior dos sóis abrasantes.

42:3:7 4725 5. Os átomos fragmentados – encontrados nos sóis em fase de resfriamento e em todo o espaço.

42:3:8 4726 6. A matéria ionizada – os átomos individuais, desprovidos dos seus elétrons externos (quimicamente ativos) por meio de atividades elétricas, térmicas ou de raios X, e por solventes.

42:3:9 4727 7. A matéria atômica – o estágio químico da organização dos elementos, as unidades componentes da matéria molecular ou visível.

42:3:10 4728 8. O estágio molecular da matéria – a matéria, como ela existe em Urântia, em um estado de materialização relativamente estável, sob condições comuns.

42:3:11 4729 9. A matéria radioativa – a tendência desorganizadora e a atividade dos elementos mais pesados, sob condições de aquecimento moderado e de pressão gravitacional menor.

42:3:12 47210 10. A matéria em colapso – a matéria relativamente estável, encontrada no interior de sóis frios ou mortos. Essa forma de matéria não é de fato estacionária; há ainda alguma atividade ultimatômica e mesmo eletrônica, mas ali as unidades estão em grande proximidade, e as suas velocidades de rotação encontram-se grandemente diminuídas.

42:3:13 47211 Essa classificação da matéria diz respeito mais à sua organização do que às formas sob as quais aparecem para os seres criados. E também não leva em conta os estágios pré-emergentes da energia, nem as eternas materializações no Paraíso e no universo central.

4. ENERGIA E TRANSMUTAÇÕES DA MATÉRIA


42:4:1 47212 A luz, o calor, a eletricidade, o magnetismo, a química, a energia e a matéria são – em origem, natureza e destino – uma única e mesma coisa, junto com outras realidades materiais ainda não descobertas em Urântia.

42:4:2 47213 Nós não compreendemos plenamente as mudanças quase infindáveis, às quais a energia física pode estar sujeita. Num universo, ela aparece como luz, em um outro, como luz mais calor, noutro, como formas de energia desconhecidas em Urântia; em incalculáveis milhões de anos, pode reaparecer como alguma forma de energia elétrica irrequieta, alguma energia elétrica ou poder magnético incontido; e, ainda mais tarde, pode aparecer novamente, em um outro universo, como alguma forma de matéria variável, passando por uma série de metamorfoses, e, em seguida, ter o seu desaparecimento exterior físico nalgum grande cataclismo dos reinos. E então, após idades incontáveis e após vagar quase interminavelmente por inúmeros universos, de novo, essa mesma energia pode reemergir e, muitas vezes, alterar a sua forma e potencial; e, assim, continuam essas transformações por idades sucessivas e por incontáveis reinos. Assim a matéria continua o seu fluxo, passando por transmutações no tempo, mas alinhando-se sempre, verdadeiramente, ao círculo da eternidade; e, ainda que há muito impedida de retornar à sua fonte, é sempre sensível a essa fonte e prossegue interminavelmente no caminho ordenado pela Personalidade Infinita que a emitiu.

42:4:3 4731 Os centros de potência e os seus colaboradores estão ocupados com o trabalho de transmutar o ultímatom nos circuitos e nas revoluções dos elétrons. Esses seres únicos controlam e compõem o poder, com a sua hábil manipulação da unidade básica da energia materializada, o ultímatom. Eles são os mestres da energia que circula nesse estado primitivo. Em conexão com os controladores físicos, eles são capazes de controlar efetivamente e de dirigir a energia, mesmo depois que ela tiver sido transmutada, até o nível elétrico, o assim chamado estágio eletrônico. Mas o alcance da ação deles fica enormemente abreviado, quando a energia, organizada eletronicamente, passa a girar dentro de sistemas atômicos. Após tal materialização, essas energias ficam sob o controle completo do poder de atração da gravidade linear.

42:4:4 4732 A gravidade atua positivamente nas linhas de poder e nos canais de energia dos centros de potência e dos controladores físicos, mas esses seres têm apenas uma relação negativa com a gravidade – o exercício dos seus dons antigravitacionais.

42:4:5 4733 Em todo o espaço, o frio e outras influências físicas trabalham criativamente organizando os ultímatons em elétrons. O calor é a medida da atividade eletrônica, enquanto o frio significa meramente a ausência de calor – o repouso relativo da energia –, o status da carga-força universal do espaço, desde que não estejam presentes nem a energia emergente nem a matéria organizada, e desde que não sejam sensíveis à gravidade.

42:4:6 4734 A presença da gravidade, bem como a sua ação, é o que impede o surgimento do zero absoluto teórico, pois o espaço interestelar não tem a temperatura do zero absoluto. Em todo o espaço organizado há correntes de energias que são sensíveis à gravidade, circuitos de poder e de atividades ultimatômicas, bem como de energias eletrônicas em organização. Praticamente falando, o espaço não é vazio. E mesmo a atmosfera de Urântia vai tornando-se crescentemente menos densa, até que à altitude de cinco mil quilômetros ela começa a esmaecer-se nessa parte do universo, e se transformar na matéria do espaço comum. O espaço conhecido, mais próximo do vazio, em Nebadon, conteria cerca de cem ultímatons – o equivalente a um elétron – em cada dezesseis centímetros cúbicos. Essa escassez de matéria é considerada como sendo praticamente o espaço vazio.

42:4:7 4735 A temperatura – o calor e o frio – é secundária, apenas para a gravidade nos reinos da evolução da energia e da matéria. Os ultímatons são humildemente obedientes às temperaturas extremas. As temperaturas baixas favorecem certas formas de construção eletrônica e de formação de conjuntos atômicos, ao passo que as temperaturas altas facilitam toda a sorte de quebras atômicas e de desintegração material.

42:4:8 4736 Quando submetidas ao calor e à pressão de certos estados solares internos, todas as associações de matéria podem ser rompidas, excetuando-se as mais primitivas. O calor pode assim vencer grandemente a estabilidade da gravidade. Mas nenhum calor, ou pressão solar, conhecido pode converter os ultímatons de volta à energia de potência.

42:4:9 4737 Os sóis abrasantes podem transformar a matéria em várias formas de energia, ao passo que os mundos escuros e todo o espaço exterior podem desacelerar a atividade eletrônica e ultimatômica, a ponto de converter essas energias na matéria dos reinos. Certas associações eletrônicas de natureza próxima, bem como muitas das associações básicas de matéria nuclear, são formadas sob as temperaturas excessivamente baixas do espaço aberto, sendo mais tarde aumentadas pela associação com adições maiores de energia materializante.

42:4:10 4738 Em toda essa metamorfose, que nunca acaba, entre energia e matéria, devemos contar com a influência da pressão da gravidade e com o comportamento antigravitacional das energias ultimatômicas, sob certas condições de temperatura, velocidade e revolução. A temperatura, as correntes de energia, a distância e a presença dos organizadores da força viva e dos diretores de potência também exercem o seu papel em todo o fenômeno de transmutação da energia e da matéria.

42:4:11 4741 O acréscimo de massa à matéria é igual ao acréscimo de energia, dividido pelo quadrado da velocidade da luz. Num sentido dinâmico, o trabalho que a matéria em repouso pode realizar é igual à energia despendida para manter unidas as suas partes, desde o Paraíso, menos a resistência das forças a serem vencidas no trânsito e a atração exercida pelas partes da matéria, umas sobre as outras.

42:4:12 4742 A existência das formas pré-eletrônicas da matéria está indicada pelos dois pesos atômicos do chumbo. O chumbo de formação original pesa ligeiramente mais do que aquele produzido por meio da desintegração do urânio, por emanações do rádio; e essa diferença no peso atômico representa a verdadeira perda de energia na quebra atômica.

42:4:13 4743 A integridade relativa da matéria é assegurada pelo fato de que a energia pode apenas ser absorvida e liberada naquelas quantidades exatas a que os cientistas de Urântia denominaram de quanta. Essa providência sábia, nos reinos materiais, serve para manter os universos em funcionamento contínuo.

42:4:14 4744 A quantidade de energia absorvida ou liberada, quando as posições eletrônicas ou outras se alternam, é sempre um “quantum” ou algum múltiplo do mesmo, mas o comportamento vibratório, ou ondulatório, dessas unidades de energia é determinado, integralmente, pelas dimensões das estruturas materiais envolvidas. Essas manifestações da energia, sob a forma de ondas, têm 860 vezes os diâmetros dos ultímatons, dos elétrons dos átomos, ou das outras unidades que lhes dão origem. A confusão interminável que acompanha a observação da mecânica, das ondas de comportamento quântico, é devido à superposição de ondas de energia: duas cristas podem combinar-se, para formar uma crista de altura dupla, enquanto uma crista e um vão podem combinar-se, ocasionando assim um cancelamento mútuo.

5. MANIFESTAÇÕES DE ENERGIA ONDULATÓRIA


42:5:1 4745 No superuniverso de Orvonton há uma centena de oitavas de energias de ondas. Dessa centena de grupos de manifestações de energia, sessenta e quatro, total ou parcialmente, são reconhecidas em Urântia. Os raios do sol constituem-se de quatro oitavas na escala do superuniverso, sendo que os raios visíveis abrangem uma única oitava, a de número quarenta e seis nessa série. O grupo ultravioleta vem em seguida, enquanto a dez oitavas acima se encontram os raios X, seguidos pelos raios gama do rádio. A trinta e duas oitavas acima da luz visível do sol, estão os raios da energia do espaço exterior, tão freqüentemente misturados com as partículas minúsculas de matéria altamente energizada que lhes são associadas. Imediatamente abaixo da luz visível do sol surgem os raios infravermelhos, e trinta oitavas abaixo está o grupo de radiotransmissão.

42:5:2 4746 As manifestações da energia ondulatória – do ponto de vista do esclarecimento científico do século vinte em Urântia – podem ser classificadas nos dez grupos seguintes:

42:5:3 4747 1. Raios infra-ultimatômicos – as rotações limítrofes dos ultímatons quando eles começam a assumir uma forma definida. Esse é o primeiro estágio da energia emergente, em que os fenômenos ondulatórios podem ser detectados e medidos.

42:5:4 4748 2. Raios ultimatômicos. A reunião da energia, nas esferas diminutas dos ultímatons, ocasiona vibrações no conteúdo do espaço, as quais são discerníveis e mensuráveis. E, muito antes que os físicos descubram o ultímatom, sem dúvida irão eles detectar os fenômenos causados pelos raios lançados sobre Urântia. Esses raios curtos e poderosos representam a atividade inicial dos ultímatons à medida que se desaceleram até aquele ponto em que se voltam para a organização eletrônica da matéria. À medida que os ultímatons se aglomeram, formando elétrons, uma condensação ocorre com a conseqüente estocagem de energia.

42:5:5 4751 3. Raios espaciais curtos. Estas são as mais curtas de todas as vibrações puramente eletrônicas e representam o estágio pré-atômico dessa forma de matéria. Esses raios requerem temperaturas extraordinariamente altas ou extraordinarimente baixas para a sua produção. Há duas espécies desses raios espaciais: uma que se dá com o nascimento dos átomos e a outra que indica a desagregação atômica. A maior quantidade deles emana dos planos de maior densidade do superuniverso, a Via Láctea, que é também o plano mais denso dos universos exteriores.

42:5:6 4752 4. Estágio eletrônico. Este estágio de energia é a base de toda a materialização, nos sete superuniversos. Quando os elétrons passam de níveis de energia mais elevados para os mais baixos, de velocidade orbital, é desprendido sempre um quantum determinado. As mudanças das órbitas dos elétrons resultam na ejeção, ou na absorção, de partículas da energia-luz, bastante definidas e uniformemente mensuráveis, enquanto o elétron individualmente sempre desprende uma partícula de energia-luz quando submetido à colisão. As manifestações da energia ondulatória também são geradas a partir das atividades de corpos positivos e de outros representantes do estágio eletrônico.

42:5:7 4753 5. Raios gama – são as emanações que caracterizam a dissociação espontânea da matéria atômica. A melhor ilustração dessa forma de atividade eletrônica está nos fenômenos associados à desintegração do rádio.

42:5:8 4754 6. Grupo dos raios X. O próximo passo na desaceleração dos elétrons gera as várias formas de raios X solares junto com os raios X artificialmente gerados. A carga eletrônica forma um campo elétrico; o movimento faz surgir uma corrente elétrica; a corrente elétrica produz um campo magnético. Quando um elétron é paralisado subitamente, o distúrbio eletromagnético resultante produz os raios X; os raios X são essa perturbação. Os raios X solares são idênticos àqueles gerados mecanicamente para explorar o interior do corpo humano, excetuando-se o fato de que são ligeiramente mais longos.

42:5:9 4755 7. Raios ultravioleta ou os raios químicos da luz do sol e as suas várias produções mecânicas.

42:5:10 4756 8. Luz branca – toda a luz visível dos sóis.

42:5:11 4757 9. Raios infravermelhos – a desaceleração da atividade eletrônica, ainda mais próxima do estágio de aquecimento considerável.

42:5:12 4758 10. Ondas hertzianas – aquelas energias utilizadas, em Urântia, para as teledifusões.

42:5:13 4759 A todas essas dez fases da atividade ondulatória da energia, o olho humano apenas pode reagir a uma oitava: àquela da luz solar global de um sol comum.

42:5:14 47510 O chamado éter é meramente um nome coletivo, usado para designar um grupo de atividades de força e de energia que ocorrem no espaço. Os ultímatons, os elétrons e outras agregações da energia em forma de massa são partículas uniformes de matéria e, no seu trânsito no espaço, elas realmente se propagam em linha reta. A luz e todas as outras formas de manifestação de energia reconhecíveis consistem de uma sucessão de partículas definidas de energia que se propagam em linha reta, excetuando-se nos pontos em que a sua trajetória é modificada pela gravidade e outras forças que intervêm. Que essas procissões de partículas de energia surjam como fenômenos ondulatórios, quando sujeitas a certas observações, é devido à resistência das camadas de força, não diferenciadas, em todo o espaço, o éter hipotético, e à tensão da intergravidade das agregações associadas de matéria. O espaçamento dos intervalos entre as partículas de matéria, junto com a velocidade inicial dos feixes de energia, estabelece a aparência ondulatória de muitas formas de matéria-energia.

42:5:15 4761 A excitação do conteúdo de espaço produz uma reação ondulatória à passagem de partículas de matéria que se movem rapidamente, do mesmo modo que a passagem de uma embarcação, pelas águas, inicia ondas de várias amplitudes e intervalos.

42:5:16 4762 O comportamento da força primordial dá surgimento a fenômenos que são, de muitos modos, análogos ao éter por vós postulado. O espaço não é vazio; as esferas de todo o espaço giram e mergulham em um vasto oceano de energia-força disseminado; e nem mesmo o interior de um átomo, no espaço, é vazio. Não há nenhum éter, contudo; e a ausência mesma desse éter hipotético capacita os planetas habitados a escaparem de cair no sol e os elétrons, nas suas órbitas, a resistirem a cair para dentro do núcleo.

6. ULTÍMATONS, ELÉTRONS E ÁTOMOS


42:6:1 4763 Conquanto a carga de espaço da força universal seja homogênea e indiferenciada, a organização da energia, evoluída em matéria, requer a concentração da energia em massas discretas, de dimensões definidas e de peso estabelecido – uma reação precisa à gravidade.

42:6:2 4764 A gravidade local ou linear torna-se plenamente operativa com o surgimento da organização atômica da matéria. A matéria pré-atômica torna-se ligeiramente sensível à gravidade quando ativada por raios X e por outras energias similares, mas nenhum empuxo de atração da gravidade linear mensurável é exercido sobre as partículas livres, desagregadas e sem carga de energia-eletrônica, ou sobre os ultímatons não agrupados.

42:6:3 4765 Os ultímatons funcionam por atração mútua, respondendo apenas à atração circular da gravidade do Paraíso. Sem a reação à gravidade linear, eles mantêm-se vagando assim em um espaço universal. Os ultímatons são capazes de acelerar a sua velocidade de revolução, a ponto de atingir o comportamento de uma antigravidade parcial, mas não podem, independentemente dos diretores organizadores da força ou poder, atingir a velocidade crítica, na qual escapam para a desindividualização, e retornam ao estado de energia potencial. Na natureza, os ultímatons escapam do status de existência física apenas quando participam da ruptura terminal de um sol resfriado que se extingue.

42:6:4 4766 Os ultímatons, desconhecidos em Urântia, desaceleram-se passando por muitas atividades físicas antes de atingirem os pré-requisitos da energia de revolução para a organização eletrônica. Os ultímatons têm três variedades de movimentos: a resistência mútua à força cósmica, as rotações individuais de potencial antigravitacional, e as posições no interior do elétron da centena de ultímatons mutuamente interassociados.

42:6:5 4767 A atração mútua mantém cem ultímatons juntos na constituição do elétron; e nunca há mais nem menos do que cem ultímatons em um elétron típico. A perda de um ou mais ultímatons destrói a identidade típica eletrônica, trazendo assim à existência uma das dez formas modificadas do elétron.

42:6:6 4768 Os ultímatons não descrevem órbitas ou giros em torno dos circuitos dentro dos elétrons, mas espalham-se ou agrupam-se, de acordo com as suas velocidades de rotação axial, determinando assim as dimensões diferenciais eletrônicas. Essa mesma velocidade ultimatômica, de rotação axial, também determina as reações negativas ou positivas dos vários tipos de unidades eletrônicas. A segregação total e o agrupamento de matéria eletrônica, junto com a diferenciação elétrica, entre os corpos negativos e os positivos de matéria-energia, resultam dessas funções várias das interassociações dos ultímatons componentes.

42:6:7 4771 Cada átomo tem um diâmetro ligeiramente maior do que um quarto de milionésimo de milímetro enquanto um elétron pesa um pouco mais do que uma duodécima-milésima parte do menor átomo, o do hidrogênio. O próton positivo, característico do núcleo atômico, ainda que possa não ser maior do que um elétron negativo, pesa quase duas mil vezes mais.

42:6:8 4772 Se a massa da matéria fosse ampliada, a ponto de um elétron pesar 2,83 gramas, então o tamanho teria de ser aumentado proporcionalmente, e o volume desse elétron tornar-se-ia tão grande quanto o da Terra. Se o volume de um próton – mil e oitocentas vezes mais pesado do que um elétron – fosse ampliado até o tamanho da cabeça de um alfinete, nessa mesma proporção a cabeça do alfinete atingiria um diâmetro igual ao da órbita da Terra ao redor do sol.

7. MATÉRIA ATÔMICA


42:7:1 4773 Toda a matéria desenvolve-se em uma ordem semelhante à da formação de um sistema solar. No centro de cada universo diminuto de energia existe uma porção nuclear de existência material, relativamente estável e estacionária. Essa unidade central é dotada de uma possibilidade tríplice de manifestação. Em torno desse centro de energia giram, em uma profusão sem fim, mas em circuitos flutuantes, as unidades de energia que são vagamente comparáveis aos planetas que giram em torno do sol, em algum grupo estelar como o vosso próprio sistema solar.

42:7:2 4774 Dentro do átomo, os elétrons giram em torno do próton central, relativamente com o mesmo espaço que os planetas possuem para girar em torno do sol no espaço do sistema solar. Há uma distância relativa, em relação ao tamanho real, entre os núcleos atômicos e os circuitos eletrônicos internos, a qual corresponde à que existe entre o planeta mais interno, Mercúrio, e o vosso sol.

42:7:3 4775 As rotações axiais e as suas velocidades orbitais, em torno do núcleo, estão ambas além da imaginação humana, para não mencionar as velocidades dos seus ultímatons componentes. As partículas positivas do rádio voam para o espaço a velocidades de dezesseis mil quilômetros por segundo, enquanto as partículas negativas atingem uma velocidade que se aproxima daquela da luz.

42:7:4 4776 Os universos locais são de construção decimal. Há apenas uma centena de materializações atômicas distinguíveis da energia-espaço em um universo dual; e essa é a organização máxima possível da matéria em Nebadon. Essa centena de formas de matéria consiste de uma série regular na qual de um a cem elétrons giram em torno de um núcleo central relativamente compacto. É essa associação ordenada e confiável, de várias energias, que constitui a matéria.

42:7:5 4777 Nem todos os mundos exibirão uma centena de elementos reconhecíveis na sua superfície, mas em algum lugar esses elementos estarão ou terão estado presentes, ou encontram-se em processo de evolução. As condições que envolvem a origem e a evolução futura de um planeta determinam quantos dos cem tipos atômicos poderão ser encontrados. Os átomos mais pesados não são encontráveis na superfície de muitos mundos. Mesmo em Urântia os elementos mais pesados conhecidos manifestam uma tendência de estilhaçarem-se no ar, como é ilustrado pelo comportamento do rádio.

42:7:6 4778 A estabilidade do átomo depende do número de nêutrons eletricamente inativos no corpo central. O comportamento químico depende completamente da atividade dos elétrons livres em órbita.

42:7:7 4781 Em Orvonton nunca foi possível reunir naturalmente acima de cem elétrons orbitais em um sistema atômico. Sempre que se introduziu artificialmente cento e um no campo orbital, o resultado tem sempre sido um deslocamento quase instantâneo do próton central com a dispersão enlouquecida dos elétrons e de outras energias liberadas.

42:7:8 4782 Ainda que os átomos possam conter de um a cem elétrons em órbita, apenas os dez elétrons exteriores, dos átomos maiores, giram em torno do núcleo central, como corpos distintos e separados, intacta e compactamente girando em órbitas precisas e definidas. Os trinta elétrons mais próximos do centro são de observação e de detecção difícil, como corpos separados e organizados. Essa mesma proporção relativa de comportamento eletrônico, em relação à proximidade nuclear, prevalece em todos os átomos, a despeito do número de elétrons abrangido. Quanto mais próximo se está do núcleo, menos a individualização dos elétrons acontece. A extensão da energia ondulatória de um elétron pode assim espalhar-se para ocupar todas as órbitas atômicas menores; e isso é especialmente verdade sobre os elétrons mais próximos do núcleo atômico.

42:7:9 4783 Os trinta elétrons de órbitas mais internas têm individualidade, mas os seus sistemas de energia tendem a se intermesclar, estendendo-se de elétron a elétron, e quase que de órbita a órbita. Os próximos trinta elétrons constituem a segunda família, ou zona de energia; e são de uma individualidade mais pronunciada, os seus corpos de matéria exercem um controle mais completo sobre os sistemas de energia que os acompanham. Os próximos trinta elétrons, a terceira zona de energia, são ainda mais individualizados e circulam em órbitas mais distintas e definidas. Os dez últimos elétrons, presentes apenas nos dez elementos mais pesados, possuem a dignidade da independência e são, portanto, capazes de escapar mais ou menos livremente do controle do núcleo-mãe. Com um mínimo de variação de temperatura e pressão, os membros desse quarto grupo mais externo de elétrons escaparão da atração do núcleo central, como é ilustrado na dispersão espontânea do urânio e dos elementos semelhantes.

42:7:10 4784 Os primeiros vinte e sete átomos, aqueles que contêm de um a vinte e sete elétrons em órbita, são mais fáceis de serem distinguidos do que os restantes. Do vigésimo-oitavo, em diante, encontramos cada vez mais a imprevisibilidade da presença suposta do Absoluto Inqualificável. Um pouco dessa imprevisibilidade eletrônica, todavia, é causada pelas velocidades axiais das rotações ultimatômicas diferenciais e pela propensão inexplicada dos ultímatons de “amontoarem-se”. Outras influências – físicas, elétricas, magnéticas e gravitacionais – também colaboram para produzir comportamentos eletrônicos variáveis. Os átomos são, pois, semelhantes a pessoas quanto à previsibilidade. Os estatísticos podem anunciar leis que governam um grande número, seja de átomos, seja de pessoas; mas não individualmente para um único átomo, nem para uma única pessoa.

8. COESÃO ATÔMICA


42:8:1 4785 Ainda que a gravidade seja um dos vários fatores a contribuir para manter coeso um minúsculo sistema atômico, há, também presente, em meio a essas unidades físicas básicas, uma energia poderosa e desconhecida, e o segredo da sua constituição básica e do seu comportamento último é uma força que ainda não foi descoberta em Urântia. Tal influência universal permeia todo o espaço interior abrangido por essa mínima organização da energia.

42:8:2 4786 O espaço entre os elétrons de um átomo não é vazio. Dentro de um átomo, esse espaço entre os elétrons é ativado por manifestações ondulatórias que são perfeitamente sincronizadas com as velocidades de rotação dos elétrons e dos ultímatons. Essa força não é inteiramente dominada pelas leis reconhecidas por vós, de atração positiva e negativa; o seu comportamento, portanto, algumas vezes é imprevisível. Essa influência sem nome parece ser uma reação da força do espaço, da parte do Absoluto Inqualificável.

42:8:3 4791 Os prótons carregados e os nêutrons não carregados, do núcleo do átomo, são mantidos coesos pela função de reciprocidade do mésotron, uma partícula de matéria 180 vezes mais pesada do que o elétron. Sem esse arranjo, a carga elétrica contida nos prótons seria desagregadora do núcleo atômico.

42:8:4 4792 Do modo como os átomos são constituídos, nem as forças elétricas nem as gravitacionais poderiam manter o núcleo coeso. A integridade do núcleo é sustentada pela função coesiva recíproca do mésotron, que é capaz de conservar partículas carregadas e não carregadas em coesão, por causa do poder superior da massa-força e da função suplementar de levar os prótons e os nêutrons a mudarem constantemente de lugar. O mésotron faz com que a carga elétrica das partículas do núcleo seja trocada sem cessar, em um sentido e no outro, entre os prótons e os nêutrons. Num infinitésimo de segundo, uma dada partícula do núcleo é um próton carregado e, no próximo, é um nêutron não carregado. E essas alternâncias, no status da energia, são tão inacreditavelmente rápidas que a carga elétrica fica impedida de ter qualquer oportunidade de funcionar como uma influência desagregadora. Assim, o mésotron funciona como uma partícula “portadora de energia” que poderosamente contribui para a estabilidade nuclear do átomo.

42:8:5 4793 A presença e a função do mésotron explicam também outro enigma atômico. Quando os átomos atuam radioativamente, eles emitem muito mais energia do que seria esperado. Esse excesso de radiação deriva-se da quebra do mésotron “portador de energia”, que, por isso, transforma-se em um mero elétron. A desintegração do mésotron é também acompanhada pela emissão de certas partículas pequenas não carregadas.

42:8:6 4794 O mésotron explica certas propriedades coesivas do núcleo atômico, mas não é ele que gera a coesão entre próton e próton, nem a adesão de nêutron a nêutron. A força paradoxal e poderosa da integridade coesiva, no átomo, é uma forma de energia ainda não descoberta em Urântia.

42:8:7 4795 Esses mésotrons são abundantemente encontrados nos raios do espaço que incidem, tão incessantemente, sobre o vosso planeta.

9. A FILOSOFIA NATURAL


42:9:1 4796 A religião não é a única a ser dogmática; a filosofia natural tende igualmente a dogmatizar. Um renomado educador religioso chegou à conclusão de que o número sete era fundamental à natureza, porque há sete aberturas na cabeça humana; mas se ele tivesse sabido mais sobre a química, ele poderia ter advogado tal crença fundamentado em um fenômeno verdadeiro do mundo físico. Em todos os universos físicos do tempo e do espaço, apesar da manifestação universal da constituição decimal da energia, há uma reminiscência, sempre presente, da realidade da organização eletrônica sétupla da pré-matéria.

42:9:2 4797 O número sete é básico para o universo central e para o sistema espiritual de transmissões inerentes do caráter; mas o número dez, o sistema decimal, é inerente à energia, à matéria e à criação material. O mundo atômico, contudo, apresenta uma certa caracterização periódica que é recorrente em grupos de sete – uma marca de nascença que esse mundo material carrega e que indica a sua longínqua origem espiritual.

42:9:3 4801 Essa persistência sétupla da constituição criativa é exibida nos domínios químicos, como uma recorrência de propriedades químicas e físicas semelhantes, em grupos separados e periódicos de sete, quando os elementos básicos são arranjados segundo a ordem seqüencial dos seus pesos atômicos. Quando os elementos químicos de Urântia são, assim, ordenados em uma fila qualquer, uma certa qualidade ou propriedade tem a tendência de repetir-se a cada sete elementos. Essa mudança periódica a cada sete ocorre decrescentemente e com variações em toda a tábua química, sendo mais intensamente observável nos primeiros grupos ou de pesos atômicos mais baixos. A começar por qualquer elemento, após notar-se uma propriedade, essa qualidade irá mudar por seis elementos consecutivos, mas ao alcançar o oitavo, ela tende a reaparecer, isto é, o oitavo elemento, quimicamente ativo, assemelha-se ao primeiro, o nono ao segundo, e assim por diante. Esse fato, do mundo físico, aponta inequivocamente a constituição sétupla da energia ancestral e indica a realidade fundamental da diversidade sétupla das criações do tempo e do espaço. O homem deveria também notar que há sete cores no espectro natural.

42:9:4 4802 Mas nem todas as suposições da filosofia natural são válidas; e um exemplo é o éter hipotético, que representa uma tentativa engenhosa do homem para unificar a sua ignorância sobre o fenômeno do espaço. A filosofia do universo não pode ser elaborada com base nas observações da chamada ciência. Se a metamorfose de uma borboleta não fosse visível, um cientista estaria inclinado a negar a possibilidade da mesma desenvolver-se a partir de uma lagarta.

42:9:5 4803 A estabilidade física, associada à elasticidade biológica, está presente na natureza apenas por causa da quase infinita sabedoria possuída pelos Arquitetos Mestres da criação. Nada, a não ser a sabedoria transcendental, poderia jamais projetar unidades de matéria que são ao mesmo tempo tão estáveis e tão eficazmente flexíveis.

10. SISTEMAS NÃO-ESPIRITUAIS DE ENERGIAS UNIVERSAIS (SISTEMAS DE MENTE MATERIAL)


42:10:1 4804 O movimento sem fim da realidade cósmica relativa, fluindo desde a absolutez da monota do Paraíso, até a absolutez da potência do espaço, sugere certas evoluções de relacionamento, entre as realidades não-espirituais da Primeira Fonte e Centro – aquelas realidades que estão ocultas na potência do espaço, reveladas na monota, e provisoriamente divulgadas em níveis cósmicos intermediários. Esse ciclo eterno de energia, estando ligado ao circuito do Pai dos Universos, é absoluto e, em sendo absoluto, não é expansível de nenhuma forma, nem em valor; o Pai Primordial, entretanto – agora e sempre –, realiza em Si uma arena de significados, sempre em expansão, no espaço-tempo, e que transcende o espaço-tempo; uma arena de relações mutáveis, nas quais a matéria-energia está sendo progressivamente objeto do supracontrole do espírito vivo divino por intermédio de um esforço experiencial da mente viva e pessoal.

42:10:2 4805 As energias universais não-espirituais são reassociadas nos sistemas vivos de mentes não Criadoras, em vários níveis, alguns dos quais podem ser descritos como a seguir:

42:10:3 4806 1. Espíritos pré-ajudantes da mente. Este nível de mente é não-experiencial e, nos mundos habitados, é ministrado pelos Mestres Controladores Físicos. Essa é a mente mecânica, o intelecto não-ensinável, da forma mais primitiva de vida material; mas a mente não-ensinável funciona em muitos níveis, além daquele da vida planetária primitiva.

42:10:4 4811 2. Espíritos ajudantes da mente. Essa é uma ministração do Espírito Materno do universo local, funcionando através dos seus sete espíritos ajudantes da mente, no nível ensinável (não-mecânico) da mente material. Nesse nível, a mente material está experienciando: como intelecto subhumano (animal) por meio dos primeiros cinco ajudantes; como intelecto humano (moral) por intermédio dos sete ajudantes; como intelecto supra-humano (nos seres intermediários) por meio dos dois últimos ajudantes.

42:10:5 4812 3. Mentes moronciais em evolução – a consciência, em expansão, das personalidades em evolução, nas suas carreiras ascendentes no universo local. Esta é uma outorga do Espírito Materno do universo local, em conexão com o Filho Criador. Esse nível da mente indica a organização do tipo moroncial de veículo de vida, uma síntese do material e do espiritual que é efetuada pelos Supervisores do Poder Moroncial de um universo local. A mente moroncial funciona diferencialmente, em resposta aos 570 níveis da vida moroncial, demonstrando uma capacidade associativa crescente com a mente cósmica, nos níveis mais elevados de realização. Esse é o curso evolucionário das criaturas mortais, mas a mente de uma ordem não-moroncial é também outorgada por um Filho do Universo e por um Espírito do Universo, aos filhos não-moronciais das criações locais.

42:10:6 4813 A mente cósmica. Essa é a mente setuplamente diversificada do tempo e do espaço, cada fase da mesma sendo ministrada, por um dos Sete Espíritos Mestres, a um dos sete superuniversos. A mente cósmica engloba todos os níveis da mente finita e coordena-se experiencialmente com os níveis da deidade evolucionária da Mente Suprema, e transcendentalmente com o nível existencial da mente absoluta – os circuitos diretos do Agente Conjunto.

42:10:7 4814 No Paraíso, a mente é absoluta; em Havona, absonita; em Orvonton, finita. A mente indica sempre a presença-atividade da ministração viva, acrescida de sistemas de energia variada; e isso é verdade em todos os níveis e para todas as espécies de mentes. Mas, para além da mente cósmica, torna-se cada vez mais difícil descrever as relações da mente com a energia não espiritual. A mente de Havona é subabsoluta, mas é supra-evolucionária; sendo experiencial-existencial, ela está mais próxima do absonito do que de qualquer outro conceito revelado a vós. A mente do Paraíso está adiante da compreensão humana; ela é existencial, não-espacial e não-temporal. Entretanto, todos esses níveis de mente são sobrepujados pela presença universal do Agente Conjunto – pela atração da gravidade mental do Deus da mente no Paraíso.

11. MECANISMOS DO UNIVERSO


42:11:1 4815 Na avaliação e no reconhecimento da mente, deveria ser lembrado que o universo não é nem meramente mecânico, nem mágico; ele é uma criação da mente e um mecanismo com leis. Na aplicação prática, contudo, se as leis da natureza operam naquilo que parecem ser os reinos duais do físico e do espiritual, na realidade, eles são apenas um. A Primeira Fonte e Centro é a causa primordial de toda a materialização e, ao mesmo tempo, é o Pai primeiro, e o Pai final de todos os espíritos. O Pai do Paraíso aparece pessoalmente nos universos, fora de Havona, apenas como energia pura e espírito puro – como o Ajustador do Pensamento e outros fragmentos semelhantes.

42:11:2 4816 Os mecanismos não dominam, absolutamente, toda a criação; o universo dos universos é totalmente planejado pela mente, feito pela mente e administrado pela mente. Mas o mecanismo divino do universo dos universos é por demais perfeito, no todo, para que os métodos científicos da mente finita do homem nele possam discernir, no mínimo que seja, o domínio da mente infinita. Pois a mente que cria, controla e mantém não é nem a mente material, nem a mente da criatura; é a mente do espírito funcionando nos níveis criadores da realidade divina e a partir deles.

42:11:3 4821 A capacidade de discernir e de descobrir a mente, com base nos mecanismos do universo, depende inteiramente da habilidade, do escopo e da capacidade da mente investigadora empenhada nessa tarefa de observação. As mentes do espaço-tempo, organizadas a partir das energias do tempo e do espaço, ficam sujeitas aos mecanismos do tempo e do espaço.

42:11:4 4822 O movimento e a gravitação no universo são facetas gêmeas do mecanismo impessoal do espaço-tempo, no universo dos universos. Os níveis de sensibilidade à gravidade, para o espírito, a mente e a matéria, são totalmente independentes do tempo, mas apenas os níveis verdadeiros da realidade do espírito são independentes do espaço (são não-espaciais). Os níveis mais elevados da mente do universo – os níveis da mente espiritual – podem também ser não espaciais, mas os níveis da mente material, tais como a mente humana, são sensíveis às interações da gravitação do universo, apenas perdendo essa sensibilidade à proporção que se identificam com o espírito. Os níveis da realidade do espírito são reconhecidos pelo seu conteúdo de espírito; e a espiritualidade no tempo e no espaço é medida na proporção inversa da sensibilidade à gravidade linear.

42:11:5 4823 A sensibilidade à gravidade linear é uma medida quantitativa da energia não espiritual. Toda a massa – ou energia organizada – está sujeita a essa atração, a menos que o movimento e a mente atuem sobre ela. A gravidade linear é a força de coesão, de curto alcance, do macrocosmo, do mesmo modo que as forças da coesão interna do átomo são as forças de curto alcance do microcosmo. A energia física materializada, organizada naquilo que se chama de matéria, não pode atravessar o espaço sem ter a sua sensibilidade à gravidade linear alterada. Se bem que essa sensibilidade à gravidade seja diretamente proporcional à massa, ela é modificada pelo espaço intermediário, de um modo tal que o resultado final, quando expresso pelo inverso do quadrado da distância, nada mais é que grosseiramente aproximado. O espaço finalmente predomina sobre a gravitação linear por causa da presença, nele, das influências antigravitacionais de numerosas forças supramateriais que operam para neutralizar a ação da gravidade e todas as respostas a ela.

42:11:6 4824 Os mecanismos cósmicos extremamente complexos, e que aparentam surgir de um modo altamente automático, tendem sempre a esconder a presença da mente intrínseca que os originou ou criou, para toda e qualquer inteligência, no universo, que esteja em um nível muito abaixo daquele da natureza e da capacidade do mecanismo em si mesmo. E, por isso, torna-se inevitável que os mecanismos mais elevados do universo pareçam, para as ordens mais baixas de criaturas, não ter mente. A única exceção possível dessa conclusão seria a de atribuir uma mente ao incrível fenômeno de um universo, que aparentemente se automantém – mas essa é uma questão para a filosofia, mais do que de experiência real.

42:11:7 4825 Como a mente coordena o universo, a rigidez dos mecanismos não existe. O fenômeno da evolução progressiva, associado à automanutenção cósmica, é universal. A capacidade de evolução do universo é inexaurível para infinitude da espontaneidade. O progresso, no sentido da unidade harmoniosa, a síntese experiencial crescente superposta a uma complexidade sempre crescente de relações, só poderia ser alcançado por uma mente que tenha propósito e que seja dominante.

42:11:8 4826 Quanto mais elevada for a mente do universo, associada a um fenômeno universal qualquer, tanto mais difícil torna-se descobri-la para os tipos mais baixos de mente. E, já que a mente do mecanismo do universo é a mente-espírito criativa (a própria mente do Infinito), ela nunca pode ser descoberta ou percebida nunca pelas mentes de nível baixo do universo; e muito menos pela mente mais baixa de todas, a humana. A mente animal em evolução, conquanto seja naturalmente buscadora de Deus, não é por si mesma, nem em si mesma, inerentemente conhecedora de Deus.

12. MODELO E FORMA – O PREDOMÍNIO DA MENTE


42:12:1 4831 A evolução dos mecanismos implica e indica a presença oculta e a predominância da mente criativa. A capacidade do intelecto mortal de conceber, projetar e criar mecanismos automáticos demonstra que as qualidades superiores, criativas e plenas de propósito, da mente do homem, são a influência dominante no planeta. A mente tende sempre para a:

4832 1. Criação de mecanismos materiais.

4833 2. Descoberta de mistérios ocultos.

4834 3. Exploração de situações remotas.

4835 4. Formulação de sistemas mentais.

4836 5. Alcance dos objetivos da sabedoria.

4837 6. Realização de níveis do espírito.

4838 7. Cumprimento dos destinos divinos – supremos, últimos e absolutos.

42:12:2 4839 A mente é sempre criativa. O dom da mente de um indivíduo animal, mortal, moroncial, ascendente do espírito ou que tenha alcançado a finalidade, é sempre competente para produzir um corpo adequado e útil para a identidade da criatura vivente. Todavia, o fenômeno da presença de uma personalidade, ou do modelo de uma identidade, como tal, não é uma manifestação de energia, seja física, mental ou espiritual. A forma da personalidade é o aspecto modelar de um ser vivo; denota uma ordenação das energias, e isso, acrescentado à vida e ao movimento, é o mecanismo da existência da criatura.

42:12:3 48310 Mesmo os seres espirituais têm forma, e essas formas espirituais (os modelos) são reais. Até o tipo mais elevado de personalidades espirituais tem formas – presenças de personalidades análogas, em todos os sentidos, aos corpos mortais de Urântia. Quase todos os seres encontrados nos sete superuniversos possuem formas. Todavia, há umas poucas exceções a essa regra geral: os Ajustadores do Pensamento parecem existir sem uma forma, até fundirem-se com as almas sobreviventes dos seus colaboradores mortais. Os Mensageiros Solitários, os Espíritos Inspirados da Trindade, os Ajudantes Pessoais do Espírito Infinito, os Mensageiros por Gravidade, os Registradores Transcendentais e alguns outros também não têm formas descobertas. Contudo, são essas as raras exceções típicas; a grande maioria tem formas autênticas de personalidade, formas que são individualmente características e que são reconhecíveis e pessoalmente distinguíveis.

42:12:4 48311 A conexão da mente cósmica com a ministração dos espíritos ajudantes da mente desenvolve um tabernáculo físico adequado para o ser humano em evolução. De um modo semelhante, a mente moroncial individualiza a forma moroncial para todos os sobreviventes mortais. Do mesmo modo que um corpo mortal é pessoal e característico para cada ser humano, assim, a forma moroncial será altamente individual e adequadamente característica da mente criativa que o domina. Não há duas formas moronciais que sejam parecidas, como não há dois corpos humanos idênticos. Os Supervisores do Poder Moroncial patrocinam, e o serafim assistente providencia os materiais moronciais não diferenciados a partir dos quais a vida moroncial pode começar a trabalhar. E, após a vida moroncial, será constatado que as formas do espírito são igualmente diferentes, pessoais e características das respectivas mentes-espíritos que residem nelas.

42:12:5 48312 Num mundo material, vós pensais em um corpo como tendo um espírito; mas nós consideramos o espírito como tendo um corpo. Os olhos materiais são verdadeiramente as janelas da alma que nasce do espírito. O espírito é o arquiteto, a mente é o construtor, o corpo é a edificação material.

42:12:6 4841 As energias físicas, espirituais e mentais, como tais e nos seus estados puros, não interagem integralmente como factualizações no universo dos fenômenos. No Paraíso, as três energias estão coordenadas, em Havona têm de ser e são coordenadas; ao passo que, nos níveis de atividades finitas do universo, todas as gamas de predominâncias devem ser encontradas, a material, a mental e a espiritual. Em situações não pessoais do tempo e do espaço, a energia física parece predominar; mas também parece que quanto mais a função da mente-espírito aproxima-se da divindade, em propósito, e da supremacia, em ação, tanto mais nitidamente a fase do espírito torna-se predominante; parece também que, no nível último, o espírito-mente pode tornar-se quase completamente dominante. No nível absoluto, o espírito certamente é predominante. E daí em diante, no reino do tempo e do espaço, sempre que uma realidade do espírito divino esteja presente, sempre que uma mente-espírito real estiver funcionando, sempre haverá uma tendência a produzir uma contraparte material ou física daquela realidade do espírito.

42:12:7 4842 O espírito é a realidade criativa; a contraparte física é o reflexo, no tempo-espaço, da realidade do espírito, a repercussão física da ação criativa da mente-espírito.

42:12:8 4843 A mente domina universalmente a matéria, exatamente como esta, por sua vez, é sensível e responde ao controle último do espírito. E, no homem mortal, apenas aquela mente que livremente se submete ao direcionamento do espírito pode almejar sobreviver à existência mortal do espaço-tempo, tal uma criança imortal do mundo eterno do espírito do Supremo, do Último e do Absoluto: o Infinito.

42:12:9 4844 [Apresentado por um Mensageiro Poderoso a serviço em Nebadon, e a pedido de Gabriel.]

DOCUMENTO 43

AS CONSTELAÇÕES
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Em geral referimo-nos a Urântia como sendo o 606 de Satânia, em Norlatiadeque de Nebadon, significando o seiscentésimo sexto mundo habitado do sistema local de Satânia, situado na constelação de Norlatiadeque, uma das cem constelações do universo local de Nebadon. As constelações são a primeira divisão de um universo local; os seus governantes fazem a ligação dos sistemas locais de mundos habitados com a administração central do universo local em Salvington, e, por refletividade, com a superadministração dos Anciães dos Dias em Uversa.

43:0:2 4852 O governo da vossa constelação está situado em um agrupamento de 771 esferas arquitetônicas, das quais Edêntia é a mais central e a maior de todas, sendo a sede da administração dos Pais da Constelação, os Altíssimos de Norlatiadeque. A própria Edêntia é aproximadamente cem vezes maior do que o vosso mundo. As setenta maiores esferas que rodeiam Edêntia têm cerca de dez vezes o tamanho de Urântia, enquanto os dez satélites girando ao redor de cada um desses setenta mundos são aproximadamente do tamanho de Urântia. Essas 771 esferas arquitetônicas são equiparáveis em tamanho às de outras constelações.

43:0:3 4853 As unidades de tempo e de medida da distância, em Edêntia, são as mesmas de Salvington e, por que são as esferas das capitais do universo, os mundos-sede centrais da constelação estão plenamente supridos de todas as ordens de inteligências celestes. Em geral, essas personalidades não são muito diferentes das descritas em conexão com a administração do universo.

43:0:4 4854 Os serafins supervisores, a terceira ordem de anjos do universo local, são designados para o serviço das constelações. Eles têm a sua sede central nas esferas capitais, e ministram extensivamente aos mundos de aperfeiçoamento moroncial que os rodeiam. Em Norlatiadeque, as setenta esferas maiores, junto com os setecentos satélites menores, são habitadas pelos univitátias, os cidadãos permanentes da constelação. Todos esses mundos arquitetônicos são totalmente administrados pelos vários grupos de vida nativa, em sua maioria não revelados, mas que incluem os eficientes espirongas e os formosos espornágias. Sendo o ponto médio do regime de aperfeiçoamento moroncial, como vós poderíeis supor, a vida moroncial das constelações é tanto típica, quanto ideal.

1. AS SEDES CENTRAIS DAS CONSTELAÇÕES


43:1:1 4855 Os fascinantes platôs elevados, nas montanhas, são abundantes em Edêntia, com extensas elevações de matéria física coroada pela vida moroncial e coberta de glória espiritual, mas não há cadeias de montanhas escarpadas como as que aparecem em Urântia. Há dezenas de milhares de lagos resplandecentes e milhares e milhares de arroios que se intercomunicam, mas não há grandes oceanos, nem rios torrenciais. Apenas os planaltos são desprovidos dessas correntes superficiais.

43:1:2 4861 A água em Edêntia, e em esferas arquitetônicas semelhantes, não é diferente da água dos planetas evolucionários. Os sistemas de água, nessas esferas, são tanto superficiais quanto subterrâneos, e a umidade está em constante circulação. Edêntia pode ser circunavegada por meio de várias rotas fluviais, embora o sistema principal de transporte seja atmosférico. Os seres espirituais viajam naturalmente sobre a superfície da esfera, enquanto os seres moronciais e os materiais fazem uso de meios materiais e semimateriais para atravessarem a atmosfera.

43:1:3 4862 Edêntia e os seus mundos agregados têm uma atmosfera verdadeira, uma mistura usual de três gases que é característica dessas criações arquitetônicas, e que incorpora os dois elementos da atmosfera urantiana, mais aquele gás moroncial adequado à respiração das criaturas moronciais. Todavia, ao mesmo tempo em que essa atmosfera é tanto material quanto moroncial, não há nela nem tempestades nem furacões, não há verão, nem inverno. Essa ausência de perturbações atmosféricas e de variações nas estações torna possível embelezar todos os ambientes externos nesses mundos especialmente criados.

43:1:4 4863 Os planaltos de Edêntia têm características físicas magníficas, e a sua beleza é realçada pela profusão sem fim da vida que abunda em toda a sua extensão e largura. Exceto por umas poucas estruturas bastante isoladas, esses planaltos não contêm nenhuma obra feita pelas mãos de criaturas. A ornamentação material e moroncial limita-se às áreas habitadas. As elevações menos altas são os locais das residências especiais e são maravilhosamente ornadas com obras de arte biológicas e moronciais.

43:1:5 4864 Situadas nos cumes da sétima cadeia de planaltos, estão as salas de ressurreição de Edêntia, onde acordam os mortais ascendentes da ordem secundária modificada de ascensão. Essas câmaras de reconstituição de criaturas encontram-se sob a supervisão dos Melquisedeques. A primeira das esferas de recepção de Edêntia (como o planeta Melquisedeque, próximo de Salvington) também tem salas especiais de ressurreição, onde os mortais das ordens modificadas de ascensão são reconstituídos.

43:1:6 4865 Os Melquisedeques também mantêm duas Faculdades especiais em Edêntia. Uma, a escola de emergência, devota-se ao estudo dos problemas surgidos com a rebelião de Satânia. A outra, a escola de auto-outorga, é dedicada ao conhecimento dos novos problemas que surgem do fato de Michael ter feito a sua auto-outorga final em um dos mundos de Norlatiadeque. Essa última faculdade estabeleceu-se há quase quarenta mil anos, imediatamente depois do anúncio feito por Michael de que Urântia tinha sido escolhida como o mundo da sua auto-outorga final.

43:1:7 4866 O mar de cristal, a área de recepção de Edêntia, está próximo do centro administrativo e é circundado pelo anfiteatro da sede central. Em torno dessa área estão os centros de governo das setenta divisões dos assuntos da constelação. A metade de Edêntia está dividida em setenta seções triangulares, cujos limites convergem para os edifícios da sede central dos seus respectivos setores. O restante dessa esfera é um grande parque natural, os jardins de Deus.

43:1:8 4867 Durante as vossas visitas periódicas a Edêntia, embora todo o planeta esteja aberto à vossa observação, a maior parte do vosso tempo será gasta naquele triângulo administrativo cujo número corresponde ao do vosso mundo residencial atual. Como observadores, vós sereis sempre bem-vindos às assembléias legislativas.

43:1:9 4868 A área moroncial designada aos mortais ascendentes residentes em Edêntia está localizada na zona média do trigésimo quinto triângulo adjacente à sede central dos finalitores, situada no trigésimo sexto triângulo. A sede central geral dos univitátias ocupa uma área enorme na região central do trigésimo quarto triângulo, imediatamente adjacente à reserva residencial dos cidadãos moronciais. Desses arranjos, pode-se perceber que foi preparada a acomodação de, pelo menos, setenta divisões maiores de vida celeste e, também, que cada uma dessas setenta áreas triangulares está correlacionada a uma das setenta esferas maiores de aperfeiçoamento moroncial.

43:1:10 4871 O mar de cristal de Edêntia é um enorme cristal circular, de cerca de cento e sessenta quilômetros de circunferência e com cerca de cinqüenta quilômetros de profundidade. Esse cristal magnífico serve como campo de recepção para todos os serafins de transporte e para os outros seres que chegam de pontos de fora da esfera; esse mar de cristal facilita grandemente a aterrissagem dos serafins de transporte.

43:1:11 4872 Um campo de cristal dessa ordem pode ser encontrado em quase todos os mundos arquitetônicos; e serve a muitos propósitos, afora o seu valor decorativo, sendo utilizado para ilustrar a refletividade do superuniverso aos grupos reunidos ali, e como um fator na técnica da transformação de energia, para modificar as correntes do espaço e adaptar as outras correntes de energias físicas que chegam.

2. O GOVERNO DA CONSTELAÇÃO


43:2:1 4873 As constelações são as unidades autônomas de um universo local; cada constelação é administrada de acordo com os seus próprios atos legislativos. Quando as cortes de Nebadon se reúnem para o julgamento dos assuntos do universo, todas as questões internas são julgadas de acordo com as leis que prevalecem na constelação envolvida. Esses atos judiciais de Salvington, junto com os atos legislativos das constelações, são executados pelos administradores dos sistemas locais.

43:2:2 4874 As constelações, assim, funcionam como unidades legislativas ou elaboradoras de leis, enquanto os sistemas locais servem como unidades de execução ou de imposição dessas leis. O governo de Salvington é a autoridade judicial suprema e coordenadora.

43:2:3 4875 Embora a função judicial suprema recaia sobre a administração central de um universo local, há dois tribunais, subsidiários, porém maiores, nas sedes centrais de cada constelação, o conselho Melquisedeque e a corte dos Altíssimos.

43:2:4 4876 Todos os problemas judiciais são primeiramente revistos pelo conselho Melquisedeque. Doze dessa ordem de seres, que têm passado por certas experiências de pré-requisito nos planetas evolucionários e nos mundos-sede centrais dos sistemas, possuem o poder de rever as evidências, de assimilar a defesa e de formular veredictos provisórios, os quais são passados à corte do Altíssimo, o Pai reinante da Constelação. A divisão mortal deste último tribunal consiste de sete juízes, todos os quais são mortais ascendentes. Quanto mais alto vós ascendeis no universo, tanto mais certo será que ireis ser julgados por aqueles da vossa própria espécie.

43:2:5 4877 O corpo legislativo da constelação está dividido em três grupos. O programa legislativo de uma constelação origina-se na casa mais baixa dos seres ascendentes, um grupo presidido por um finalitor e consistindo de mil representantes mortais. Cada sistema indica dez membros para essa assembléia deliberativa. Em Edêntia, atualmente, esse corpo não está preenchido por inteiro.

43:2:6 4878 A câmara média de legisladores é composta das hostes seráficas e dos seus colaboradores, outros filhos do Espírito Materno do universo local. Esse grupo consta de cem membros e é indicado pelas personalidades supervisoras, as quais presidem às várias atividades desses seres na medida em que eles funcionam dentro da constelação.

43:2:7 4881 O corpo consultivo, ou o mais elevado corpo de legisladores da constelação, consiste da câmara dos pares – a casa dos Filhos divinos. Esse corpo é escolhido pelos Pais Altíssimos, em número de dez. Apenas os Filhos de experiência especial podem servir nessa elevada câmara. Esse grupo ocupa-se em determinar os fatos e em poupar tempo e, muito eficazmente, serve a ambas as divisões menos elevadas da assembléia legislativa.

43:2:8 4882 O conselho combinado dos legisladores consiste de três membros de cada um desses ramos separados, da assembléia deliberativa da constelação; e a ele preside o Altíssimo júnior reinante. Esse grupo sanciona a forma final de todas as leis e autoriza a sua promulgação por intermédio dos difusores. A aprovação dessa comissão suprema faz dos atos legislativos a lei do reino; os seus atos são finais. Os pronunciamentos legislativos de Edêntia constituem a lei fundamental de Norlatiadeque.

3. OS ALTÍSSIMOS DE NORLATIADEQUE


43:3:1 4883 Os governantes das constelações são da ordem Vorondadeque de filiação do universo local. Quando encarregados, no dever ativo do universo, como governantes das constelações, ou de qualquer outro modo, esses Filhos são conhecidos como os Altíssimos, pois incorporam a sabedoria administrativa mais elevada, acompanhada de uma lealdade de grande clarividência e da maior inteligência, de todas as ordens dos Filhos de Deus, do Universo Local. A integridade pessoal deles e a lealdade do seu grupo nunca foram questionadas; nenhuma deslealdade dos Filhos Vorondadeques jamais ocorreu em Nebadon.

43:3:2 4884 Pelo menos três Filhos Vorondadeques encontram-se incumbidos, por Gabriel, de funcionarem como os Altíssimos de cada uma das constelações de Nebadon. O membro que preside a esse trio é conhecido como o Pai da Constelação, e os seus dois colaboradores como o Altíssimo sênior e o Altíssimo júnior. Um Pai da Constelação reina por dez mil anos-padrão (cerca de 50 000 dos anos de Urântia), tendo servido previamente como colaborador júnior e como colaborador sênior por períodos iguais.

43:3:3 4885 O salmista sabia que Edêntia era governada por três Pais da Constelação e deste modo falou da sua morada, no plural: “Há um rio cujas correntes alegrarão a cidade de Deus, o lugar mais sagrado dos tabernáculos dos Altíssimos”.

43:3:4 4886 Através das idades, tem havido grande confusão, em Urântia, a respeito dos vários governantes do universo. Muitos dos educadores recentes confundiram as suas deidades tribais vagas e indefinidas com os Pais Altíssimos. E, ainda mais tarde, os hebreus fundiram todos esses governantes celestes em uma Deidade composta. Um educador compreendeu que os Altíssimos não eram os Governantes Supremos, pois disse: “Ele, que mora no lugar secreto do Altíssimo, viverá à sombra do Todo-Poderoso”. Nos registros de Urântia é muito difícil, às vezes, saber exatamente a quem se refere o termo “Altíssimo”. Daniel, porém, compreendeu plenamente essa questão. Disse ele: “O Altíssimo governa no reino dos homens e entrega-o a quem ele deseja”.

43:3:5 4887 Os Pais da Constelação ocupam-se pouco com os indivíduos de um planeta habitado, mas estão intimamente associados às funções do fazer as leis e legislar nas constelações; o que, de um modo tão amplo, concerne a cada raça e grupo mortal nacional dos mundos habitados.

43:3:6 4891 Ainda que o regime da constelação se interponha entre vós e a administração do universo, como indivíduos, vós estaríeis ordinariamente pouco ocupados com o governo da constelação. O vosso grande interesse, normalmente, estaria centrado no sistema local, Satânia; mas, temporariamente, Urântia está ligada de modo estreito aos governantes da constelação, por causa de certas condições do sistema e do planeta, em conseqüência da rebelião de Lúcifer.

43:3:7 4892 Os Altíssimos de Edêntia tomaram posse de certas fases da autoridade dos mundos rebeldes, na época da secessão de Lúcifer. Eles continuaram a exercer esse poder, e os Anciães dos Dias, há muito, confirmaram que eles podiam assumir o controle sobre esses mundos desviados. Eles irão, sem dúvida, continuar a exercer essa jurisdição assumida, enquanto Lúcifer viver. Geralmente, em um sistema leal, muito dessa autoridade seria investida no Soberano do Sistema.

43:3:8 4893 Mas há ainda um outro aspecto que fez Urântia tornar-se peculiarmente relacionada aos Altíssimos. Quando Michael, o Filho Criador, se encontrava na sua missão final de auto-outorga, já que o sucessor de Lúcifer não estava em plena autoridade no sistema local, todos os assuntos de Urântia que diziam respeito à auto-outorga de Michael foram imediatamente supervisionados pelos Altíssimos de Norlatiadeque.

4. O MONTE DA ASSEMBLÉIA – OS FIÉIS DOS DIAS


43:4:1 4894 O mais sagrado monte de reuniões de Edêntia é o local de morada do representante da Trindade do Paraíso, o Fiel dos Dias que atua ali.

43:4:2 4895 Esse Fiel dos Dias é um Filho da Trindade do Paraíso e tem estado presente em Edêntia, como o representante pessoal de Emanuel, desde a criação do mundo-sede central. Sempre o Fiel dos Dias permanece à mão direita dos Pais da Constelação, para aconselhá-los, mas nunca se manifesta, a menos que isso lhe seja solicitado. Os altos Filhos do Paraíso nunca participam da condução dos assuntos de um universo local, exceto a pedido dos governantes que atuam nesses domínios. Mas tudo o que um União dos Dias é para um Filho Criador, um Fiel dos Dias é, para os Altíssimos de uma constelação.

43:4:3 4896 A residência do Fiel dos Dias de Edêntia é o centro, na constelação, do sistema de comunicação e de informação extra-universal do Paraíso. Esses Filhos da Trindade, com a sua assessoria de personalidades de Havona e do Paraíso, em conexão com o União dos Dias na supervisão, estão em comunicação direta e constante com as suas ordens, em todos os universos e mesmo em Havona e no Paraíso.

43:4:4 4897 O monte mais sagrado é refinadamente belo e maravilhosamente instalado; e a residência, de fato, do Filho do Paraíso é modesta, se comparada com a morada central dos Altíssimos e as setenta estruturas que a rodeiam, e que compreendem as unidades residenciais dos Filhos Vorondadeques. Essas instalações são exclusivamente residenciais; elas são inteiramente separadas dos imensos edifícios das sedes centrais administrativas, onde os assuntos da constelação são tratados.

43:4:5 4898 Em Edêntia, a residência do Fiel dos Dias está localizada ao norte dessas residências dos Altíssimos; e é conhecida como o “monte da Assembléia do Paraíso”. Nesse planalto consagrado, os mortais ascendentes reúnem-se periodicamente para escutar esse Filho do Paraíso contar a longa e fascinante viagem dos mortais em progresso, através do bilhão dos mundos perfeitos de Havona e até as indescritíveis delícias do Paraíso. E é nesses encontros especiais, no monte da Assembléia, que os mortais moronciais conhecem mais plenamente os vários grupos de personalidades que têm origem no universo central.

43:4:6 4901 O traidor Lúcifer, certa vez soberano de Satânia, ao anunciar suas exigências, de ter uma jurisdição maior, buscava deslocar todas as ordens superiores de filiação no plano de governo do universo local. Ele, no seu coração, tinha lá os seus propósitos ao dizer: “Eu elevarei o meu trono acima dos Filhos de Deus; assentar-me-ei no monte da Assembléia no norte; eu serei como o Altíssimo”.

43:4:7 4902 Os cem soberanos de Sistemas vêm, periodicamente, aos conclaves de Edêntia, que deliberam sobre o bem-estar da constelação. Após a rebelião de Satânia, os arqui-rebeldes de Jerusém pretendiam ir a esses conselhos de Edêntia, exatamente como o haviam feito em ocasiões anteriores. E não houve nenhum modo de parar com essa afronta arrogante, a não ser depois da auto-outorga de Michael, em Urântia, e depois de haver ele assumido, posteriormente, a soberania ilimitada em todo o Nebadon. Nunca mais, desde esse dia, foi permitido a esses instigadores do pecado sentar-se nos conselhos leais dos Soberanos de Sistemas em Edêntia.

43:4:8 4903 Que os educadores dos tempos antigos sabiam dessas coisas, é mostrado nos registros: “E houve um dia em que os Filhos de Deus vieram apresentar-se diante dos Altíssimos, e Satã veio também e apresentou-se entre deles”. E essa é uma declaração de fato, independentemente do contexto ao qual possa parecer estar ligada.

43:4:9 4904 Desde o triunfo de Cristo, toda a Norlatiadeque está sendo purificada do pecado e dos rebeldes. Pouco antes da morte de Michael na carne, Satã, o parceiro caído de Lúcifer, tentou estar presente a esse conclave de Edêntia, mas a solidificação dos sentimentos contra os arqui-rebeldes havia atingido um ponto em que as portas da compaixão estavam quase tão universalmente fechadas que não deram nenhum chão aos inimigos de Satânia. Quando não há nenhuma porta aberta para a recepção do mal, não existe oportunidade para nutrir-se o pecado. As portas dos corações de toda a Edêntia fecharam-se contra Satã; ele foi rejeitado, por unanimidade, pelos Soberanos de Sistemas reunidos, e nessa época o Filho do Homem “contemplou Satã cair, como um relâmpago, dos céus”.

43:4:10 4905 Desde a rebelião de Lúcifer, uma nova estrutura é mantida próxima à residência do Fiel dos Dias. Esse edifício temporário é a sede central da ligação com o Altíssimo, que funciona em contato íntimo com o Filho do Paraíso, como conselheiro do governo da constelação, para todas as questões que dizem respeito à política e à atitude da ordem dos Dias para com o pecado e a rebelião.

5. OS PAIS DE EDÊNTIA, DESDE A REBELIÃO DE LÚCIFER


43:5:1 4906 A rotação dos Altíssimos, em Edêntia, ficou suspensa na época da rebelião de Lúcifer. Temos, atualmente, os mesmos governantes que estavam no posto, naquele tempo. Inferimos que nenhuma mudança nesses governantes será feita, até que se decida finalmente sobre Lúcifer e os seus parceiros.

43:5:2 4907 O governo atual da constelação, contudo, expandiu-se para incluir doze Filhos da ordem dos Vorondadeques. Esses doze são os seguintes:

43:5:3 4908 1. O Pai da Constelação. O atual governante Altíssimo de Norlatiadeque tem o número 617 318 da série Vorondadeque de Nebadon. Ele prestou serviço em muitas constelações, em todo o nosso universo local, antes de encarregar-se das suas responsabilidades atuais em Edêntia.

43:5:4 4909 2. O Altíssimo colaborador sênior.

43:5:5 4911 3. O Altíssimo colaborador júnior.

43:5:6 4912 4. O conselheiro Altíssimo, representante pessoal de Michael, desde que ele atingiu o status de Filho Mestre.

43:5:7 4913 5. O executivo Altíssimo, representante pessoal de Gabriel, posto em Edêntia, desde a rebelião de Lúcifer.

43:5:8 4914 6. O Altíssimo dirigente dos observadores planetários, diretor dos observadores Vorondadeques postos nos mundos isolados de Satânia.

43:5:9 4915 7. O árbitro Altíssimo, o Filho Vorondadeque a quem foi confiado o dever de ajustar todas as dificuldades conseqüentes da rebelião dentro da constelação.

43:5:10 4916 8. O Altíssimo administrador emergencial, o Filho Vorondadeque encarregado da tarefa de adaptar os atos emergenciais da legislação de Norlatiadeque para os mundos de Satânia, isolados pela rebelião.

43:5:11 4917 9. O mediador Altíssimo, o Filho Vorondadeque designado para harmonizar os ajustes especiais da auto-outorga de Urântia, com a administração de rotina da constelação. A presença de certas atividades de arcanjos e inúmeras outras ministrações, não regulares, em Urântia, junto com as atividades especiais dos Brilhantes Estrelas Vespertinos em Jerusém, torna a função desse Filho necessária.

43:5:12 4918 10. O juiz-advogado Altíssimo, dirigente do tribunal de emergência, devotado ao ajustamento dos problemas especiais de Norlatiadeque, advindos da confusão conseqüente da rebelião de Satânia.

43:5:13 4919 11. O agente de ligação Altíssimo, o Filho Vorondadeque agregado aos governantes de Edêntia, mas servindo como um conselheiro especial, junto aos Fiéis dos Dias, no que diz respeito ao melhor curso a ser seguido no desenvolvimento das questões pertinentes à rebelião e à deslealdade da criatura.

43:5:14 49110 12. O diretor Altíssimo, presidente do conselho de emergência de Edêntia. Todas as personalidades designadas para Norlatiadeque, por motivo da sublevação de Satânia, constituem o conselho de emergência, e o seu oficial-presidente é um Filho Vorondadeque de extraordinária experiência.

43:5:15 49111 E aqui não estamos levando em conta os inúmeros Vorondadeques, enviados das constelações de Nebadon, e os outros que são também residentes em Edêntia.

43:5:16 49112 Desde a rebelião de Lúcifer, os Pais de Edêntia têm dedicado um cuidado especial a Urântia e aos outros mundos isolados de Satânia. Há muito, o profeta reconheceu a mão controladora dos Pais da Constelação nos assuntos das nações. “Quando o Altíssimo dividiu entre as nações a sua herança, quando separou os filhos de Adão, ele estabeleceu os limites dos povos. ”

43:5:17 49113 Cada mundo isolado, ou em quarentena, tem um Filho Vorondadeque atuando como observador. Ele não participa da administração planetária, excetuando-se quando o Pai da Constelação ordena que ele intervenha nos assuntos das nações. Na realidade, é esse observador Altíssimo que “governa nos reinos dos homens”. Urântia é um dos mundos isolados de Norlatiadeque, e um observador Vorondadeque tem permanecido estacionado neste planeta, desde a traição de Caligástia. Quando Maquiventa Melquisedeque ministrou, sob uma forma semimaterial, em Urântia, ele prestou honra respeitosa ao observador Altíssimo, então em missão, como está escrito: “E Melquisedeque, rei de Salém, foi o sacerdote do Altíssimo”. Melquisedeque revelou as relações de Abraão com esse observador Altíssimo, quando ele disse: “E abençoado seja o Altíssimo, que entregou os vossos inimigos nas vossas mãos”.

6. OS JARDINS DE DEUS


43:6:1 4921 As capitais dos sistemas são particularmente embelezadas com construções materiais e minerais, ao passo que a sede central do universo reflete mais a glória espiritual, mas as capitais das constelações são o ponto alto das atividades moronciais e dos embelezamentos vivos. Nos mundos-sedes das constelações, a beleza viva é utilizada de um modo mais geral, e é essa preponderância da vida – a arte botânica – que leva esses mundos a serem chamados de “os jardins de Deus”.

43:6:2 4922 Cerca da metade de Edêntia dedica-se aos refinados jardins dos Altíssimos, e tais jardins estão entre as mais encantadoras das criações moronciais do universo local. Isso explica por que os locais extraordinariamente belos, nos mundos habitados de Norlatiadeque, são tão freqüentemente chamados de “o jardim do Éden”.

43:6:3 4923 Centralmente localizado, nesse magnífico jardim, está o templo de adoração dos Altíssimos. O salmista deve ter sabido de algo, sobre essas coisas, pois escreveu: “Quem irá ascender às colinas dos Altíssimos? Quem se manterá nesse lugar sagrado? Ele, que tem as mãos limpas e um coração puro, que não levou a sua alma à vaidade, nem jurou enganosamente”. Nesse templo, os Altíssimos, a cada décimo dia de relaxamento, conduzem toda a Edêntia à contemplação adoradora de Deus, o Supremo.

43:6:4 4924 Os mundos arquitetônicos desfrutam de dez formas de vida, da ordem material. Em Urântia, há a vida vegetal e há a vida animal, mas, em um mundo como Edêntia, há dez divisões de ordens materiais de vida. Pudésseis vós ver essas dez divisões da vida em Edêntia, e iríeis rapidamente classificar as primeiras três como vegetais e as últimas três como animais, mas seríeis totalmente incapazes de compreender a natureza dos quatro grupos intermediários de formas de vida, de tão prolíficas e fascinantes.

43:6:5 4925 Mesmo a vida distinguivelmente animal é muito diferente da dos mundos evolucionários; e tão diferente que é completamente impossível retratar, para as mentes mortais, o caráter singular e a natureza afetuosa dessas criaturas que não falam. Há milhares e milhares de criaturas vivas, que a vossa imaginação certamente não poderia conceber. Toda a criação animal é de uma ordem inteiramente diferente das espécies animais grosseiras dos planetas evolucionários. Contudo, toda essa vida animal é bastante inteligente e deliciosamente prestativa, e todas as várias espécies são surpreendentemente gentis e de um companheirismo tocante. Não há criaturas carnívoras nesses mundos arquitetônicos; nada há, em toda a Edêntia, que faça qualquer ser vivo ter medo.

43:6:6 4926 A vida vegetal é também muito diferente daquela de Urântia, pois consiste tanto das variedades materiais como das moronciais. As de desenvolvimento material têm uma coloração verde característica, mas os equivalentes moronciais da vida vegetal têm um matiz violáceo ou de orquídea, de nuances e reflexos variáveis. Essa vegetação moroncial é um desenvolvimento integralmente energético; quando ingerida, não há nenhuma porção residual.

43:6:7 4927 Sendo dotados com dez divisões de vida física, para não mencionar as variações moronciais, esses mundos arquitetônicos fornecem possibilidades imensas para a decoração biológica da paisagem e das estruturas materiais e moronciais. Os artesãos celestes dirigem os espornágias nativos nesse amplo trabalho de decoração botânica e de embelezamento biológico. Os vossos artistas devem recorrer à pintura inerte e ao mármore sem vida para retratar os seus conceitos, os artesãos celestes e os univitátias, porém, mais freqüentemente utilizam os materiais vivos para representar as suas idéias e para captar os seus ideais.

43:6:8 4931 Se apreciais as flores, os arbustos e as árvores de Urântia, então ireis ter uma festa para os vossos olhos, com a beleza botânica e a grandeza floral dos jardins supernos de Edêntia. Mas está além dos meus poderes de descrição tentar transmitir à mente mortal um conceito adequado dessas belezas dos mundos celestes. Verdadeiramente, a vista não viu essas glórias que aguardam a vossa chegada nesses mundos da aventura de ascensão mortal.

7. OS UNIVITÁTIAS


43:7:1 4932 Os univitátias são os cidadãos permanentes de Edêntia e seus mundos interligados; todos os setecentos e setenta mundos que giram em torno da sede central da constelação estão sob a supervisão deles. Esses filhos do Filho Criador e do Espírito Criativo Materno são projetados em um plano de existência entre o material e o espiritual, mas eles não são criaturas moronciais. Os nativos de cada uma das setenta esferas maiores de Edêntia possuem diferentes formas visíveis, e os mortais moronciais têm as suas formas moronciais sincronizadas para corresponder à escala ascendente dos univitátias, cada vez que mudam de residência, de uma esfera de Edêntia para outra, à medida que passam gradativamente do mundo de número um para o mundo de número setenta.

43:7:2 4933 Espiritualmente, os univitátias são iguais; intelectualmente, eles variam como os mortais; na forma, parecem-se muito com o estado moroncial de existência, e são criados para funcionarem em setenta ordens diversas de personalidade. Cada uma dessas ordens de univitátias tem dez variações maiores de atividade intelectual, e cada um desses tipos intelectuais variantes preside ao aperfeiçoamento especial e às escolas culturais de socialização progressiva, ocupacional ou prática, de um dentre dez dos satélites que giram em volta de cada um dos mundos maiores de Edêntia.

43:7:3 4934 Esses setecentos mundos menores são esferas técnicas de instrução prática sobre a operação de todo o universo local, e estão abertos a todas as classes de seres inteligentes. Essas escolas de aperfeiçoamento para habilidades específicas e conhecimentos técnicos não são conduzidas exclusivamente para os mortais ascendentes, apesar de os estudantes moronciais constituírem, de longe, o maior grupo de todos os que freqüentam esses cursos de aperfeiçoamento. Quando fordes recebidos em qualquer desses setenta mundos maiores de cultura social, ser-vos-á imediatamente dada a permissão para irdes a cada um dos dez satélites que os cercam.

43:7:4 4935 Nas várias colônias de cortesia, os mortais moronciais ascendentes predominam junto aos diretores de retrospecção, mas os univitátias representam o grupo maior ligado ao corpo de artesãos celestes, de Nebadon. Em todo o Orvonton, excetuando-se os abandonteiros de Uversa, nenhum ser de fora de Havona pode igualar-se aos univitátias em habilidade artística, adaptabilidade social e inteligência coordenadora.

43:7:5 4936 Esses cidadãos da constelação não são de fato membros do corpo de artesãos, mas trabalham livremente com todos os grupos e contribuem muito para transformar os mundos da constelação nas esferas principais, para a realização das magníficas possibilidades artísticas da cultura de transição. Eles não funcionam além dos confins dos mundos-sedes da constelação.

8. OS MUNDOS DE APERFEIÇOAMENTO DE EDÊNTIA


43:8:1 4937 Edêntia e as esferas que giram em torno dela receberam uma dotação física quase perfeita; elas não poderiam igualar-se à grandeza espiritual das esferas de Salvington, mas ultrapassam, em muito, as glórias dos mundos educacionais de Jerusém. Todas essas esferas de Edêntia são energizadas, diretamente, pelas correntes universais do espaço: com os seus enormes sistemas de poder, não apenas material, mas também moroncial, elas são competentemente supervisionadas e distribuídas pelos centros das constelações, assistidos por um corpo competente de Mestres Controladores Físicos e Supervisores Moronciais do Poder.

43:8:2 4941 O tempo passado nos setenta mundos educacionais de cultura moroncial de transição, somado ao tempo de ascensão mortal, em Edêntia, forma o período mais estabilizado na carreira de um mortal ascendente, até o status de finalitor; essa é, pois, realmente a vida moroncial típica. Do mesmo modo que sereis ressintonizados todas as vezes que tiverdes de passar de um mundo cultural maior até outro, vós ireis manter o mesmo corpo moroncial; e não há períodos de inconsciência da personalidade.

43:8:3 4942 A vossa permanência, em Edêntia e nas suas esferas interligadas, será ocupada principalmente com a mestria da ética grupal, o segredo do inter-relacionamento agradável e profícuo, entre as várias ordens de personalidades inteligentes do universo e do superuniverso.

43:8:4 4943 Nos mundos das mansões, vós ireis completar a unificação da personalidade do mortal em evolução; na capital do sistema, vós tereis alcançado a cidadania de Jerusém e tereis atingido a boa vontade de submeter o ego às disciplinas das atividades em grupo e empreendimentos coordenados; mas agora, nos mundos de educação da constelação, vós ireis alcançar a socialização real da vossa personalidade moroncial em evolução. Essa superna aquisição cultural consiste em aprender:

43:8:5 4944 1. Como viver com felicidade e trabalhar eficazmente com dez companheiros moronciais diversos, dez desses grupos estando agrupados em uma companhia de cem indivíduos e, depois, federados em corpos de mil.

43:8:6 4945 2. Como coabitar alegremente e cooperar sinceramente com dez univitátias, os quais, ainda que sejam semelhantes intelectualmente aos seres moronciais, são muito diferentes, em todos os outros sentidos. E então vós deveis funcionar com esse grupo de dez, enquanto ele se coordena com outras dez famílias, que, por sua vez, são confederadas em um corpo de mil univitátias.

43:8:7 4946 3. Como conseguir ajustar-se simultaneamente tanto aos companheiros moronciais quanto a esses univitátias anfitriões. Adquirir a capacidade de cooperar voluntária e eficazmente com a vossa própria ordem de seres, em associação íntima de trabalho com um grupo de criaturas inteligentes e de algum modo dessemelhantes.

43:8:8 4947 4. Como, funcionando assim socialmente, junto com seres semelhantes e não semelhantes a vós próprios, conseguir entrar em harmonia intelectual com eles, e efetuar os ajustes vocacionais com ambos os grupos de colaboradores.

43:8:9 4948 5. Como, ao mesmo tempo, conseguir uma socialização satisfatória da personalidade, no nível intelectual e no nível vocacional; como aperfeiçoar mais ainda a capacidade de viver em contato íntimo com seres semelhantes e ligeiramente diferentes, com irritabilidade gradativamente decrescente e ressentimentos cada vez menores. Os diretores de retrospecção contribuem muito para essa última realização, mediante suas atividades grupais com jogos.

43:8:10 4949 6. Como ajustar todas essas técnicas variadas de socialização, para fazer prosseguir a coordenação progressiva da carreira de ascensão ao Paraíso; ampliando a própria visão do universo, e aumentando a capacidade de compreender os significados das metas eternas intrínsecas a essas atividades, aparentemente insignificantes, do tempo e do espaço.

43:8:11 49410 7. E, de que forma, então, elevar ao extremo, como em um clímax, todos esses procedimentos de multissocialização, com a concomitância de um engrandecimento do discernimento espiritual, no que lhe são pertinentes as ampliações de todas as fases do dom pessoal, por meio de uma associação grupal espiritual e de uma coordenação moroncial. Intelectual, social e espiritualmente, duas criaturas morais não duplicam, meramente, os seus potenciais pessoais de realização no universo, pela técnica da associação; elas estão muito mais próximas de quadruplicar as suas possibilidades de êxito e de realização.

43:8:12 4951 Nós retratamos a socialização de Edêntia como uma associação entre um mortal moroncial e um grupo familiar de univitátias, consistindo de dez indivíduos diferentes intelectualmente, em concomitância com uma associação semelhante com dez companheiros moronciais. Todavia, nos dez primeiros sete mundos maiores, apenas um mortal ascendente vive com dez univitátias. No segundo grupo, de sete mundos maiores, dois mortais habitam com cada grupo nativo de dez; e assim por diante, até que, no último grupo de sete esferas maiores, dez seres moronciais estão domiciliados com dez univitátias. À medida que aprenderdes como melhor socializar-vos com os univitátias, vós ireis praticar essa ética desenvolvida nas vossas relações com os vossos companheiros moronciais que progridem convosco.

43:8:13 4952 Como mortais ascendentes, vós desfrutareis da vossa permanência nos mundos de progresso de Edêntia, mas não ireis experienciar aquela emoção pessoal de satisfação que caracteriza o vosso contato inicial com os assuntos do universo, nas sedes centrais dos sistemas, nem o vosso contato de despedida com essas realidades, nos mundos finais da capital do universo.

9. A CIDADANIA EM EDÊNTIA


43:9:1 4953 Depois da graduação no mundo de número setenta, os mortais ascendentes fixam a sua residência em Edêntia. Agora os ascendentes, pela primeira vez, comparecem às “assembléias do Paraíso” e ouvem a história da sua longa carreira como é retratada pelos Fiéis dos Dias, seres da primeira ordem de Personalidades com origem na Trindade Suprema que eles já conheceram.

43:9:2 4954 Toda essa permanência nos mundos educacionais da constelação, culminando com a cidadania em Edêntia, é um período de bênção verdadeira e celeste para os progressores moronciais. Por meio da vossa permanência nos mundos do sistema, vós estivestes evoluindo, de um estado próximo ao do animal até o de uma criatura moroncial; vós éreis mais materiais, do que espirituais. Nas esferas de Salvington, vós estareis evoluindo a partir de um ser moroncial até o status de um verdadeiro espírito; vós sereis mais espirituais do que materiais. Mas, em Edêntia, os ascendentes estão a meio caminho entre o seu estado anterior e os futuros, a meio caminho entre a sua condição de animal e a sua passagem evolucionária, até transformarem-se em espíritos ascendentes. Durante toda a vossa permanência em Edêntia e nos seus mundos, sois “como os anjos”; estais constantemente progredindo, mas mantendo, durante todo o tempo, o vosso status moroncial geral e típico.

43:9:3 4955 O tempo de permanência de um mortal ascendente nessa constelação é a época mais estável e uniforme de toda a sua carreira de progresso moroncial. Essa experiência constitui a educação pré-espiritual de socialização dos ascendentes. É análoga à experiência espiritual de pré-finalitor em Havona e ao aperfeiçoamento pré-absonito no Paraíso.

43:9:4 4956 Os mortais ascendentes, em Edêntia, estão principalmente ocupados com os compromissos nos setenta mundos de progresso dos univitátias. Eles também servem, em várias funções, na própria Edêntia, principalmente em conjunção com o programa da constelação, que diz respeito ao bem-estar grupal, racial, nacional e planetário. Os Altíssimos não estão tão engajados em fomentar o avanço individual nos mundos habitados; eles governam nos reinos dos homens, mais do que nos corações dos indivíduos.

43:9:5 4957 E, naquele dia em que estiverdes preparados para deixar Edêntia, com o intuito de dar início à carreira até Salvington, vós ireis parar e olhar para trás, e vereis uma das mais belas e mais repousantes de todas as vossas épocas de aprimoramente neste lado de cá do Paraíso. Mas a glória dela aumentará quando ascenderdes no sentido interno; e quando vós conseguirdes alcançar uma capacidade maior de valoração dos significados divinos e dos valores espirituais.

43:9:6 4961 [Promovido por Malavatia Melquisedeque.]

DOCUMENTO 44

OS ARTESÃOS CELESTES
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Entre as colônias de cortesia dos vários mundos-sedes divisionais e universais, pode ser encontrada uma ordem única de personalidades compostas: a dos artesãos celestes. Estes seres são os artistas e artesãos mestres dos reinos moronciais e dos reinos de espíritos inferiores. Eles são os espíritos e semi-espíritos que estão empenhados na decoração moroncial e no embelezamento espiritual. Esses artesãos acham-se distribuídos em todo o grande universo – nos mundos-sedes dos superuniversos, universos locais, constelações e sistemas, bem como em todas as esferas estabelecidas em luz e vida; mas o seu principal domínio de atividade é o das constelações e, em especial, o dos setecentos e setenta mundos que circundam cada uma das esferas-sedes.

44:0:2 4972 Ainda que o seu trabalho possa ser quase incompreensível para a mente material, deveria ser entendido que os mundos moronciais e espirituais não são desprovidos da arte elevada e da cultura superna.

44:0:3 4973 Os artesãos celestes não são criados como tais; eles são um corpo de seres selecionados e recrutados, compostos de certas personalidades de ensino, nativas do universo central, e dos seus alunos voluntários, selecionados dentre os mortais ascendentes e os numerosos outros grupos celestes. O corpo original de mestres desses artesãos foi, em uma certa época, designado pelo Espírito Infinito, em colaboração com os Sete Espíritos Mestres, e constituía-se de sete mil instrutores de Havona, mil para cada uma das sete divisões de artesãos. Com tal núcleo para iniciar, e através das idades, esse corpo brilhante de trabalhadores hábeis desenvolveu-se nos afazeres moronciais e espirituais.

44:0:4 4974 Qualquer personalidade moroncial ou entidade espiritual é elegível para ser admitida no corpo dos artesãos celestes; isto é, qualquer ser abaixo da categoria de filiação divina inerente. Os filhos ascendentes de Deus, provenientes das esferas evolucionárias, podem, após a sua chegada aos mundos moronciais, inscrever-se para a admissão no corpo de artesãos e, se suficientemente dotados, podem escolher essa carreira por um período mais longo ou mais curto. Mas ninguém pode inscrever-se como artesão celeste por menos de um milênio, ou mil anos do tempo no superuniverso.

44:0:5 4975 Todos os artesãos celestes são registrados nas sedes centrais dos superuniversos, mas são dirigidos por supervisores moronciais nas capitais do universo local. Eles são comissionados nas seguintes sete maiores divisões de atividades, pelo corpo central de supervisores moronciais, funcionando nos mundos-sedes de cada universo local:

4976 1. Músicos Celestes.

4977 2. Reprodutores Celestes.

4978 3. Construtores Divinos.

4979 4. Registradores de Pensamentos.

4981 5. Manipuladores da Energia.

4982 6. Desenhistas e Ornamentadores.

4983 7. Trabalhadores da Harmonia.

44:0:6 4984 Os mestres originais desses sete grupos vieram todos dos mundos perfeitos de Havona; e Havona tem os modelos, e os estudos dos modelos, para todas as fases e formas de atividades artísticas do espírito. Ainda que seja uma tarefa gigantesca, a de transferir essas artes de Havona para os mundos do espaço, os artesãos celestes aperfeiçoaram-se, idade após idade, nessas técnicas e na sua execução. Como em todas as outras fases da carreira ascendente, aqueles que estão mais avançados, em qualquer linha de atuação, são requisitados constantemente para compartilhar o seu conhecimento superior e a sua habilidade com os seus companheiros menos favorecidos.

44:0:7 4985 Primeiro, vós começareis por vislumbrar essas artes, transplantadas de Havona para os mundos das mansões, e a beleza delas, e a vossa apreciação dessa beleza aumentará e elas tornar-se-ão mais brilhantes, até passardes pelas salas dos espíritos de Salvington e contemplardes as obras-primas inspiradoras dos artistas supernos dos Reinos espirituais.

44:0:8 4986 Todas essas atividades dos mundos moronciais e espirituais são reais. Para os seres do espírito, o mundo espiritual é uma realidade. Para nós, o mundo material é mais irreal. As formas mais elevadas de espíritos passam livremente através da matéria ordinária. Os espíritos elevados não reagem a nada material, à exceção de algumas das energias básicas. Para os seres da matéria, o mundo do espírito é mais ou menos irreal; para os seres do espírito, o mundo da matéria é quase inteiramente irreal, sendo meramente uma sombra da essência das realidades do espírito.

44:0:9 4987 Eu não posso, com a visão exclusiva do espírito, perceber o edifício dentro do qual esta narrativa está sendo transladada e gravada. Um Conselheiro Divino de Uversa, que se encontra por acaso ao meu lado, discerne menos ainda essas criações puramente materiais. Nós discernimos como essas estruturas materiais parecem a vós, vendo uma contraparte do espírito sendo apresentada às nossas mentes por um de nossos transformadores de energia que nos presta ajuda. Essa construção material não é exatamente real para mim, um ser do espírito, mas é, evidentemente, muito real e muito útil aos mortais materiais.

44:0:10 4988 Há certos tipos de seres que são capazes de discernir a realidade das criaturas, tanto dos mundos do espírito, quanto dos mundos materiais. Pertencendo a essa classe, estão as chamadas quartas criaturas dos Servidores de Havona e as quartas criaturas dos conciliadores. Os anjos do tempo e do espaço são dotados com a capacidade de discernir tanto os seres do espírito quanto os seres materiais; como também o são os mortais ascendentes, depois da sua liberação da vida na carne. Após atingir os níveis espirituais mais elevados, os ascendentes são capazes de reconhecer e distinguir a realidade material, a moroncial e a espiritual.

44:0:11 4989 Está também aqui comigo um Mensageiro Poderoso de Uversa, um ascendente fusionado ao Ajustador, um ser que certa vez foi um mortal, e ele vos percebe, a vós, tais como sois, e ao mesmo tempo ele pode visualizar o Mensageiro Solitário, o supernafim e os outros seres celestes presentes. Nunca, na vossa longa ascensão, perdereis o poder de reconhecer os vossos companheiros de existências passadas. Sempre, enquanto ascenderdes interiormente na escala da vida, vós mantereis a capacidade de reconhecer e de confraternizar-vos com os seres companheiros das vossas experiências anteriores, em níveis menos elevados. Cada translação nova, ou ressurreição, irá acrescentar um grupo a mais de seres espirituais ao alcance da vossa visão, sem privar-vos, no mínimo que seja, da vossa capacidade de reconhecer os vossos amigos e companheiros de estados anteriores.

44:0:12 49810 Tudo isso se torna possível, na experiência dos mortais ascendentes, por meio da atuação dos Ajustadores do Pensamento residentes. Por meio da propriedade que eles têm de reter as duplicações das experiências de toda a vossa vida, a vós fica assegurado que jamais perdereis qualquer atributo verdadeiro, que tenhais tido uma vez; e esses Ajustadores irão sempre convosco, como uma parte de vós; na realidade, como vós.

44:0:13 4991 Mas quase perco a esperança de me fazer capaz de transmitir à mente material a natureza do trabalho dos artesãos celestes. Tenho a necessidade de deturpar constantemente o pensamento e de distorcer a linguagem, no esforço de abrir, à mente dos mortais, a realidade dessas transações moronciais e dos fenômenos quase espirituais. A vossa compreensão é incapaz de captar, e a vossa língua é inadequada para transmitir o significado, valor e relação entre essas atividades semi-espirituais. E eu, todavia, continuo no esforço de esclarecer à mente humana a respeito dessas realidades, convencido, no entanto, da grande impossibilidade de triunfar plenamente nessa tentativa.

44:0:14 4992 Não posso fazer mais do que esboçar um paralelismo grosseiro entre as atividades materiais mortais e as funções múltiplas dos artesãos celestes. Se as raças de Urântia fossem mais evoluídas, na arte e em outras realizações culturais, então eu poderia ir muito mais adiante no meu esforço de projetar a mente humana, levando-a das coisas da matéria até as coisas da morôncia. Tudo o que eu posso esperar realizar é tornar enfático o fato de que essas transações nos mundos moronciais e espirituais são bastante reais.

1. OS MÚSICOS CELESTES


44:1:1 4993 O alcance limitado da audição humana dificilmente vos permite conceber as melodias moronciais. Há, até mesmo, uma gama material de sons maravilhosos não reconhecidos pelo sentido humano da audição, sem mencionar o escopo inconcebível da harmonia moroncial e espiritual. As melodias do espírito não são de ondas materiais de som, mas de pulsações espirituais recebidas pelos espíritos das personalidades celestes. Há uma vastidão de alcance e uma alma de expressão, bem como uma grandeza de execução, associadas à melodia das esferas, que estão totalmente além da compreensão humana. Tenho visto milhões de seres mantidos em êxtase sublime, arrebatados, enquanto a melodia do reino se desenrola na energia espiritual dos circuitos celestes. Essas melodias maravilhosas podem ser teledifundidas para as partes mais distantes de um universo.

44:1:2 4994 Os músicos celestes ocupam-se com a produção da harmonia celestial, por meio da manipulação das seguintes forças do espírito:

4996 1. O som espiritual – as interrupções da corrente do espírito.

4997 2. A luz espiritual – o controle e a intensificação da luz dos Reinos moroncial e espiritual.

4998 3. As imposições de energia – a melodia produzida por hábeis manipulações da energia moroncial e do espírito.

4999 4. As sinfonias de cor – a melodia das nuances das cores da morôncia; inclui-se esta entre as realizações mais elevadas dos músicos celestes.

49910 5. A harmonia de espíritos interligados – o arranjo e a associação das diferentes ordens de seres moronciais e espirituais produzem melodias magníficas.

49911 6. A melodia do pensamento – o pensar, de pensamentos espirituais, pode ser aperfeiçoado de um modo tal a fazer com que as melodias de Havona cheguem a fulgurar.

49912 7. A música do espaço – por meio de acordes apropriados, as melodias de outras esferas podem ser captadas nos circuitos das teletransmissões do universo.

44:1:3 5001 Há mais de cem mil modos diferentes de manipulação do som, da cor e da energia, técnicas análogas às que os humanos conseguem utilizando os instrumentos musicais. Os vossos conjuntos de coreografias, sem dúvida, representam a rude e grotesca tentativa, das criaturas materiais, de aproximarem-se da harmonia celestial pela colocação do ser e pelo arranjo das personalidades. As outras cinco formas de melodia moroncial são irreconhecíveis pelos mecanismos sensoriais dos corpos materiais.

44:1:4 5002 A harmonia, a música dos sete níveis de associações melodiosas, é o código universal da comunicação do espírito. A música, tal como os mortais de Urântia a entendem, atinge a sua mais alta expressão nas escolas de Jerusém, a sede central do sistema, onde as harmonias do som são ensinadas aos seres semimateriais. Os mortais não reagem a outras formas de melodia moroncial e de harmonia celestial.

44:1:5 5003 A apreciação da música, em Urântia, é tanto física quanto espiritual; e os vossos músicos humanos têm feito muito para elevar o gosto musical, da monotonia bárbara dos vossos ancestrais primitivos, até os níveis mais altos de apreciação do som. A maioria dos mortais de Urântia reage à música mais amplamente com os músculos materiais e menos com a mente e o espírito; mas tem havido melhoras substanciais na apreciação musical nesses últimos trinta e cinco mil anos.

44:1:6 5004 O sincopado melodioso representa uma transição da monotonia musical do homem primitivo para a harmonia plena de expressão e para as melodias cheias de significados dos vossos músicos mais recentes. Os tipos mais primitivos de ritmos estimulam a reação dos sentidos amantes da música, sem causar o esforço de poderes intelectuais mais altos na apreciação da harmonia, tendo assim um apelo mais geral para os indivíduos imaturos ou espiritualmente indolentes.

44:1:7 5005 A melhor música de Urântia é apenas um eco fugaz dos acordes magníficos ouvidos pelos aliados celestes dos vossos músicos, que não deixaram registrados, senão pequenos trechos das harmonias das forças moronciais como sendo as melodias musicais das harmonizações de som. A música do espírito moroncial emprega freqüentemente todos os sete modos de expressão e reprodução, de modo que a mente humana fica limitada, tremendamente, em qualquer tentativa de reduzir essas melodias das esferas mais elevadas para as meras notas do som musical. Esse esforço seria algo como tentar reproduzir os efeitos de uma grande orquestra por meio de um único instrumento musical.

44:1:8 5006 Ainda que tenhais construído algumas belas melodias em Urântia, vós não tendes progredido musicalmente tanto quanto muitos dos vossos planetas vizinhos em Satânia. Se Adão e Eva houvessem sobrevivido, então vós teríeis a música verdadeira; mas o dom da harmonia, grande nas naturezas deles, ficou tão diluído pelas correntes de tendências não-musicais, que apenas uma vez, em mil vidas mortais, há uma grande apreciação da harmonia. Mas não deveis ficar desencorajados; algum dia, um músico de verdade pode surgir em Urântia, e povos inteiros serão atraídos pelos caudais magníficos das suas melodias. Um ser humano como esse poderia mudar, para sempre, o curso de toda uma nação, ou mesmo de todo o mundo civilizado. É verdade, literalmente, que “a melodia tem o poder de transformar um mundo inteiro”. Para sempre, a música irá permanecer como a linguagem universal de homens, anjos e espíritos. A harmonia é a linguagem de Havona.

2. OS REPRODUTORES CELESTES


44:2:1 5007 O homem mortal dificilmente pode esperar ter mais do que um conceito exíguo e distorcido das funções dos reprodutores celestes, as quais devo tentar ilustrar por meio do simbolismo grosseiro e limitado da vossa linguagem material. O mundo espiritual-moroncial tem mil e uma coisas de valor supremo, coisas dignas de serem reproduzidas, mas desconhecidas em Urântia; experiências que pertencem à categoria de atividades que dificilmente teriam “entrado na mente do homem”, as realidades que Deus possui, à espera daqueles que sobrevivem à vida na carne.

44:2:2 5011 Há sete grupos de reprodutores celestes, e o meu intento é ilustrar o seu trabalho por meio da classificação seguinte:

44:2:3 5012 1. Os cantores – harmonizadores que reiteram as harmonias específicas do passado e interpretam as melodias do presente. Tudo isso, porém, é efetuado no nível moroncial.

44:2:4 5013 2. Os trabalhadores da cor – a esses artistas da luz e da sombra, vós poderíeis chamar de desenhistas e pintores; artistas que preservam as cenas passageiras e os episódios transitórios para o prazer moroncial futuro.

44:2:5 5014 3. Os cineastas da luz – os realizadores das preservações de fenômenos semi-espirituais reais para os quais a cinematografia seria uma ilustração muito grosseira.

44:2:6 5015 4. Os encenadores históricos – aqueles que reproduzem com dramaticidade os eventos cruciais dos registros e da história do universo.

44:2:7 5016 5. Os artistas proféticos – aqueles que projetam os significados da história até o futuro.

44:2:8 5017 6. Os contadores da história da vida – aqueles que perpetuam o sentido e os significados da experiência da vida. A projeção de experiências pessoais presentes, em valores de realização futura.

44:2:9 5018 7. Os intérpretes administrativos – aqueles que descrevem o significado da filosofia governamental e a técnica administrativa, os dramaturgos celestes da soberania.

44:2:10 5019 Muito freqüente e efetivamente, os reprodutores celestes colaboram com os diretores de retrospecção, combinando a recapitulação da memória com certas formas de descanso para a mente e recreio para a personalidade. Antes dos conclaves moronciais e assembléias do espírito, esses reprodutores, algumas vezes, agrupam-se para realizar espetáculos dramáticos extraordinários, representativos dos propósitos desses encontros. Recentemente, eu testemunhei uma apresentação bastante assombrosa, na qual mais de um milhão de atores produziram uma sucessão de mil cenas.

44:2:11 50110 Os mestres intelectuais superiores e os ministros transitórios utilizam esses vários grupos de reprodutores, livre e efetivamente, nas suas atividades educacionais moronciais. Mas nem todos os esforços deles são dedicados a ilustrações transitórias; uma grande parte, bastante grande mesmo, do seu trabalho é de natureza permanente e irá permanecer para sempre como um legado para todos os tempos futuros. Tão versáteis são esses artesãos que, quando funcionam em massa, são capazes de reencenar uma idade e, em colaboração com os ministros seráficos, de fato, podem retratar os valores eternos do mundo espiritual para os seres mortais observadores do tempo.

3. OS CONSTRUTORES DIVINOS


44:3:1 50111 Há cidades “cujo construtor e autor é Deus”. Na contraparte espiritual, temos tudo aquilo que a vós mortais vos é familiar e, inexprimivelmente, muito mais. Temos casas, confortos para o espírito e para as necessidades moronciais. Para cada satisfação material que os humanos são capazes de desfrutar, nós temos milhares de realidades espirituais que servem para enriquecer e ampliar a nossa existência. Os construtores divinos funcionam em sete grupos:

44:3:2 5021 1. Os projetistas e construtores de casas – aqueles que constroem e remodelam as moradas destinadas aos indivíduos e aos grupos de trabalho. Esses domicílios moronciais, e do espírito, são reais. Eles seriam invisíveis para a vossa visão de pouco alcance, mas são muito reais e belos para nós. Até um certo ponto, todos os seres do espírito podem compartilhar, com os construtores, da escolha de certos detalhes do planejamento e da criação das suas moradas moronciais ou espirituais. Esses lares são adaptados e ornamentados de acordo com as necessidades das criaturas moronciais ou espirituais que irão habitá-los. Há uma variedade abundante e uma ampla oportunidade para a expressão individual em todas essas construções.

44:3:3 5022 2. Os construtores das instalações ocupacionais – aqueles que funcionam no projeto e na montagem das moradas dos trabalhadores regulares e rotineiros dos reinos da morôncia e do espírito. Esses construtores são comparáveis aos que constroem as oficinas e outras instalações industriais em Urântia. Os mundos de transição têm uma economia necessária de ministração mútua e uma divisão especializada do trabalho. Não é que todos façam de tudo; há uma diversidade de funções entre os seres moronciais e os espíritos em evolução, e esses construtores de instalações ocupacionais não apenas constroem oficinas melhores como também contribuem para o engrandecimento vocacional do trabalhador.

44:3:4 5024 3. Os construtores de edificações recreativas. Edifícios enormes são utilizados durante as estações de descanso, a que os mortais chamariam de recreação e, em um certo sentido, de jogo. Instalações adequadas são providenciadas para os diretores de retrospecção, os humoristas dos mundos moronciais, aquelas esferas de transição onde acontece o aperfeiçoamento dos seres ascendentes trazidos muito recentemente dos planetas evolucionários. Mesmo os espíritos mais elevados engajam-se, de uma certa forma, no humor da reminiscência durante os seus períodos de recarga espiritual.

44:3:5 5025 4. Os construtores para a adoração – os arquitetos experientes dos templos do espírito e da morôncia. Todos os mundos de ascensão mortal têm templos de adoração, e estes são as criações mais especiais dos Reinos moronciais e das esferas do espírito.

44:3:6 5026 5. Os construtores para a educação – aqueles que constroem as sedes do aperfeiçoamento moroncial e do estudo espiritual avançado. O caminho está sempre aberto para que se adquira mais conhecimento, para se ganhar informação adicional a respeito do trabalho presente e futuro de cada um, bem como de um conhecimento cultural universal, com informações que se destinam a fazer, dos mortais ascendentes, cidadãos mais inteligentes e eficientes nos mundos moronciais e espirituais.

44:3:7 5027 6. Os planejadores moronciais – aqueles que constroem para as associações coordenadas de todas as personalidades de todos os reinos, pois eles estão presentes, a todo tempo, em qualquer das esferas. Esses planejadores colaboram com os Supervisores do Poder Moroncial para enriquecer a coordenação da vida moroncial progressiva.

44:3:8 5028 7. Os construtores públicos – os artesãos que planejam e constroem os locais destinados às assembléias e que não são destinados à adoração. Os locais para as assembléias comuns são grandes e magníficos.

44:3:9 5029 Ainda que nem essas estruturas, nem a sua ornamentação sejam exatamente reais, para a compreensão sensorial dos mortais materiais, elas são bastante reais para nós. Vós seríeis incapazes de ver esses templos, caso pudésseis estar lá, ao vivo, na carne; entretanto, todas essas criações supramateriais estão ali de fato, e nós as discernimos claramente e desfrutamos plenamente delas.

4. OS REGISTRADORES DE PENSAMENTOS


44:4:1 5031 Esses artesãos devotam-se à preservação e à reprodução do pensamento superior dos reinos, e funcionam em sete grupos:

44:4:2 5032 1. Os preservadores do pensamento. Estes são os artesãos que se dedicam à preservação do pensamento mais elevado dos reinos. Nos mundos moronciais, eles verdadeiramente entesouram as preciosidades da elaboração mental. Antes de vir para Urântia, eu vi registros e ouvi teletransmissões da ideação de algumas das grandes mentes deste planeta. Os registradores de pensamentos preservam essas idéias nobres na língua de Uversa.

44:4:3 5033 Cada superuniverso tem a sua própria linguagem, uma língua falada pelas suas personalidades e que prevalece em todos os seus setores. Essa é conhecida como a língua de Uversa, no nosso superuniverso. Cada universo local também tem a sua própria linguagem. As ordens mais elevadas dos seres de Nebadon, todas, são bilíngües, falando tanto a língua de Nebadon, quanto a língua de Uversa. Quando dois indivíduos de diferentes universos locais encontram-se, eles comunicam-se na língua de Uversa; contudo, se um deles vem de um outro superuniverso, eles devem ter o recurso de um tradutor. No universo central há pouca necessidade de uma língua; há um entendimento perfeito e quase completo; ali, apenas os Deuses não são completamente compreendidos. Foi-nos ensinado que um encontro casual no Paraíso revela mais, em termos de compreensão mútua, do que poderia ser comunicado por uma língua mortal em mil anos. Mesmo em Salvington, nós “conhecemos e somos conhecidos tal como somos”.

44:4:4 5034 A capacidade de traduzir o pensamento em linguagem, nas esferas da morôncia e do espírito, está além da compreensão mortal. A nossa velocidade de reduzir o pensamento a um registro permanente pode ser tão aumentada pelos gravadores especializados, que o equivalente a mais de meio milhão de palavras, ou símbolos de pensamentos, pode ser registrado em um minuto do tempo de Urântia. Essas línguas do universo são muito mais ricas do que a fala dos mundos em evolução. Os símbolos dos conceitos em Uversa abrangem mais de um bilhão de caracteres, se bem que o alfabeto básico contenha apenas setenta símbolos. A língua de Nebadon não é assim tão elaborada, sendo que todos os símbolos básicos, ou alfabeto, são em número de quarenta e oito.

44:4:5 5035 2. Os registradores de conceitos. Este segundo grupo de gravadores ocupa-se da preservação das imagens dos conceitos, dos modelos das idéias. Essa é uma forma de registro permanente, desconhecida nos reinos materiais, e por esse método eu poderia ganhar mais conhecimento em uma hora do vosso tempo do que vós poderíeis ganhar em cem anos de pesquisa com a linguagem escrita ordinária.

44:4:6 5036 3. Os registradores ideográficos. Temos o equivalente tanto da palavra escrita quanto da falada, mas, ao preservar o pensamento, normalmente empregamos a imagem do conceito e as técnicas ideográficas. Aqueles que preservam os ideógrafos são capazes de melhorar mil vezes o trabalho dos registradores de conceitos.

44:4:7 5037 4. Os promotores da oratória. Este grupo de registradores está ocupado com a tarefa de preservar o pensamento, para a reprodução pela oratória. Contudo, na língua de Nebadon, nós poderíamos, em um discurso de meia hora, cobrir o tema de toda a vida de um mortal de Urântia. A vossa única esperança de compreender essas transações consiste em dar uma pausa e considerar a técnica da vossa vida desordenada e deturpada de sonhos – e ver como vós podeis, em poucos segundos, passar por anos de experiências nessas fantasias do período noturno.

44:4:8 5038 A oratória do mundo do espírito é um dos presentes raros que esperam por vós, que ouvis tão somente os discursos grosseiros e falseados de Urântia. Há uma harmonia musical e uma eufonia de expressão, nas orações de Salvington e Edêntia, que são inspiradoras muito além de qualquer descrição. Os seus conceitos ardentes são como gemas de beleza nos diademas da glória. Mas não posso reproduzir isso! Não posso transmitir à mente humana o alcance e a profundidade dessas realidades de um outro mundo!

44:4:9 5041 5. Os diretores de teledifusão. As transmissões do Paraíso, dos superuniversos e dos universos locais estão sob a supervisão geral desse grupo de conservadores do pensamento. Eles servem como censores e editores, bem como coordenadores das transmissões materiais, fazendo uma adaptação, para o superuniverso, de todas as transmissões do Paraíso, adaptando e traduzindo as transmissões dos Anciães dos Dias para as línguas individuais dos universos locais.

44:4:10 5042 As transmissões do universo local também devem ser modificadas, para que os sistemas e planetas individuais as recebam. A transmissão desses informes espaciais é supervisionada cuidadosamente e há sempre um registro de retorno, que assegura a recepção adequada de cada informe e em cada mundo, em um dado circuito. Esses diretores de transmissões são tecnicamente especializados na utilização das correntes do espaço para todos os propósitos de comunicação da informação.

44:4:11 5043 6. Os registradores do ritmo. Os urantianos, sem dúvida, chamariam de poetas a esses artesãos, se bem que o trabalho deles seja muito diferente e quase transcenda infinitamente às vossas produções poéticas. O ritmo é menos exaustivo, tanto para os seres moronciais, quanto para os espirituais, e assim um esforço é feito freqüentemente para aumentar a eficiência, bem como para aumentar o prazer pela execução de inúmeras funções na forma rítmica. Eu gostaria apenas que vós pudésseis ter o privilégio de escutar algumas das transmissões poéticas das assembléias de Edêntia e que desfrutásseis das riquezas, de cor e matizes dos gênios das constelações, que são mestres nessa forma refinada de auto-expressão e de harmonização social.

44:4:12 5044 7. Os registradores da morôncia. Não sei como descrever, para a mente material, a função deste grupo importante de registradores de pensamentos, designado para o trabalho de preservar as imagens conjuntas dos vários agrupamentos de assuntos moronciais e de transações do espírito. Em uma ilustração tosca, eles são os fotógrafos grupais dos mundos de transição. Eles preservam, para o futuro, as cenas vitais e as associações dessas épocas progressistas, conservando-as nos arquivos das salas dos registros da morôncia.

5. OS MANIPULADORES DA ENERGIA


44:5:1 5045 Estes artesãos eficientes e interessantes trabalham com todas as espécies de energias: físicas, mentais e espirituais.

44:5:2 5046 1. Os manipuladores da energia física. Os manipuladores da energia física servem, por períodos longos, com os diretores de potência e são os especialistas da manipulação e do controle de muitas fases da energia física. São conhecedores das três correntes básicas e das trinta segregações subsidiárias da energia nos superuniversos. Esses seres prestam uma ajuda inestimável aos Supervisores do Poder Moroncial dos mundos de transição. Eles são os estudantes persistentes das projeções cósmicas do Paraíso.

44:5:3 5047 2. Os manipuladores da energia mental. Estes são os peritos da intercomunicação entre os seres moronciais e os outros tipos de seres inteligentes. Essa forma de comunicação entre os mortais praticamente inexiste em Urântia. Eles são os especialistas que proporcionam a capacidade aos seres moronciais ascendentes de comunicar-se uns com os outros, e o seu trabalho abrange inúmeras aventuras singulares com as ligações de intelectos, as quais estão muito além da minha capacidade de retratá-las para a mente material. Esses artesãos são os estudantes aplicados dos circuitos da mente do Espírito Infinito.

44:5:4 5051 3. Os manipuladores da energia espiritual. Os manipuladores da energia espiritual são um grupo fascinante. A energia espiritual atua de acordo com leis estabelecidas, exatamente como o faz a energia física. Isto é, a força do espírito, quando estudada, permite deduções confiáveis e, pois, pode ser tratada com precisão, do mesmo modo como o podem as energias físicas. Há leis tão certas e confiáveis no mundo do espírito quanto as do reino material. Durante os últimos milhões de anos, muitas técnicas foram aperfeiçoadas, para a absorção da energia espiritual, por esses estudiosos das leis fundamentais da energia do espírito governante do Filho Eterno, aplicadas aos seres moronciais e outras ordens de seres celestes em todos os universos.

44:5:5 5052 4. Os manipuladores compostos. Este é o ousado grupo de seres bem treinados que se dedicam à associação funcional das três fases originais da energia divina, manifestada nos universos como energias físicas, mentais e espirituais. Eles são as personalidades perspicazes que, na realidade, estão buscando descobrir a presença de Deus, o Supremo, no universo; pois, nessa personalidade da Deidade, deve ocorrer a unificação experiencial de todas as grandes divindades do universo. E, até um certo ponto, esses artesãos têm tido algum êxito nos tempos recentes.

44:5:6 5053 5. Os conselheiros de transporte. Este corpo de conselheiros técnicos para os serafins de transporte é muito hábil em colaborar com os estudantes das estrelas no estabelecimento de trajetos, e em outras formas de assistência aos chefes de transporte, nos mundos do espaço. Eles são os supervisores do tráfego das esferas e estão presentes em todos os planetas habitados. Urântia é servida por um corpo de setenta conselheiros de transporte.

44:5:7 5054 6. Os peritos em comunicação. Urântia, do mesmo modo, está servida por doze técnicos de comunicação interplanetária e interuniversal. Esses seres, de longa experiência, são peritos no conhecimento das leis de transmissão e de interferência, quando aplicadas às comunicações entre os reinos. Esse corpo ocupa-se de todas as formas de mensagens do espaço, exceto as dos Mensageiros por Gravidade e Mensageiros Solitários. Em Urântia, boa parte do seu trabalho deve ser realizada no circuito dos arcanjos.

44:5:8 5055 7. Os mestres do repouso. O descanso divino está ligado à técnica de absorção da energia do espírito. A energia moroncial e a energia do espírito devem ser repostas exatamente como a energia física o é, mas não pelas mesmas razões. Sou, forçosamente, compelido a empregar ilustrações grosseiras nas minhas tentativas de esclarecer-vos; entretanto, nós, do mundo do espírito, devemos periodicamente parar com as nossas atividades regulares e ir para locais adequados, de encontro, onde entramos em repouso divino para, desse modo, recuperarmos as nossas energias exauridas.

44:5:9 5056 Vós ireis receber as vossas primeiras lições sobre essas questões quando chegardes aos mundos das mansões, após vos tornardes seres moronciais e haverdes começado a experienciar a técnica dos assuntos do espírito. Vós conhecereis o círculo mais interno de Havona, e sabereis que, depois que os peregrinos do espaço houverem atravessado os círculos precedentes, eles devem ser induzidos ao longo e revivificante sono do Paraíso. Esse é, não apenas um quesito técnico do trânsito da carreira do tempo, até o serviço da eternidade, mas é também uma necessidade, uma forma de repouso imprescindível ao reabastecimento das perdas de energia inerentes aos passos finais da experiência ascendente, e para estocar as reservas de poder espiritual para o próximo estágio da carreira infindável.

44:5:10 5061 Esses manipuladores da energia atuam também de centenas de outros modos, numerosos demais para serem catalogados, tais como o aconselhamento aos serafins, querubins e sanobins, no que diz respeito às práticas mais eficazes de ingestão de energia, e como fazer uma manutenção mais eficaz do equilíbrio das forças divergentes, entre os querubins ativos e os sanobins passivos. De muitas outras maneiras esses peritos prestam assistência às criaturas moronciais e espirituais nos seus esforços para compreender o repouso divino, que é tão essencial à utilização eficaz das energias básicas do espaço.

6. OS DESENHISTAS E ORNAMENTADORES


44:6:1 5062 Realmente eu gostaria de conseguir retratar o trabalho raro desses artesãos singulares! Toda tentativa da minha parte para explicar o trabalho de embelezamento do espírito apenas iria relembrar às mentes materiais os vossos próprios esforços, lamentáveis, ainda que valiosos, de fazer essas coisas no vosso mundo de mente e matéria.

44:6:2 5063 Esses corpos abrangendo mais de mil subdivisiões de atividades são agrupados nas sete categorias maiores a seguir:

44:6:3 5064 1 . Os artesãos da cor. São eles que fazem os dez mil matizes das cores para os reflexos da reverberação do espírito, com as suas mensagens extraordinárias de beleza harmoniosa. Afora a percepção da cor, nada há, na experiência humana, a que possam ser comparadas essas atividades.

44:6:4 5065 2. Os programadores do som. As ondas dos espíritos, de identidades diversas e de apreciação moroncial, são ilustradas por estes programadores daquilo que vós chamaríeis de som. Esses impulsos, na realidade, são os reflexos soberbos das almas-espíritos nuas e gloriosas das hostes celestes.

44:6:5 5066 3. Os modeladores da emoção. Estes aprimoradores e conservadores do sentimento são os que preservam os sentimentos moronciais e as emoções da divindade, para o estudo e a edificação dos filhos do tempo e para a inspiração e o embelezamento dos seres moronciais em progresso e dos espíritos em avanço.

44:6:6 5067 4. Os artistas do aroma. A equiparação das atividades supernas do espírito, ao reconhecimento físico dos aromas químicos, é, na realidade, uma comparação infeliz, mas os mortais de Urântia dificilmente reconheceriam esse ministério por meio de qualquer outro nome. Esses artesãos criam as suas sinfonias variadas para a edificação e para o deleite dos filhos da luz, no seu avanço. Nada tendes, na Terra, a que esse tipo de grandeza espiritual possa, ainda que remotamente, ser comparado.

44:6:7 5068 5. Os embelezadores da presença. Estes artesãos não se ocupam com as artes do auto-adornamento nem com a técnica do embelezamento da criatura. Eles devotam-se à produção de reações múltiplas e regozijantes, nas criaturas moronciais individuais e nas criaturas do espírito, pela dramatização dos significados das relações, por meio de valores posicionais atribuídos a diferentes ordens moronciais e espirituais nos conjuntos compostos desses seres diversos. Esses artistas fazem arranjos com os seres supramateriais, como vós fazeis com as notas musicais, com os aromas e os panoramas vivos, combinando-os em hinos de glória.

44:6:8 5069 6. Os modeladores do gosto. E como lhes dizer sobre esses artistas?! Palidamente, eu poderia sugerir que são aqueles que aperfeiçoam o gosto moroncial; e que eles também se empenham em estimular a apreciação da beleza, aguçando os sentidos do espírito em evolução.

44:6:9 5071 7. Os sintetizadores moronciais. Estes são os artífices-mestres que, quando todos os outros houverem dado as suas respectivas contribuições, então, eles acrescentarão os toques finais e culminantes ao conjunto moroncial, realizando, assim, um retrato inspirado, divinamente belo, de inspiração duradoura, para os seres espirituais e para os seus aliados moronciais. Vós deveis, todavia, esperar pela vossa libertação do corpo animal, para que possais começar a conceber as glórias artísticas e as belezas estéticas dos mundos moronciais e espirituais.

7. OS TRABALHADORES DA HARMONIA


44:7:1 5072 Estes artistas não se ocupam da música, nem da pintura, nem de nada semelhante, como vós seríeis levados a supor. Eles ocupam-se da manipulação e da organização de forças especializadas e de energias que estão presentes no mundo do espírito, mas que não são reconhecíveis pelos mortais. Se eu tivesse a menor base possível para comparar, eu tentaria retratar esse campo único de realização do espírito. Mas me desanimo – não há nenhuma esperança de poder transmitir às mentes mortais esse âmbito da arte celeste. Contudo, aquilo que não pode ser descrito, pode ser sugerido:

44:7:2 5073 A beleza, o ritmo e a harmonia estão intelectualmente associados e são espiritualmente afins. A verdade, o fato e as relações são intelectualmente inseparáveis e estão associados aos conceitos filosóficos da beleza. A bondade, a retidão e a justiça estão filosoficamente inter-relacionadas e espiritualmente unidas à verdade viva e à beleza divina.

44:7:3 5074 Os conceitos cósmicos da verdadeira filosofia, o retrato da arte celestial, ou a tentativa mortal de recriar o reconhecimento humano da beleza divina, não podem jamais ser satisfatórios verdadeiramente, se tal progressão intentada pela criatura não houver sido unificada. Essas expressões do impulso divino, dentro da criatura em evolução, podem ser intelectualmente verdadeiras, emocionalmente belas e espiritualmente boas; mas a verdadeira alma da expressão permanece ausente, a menos que as realidades da verdade, os significados da beleza e os valores da bondade estejam unificados na experiência de vida do artesão, cientista ou filósofo.

44:7:4 5075 Essas qualidades divinas estão unificadas, perfeita e absolutamente, em Deus. E todo homem, ou anjo conhecedor de Deus, possui o potencial ilimitado da auto-expressão, em níveis sempre progressivos de auto-realização, unificada pela técnica da busca sem fim pela semelhança a Deus – a combinação experiencial, na experiência evolucionária, da verdade eterna, a beleza universal e a bondade divina.

8. ASPIRAÇÕES MORTAIS E REALIZAÇÕES MORONCIAIS


44:8:1 5076 Embora os artesãos celestes não trabalhem pessoalmente nos planetas materiais, tais como Urântia, eles vêm, de tempos em tempos, das sedes centrais do sistema para prestar ajuda aos indivíduos naturalmente dotados das raças mortais. Quando assim designados, esses artesãos trabalham temporariamente sob a supervisão dos anjos planetários do progresso. As hostes seráficas cooperam com esses artesãos na tentativa de ajudar àqueles artistas mortais que possuem dons inatos, e que também possuem Ajustadores de experiência especial e prévia.

44:8:2 5077 Há três fontes possíveis de habilidade especial humana. Na base, existe sempre a aptidão inerente ou natural. A habilidade especial nunca é um dom arbitrário dos Deuses; há sempre uma fundação ancestral para todo talento que se sobressai. Além dessa habilidade natural, ou antes, em suplemento a ela, pode haver a contribuição dos guiamentos do Ajustador do Pensamento, naqueles indivíduos cujos Ajustadores residentes tenham passado por experiências reais e autênticas, no mesmo domínio, em outros mundos e em outras criaturas mortais. Nesses casos, em que tanto a mente humana quanto o Ajustador residente são excepcionalmente hábeis, os artesãos do espírito podem ser delegados para agir como harmonizadores desses talentos e também para assistir esses mortais e inspirá-los na procura de ideais cada vez mais perfeccionados e intentar criar ilustrações elevadas para a edificação do reino.

44:8:3 5081 Não há castas nas fileiras dos artesãos do espírito. Não importa quão pouco elevada seja a vossa origem; se tendes a habilidade e o dom da expressão, vós ganhareis o reconhecimento adequado e recebereis a devida apreciação quando ascenderdes na escala da experiência moroncial e da realização espiritual. Não pode haver limitação de hereditariedade humana, nem privação causada pelo ambiente mortal, que a carreira moroncial não vá compensar plenamente nem remover inteiramente. E todas essas satisfações de realização artística e de auto-realização da expressividade serão confirmadas pelos vossos próprios esforços pessoais no avanço progressivo. Afinal, as aspirações, na mediocridade evolucionária, podem ser realizadas. Ainda que os Deuses não confiram arbitrariamente talentos e habilidades aos filhos do tempo, eles proporcionam a realização da satisfação de todas as suas aspirações nobres e a gratificação para toda a fome humana de auto-expressão superna.

44:8:4 5082 Mas todo ser humano deveria lembrar: Muitas das ambições de sobressair, que exasperam os mortais na carne, não perdurarão nesses mesmos mortais nas carreiras moronciais e espirituais. Os seres moronciais ascendentes aprendem a socializar as suas antigas aspirações e ambições puramente pessoais e egoístas. Entretanto, as coisas que vós houverdes desejado muito honestamente fazer na Terra, e que as circunstâncias tão persistentemente vos negaram, depois de adquirirdes o verdadeiro discernimento interior da mota, na carreira moroncial, se vós ainda as desejardes fazer, então, com toda certeza, ser-vos-á concedida toda oportunidade para satisfazerdes, totalmente, os vossos desejos, alimentados durante tanto tempo.

44:8:5 5083 Antes que os mortais ascendentes deixem o universo local para embarcar nas suas carreiras espirituais, eles irão saciar-se de todas as aspirações, ou da verdadeira ambição intelectual, artística e social, que tenham sempre caracterizado os seus planos mortais ou moronciais de existência. Essa realização de igualdade entre a satisfação da auto-expressão e da auto-realização, então, ocorre, mas não é a realização de um estado experiencial que seja idêntico ao ideal, não chegando também à completa obliteração da individualidade, em matéria de habilidade técnica e de expressão. O novo diferencial entre a realização pessoal e a realização experiencial do espírito, contudo, não irá tornar-se assim nivelado e equalizado, enquanto vós não houverdes acabado de percorrer o último círculo da carreira de Havona. E, então, residentes do Paraíso, vós deparar-vos-eis com a necessidade de ajustar-vos, acertando aquela diferença absonita, na experiência pessoal, que só pode ser completada com a realização grupal do último dos estados da criatura – o sétimo estágio do destino do espírito dos finalitores mortais.

44:8:6 5084 E é essa a história dos artesãos celestes, aquele corpo cosmopolita de trabalhadores raros que fazem tanto para glorificar as esferas arquitetônicas com as representações artísticas da beleza divina dos Criadores do Paraíso.

44:8:7 5085 [Ditado por um Arcanjo de Nebadon.]

DOCUMENTO 45

A ADMINISTRAÇÃO DO SISTEMA LOCAL
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O centro administrativo de Satânia consiste em um agrupamento de esferas arquitetônicas, em um total de cinqüenta e sete: a própria Jerusém, sete satélites maiores e quarenta e nove subsatélites. Embora Jerusém, a capital do sistema, tenha quase cem vezes o tamanho de Urântia, mesmo nesses termos, a sua gravidade é ligeiramente menor. Os satélites principais de Jerusém são os sete mundos de transição, cada um deles sendo cerca de dez vezes maior que Urântia; enquanto os sete subsatélites dessas esferas de transição têm aproximadamente o tamanho de Urântia.

45:0:2 5092 Os sete mundos das mansões são sete subsatélites do mundo de transição número um.

45:0:3 5093 Todo esse sistema de cinqüenta e sete mundos arquitetônicos é independentemente iluminado, aquecido, abastecido de água e energizado pela coordenação do Centro de Potência de Satânia e pelos Mestres Controladores Físicos, de acordo com a técnica estabelecida pela organização física e pelos dispositivos dessas esferas especialmente criadas. Elas também são fisicamente cuidadas e mantidas em outros aspectos pelos espornágias nativos.

1. MUNDOS DE CULTURA DE TRANSIÇÃO


45:1:1 5094 Os sete mundos principais que giram em torno de Jerusém geralmente são conhecidos como as esferas de cultura de transição. Os seus governantes são designados, de tempos em tempos, pelo conselho executivo supremo de Jerusém. Essas esferas são numeradas e nomeadas do seguinte modo:

45:1:2 5095 Número 1. O Mundo Finalitor. Esta é a sede-central do corpo de finalitores do sistema local e está rodeada dos mundos de recepção, os sete mundos das mansões, devotados integralmente ao esquema de ascensão mortal. O mundo dos finalitores é acessível aos habitantes de todos os sete mundos das mansões. Os serafins de transporte levam e trazem as personalidades ascendentes nas peregrinações destinadas ao cultivo da sua fé no destino último dos mortais em transição. Embora os finalitores e as suas estruturas não sejam, em geral, perceptíveis para a visão moroncial, vós ficareis mais do que emocionados quando, de tempos em tempos, os transformadores de energia e os Supervisores do Poder Moroncial vos capacitarem, momentaneamente, para que possais ver essas personalidades elevadas do espírito, que, na verdade, já completaram a ascensão ao Paraíso e que retornaram a esses mesmos mundos, onde vós estais começando a vossa longa jornada, para garantir que vós podereis e ireis mesmo completar também a vossa estupenda tarefa. Todos aqueles que permanecem nos mundos das mansões vão à esfera finalitora, pelo menos uma vez por ano, para essas assembléias de visualização dos finalitores.

45:1:3 5101 Número 2. O Mundo Moroncial. Este planeta é a sede-central dos supervisores da vida moroncial, e está rodeado das sete esferas onde os chefes moronciais educam seus companheiros e ajudantes, todos seres moronciais e mortais ascendentes.

45:1:4 5102 Passando pelos sete mundos das mansões, vós ireis também avançar, seguindo por essas esferas culturais e sociais de contato moroncial crescente. Quando avançardes do primeiro para o segundo mundo das mansões, vós adquirireis o direito da permissão de visita à sede central de transição número dois, o mundo moroncial, e assim por diante. E, quando estiverdes presentes em qualquer dessas seis esferas culturais, vós podereis, a convite, visitar e observar qualquer um dentre os sete mundos dos grupos de atividades interligadas que as rodeiam.

45:1:5 5103 Número 3. O Mundo Angélico. Esta é a sede central de todas as hostes seráficas empenhadas nas atividades do sistema, e é rodeada pelos sete mundos da educação e da instrução Angélica, os quais são as esferas sociais seráficas.

45:1:6 5104 Número 4. O Mundo Superangélico. Esta esfera é o lar, em Satânia, dos Brilhantes Estrelas Vespertinos e de uma vasta congregação de seres coordenados e quase coordenados. Os sete satélites deste mundo são destinados aos sete grupos maiores desses seres celestes desprovidos de uma denominação.

45:1:7 5105 Número 5. O Mundo dos Filhos. Este planeta é a sede central dos Filhos divinos de todas as ordens, incluindo os filhos trinitarizados por criaturas. Os sete mundos que o rodeiam são devotados a certos agrupamentos individuais desses filhos de conexão divina.

45:1:8 5106 Número 6. O Mundo do Espírito. Esta esfera serve de local de encontro para as altas personalidades do Espírito Infinito, no sistema. Os sete satélites que a rodeiam são destinados aos grupos individuais dessas diversas ordens. Mas, no mundo de transição de número seis, não há nenhuma representação do Espírito, nem a presença dele é para ser observada nas capitais dos sistemas; a Ministra Divina de Salvington está em todos os lugares de Nebadon.

45:1:9 5107 Número 7. O Mundo do Pai. Esta é a esfera silenciosa do sistema. Nenhum grupo de seres está domiciliado ali. O grande templo da luz ocupa um lugar central, mas não se pode discernir ninguém ali dentro. Todos os seres, de todos os mundos do sistema, são bem-vindos como adoradores.

45:1:10 5108 Os sete satélites em torno do mundo do Pai são utilizados de modos variados nos diferentes sistemas. Em Satânia, eles são agora usados como esferas de detenção para os grupos aprisionados da rebelião de Lúcifer. A capital da constelação, Edêntia, não tem mundos de prisão análogos; os poucos serafins e querubins que se uniram aos rebeldes, na rebelião de Satânia, foram há muito confinados nesses mundos de isolamento de Jerusém.

45:1:11 5109 Como hóspedes do sétimo mundo das mansões, vós tendes acesso ao sétimo mundo de transição, a esfera do Pai Universal, e também vos é permitido visitar os mundos-prisão de Satânia ao redor desse planeta, onde agora estão confinados Lúcifer e a maioria das personalidades que o seguiram na rebelião contra Michael. E esse triste espetáculo tem sido observado durante as idades recentes e continuará a servir como um aviso solene a todo o Nebadon, até que os Anciães dos Dias julguem os pecados de Lúcifer e dos seus parceiros caídos, que rejeitaram a salvação oferecida por Michael, o Pai deles, no universo.

2. O SOBERANO DO SISTEMA


45:2:1 5111 O dirigente executivo de um sistema local de mundos habitados é um Filho Lanonandeque primário, o Soberano do Sistema. No nosso universo local, a esses soberanos são confiadas as grandes responsabilidades executivas; são dadas a eles prerrogativas pessoais incomuns. Nem todos os universos, mesmo Orvonton, são tão organizados de maneira a permitir que os Soberanos dos Sistemas exerçam poderes tão inusitadamente amplos de arbítrio pessoal, quando dirigem os assuntos do sistema. Em toda a história de Nebadon, porém, apenas por três vezes esses executivos sem limitações demonstraram deslealdade. A rebelião de Lúcifer, no sistema de Satânia, foi a última e a de âmbito mais amplo.

45:2:2 5112 Em Satânia, mesmo depois desse levante desastroso, absolutamente nenhuma mudança foi efetuada na técnica da administração do sistema. O atual Soberano do Sistema possui todo o poder e exerce toda a autoridade de que foi investido o seu predecessor indigno, exceto por algumas questões, agora sob a supervisão dos Pais da Constelação, questões estas que os Anciães dos Dias ainda não restituíram plenamente a Lanaforge, o sucessor de Lúcifer.

45:2:3 5113 O atual dirigente de Satânia é um governante amável e brilhante, e é um soberano testado contra rebeliões. Quando serviu como Soberano assistente de Sistema, Lanaforge foi fiel a Michael, em um levante anterior no universo de Nebadon. Esse poderoso e brilhante Senhor de Satânia é um administrador testado e aprovado. Na época da segunda rebelião, em um sistema em Nebadon, quando o Soberano do Sistema tropeçou e caiu na escuridão, Lanaforge, o primeiro assistente desse dirigente em erro, tomou as rédeas do governo, e então conduziu os assuntos do sistema de modo tal que relativamente poucas personalidades se perderam, seja nos mundos-sedes centrais, seja nos planetas habitados daquele sistema desafortunado. Lanaforge traz a distinção de ser o único Filho Lanonandeque primário, em todo o Nebadon, que, nesse caso, funcionou lealmente, a serviço de Michael, e mesmo diante da falta do seu irmão de autoridade superior e de classe precedente. Lanaforge provavelmente não será removido de Jerusém, até que todos os resultados da loucura anterior tenham sido superados e até que os produtos da rebelião sejam expurgados de Satânia.

45:2:4 5114 Se bem que nem todos os assuntos dos mundos isolados de Satânia hajam retornado à sua jurisdição, Lanaforge demonstra grande interesse pelo bem-estar deles e é um visitante freqüente de Urântia. Como em outros sistemas normais, o Soberano preside ao conselho dos governantes dos mundos, os Príncipes Planetários e os governadores gerais residentes dos mundos isolados. Esse conselho planetário reúne-se, de tempos em tempos, na sede central do sistema – “Quando os Filhos de Deus congregam-se”.

45:2:5 5115 Uma vez por semana, a cada dez dias, em Jerusém, o Soberano faz um conclave com algum dos grupos das várias ordens de personalidades domiciliadas no mundo-sede central. Estas são as horas encantadoramente informais de Jerusém, e são ocasiões para nunca serem esquecidas. Em Jerusém, existe um clima de fraternidade máxima entre todas as várias ordens de seres e entre cada um desses grupos e os Soberanos de Sistemas.

45:2:6 5116 Essas reuniões singulares ocorrem no mar de cristal, o grande campo de reuniões da capital do sistema. São ocasiões puramente sociais e espirituais; nada que diga respeito à administração planetária, nem mesmo ao plano ascendente, é jamais discutido. Os mortais ascendentes congregam-se, nesses momentos, meramente para desfrutar e para estar com os seus companheiros Jerusemitas. Os grupos que não estão sendo recebidos pelo Soberano, nessas reuniões semanais de descanso, reúnem-se nas suas próprias sedes.

3. O GOVERNO DO SISTEMA


45:3:1 5121 O dirigente executivo de um sistema local, o Soberano do Sistema, é sempre apoiado por dois ou três Filhos Lanonandeques, que funcionam como primeiro e segundo assistentes. Entretanto, no momento presente, o sistema de Satânia está sendo administrado por uma junta de sete Lanonandeques:

45:3:2 5122 1. O Soberano do Sistema – Lanaforge, número 2 709 da ordem primária e sucessor do apóstata Lúcifer.

45:3:3 5123 2. O primeiro assistente do Soberano – Mansurótia, número 17 841 dos Lanonandeques terciários. Ele foi despachado para Satânia junto com Lanaforge.

45:3:4 5124 3 . O segundo assistente do Soberano – Sadib, número 271 402 da ordem terciária. Sadib também veio para Satânia junto com Lanaforge.

45:3:5 5125 4 . O custódio do sistema – Holdant, número 19 do corpo terciário, encarregado e controlador de todos os espíritos confinados que estão acima da ordem da existência mortal. Holdant também veio para Satânia com Lanaforge.

45:3:6 5126 5 . O registrador do sistema – Vílton, o secretário do ministério Lanonandeque do sistema de Satânia, número 374 da terceira ordem. Vílton era um membro do grupo original de Lanaforge.

45:3:7 5127 6. O diretor das auto-outorgas – Fortant, número 319 847 das reservas dos Lanonandeques secundários, e temporariamente diretor de todas as atividades do universo transplantadas para Jerusém, desde a auto-outorga de Michael, em Urântia. Fortant esteve ligado à assessoria de Lanaforge por mil e novecentos anos do tempo de Urântia.

45:3:8 5128 7. O conselheiro elevado – Hanavard, número 67 dos Filhos Lanonandeques primários, e um membro do elevado corpo de conselheiros e coordenadores do universo. Ele atua como presidente em exercício do conselho executivo de Satânia. Hanavard é o décimo-segundo dessa ordem a servir em Jerusém, desde a rebelião de Lúcifer.

45:3:9 5129 Esse grupo executivo de sete Lanonandeques constitui a administração de emergência, ampliada, tornada necessária por exigência da rebelião de Lúcifer. Apenas as cortes menores são feitas em Jerusém, já que o sistema é a unidade de administração, não de julgamento, mas a administração Lanonandeque é apoiada pelo conselho executivo de Jerusém, o corpo supremo do conselho de Satânia. Ests conselho consiste de doze membros:

51211 1. Hanavard, o presidente Lanonandeque.

51212 2. Lanaforge, o Soberano do Sistema.

51213 3. Mansurótia, o primeiro assistente do Soberano.

51214 4. O dirigente dos Melquisedeques de Satânia.

51215 5. O diretor em exercício dos Portadores da Vida de Satânia.

51216 6. O dirigente dos finalitores de Satânia.

51217 7. O Adão original de Satânia, o chefe supervisor dos Filhos Materiais.

51218 8. O diretor das hostes seráficas de Satânia.

51219 9. O chefe dos controladores físicos de Satânia.

51220 10. O diretor dos Supervisores do Poder Moroncial do sistema.

5131 11. O diretor em exercício das criaturas intermediárias do sistema, em exercício.

5132 12. O comandante em exercício do corpo dos mortais ascendentes.

45:3:10 5133 Esse conselho elege, periodicamente, três membros para representar o sistema local no conselho supremo da sede central do universo, mas essa representação está suspensa por causa da rebelião. Satânia agora tem um observador na sede central do universo local, porém, desde a auto-outorga de Michael, o sistema retomou a eleição de dez membros para a legislatura de Edêntia.

4. OS VINTE E QUATRO CONSELHEIROS


45:4:1 5134 No centro dos sete círculos residenciais angélicos, em Jerusém, está localizada a sede central do conselho consultor de Urântia, com os vinte e mais quatro conselheiros. João, o Revelador, chamou-os de os vinte e quatro Anciães: “E, ao redor do trono, havia vinte e quatro assentos e, nos assentos, eu vi vinte e quatro Anciães assentados, vestidos de togas brancas”. O trono, ao centro desse grupo, é o assento do juízo do arcanjo que preside ao trono da lista de chamada da ressurreição, em misericórdia e em justiça, para toda a Satânia. Esse juízo tem acontecido sempre em Jerusém, mas os vinte e quatro assentos à sua volta foram colocados em posição, há não mais do que mil e novecentos anos, logo depois que Cristo Michael foi elevado à soberania plena de Nebadon. Esses vinte e quatro conselheiros são os seus agentes pessoais em Jerusém, e eles têm autoridade para representar o Filho Mestre em todas as questões que concernem às listas de chamadas de Satânia e em muitas outras fases do esquema da ascensão mortal nos mundos isolados do sistema. Eles são os agentes designados para executar as solicitações especiais de Gabriel e os mandatos pouco habituais de Michael.

45:4:2 5135 Esses vinte e quatro conselheiros foram recrutados das oito raças de Urântia, e os últimos desse grupo foram congregados na época da lista de chamada da ressurreição feita por Michael, mil e novecentos anos atrás. Esse conselho consultor de Urântia é constituído pelos seguintes membros:

45:4:3 5136 1. Onagar, a mente-mestra da idade anterior ao Príncipe Planetário, que dirigiu os seus companheiros na adoração do “Doador do Alento”.

45:4:4 5137 2 . Mansant, o grande educador da idade pós-Príncipe Planetário, em Urântia, que orientou os seus companheiros para a veneração da “Grande Luz”.

45:4:5 5138 3. Onamonalonton, um líder muito antigo dos homens vermelhos e aquele que afastou essa raça da adoração de deuses múltiplos conduzindo-a à veneração do “Grande Espírito”.

45:4:6 5139 4. Orlandof, um príncipe dos homens azuis e líder deles no reconhecimento da divindade do “Chefe Supremo”.

45:4:7 51310 5. Porshunta, o oráculo da extinta raça alaranjada e o líder desse povo na adoração do “Grande Mestre”.

45:4:8 51311 6. Singlangton, o primeiro dos homens amarelos a ensinar e a liderar o seu povo na adoração da “Verdade Única”, em lugar de muitas. Há milhares de anos, o homem amarelo sabia da existência do único Deus.

45:4:9 51312 7 . Fantad, aquele que livrou os homens verdes das trevas e que foi o seu líder na adoração da “Única Fonte da Vida”.

45:4:10 51313 8. Orvonon, aquele que trouxe a luz às raças índigas e o líder delas, de então, no serviço ao “Deus dos Deuses”.

45:4:11 5141 9. Adão, o desacreditado, mas reabilitado pai planetário de Urântia, um Filho Material de Deus que foi relegado à semelhança da carne mortal, mas que sobreviveu e, posteriormente, foi elevado a essa posição por decreto de Michael.

45:4:12 5142 10. Eva, a mãe da raça violeta de Urântia, que sofreu a punição pelo erro, junto com o seu companheiro, e que foi também reabilitada com ele e designada para servir neste grupo de sobreviventes mortais.

45:4:13 5143 11 . Enoch, o primeiro dos mortais de Urântia a fusionar-se com o Ajustador do Pensamento durante a vida mortal na carne.

45:4:14 5144 12. Moisés, o emancipador de uma parte remanescente da raça violeta submergida e o incentivador da restauração da adoração do Pai Universal sob o nome de “O Deus de Israel”.

45:4:15 5145 13 . Elias, uma alma de brilhante êxito espiritual, transladada durante a idade pós-Filho Material.

45:4:16 5146 14. Maquiventa Melquisedeque, o único Filho dessa ordem a auto-outorgar a si próprio às raças de Urântia. Se bem que ainda continue sendo numerado como um Melquisedeque, ele transformou-se “para sempre em um ministro dos Altíssimos”, assumindo eternamente o compromisso do serviço como mortal ascendente, tendo estado em Urântia na semelhança da carne mortal, em Salém, nos dias de Abraão. Esse Melquisedeque foi recentemente proclamado Príncipe Planetário vice-regente de Urântia, com sede central em Jerusém e autoridade para atuar em nome de Michael, que atualmente é o Príncipe Planetário do mundo onde experienciou, na forma humana, a sua auto-outorga final. Apesar disso, Urântia ainda é supervisionada por governadores gerais residentes sucessivos, membros dos vinte e quatro conselheiros.

45:4:17 5147 15. João Batista, o predecessor da missão de Michael em Urântia e, na carne, primo distante do Filho do Homem.

45:4:18 5148 16. 1-2-3 o Primeiro, o líder das criaturas intermediárias leais a serviço de Gabriel, na época da traição de Caligástia, elevado a essa posição por Michael logo depois do seu ingresso na soberania incondicional.

45:4:19 5149 Essas personalidades selecionadas estão, atualmente, eximidas do regime ascensional, por solicitação de Gabriel, e nós não temos nenhuma idéia de quanto tempo eles podem servir nessas funções.

45:4:20 51410 Os assentos de números 17, 18, 19 e 20 não estão ocupados de modo permanente. Estão temporariamente ocupados, por consentimento unânime dos dezesseis membros permanentes, mas são mantidos abertos para a designação futura de mortais ascendentes da idade atual de pós-outorga de um Filho em Urântia.

45:4:21 51411 Os assentos 21, 22, 23 e 24 estão do mesmo modo preenchidos temporariamente, enquanto são mantidos reservados para os grandes mestres de idades posteriores, que se seguirão, indubitavelmente, à idade presente. As eras dos Filhos Magisteriais e dos Filhos Instrutores, bem como as idades de luz e vida estão sendo antecipadas para Urântia, sejam quais forem as visitações inesperadas de Filhos divinos que possam ou não ocorrer.

5. OS FILHOS MATERIAIS


45:5:1 51412 As grandes divisões da vida celeste têm as suas sedes centrais, e as suas imensas reservas, em Jerusém, incluindo as várias ordens de Filhos divinos, de espíritos elevados, de superanjos, de anjos e de criaturas intermediárias. A morada central desse setor maravilhoso é o templo principal dos Filhos Materiais.

45:5:2 5151 O domínio dos Adãos é o centro de atração, para todos os recém-chegados em Jerusém. É uma área enorme que consiste de mil centros, se bem que cada família, de Filhos e Filhas Materiais, viva em um domínio próprio, até a época da partida dos seus membros para o serviço nos mundos evolucionários do espaço, ou até o seu embarque na carreira de ascensão ao Paraíso.

45:5:3 5152 Esses Filhos Materiais são o tipo mais elevado de seres que se reproduzem por meio do sexo, os quais podem ser encontrados nas esferas de educação dos universos em evolução. E eles são realmente materiais; mesmo os Adãos e as Evas Planetários são totalmente visíveis para as raças mortais dos mundos habitados. Esses Filhos Materiais são o último vínculo físico, na cadeia das personalidades, que se estende desde a divindade e a perfeição acima, até a humanidade e a existência material abaixo. Esses Filhos proporcionam aos mundos habitados uma intermediação de contato mútuo entre o Príncipe Planetário invisível e as criaturas materiais dos reinos.

45:5:4 5153 No último recenseamento milenar, em Salvington, havia o registro, em Nebadon, de 161 432 840 Filhos e Filhas Materiais, com status de cidadania, nas capitais dos sistemas locais. O número de Filhos Materiais varia nos diferentes sistemas, e o seu número está sendo constantemente acrescido pela reprodução natural. No exercício das suas funções de reprodução, eles não são guiados totalmente pelos desejos pessoais das personalidades envolvidas, mas, também, pelos conselhos consultivos e pelo corpo mais elevado dos governantes.

45:5:5 5154 Esses Filhos e Filhas Materiais são os habitantes permanentes de Jerusém e dos seus mundos interligados. Eles ocupam vastas áreas em Jerusém e participam liberalmente da direção local da esfera da capital, administrando praticamente todos os assuntos de rotina, com a assistência de criaturas intermediárias e de seres ascendentes.

45:5:6 5155 Em Jerusém, esses Filhos reprodutores têm a permissão para fazer experimentos com os ideais de autogoverno, segundo a maneira dos Melquisedeques, e estão concretizando um tipo muito elevado de sociedade. Às ordens mais elevadas de filiação reservam-se as funções do veto no reino, mas para quase todos os aspectos os adamitas de Jerusém governam a si próprios por meio do sufrágio universal e pelo governo representativo. Dentro de algum tempo, eles esperam que lhes seja concedida uma autonomia virtualmente completa.

45:5:7 5156 O caráter do serviço dos Filhos Materiais é grandemente determinado pelas suas idades. Conquanto não sejam ainda elegíveis para serem admitidos na Universidade Melquisedeque de Salvington – sendo materiais e comumente limitados a certos planetas –, entretanto, os Melquisedeques mantêm fortes corpos docentes nas faculdades das sedes centrais de cada sistema, para a instrução das gerações mais jovens de Filhos Materiais. Os sistemas de aperfeiçoamento educacional e espiritual, providos para o desenvolvimento dos Filhos e Filhas Materiais mais jovens, são o máximo da perfeição, em termos de metas, nas técnicas e nas aplicações práticas.

6. A EDUCAÇÃO ADÂMICA DOS ASCENDENTES


45:6:1 5157 Os Filhos e as Filhas Materiais, junto com os seus filhos, são um espetáculo atraente que nunca deixa de despertar a curiosidade e de atrair a atenção de todos os mortais ascendentes. Eles são tão semelhantes às vossas próprias raças materiais sexuadas, que vós encontrareis de parte a parte um grande interesse comum, nos pensamentos e nas ocupações, quando dos vossos tempos de contato fraterno.

45:6:2 5158 Os sobreviventes mortais passam grande parte do seu lazer na capital do sistema, observando e estudando os hábitos de vida e de conduta dessas criaturas sexuadas superiores semifísicas, pois esses cidadãos de Jerusém são os padrinhos e mentores imediatos dos sobreviventes mortais desde o momento em que atingem a cidadania no mundo-sede até o da partida para Edêntia.

45:6:3 5161 Nos sete mundos das mansões, os mortais ascendentes têm amplas oportunidades para compensar todas e quaisquer privações experienciais sofridas nos seus mundos de origem, seja devido à herança, ao ambiente ou a um término prematuro infeliz da carreira na carne. Isso é verdadeiro em todos os sentidos, salvo para a vida sexual mortal e para os ajustamentos que a acompanham. Milhares de mortais alcançam os mundos das mansões sem se haverem beneficiado particularmente da disciplina derivada das relações sexuais usuais nas suas esferas de nascimento. A experiência nos mundos das mansões pouca oportunidade pode dar para compensar essas privações bastante pessoais. A experiência sexual, em um sentido físico, é parte do passado para os seres ascendentes; entretanto, na associação estreita com os Filhos e Filhas Materiais, tanto individualmente quanto como membros das suas famílias, esses mortais sexualmente carentes serão capazes de compensar os aspectos sociais, intelectuais, emocionais e espirituais naquilo em que tiverem sido deficientes. Assim, a todos aqueles humanos, para os quais as circunstâncias ou o juízo errôneo houverem privado dos benefícios de ligações sexuais vantajosas, nos mundos evolucionários, aqui, na capital do sistema, são oferecidas oportunidades plenas de adquirir essas experiências mortais essenciais, em associação íntima e amorosa com as supernas criaturas sexuadas Adâmicas de residência permanente nas capitais dos sistemas.

45:6:4 5162 Nenhum mortal sobrevivente, nenhum ser intermediário, ou serafim, pode ascender ao Paraíso, alcançar o Pai, nem ser incorporado ao Corpo de Finalidade, sem haver passado pela experiência sublime de estabelecer uma relação de paternidade com uma criança em evolução, dos mundos, ou sem ter alguma outra experiência análoga e equivalente. A relação entre a criança e os pais é fundamental para o conceito essencial que devemos ter do Pai Universal e das suas crianças no universo. Portanto, essa experiência torna-se indispensável à educação experiencial de todos os ascendentes.

45:6:5 5163 As criaturas intermediárias ascendentes e os serafins evolucionários devem passar por essa experiência de paternidade, em associação com os Filhos e Filhas Materiais da sede central do sistema. Assim, esses ascendentes não-reprodutores ganham uma experiência de paternidade, ajudando aos Adãos e às Evas, de Jerusém, na criação e na educação da sua progênie.

45:6:6 5164 Todos os mortais sobreviventes que não experienciaram a paternidade, nos mundos evolucionários, devem também adquirir esse aperfeiçoamento necessário enquanto permanecem nos lares dos Filhos Materiais de Jerusém, e como pais colaboradores desses esplêndidos pais e mães. Isso é verdade, exceto no caso em que esses mortais tenham sido capazes de compensar as suas deficiências nos berçários do sistema, localizados no primeiro mundo de cultura transicional de Jerusém.

45:6:7 5165 Esse berçário probatório de Satânia é mantido por algumas personalidades moronciais no mundo dos finalitores, onde a metade do planeta se dedica a esse trabalho de aqui educar as crianças. Aqui, algumas crianças, filhas dos mortais sobreviventes, são recebidas e recompostas, tais como aquelas que pereceram nos mundos evolucionários antes de adquirirem o status espiritual como indivíduos. A ascensão de qualquer dos seus progenitores naturais garante que a essa criança mortal dos reinos seja outorgada a repersonalização, no planeta, dos finalitores do sistema, e que ali lhe seja permitido demonstrar, pelo próprio livre-arbítrio subseqüente, se fará ou não a escolha de seguir o caminho da ascensão mortal dos progenitores. As crianças, aqui, apresentam-se como no mundo do seu nascimento, exceto pela ausência da diferenciação sexual. Não há reprodução à maneira mortal, após a experiência da vida nos mundos habitados.

45:6:8 5171 Os estudantes dos mundos das mansões que têm uma ou mais crianças no berçário probatório do mundo dos finalitores, e que são deficientes quanto à experiência essencial da paternidade, podem solicitar a permissão de um Melquisedeque para efetivar a sua transferência temporária, dos deveres da ascensão, nos mundos das mansões, para o mundo dos finalitores, onde lhes é dada a oportunidade de funcionar como progenitores solidários dos seus próprios filhos e de outras crianças. Esse serviço de incumbência da paternidade pode ser, mais tarde, creditado em Jerusém como equivalente à metade da educação a que esses seres ascendentes devem submeter-se nas famílias dos Filhos e Filhas Materiais.

45:6:9 5172 O berçário probatório é supervisionado por mil casais de Filhos e Filhas Materiais, voluntários das colônias da sua ordem em Jerusém. Eles são diretamente assistidos por cerca de um número igual de grupos de pais midsonitas voluntários, que se detêm aqui para prestar esse serviço, no seu caminho do mundo midsonita de Satânia, para um destino não revelado, nos mundos especiais que lhes são reservados entre as esferas dos finalitores de Salvington.

7. AS ESCOLAS MELQUISEDEQUES


45:7:1 5173 Os Melquisedeques são os diretores daquele grande corpo de instrutores – de criaturas volitivas parcialmente espiritualizadas e outras – que funcionam de modo tão satisfatório em Jerusém e nos seus mundos interligados, mas especialmente nos sete mundos das mansões. Estes são os planetas de detenção, onde aqueles mortais que não conseguiram a realização da fusão com os seus Ajustadores residentes, durante a vida na carne, são reabilitados na forma transitória, para receber mais ajuda e para desfrutar de uma oportunidade ampla de continuar os seus esforços de realização espiritual, aqueles mesmos esforços que foram prematuramente interrompidos pela morte. Ou se, por qualquer outra razão, por alguma dificuldade hereditária, de ambiente desfavorável, ou por conspiração das circunstâncias, a realização dessa alma não houver sido completada, não importa o motivo, todos aqueles que têm um propósito verdadeiro e que são dignos em espírito encontram-se a si próprios, tais como eles próprios são, presentes nos planetas de continuação, onde devem aprender a ter a mestria daquilo que é essencial à carreira eterna, e a possuir, eles próprios, os traços que não adquiriram, ou que não puderam adquirir, durante o tempo de vida na carne.

45:7:2 5174 Os Brilhantes Estrelas Vespertinos (e os seus coordenados, não denominados) freqüentemente servem como educadores nas várias missões educacionais do universo, incluindo aquelas promovidas pelos Melquisedeques. Os Filhos Instrutores da Trindade também colaboram, concedendo os toques da perfeição do Paraíso a essas escolas de educação e aperfeiçoamento progressivo. Mas nem todas essas atividades são exclusivamente dedicadas ao avanço dos mortais ascendentes; muitas estão igualmente ligadas à educação progressiva das personalidades espirituais nativas de Nebadon.

45:7:3 5175 Os Filhos Melquisedeques conduzem mais de trinta centros educacionais diferentes, em Jerusém. Essas escolas de aperfeiçoamento começam com o colégio de auto-avaliação e terminam com as escolas de cidadania de Jerusém, onde os Filhos e Filhas Materiais juntam-se aos Melquisedeques e a outros no seu esforço supremo de qualificar os sobreviventes mortais para assumir as altas responsabilidades do governo representativo. Todo o universo está organizado e administrado segundo um plano representativo. O governo representativo é o ideal divino do autogoverno entre os seres que não são perfeitos.

45:7:4 5176 A cada cem anos do tempo do universo, um sistema seleciona os seus dez representantes para sentarem-se na legislatura da constelação. Eles são escolhidos pelo conselho de mil votantes de Jerusém, um corpo eletivo incumbido do dever de representar os grupos do sistema para todas as questões delegadas ou designadas. Todos os representantes ou outros delegados são selecionados pelo conselho dos mil eleitores; e devem ser graduados pela escola mais elevada da Universidade Melquisedeque de Administração, como também o são todos aqueles que constituem esse grupo de mil eleitores. Essa escola é mantida pelos Melquisedeques, assistidos mais recentemente pelos finalitores.

45:7:5 5181 Existem muitos corpos eletivos em Jerusém e, de tempos em tempos, eles são escolhidos, como autoridades, por três ordens de cidadania – a dos Filhos e Filhas Materiais, a dos serafins e dos seus companheiros, inclusive as criaturas intermediárias, e a dos mortais ascendentes. Para receber a indicação, como representante de honra, um candidato deve ter obtido o reconhecimento exigido pelas escolas Melquisedeques de administração.

45:7:6 5182 O sufrágio é universal em Jerusém, entre esses três grupos de cidadania, mas os votos têm valores diferenciados, de acordo com a posse pessoal reconhecida, e devidamente registrada, de mota – a sabedoria moroncial. O voto emitido por qualquer personalidade, em uma eleição em Jerusém, tem um valor que varia de um a mil. Os cidadãos de Jerusém são assim classificados, de acordo com a sua conquista de mota.

45:7:7 5183 De tempos em tempos, os cidadãos de Jerusém apresentam-se aos examinadores Melquisedeques, que certificam sobre o seu alcance em sabedoria moroncial. Então, eles apresentam-se perante o corpo de examinadores dos Brilhantes Estrelas Vespertinos ou dos seus designados, que verificam o grau do seu discernimento espiritual. Em seguida, eles comparecem à presença dos vinte e quatro conselheiros e seus colaboradores, que avaliam o seu status de realização experiencial de socialização. Esses três fatores são então levados aos arquivistas da cidadania do governo representativo, que rapidamente computam o seu status de mota e, de acordo com isso, demarcam as qualificações do sufrágio.

45:7:8 5184 Sob a supervisão dos Melquisedeques, os mortais ascendentes, especialmente aqueles que estão em atraso com a sua unificação de personalidade nos novos níveis moronciais, são levados pela mão, pelos Filhos Materiais, e recebem um aperfeiçoamento intensivo, destinado a retificar as suas deficiências. Nenhum mortal ascendente deixa a sede central do sistema, para a carreira de socialização mais extensiva e variada da constelação, antes que esses Filhos Materiais atestem o alcance da sua realização na mota da personalidade – uma individualidade que combina a existência mortal completada, em associação experiencial com a carreira moroncial que está brotando; ambas sendo devidamente amalgamadas pelo supracontrole espiritual do Ajustador do Pensamento.

45:7:9 5185 [Apresentado por um Melquisedeque designado temporariamente para Urântia.]

DOCUMENTO 46

A SEDE CENTRAL DO SISTEMA LOCAL
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Jerusém, a sede central de Satânia, é um tipo comum de capital de sistema e, à parte as inúmeras irregularidades ocasionadas pela rebelião de Lúcifer e pela auto-outorga de Michael em Urântia, é uma esfera típica entre as congêneres. O vosso sistema local tem passado por algumas experiências tempestuosas, mas, no momento atual, está sendo administrado eficientemente e, à medida que as idades passam, os resultados da desarmonia estão sendo vagarosa mas eficazmente erradicados. A ordem e a boa vontade estão sendo restauradas e as condições em Jerusém aproximam-se cada vez mais do status celeste das vossas tradições, pois a sede central do sistema é verdadeiramente o céu visualizado pela maioria dos crentes religiosos do século vinte.

1. ASPECTOS FÍSICOS DE JERUSÉM


46:1:1 5192 Jerusém é dividida em mil setores latitudinais, e em dez mil zonas longitudinais. Esta esfera tem sete capitais maiores e setenta centros administrativos menores. As sete capitais seccionais dedicam-se a diversas atividades, e o Soberano do Sistema está presente, ao menos uma vez por ano, em cada uma delas.

46:1:2 5193 O quilômetro-padrão de Jerusém é equivalente a cerca de onze quilômetros de Urântia. O peso-padrão, o “gradante”, é estabelecido por meio do sistema decimal a partir do ultímatom maduro e representa quase exatamente 280 gramas do vosso peso. O dia de Satânia iguala-se a três dias do tempo de Urântia, menos uma hora, quatro minutos e quinze segundos, este sendo o tempo da rotação de Jerusém em torno do próprio eixo. O ano do sistema consiste de cem dias de Jerusém. O tempo do sistema é teledifundido pelos mestres cronoldeques.

46:1:3 5194 A energia de Jerusém é controlada de um modo magnífico e circula em torno da esfera em canais, por zonas que são diretamente alimentadas pelas cargas de energia do espaço e administradas habilmente pelos Mestres Controladores Físicos. A resistência natural à passagem dessas energias, pelos canais físicos de condução, fornece o calor necessário para a manutenção de uma temperatura uniforme adequada em Jerusém. A temperatura, à luz plena, é mantida em torno de 21 graus Celsius, enquanto, durante o período de recesso de luz, ela cai até um pouco abaixo dos 10 graus.

46:1:4 5195 O sistema de iluminação de Jerusém não deveria ser muito difícil de compreender para vós. Não há dias e noites, não há estações de calor e de frio. Os transformadores de poder mantêm cem mil centros de onde as energias rarefeitas são projetadas para o alto, através da atmosfera planetária, passando por algumas modificações, até que alcancem um teto elétrico de ar da esfera; e então essas energias são refletidas de volta para baixo, na forma de uma luz suave, filtrada e uniforme, com a mesma intensidade, aproximadamente, da luz do sol em Urântia, quando o sol está brilhando, às dez horas da manhã.

46:1:5 5201 Sob essas condições de iluminação, os raios de luz não parecem vir de um único ponto; eles filtram-se no céu, emanando igualmente de todas as direções do espaço. Essa luz é muito semelhante à luz natural do sol, exceto pelo fato de que contém muito menos calor. Por isso é que se sabe que esses mundos-sedes centrais não são luminosos no espaço; ainda que Jerusém estivesse muito próxima de Urântia, não seria visível.

46:1:6 5202 Os gases que refletem essas energias de luz, da ionosfera superior de Jerusém, de volta para o chão, são muito similares àqueles das camadas superiores de ar em Urântia, que são responsáveis pelos fenômenos da aurora boreal das vossas chamadas luzes setentrionais, se bem que estas sejam produzidas por causas diferentes. Em Urântia é esse mesmo escudo de gás que impede que a ultrapassagem pelas ondas das transmissões terrestres, refletindo-as de volta para a Terra, quando elas tocam esse cinturão de gás, na sua trajetória direta para fora. Desse modo as teletransmissões são mantidas próximas da superfície, à medida que percorrem o ar em volta do vosso mundo.

46:1:7 5203 Essa iluminação da esfera é mantida uniforme durante setenta e cinco por cento do dia de Jerusém e, então, há um recesso gradual, até que, no momento de iluminação mínima, a luz torna-se semelhante à da vossa lua cheia, em uma noite clara. Essa é a hora do silêncio para toda a Jerusém. Apenas as estações de recepção das comunicações ficam em operação durante esse período de repouso e recuperação.

46:1:8 5204 Jerusém recebe uma pálida luz de vários sóis próximos – uma espécie de luz brilhante das estrelas – mas não depende dela; os mundos como Jerusém não estão sujeitos às vicissitudes das perturbações solares, nem se defrontam com o problema de um sol que se resfria ou morre.

46:1:9 5205 Os sete mundos transicionais de estudo e os seus quarenta e nove satélites são aquecidos, iluminados, energizados e irrigados pelas técnicas de Jerusém.

2. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE JERUSÉM


46:2:1 5206 Em Jerusém, vós ireis sentir falta das cadeias escarpadas das montanhas de Urântia, e de outros mundos evoluídos, pois não há nem terremotos nem chuvas, mas ireis desfrutar dos magníficos planaltos e de outras variações singulares da sua topografia e da paisagem. Áreas enormes de Jerusém são preservadas em “estado natural”, e a grandeza desses setores ultrapassa, em muito, os poderes da imaginação humana.

46:2:2 5207 Há milhares e milhares de pequenos lagos, mas não há rios turbulentos nem oceanos imensos. Não há chuvas, nem tempestades, nem furacões em nenhum dos mundos arquitetônicos, mas há a precipitação diária em decorrência da condensação de umidade durante as horas de temperatura mais baixa que acompanham a diminuição da luz. (O ponto de orvalho é mais alto em um mundo com atmosfera de três gases, do que em um planeta de dois gases como Urântia. ) A vida física das plantas e o mundo moroncial de coisas vivas, precisam, ambos, da umidade, mas esta é amplamente suprida pelo seu sistema de circulação no subsolo, o qual se espalha por toda a esfera, indo até mesmo aos cumes dos planaltos. Esse sistema de irrigação não se faz inteiramente pelo subsolo, pois há muitos canais interconectando os resplandecentes lagos de Jerusém.

46:2:3 5208 A atmosfera de Jerusém é uma mistura de três gases. Esse ar é muito semelhante ao de Urântia, com o acréscimo de um gás adaptado à respiração das ordens moronciais de vida. Esse terceiro gás, de nenhum modo, torna o ar inadequado à respiração dos animais, nem à das plantas das ordens materiais.

46:2:4 5211 O sistema de transporte é conjugado com as correntes circulatórias do movimento da energia, estando essas correntes principais de energia localizadas em intervalos de dezesseis quilômetros. Por meio de ajustes dos mecanismos físicos, os seres materiais do planeta podem deslocar-se a uma velocidade que varia de trezentos a oitocentos quilômetros por hora. Os pássaros de transporte voam a uma velocidade de cerca de cento e sessenta quilômetros por hora. Os mecanismos aéreos dos Filhos Materiais viajam a uma velocidade de oitocentos quilômetros por hora. Os seres materiais e os seres na sua primeira fase moroncial devem utilizar esses meios mecânicos de transporte, mas as personalidades espirituais deslocam-se por ligação com as forças superiores e com as fontes espirituais de energia.

46:2:5 5212 Jerusém e os seus mundos interligados são dotados com as dez divisões padronizadas de vida física, características das esferas arquitetônicas de Nebadon. E, como não há evolução orgânica em Jerusém, não há formas conflitantes de vida, nenhuma luta pela existência, nenhuma sobrevivência dos mais aptos. Há, antes, uma adaptação criativa que deixa antever a beleza, a harmonia e a perfeição dos mundos eternos do universo central e divino. E, em toda essa perfeição criativa, está o entrelaçamento mais surpreendente das vidas físicas e moronciais, artisticamente realçadas pelos artesãos celestes e pelos seus afins.

46:2:6 5213 Jerusém, de fato, é um como um antegosto da glória e da grandeza paradisíacas. Mas vós não podeis jamais esperar ter uma idéia adequada desses gloriosos mundos arquitetônicos por meio de qualquer tentativa de descrição. Tão pouco há que possa ser comparado com qualquer coisa do vosso mundo e, ainda assim, as coisas de Jerusém transcendem tanto as coisas de Urântia que a comparação é quase grotesca. Antes de chegardes de fato em Jerusém, dificilmente podereis ter uma concepção verdadeira dos mundos celestes, mas isto não está tão longe no tempo futuro, quando a vossa próxima experiência na capital do sistema será comparada com a vossa chegada futura em esferas ainda mais remotas de aperfeiçoamento do universo, do superuniverso e de Havona.

46:2:7 5214 O setor industrial e os laboratórios de Jerusém são um domínio amplo que os urantianos dificilmente iriam reconhecer, pois não têm nenhuma chaminé expelindo fumaça; contudo, há uma intrincada economia material, associada a esses mundos especiais, e há uma perfeição de técnica mecânica e realização física que iria assombrar e maravilhar até mesmo os vossos químicos e inventores mais experientes. Parai para considerar que esse primeiro mundo de retenção, na jornada até o Paraíso, é muito mais material do que espiritual. Na vossa estada em Jerusém e nos seus mundos de transição, vós estais muito mais próximos da vossa vida terrestre de coisas materiais do que na vossa vida futura de avanço na existência espiritual.

46:2:8 5215 O monte Seraf é o ponto mais elevado em Jerusém, com quase quatro mil e quinhentos metros de altitude; e é o ponto de partida de todos os serafins de transporte. Inúmeros desenvolvimentos mecânicos são utilizados com o fito de prover a energia inicial para escapar da gravidade do planeta e vencer a resistência do ar. Um transporte seráfico parte a cada três segundos do tempo de Urântia, durante o período iluminado; algumas vezes invadindo as horas de pouca iluminação. Os transportadores levantam vôo a uma velocidade de quarenta quilômetros por segundo, do tempo de Urântia, e não atingem a velocidade-padrão até que estejam a uma distância de três mil e duzentos quilômetros de Jerusém.

46:2:9 5216 Os transportes chegam ao campo de cristal, o chamado mar de vidro. Em torno dessa área estão as estações de recepção para as várias ordens de seres que atravessam o espaço por meio do transporte seráfico. Perto da estação de recepção polar de cristal, para estudantes visitantes, vós podeis subir ao observatório aperolado e avistar um mapa imenso, em relevo, de todo o planeta-sede central.

3. AS TRANSMISSÕES DE JERUSÉM


46:3:1 5221 As teletransmissões do superuniverso e do Paraíso-Havona são recebidas em Jerusém, na ligação com Salvington, por uma técnica que envolve o cristal polar, o mar de vidro. Além dos dispositivos de recepção das comunicações vindas de fora de Nebadon, há três grupos distintos de estações receptoras. Esses grupos separados e tricirculares de estações estão ajustados para a recepção das transmissões dos mundos locais, das sedes centrais das constelações, e da capital do universo local. Todas essas mensagens são expostas automaticamente, de um modo tal que sejam discerníveis por todos os tipos de seres presentes ao anfiteatro central das difusões; entre todas as ocupações de um mortal ascendente em Jerusém, nenhuma é mais atraente e absorvente do que escutar a corrente sem fim de informes espaciais do universo.

46:3:2 5222 Essa estação de recepção de transmissões em Jerusém está circundada por um enorme anfiteatro, construído de materiais cintilantes totalmente desconhecidos em Urântia, e onde se sentam mais de cinco bilhões de seres – materiais e moronciais –, além de acomodar inúmeras personalidades espirituais. A diversão favorita de toda a Jerusém é passar o tempo de lazer na estação difusora, para ficar sabendo sobre as condições de bem-estar e o estado geral das coisas no universo. E essa é a única atividade planetária que não fica reduzida, durante o recesso da luz.

46:3:3 5223 Nesse anfiteatro de recepção das teledifusões, as mensagens de Salvington chegam continuamente. A palavra vinda de Edêntia, dos Pais Altíssimos das Constelações, a qual está próxima dali, é recebida pelo menos uma vez por dia. Periodicamente as transmissões regulares e especiais de Uversa são feitas através de Salvington e, quando as mensagens do Paraíso estão sendo recebidas, toda a população congrega-se ao redor do mar de vidro, e os amigos de Uversa aliam o fenômeno da refletividade à técnica da transmissão do Paraíso; assim tudo o que é ouvido torna-se visível. E é dessa maneira que a antecipação contínua, da beleza avançada e grandeza, é proporcionada aos mortais sobreviventes à medida que eles fazem a sua jornada adentro na aventura eterna.

46:3:4 5224 A estação emissora de Jerusém está localizada no pólo oposto da esfera. Todas as transmissões para os mundos individuais são retransmissões das capitais dos sistemas, exceto as mensagens de Michael, as quais, algumas vezes, vão diretamente aos seus destinos pelos circuitos dos arcanjos.

4. AS ÁREAS RESIDENCIAL E ADMINISTRATIVA


46:4:1 5225 Porções consideráveis de Jerusém estão destinadas a áreas residenciais, enquanto outras porções da capital do sistema são destinadas às funções administrativas necessárias, envolvendo a supervisão dos assuntos das 619 esferas habitadas, dos 56 mundos de cultura de transição e da própria capital do sistema. Em Jerusém e em Nebadon esses arranjos estão designados como a seguir:

5226 1. Os círculos – as áreas residenciais dos não-nativos.

5227 2. Os quadrados – as áreas do sistema executivo-administrativo.

5228 3. Os retângulos – o ponto de encontro dos seres de vida nativa mais baixa.

5229 4. Os triângulos – as áreas locais ou administrativas de Jerusém.

46:4:2 52210 Esses arranjos das atividades do sistema em círculos, quadrados, retângulos e triângulos são comuns a todas as capitais dos sistemas de Nebadon. Num outro universo, um arranjo inteiramente diferente poderia prevalecer. Essas questões são determinadas pelos diferentes planos dos Filhos Criadores.

46:4:3 5231 A nossa narrativa sobre essas áreas residenciais e administrativas não leva em conta as vastas e belas moradas dos Filhos Materiais de Deus, os cidadãos permanentes de Jerusém; e também não mencionamos as outras numerosas e fascinantes ordens de espíritos e criaturas quase espirituais. Por exemplo: Jerusém desfruta dos serviços eficientes dos espirongas designados a funcionar no sistema. Esses seres devotam-se à ministração espiritual em favor dos residentes e visitantes supramateriais. Eles são um grupo maravilhoso de seres inteligentes e formosos, e são mesmo os servidores de transição das criaturas moronciais mais elevadas e dos ajudantes moronciais que trabalham para a manutenção e o embelezamento de todas as criações moronciais. Eles são, em Jerusém, o que as criaturas intermediárias são em Urântia: ajudantes intermediários, funcionando entre o material e o espiritual.

46:4:4 5232 As capitais dos sistemas são singulares, como únicos mundos que exibem quase perfeitamente todas as três fases da existência no universo: a material, a moroncial e a espiritual. Quer sejais uma personalidade material, moroncial ou espiritual, vos sentireis em casa, em Jerusém; como se sentem também os seres combinados, entre os quais as criaturas intermediárias e os Filhos Materiais.

46:4:5 5233 Jerusém tem grandes edifícios, tanto do tipo material quanto do moroncial, e o embelezamento das zonas puramente espirituais é não menos refinado e abundante. Tivesse eu palavras para dizer-vos das contrapartes moronciais sobre o maravilhoso equipamento físico de Jerusém! Se apenas pudesse eu dar prosseguimento à descrição da grandeza sublime e da sutileza de perfeição dos dispositivos espirituais desse mundo-sede central! O vosso conceito mais imaginativo da perfeição, beleza e plenitude, em matéria de instalações, dificilmente aproximar-se-ia dessa grandeza. E Jerusém é apenas o primeiro patamar no caminho até a superna perfeição da beleza do Paraíso.

5. OS CÍRCULOS DE JERUSÉM


46:5:1 5234 As reservas residenciais destinadas aos grupos maiores da vida do universo são chamadas de círculos de Jerusém. Esses agrupamentos de círculos, mencionados nessas narrativas, são os seguintes:

5235 1. Os círculos dos Filhos de Deus.

5236 2. Os círculos dos anjos e dos espíritos mais elevados.

5237 3. Os círculos dos Auxiliares Universais, incluindo o dos filhos trinitarizados pelas criaturas, não designados aos Filhos Instrutores da Trindade.

5238 4. Os círculos dos Mestres Controladores Físicos.

5239 5. Os círculos dos mortais ascendentes designados para ali, incluindo as criaturas intermediárias.

52310 6. Os círculos das colônias de cortesia.

52311 7. Os círculos dos Corpos da Finalidade.

46:5:2 52312 Cada um desses agrupamentos de residentes consiste de sete círculos concêntricos e sucessivamente elevados. Todos são construídos ao longo das mesmas linhas, mas em tamanhos diferentes e modelados em materiais diferentes. São todos contornados por cercas de grande extensão, que se elevam formando imensos passeios que rodeiam internamente cada grupo de sete círculos concêntricos.

46:5:3 5241 1. Os círculos dos Filhos de Deus. Ainda que possuam um planeta social próprio, um dos mundos de cultura de transição, os Filhos de Deus ocupam também esses extensos domínios em Jerusém. No seu mundo de cultura transicional, os mortais ascendentes livremente misturam-se a todas as ordens de filiação divina. Ali, vós ireis pessoalmente conhecer e amar esses Filhos, mas a sua vida social é grandemente confinada a esse mundo especial e seus satélites. Nos círculos de Jerusém, todavia, esses vários grupos de filiação podem ser observados no seu trabalho. E, como a visão moroncial é de um alcance enorme, vós podereis caminhar nos passeios dos Filhos e contemplar as atividades intrigantes das suas numerosas ordens.

46:5:4 5242 Esses sete círculos dos Filhos são concêntricos e sucessivamente elevados, de modo que cada um dos círculos mais externos e maiores oferece uma vista para os mais internos e menores, cada um sendo cercado por um muro que constitui um passeio público. Esses muros, construídos de gemas de cristal de brilho cintilante, são suficientemente altos, para que se possa contemplar todos os seus círculos residenciais respectivos. Os muitos portões – de cinqüenta a cento e cinqüenta mil –, que dão entrada para dentro de cada um desses muros, são de uma só peça de cristal aperolado.

46:5:5 5243 O primeiro círculo do domínio dos Filhos está ocupado pelos Filhos Magisteriais e as suas assessorias pessoais. Nele estão centrados todos os planos e atividades imediatas dos serviços de auto-outorga e de juízo desses Filhos jurídicos. Também é por meio desse centro que os Avonais do sistema mantêm contato com o universo.

46:5:6 5244 O segundo círculo é ocupado pelos Filhos Instrutores da Trindade. Nesse domínio sagrado, os Diainais e os seus colaboradores dão prosseguimento ao aperfeiçoamento dos Filhos Instrutores primários recém-chegados. E, em todo esse trabalho, eles são assistidos de modo competente por uma divisão de alguns coordenados dos Brilhantes Estrelas Vespertinos. Os filhos trinitarizados por criaturas ocupam um setor do círculo dos Diainais. Os Filhos Instrutores da Trindade estão muito próximos de serem os representantes pessoais do Pai Universal, em um sistema local; pois eles são seres originários da Trindade. Esse segundo círculo é um domínio de extraordinário interesse para todos os povos de Jerusém.

46:5:7 5245 O terceiro círculo é dedicado aos Melquisedeques. Nele, os chefes do sistema residem e supervisionam as atividades quase infindáveis desses Filhos versáteis. Do primeiro dos mundos das mansões em diante, durante toda a carreira dos mortais ascendentes em Jerusém, os Melquisedeques são pais adotivos e conselheiros sempre presentes. Não seria impróprio dizer que eles são a influência predominante em Jerusém, à parte as atividades sempre presentes dos Filhos e Filhas Materiais.

46:5:8 5246 O quarto círculo é o lar dos Vorondadeques e de todas as outras ordens dos Filhos visitantes e observadores que não têm moradia prevista em outro lugar. Os Pais Altíssimos das Constelações têm a sua morada nesse círculo, quando em visitas de inspeção ao sistema local. Os Perfeccionadores da Sabedoria, os Conselheiros Divinos e os Censores Universais residem todos nesse círculo, quando em missão no sistema.

46:5:9 5247 O quinto círculo é a morada dos Lanonandeques, a ordem de filiação dos Soberanos de Sistemas e Príncipes Planetários. Os três grupos tornam-se um único, quando estão em casa, nesse domínio. Os Filhos das reservas do sistema são mantidos nesse círculo, enquanto o Soberano do Sistema tem um templo situado no centro do grupo das estruturas de governo, na colina da administração.

46:5:10 5248 O sexto círculo é o local de permanência dos Portadores da Vida do sistema. Todas as ordens desses Filhos reúnem-se ali, e dali partem para os seus compromissos nos mundos. 46:5:11 5249 O sétimo círculo é o ponto de encontro dos filhos ascendentes, aqueles mortais designados que podem estar temporariamente funcionando nas sedes centrais dos sistemas junto com os seus consortes seráficos. Os ex-mortais de status mais elevado que o de cidadãos de Jerusém, e abaixo dos finalitores, são considerados como pertencentes ao grupo, tendo a sua sede central nesse círculo.

46:5:12 5251 Essas reservas circulares dos Filhos ocupam uma enorme área, e até mil e novecentos anos atrás existia um grande espaço aberto no seu centro. Essa região central agora é ocupada pelo memorial de Michael, terminado há cerca de quinhentos anos. Há quatrocentos e noventa e cinco anos, quando esse templo lhe foi dedicado, Michael esteve ali pessoalmente presente, e toda a Jerusém ouviu a história comovente da auto-outorga do Filho Mestre em Urântia, o mais insignificante dos planetas de Satânia. O memorial de Michael agora é o centro de todas as atividades abrangidas pela direção modificada do sistema, ocasionadas pela auto-outorga de Michael, incluindo a maior parte das atividades mais recentemente transferidas de Salvington. A assessoria do memorial consiste de mais de um milhão de personalidades.

46:5:13 5252 2. Os círculos dos anjos. Como a área residencial dos Filhos, estes círculos dos anjos consistem de sete círculos concêntricos e sucessivamente elevados, cada um dominando as áreas internas.

46:5:14 5253 O primeiro círculo dos anjos é ocupado pelas Mais Altas Personalidades do Espírito Infinito, que podem estar estacionadas no mundo-sede central – os Mensageiros Solitários e os seus colaboradores. O segundo círculo é dedicado às hostes de Mensageiros, Conselheiros Técnicos, Companheiros, Inspetores e Registradores, quando estes, porventura, de tempos em tempos, estiverem atuando em Jerusém. O terceiro círculo é ocupado pelos espíritos ministradores das ordens e agrupamentos mais elevados.

46:5:15 5254 O quarto círculo é ocupado pelos serafins administradores, e os serafins que servem em um sistema local, como o de Satânia, são uma “inumerável hoste de anjos”. O quinto círculo é ocupado pelos serafins planetários, enquanto o sexto é a casa dos ministros de transição. O sétimo círculo é a esfera de permanência de algumas ordens não reveladas de serafins. Os registradores de todos esses grupos de anjos não permanecem com os seus companheiros, tendo os seus domicílios no templo dos registros de Jerusém. Todos os registros são preservados em triplicata, nessa sala tríplice de arquivos. Na sede central de um sistema, os arquivos são sempre preservados nas formas material, moroncial e espiritual.

46:5:16 5255 Esses sete círculos estão rodeados pelo panorama de exibição de Jerusém, que tem 8 000 quilômetros de circunferência, onde se apresenta o status do avanço dos mundos povoados de Satânia, e é constantemente revisto de modo a representar com exatidão as condições atualizadas de cada planeta, individualmente. Não duvido que esse imenso passeio, dominando os círculos dos anjos, seja a primeira vista de Jerusém a chamar a vossa atenção, quando vos for permitido um lazer mais prolongado nas vossas visitas iniciais.

46:5:17 5256 Essas exibições ficam a cargo dos nativos de Jerusém, mas eles são ajudados pelos seres ascendentes dos vários mundos de Satânia, que estão de permanência em Jerusém, a caminho de Edêntia. A descrição das condições planetárias e do progresso nos mundos é efetuada por muitos métodos, alguns conhecidos por vós, mas a maioria o é por meio de técnicas desconhecidas em Urântia. Essas exposições ocupam a borda exterior dessa vasta muralha. O restante do passeio é quase inteiramente aberto, sendo alta e magnificamente decorado.

46:5:18 5257 3. Os círculos dos Ajudantes do Universo têm a sua sede central dos Estrelas Vespertinos situada no enorme espaço central. Aqui está localizada a sede central de Galântia, o comandante adjunto desse grupo poderoso de superanjos, e que é o primeiro, de todos os Estrelas Vespertinos ascendentes, a receber uma missão. Esse é um dos mais magníficos de todos os setores administrativos de Jerusém, ainda que esteja entre as construções mais recentes. Esse centro tem oitenta quilômetros de diâmetro. A sede central de Galântia é um cristal monoliticamente fundido, totalmente transparente. Esses cristais material-moronciais são grandemente apreciados tanto pelos seres moronciais quanto pelos materiais. Os Estrelas Vespertinos criados exercem sua influência em toda a Jerusém, sendo possuidores de grandes atributos extrapessoais. Todo esse mundo adquiriu um aroma espiritual desde que muitas das suas atividades foram transferidas de Salvington para cá.

46:5:19 5261 4. Os círculos dos Mestres Controladores Físicos. As várias ordens de Mestres Controladores Físicos estão concentricamente arranjadas em torno do grande templo do poder, onde o dirigente máximo do poder preside o sistema, em associação com o dirigente dos Supervisores do Poder Moroncial. Esse templo do poder é um dos dois setores em Jerusém ao qual os mortais ascendentes e as criaturas intermediárias não têm acesso permitido. O outro é o setor desmaterializante, na área dos Filhos Materiais, uma série de laboratórios onde os serafins de transporte transformam os seres materiais em um estado muito próximo daquele da ordem moroncial de existência.

46:5:20 5262 5. Os círculos dos mortais ascendentes. A área central dos círculos dos mortais ascendentes é ocupada por um grupo de 619 memoriais planetários, representantes dos mundos habitados do sistema, e essas estruturas são submetidas periodicamente a grandes mudanças. É privilégio dos mortais de cada mundo concordar, de tempos em tempos, com algumas das alterações ou acréscimos nos seus memoriais planetários. Muitas mudanças estão ainda agora sendo efetuadas nas estruturas de Urântia. O centro desses 619 templos é ocupado por uma maquete ativa de Edêntia e seus muitos mundos de cultura ascendente. Esse modelo tem sessenta e quatro quilômetros de diâmetro e é uma reprodução real do sistema de Edêntia, fiel ao original em cada detalhe.

46:5:21 5263 Os ascendentes desfrutam de servir em Jerusém e têm prazer em observar as técnicas de outros grupos. Tudo o que é feito nesses vários círculos é aberto à plena observação de toda a Jerusém.

46:5:22 5264 As atividades desse mundo são de três variedades distintas: trabalho, progresso e divertimento. Colocado de outro modo, são: serviço, estudo e relaxamento. As atividades compostas consistem de relações sociais, entretenimento grupal e adoração divina. Há um grande valor educacional no congraçamento entre os diversos grupos de personalidades, ordens muito diferentes daquela dos vossos próprios companheiros.

46:5:23 5265 6. Os círculos das colônias de cortesia. Os sete círculos das colônias de cortesia são ornados por três estruturas enormes: o imenso observatório astronômico de Jerusém, a gigantesca galeria de arte de Satânia e a imensa sala de reunião dos diretores de retrospecção, o teatro das atividades moronciais dedicadas ao descanso e à recreação.

46:5:24 5266 Os artesãos celestes dirigem os espornágias e provêem a hoste de decorações criativas e de memoriais monumentais, que abundam em todos os lugares de reuniões públicas. Os estúdios desses artesãos estão entre as maiores e mais belas dentre as estruturas sem par desse mundo maravilhoso. As outras colônias de cortesia mantêm sedes centrais imensas e de grande beleza. Muitos desses prédios são construídos inteiramente de gemas de cristal. Todos os mundos arquitetônicos têm em profusão cristais, bem como os chamados metais preciosos.

46:5:25 5271 7. Os círculos dos finalitores apresentam uma estrutura singular no centro. E esse mesmo templo vazio é encontrado em todos os mundos-sedes centrais dos sistemas de Nebadon. Esse edifício em Jerusém está selado com a insígnia de Michael e traz esta inscrição: “Ainda não dedicado ao sétimo estágio do espírito – ao compromisso eterno”. Gabriel colocou o selo nesse templo de mistério, e ninguém, a não ser Michael, pode ou deve romper o selo da soberania, afixado pelo Brilhante Estrela Matutino. Algum dia vós contemplareis esse templo silencioso, ainda que não possais penetrar o seu mistério.

46:5:26 5272 Outros círculos de Jerusém : Além desses círculos residenciais, há em Jerusém inúmeras outras moradas designadas de modo especial.

6. OS QUADRADOS EXECUTIVO-ADMINISTRATIVOS


46:6:1 5273 As divisões executivo-administrativas do sistema estão localizadas nos imensos quadrados departamentais, em número de mil. Cada unidade administrativa está dividida em cem subdivisões de dez subgrupos cada. Esses mil quadrados estão agrupados segundo dez grandes divisões, constituindo assim os dez departamentos administrativos seguintes:

5274 1. De manutenção física e melhoramentos materiais, nos domínios do poder e da energia física.

5275 2. De arbitragens, ética e julgamento administrativo.

5276 3. De assuntos planetários e locais.

5277 4. De assuntos da constelação e do universo.

5278 5. De educação e de outras atividades dos Melquisedeques.

5279 6. De progresso físico planetário e do sistema, nos domínios científicos das atividades de Satânia.

52710 7. De assuntos moronciais.

52711 8. Das atividades e da ética puramente espirituais.

52712 9. Da ministração ascendente.

52713 10. Da filosofia do grande universo.

46:6:2 52714 Essas estruturas são transparentes; de modo que todas as atividades do sistema podem ser observadas até mesmo pelos estudantes em visita.

7. OS RETÂNGULOS – OS ESPORNÁGIAS


46:7:1 52715 Os mil retângulos de Jerusém são ocupados pela vida nativa inferior do planeta-sede central, e no seu centro está situada a imensa sede-central circular dos espornágias.

46:7:2 52716 Em Jerusém vós ficareis assombrados com as realizações na agricultura feitas pelos maravilhosos espornágias. Ali, a terra é amplamente cultivada para efeitos estéticos e ornamentais. Os espornágias são os jardineiros das paisagens dos mundos-sedes centrais, e eles são originais e artísticos no tratamento que dão aos espaços abertos de Jerusém. Eles utilizam tanto animais, quanto numerosas invenções mecânicas na cultura do solo. São habilmente inteligentes no emprego das agências de poder dos seus reinos tanto quanto na utilização das numerosas ordens dos seus irmãos inferiores, das criações animais menos evoluídas, muitas das quais são fornecidas a eles nesses mundos especiais. Essa ordem de vida animal é agora quase totalmente dirigida pelas criaturas intermediárias ascendentes das esferas evolucionárias.

46:7:3 5281 Os espornágias não são resididos por Ajustadores. Eles não possuem almas de sobrevivência, mas desfrutam de vidas longas, algumas vezes até de quarenta a cinqüenta mil anos-padrão. O seu número é o de uma legião, e eles podem fazer ministrações físicas a todas as ordens de personalidades, no universo, que necessitem de serviços materiais.

46:7:4 5282 Embora os espornágias não possuam uma alma de sobrevivência, e não a desenvolvam, ainda que não tenham personalidade, eles desenvolvem uma individualidade que pode experienciar a reencarnação. Quando, com o passar do tempo, os corpos físicos dessas criaturas singulares deterioram com o uso e a idade, os seus criadores, em colaboração com os Portadores da Vida, produzem novos corpos nos quais os velhos espornágias restabelecem as suas residências.

46:7:5 5283 Os espornágias são as únicas criaturas em todo o universo de Nebadon que experienciam essa ou qualquer outra espécie de reencarnação. São sensíveis apenas aos cinco primeiros espíritos ajudantes da mente; não respondem, portanto, aos impulsos dos espíritos da adoração e da sabedoria. Esses cinco ajudantes da mente equivalem, contudo, a um nível total de realidade ou ao sexto nível de realidade, e é esse fator que perdura como uma identidade experiencial.

46:7:6 5284 Para descrever essas criaturas úteis e inusitadas, não disponho de nenhuma base de comparação, pois não há animais nos mundos evolucionários comparáveis a eles. Eles não são seres evolucionários, tendo sido projetados pelos Portadores da Vida na sua forma e status atuais. Eles são bissexuais e procriam-se à medida que são requisitados, para fazer face às necessidades de uma população crescente.

46:7:7 5285 Talvez, para as mentes de Urântia, eu fizesse melhor sugerindo algo da natureza dessas criaturas belas e úteis, dizendo que elas têm as características do cavalo fiel, combinadas às do cão afetuoso, manifestando uma inteligência que é maior que a do tipo mais elevado de chimpanzé. E são muito belas, se julgadas segundo os padrões físicos de Urântia. Apreciam bastante as atenções a elas demonstradas pelos seres materiais e semimateriais que permanecem nesses mundos arquitetônicos. Elas têm uma vista que lhes permite reconhecer – além dos seres materiais – as criações moronciais, as ordens angélicas mais baixas, as criaturas intermediárias e algumas das ordens menos elevadas de personalidades espirituais. Elas não compreendem a adoração do Infinito, nem captam a importância do Eterno, mas, por intermédio do afeto que têm pelos seus mestres, elas compartilham das devoções espirituais externas dos seus reinos.

46:7:8 5286 Existem aqueles que acreditam que, em uma idade futura do universo, esses espornágias fiéis escaparão do seu nível animal de existência e atingirão um destino evolucionário condigno de crescimento intelectual progressivo e mesmo de realização espiritual.

8. OS TRIÂNGULOS DE JERUSÉM


46:8:1 5287 Os assuntos puramente rotineiros e locais de Jerusém são dirigidos a partir dos cem triângulos. Estas unidades estão agrupadas em torno das dez estruturas maravilhosas que domiciliam a administração local de Jerusém. Os triângulos estão rodeados pela ilustração panorâmica da história da sede central do sistema. Atualmente, há um trecho apagado, de cerca de três quilômetros-padrão nessa história circular. Esse setor será restaurado quando Satânia for readmitida na família da constelação. Todos os preparativos para esse acontecimento foram feitos pelos decretos de Michael, mas o tribunal dos Anciães dos Dias ainda não concluiu o julgamento dos assuntos da rebelião de Lúcifer. Satânia não pode voltar à comunidade plena de Norlatiadeque enquanto abrigar arqui-rebeldes, seres de elevada criação que caíram da luz para as trevas.

46:8:2 5291 Quando Satânia puder novamente estar vinculada à constelação, então será considerada a readmissão dos mundos isolados à família dos planetas habitados do sistema, acompanhada da sua restauração à comunhão espiritual dos reinos. Contudo, mesmo se Urântia fosse reincorporada aos circuitos do sistema, vós ainda estaríeis embaraçados pelo fato de que o vosso sistema inteiro permanece sob a quarentena imposta por Norlatiadeque, que o isola parcialmente de todos os outros sistemas.

46:8:3 5292 Mas, dentro em breve, o julgamento final de Lúcifer e seus parceiros reintegrará o sistema de Satânia à constelação de Norlatiadeque, e subseqüentemente Urântia e as outras esferas isoladas serão reintegradas aos circuitos de Satânia, e esses mundos desfrutarão, novamente, dos privilégios da comunicação interplanetária e da comunhão entre os sistemas.

46:8:4 5293 Haverá um fim para os rebeldes e para a rebelião. Os Governantes Supremos são misericordiosos e pacientes, entretanto a lei que versa sobre o mal deliberadamente alimentado é executada de modo universal e infalível. “A recompensa do pecado é a morte” – a obliteração eterna.

46:8:5 5294 [Apresentado por um Arcanjo de Nebadon.]

DOCUMENTO 47

OS SETE MUNDOS DAS MANSÕES
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O Filho Criador, quando em Urântia, falou das “muitas moradas no universo do Pai”. Num certo sentido, todos os cinqüenta e seis mundos que rodeiam Jerusém são devotados à cultura de transição dos mortais ascendentes, mas os sete satélites do mundo de número um são mais especificamente conhecidos como os mundos das mansões.

47:0:2 5302 O mundo de transição de número um é dedicado inteira e exclusivamente às atividades ascendentes, sendo a sede central do corpo de finalitores designado para Satânia. Esse mundo agora serve de sede central para mais de cem mil companhias de finalitores, e há mil seres glorificados em cada um desses grupos.

47:0:3 5303 Quando um sistema é estabelecido em luz e vida, e, à medida que os mundos das mansões cessam, um a um, de servir como estações de aperfeiçoamento para os mortais, eles passam a ser ocupados pela população crescente de finalitores que se acumula nesses sistemas mais antigos e mais altamente perfeccionados.

47:0:4 5304 Os sete mundos das mansões estão a cargo dos supervisores moronciais e dos Melquisedeques. Há um governador atuante em cada mundo, que é o responsável direto perante os governantes de Jerusém. Os conciliadores de Uversa mantêm uma sede central em cada um dos mundos das mansões, enquanto, na vizinhança, está o local de encontro dos Conselheiros Técnicos. Os Diretores de retrospecção e os Artesãos celestes mantêm a sede dos seus grupos em cada um desses mundos. Os espirongas funcionam no mundo das mansões de número dois em diante, enquanto todos os sete mundos, a exemplo de outros planetas de cultura de transição e do mundo-sede central, estão abundantemente providos de espornágias do tipo padrão de criação.

1. O MUNDO DOS FINALITORES


47:1:1 5305 Ainda que apenas os finalitores e alguns grupos de filhos já salvos e os seus preceptores sejam os residentes do mundo de transição de número um, todas as providências são tomadas para o entretenimento de todas as classes de seres espirituais, de mortais de transição e de estudantes visitantes. Os espornágias, que funcionam em todos esses mundos, são anfitriões hospitaleiros para todos os seres que eles podem reconhecer. Eles têm um sentimento vago a respeito dos finalitores, mas não conseguem vê-los; contudo, eles devem encará-los do mesmo modo como, no vosso estado físico atual, vós encarais os anjos.

47:1:2 5306 Embora o mundo dos finalitores seja uma esfera de rara beleza física e de um extraordinário embelezamento moroncial, a grande morada espiritual localizada no centro das atividades, o templo dos finalitores, não é visível sem ajuda para a vista material, nem para a visão moroncial inicial. Contudo, os transformadores de energia são capazes de tornar visíveis muitas dessas realidades para os mortais ascendentes e, de tempos em tempos, eles o fazem, como nas ocasiões das assembléias de classe dos estudantes dos mundos das mansões dessa esfera cultural.

47:1:3 5311 Durante toda vossa experiência nos mundos das mansões, de um certo modo, vós estareis espiritualmente conscientes da presença dos vossos irmãos glorificados que alcançaram o Paraíso, e é muito repousante, de quando em quando, percebê-los, realmente, em função na sua própria sede de residência. Vós não ireis visualizar os finalitores espontaneamente, antes de adquirirdes a verdadeira visão espiritual.

47:1:4 5312 No primeiro mundo das mansões, todos os sobreviventes devem satisfazer aos requisitos da comissão de progenitores dos seus planetas nativos. A comissão atual de Urântia consiste de doze casais de progenitores, recentemente chegados, que tiveram experiências mortais de criar três ou mais crianças até a idade da puberdade. O serviço, nessa comissão, é rotativo e é de apenas dez anos, como regra. Todos aqueles que fracassam em satisfazer às exigências dessa comissão, quanto à sua experiência de progenitores, devem qualificar-se posteriormente, prestando serviço, nos lares dos Filhos Materiais, em Jerusém ou, em parte, no berçário probatório no mundo dos finalitores.

47:1:5 5313 Todavia, aos pais do mundo das mansões que tiverem filhos crescendo no berçário probatório, independentemente da experiência de progenitores, são dadas todas as oportunidades de colaborar com os custódios moronciais desses filhos, no que diz respeito à sua instrução e aperfeiçoamento. É permitido a esses pais viajar até lá para visitas, com a freqüência de até quatro vezes por ano. E é uma das cenas de beleza mais tocante, de toda a carreira ascendente, ver os pais dos mundos das mansões abraçando a sua progênie material por ocasião das suas peregrinações periódicas aos mundos dos finalitores. Ainda que um ou ambos os pais possam deixar o mundo das mansões antes do filho, freqüentemente são contemporâneos durante um período.

47:1:6 5314 Nenhum mortal ascendente pode escapar da experiência de criar filhos – os seus próprios, ou os dos outros –, seja nos mundos materiais ou, subseqüentemente, no mundo dos finalitores, ou em Jerusém. Os pais devem passar por essa experiência essencial, tão certamente como as mães. É uma noção infeliz e errônea, a dos povos modernos de Urântia, de que a educação das crianças seja, em grande parte, uma tarefa das mães. As crianças necessitam do pai tanto quanto da mãe, e os pais necessitam dessa experiência de progenitor, tanto quanto as mães.

2. O BERÇÁRIO PROBATÓRIO


47:2:1 5315 As escolas que recebem as crianças de Satânia estão situadas no mundo dos finalitores, a primeira das esferas de cultura de transição de Jerusém. Essas escolas que recebem os infantes são empreendimentos dedicados à criação e ao aperfeiçoamento das crianças do tempo, incluindo aquelas que morreram nos mundos evolucionários do espaço, antes da aquisição do status individual nos registros do universo. No caso da sobrevivência de um ou de ambos os pais dessa criança, o guardião do destino designa o seu querubim aliado como custódio da identidade potencial da criança, encarregando esse querubim com a responsabilidade de entregar essa alma ainda não desenvolvida nas mãos dos Mestres dos Mundos das Mansões, nos berçários probatórios dos mundos moronciais.

47:2:2 5316 São esses mesmos querubins deixados para trás que, como Mestres dos Mundos das Mansões, sob a supervisão dos Melquisedeques, mantêm essas instalações educacionais extensivas, para o aperfeiçoamento dos pupilos probatórios dos finalitores. Esses pupilos dos finalitores, filhos de mortais ascendentes, são sempre repersonalizados exatamente como no seu status físico à época da sua morte, exceto pelo potencial de reprodução. Esse despertar ocorre na hora exata da chegada do progenitor no primeiro mundo das mansões. E, então, a essas crianças são dadas todas as oportunidades que existam, de escolher o seu caminho celeste, exatamente como elas teriam escolhido nos mundos onde a morte tão prematuramente terminou com as suas carreiras.

47:2:3 5321 No mundo-berçário, as criaturas probatórias são agrupadas segundo tenham ou não Ajustadores, pois os Ajustadores vêm residir nessas crianças materiais exatamente como nos mundos do tempo. As crianças, em idades pré-Ajustador, são cuidadas em famílias de cinco filhos; com as suas idades variando de um ano até aproximadamente cinco anos, ou até aquela idade em que o Ajustador chega.

47:2:4 5322 Todas as crianças, nos mundos em evolução, que têm Ajustadores do Pensamento e que, antes da morte, não haviam feito uma escolha a respeito da carreira do Paraíso, são também repersonalizadas no mundo dos finalitores do sistema, onde, do mesmo modo, crescem nas famílias dos Filhos Materiais e dos seus companheiros, como o fazem aqueles pequenos que chegaram sem Ajustadores, mas que, subseqüentemente, irão receber os Monitores Misteriosos depois de alcançarem a idade requerida para a escolha moral.

47:2:5 5323 As crianças resididas pelos Ajustadores e os jovens, no mundo dos finalitores, também são criados em famílias de cinco filhos, cujas idades variam aproximadamente de seis a quatorze anos; essas famílias consistem de crianças cujas idades são de seis, oito, dez, doze e quatorze anos. A qualquer momento, depois dos dezesseis anos, se a escolha final houver sido feita, elas transladam-se para o primeiro mundo das mansões e começam suas ascensões ao Paraíso. Algumas fazem sua escolha antes dessa idade e vão para as esferas de ascensão; mas, antes dos dezesseis anos, calculados segundo os padrões de Urântia, pouquíssimas crianças serão encontradas nos mundos das mansões.

47:2:6 5324 Os serafins guardiães dão assistência a esses jovens nos berçários probatórios, no mundo dos finalitores, exatamente do modo como ministram espiritualmente aos mortais, nos planetas evolucionários, ao passo que os fiéis espornágias ministram às suas necessidades físicas. E, assim, essas crianças crescem no mundo de transição, até que chegue o tempo de fazerem a sua escolha final.

47:2:7 5325 Quando a vida material houver findado o seu decurso, se não houver sido dada a preferência à vida ascendente, ou se essas crianças do tempo definitivamente decidirem contra a aventura de Havona, a morte termina, automaticamente, com as suas carreiras probatórias. Não há julgamento em tais casos; não há ressurreição depois dessa segunda morte. As crianças simplesmente voltam a ser como se nunca houvessem existido.

47:2:8 5326 Mas se elas escolherem o caminho da perfeição do Paraíso, elas serão imediatamente preparadas para o translado até o primeiro mundo das mansões, onde muitas delas chegam a tempo de juntar-se aos seus pais, na ascensão a Havona. Após passarem por Havona e alcançarem as Deidades, essas almas já salvas, de origem mortal, constituem a cidadania ascendente permanente do Paraíso. Essas crianças que foram privadas da valiosa e essencial experiência evolucionária, nos mundos do seu nascimento mortal, não se incorporam aos Corpos da Finalidade.

3. O PRIMEIRO MUNDO DAS MANSÕES


47:3:1 5327 Nos mundos das mansões, os mortais sobreviventes ressuscitados reassumem as suas vidas exatamente onde as deixaram quando colhidos pela morte. Quando partirdes de Urântia para o primeiro mundo das mansões, vós ireis notar uma considerável mudança; no entanto, se viésseis de uma esfera do tempo mais normal e progressiva, dificilmente notaríeis alguma diferença, excetuando-se o fato de que estáveis de posse de um corpo diferente; pois o tabernáculo de carne e osso foi deixado para trás no mundo de nascimento.

47:3:2 5328 O centro mesmo de todas as atividades, no primeiro mundo das mansões, é a sala de ressurreição, o enorme templo de reconstituição da personalidade. Essa estrutura gigantesca é o ponto central de reunião dos guardiães seráficos do destino, dos Ajustadores do Pensamento e dos arcanjos da ressurreição. Os Portadores da Vida também funcionam junto com esses seres celestes na ressurreição dos mortos.

47:3:3 5331 As transcrições da mente mortal e os padrões da memória ativa da criatura, tais como são transpostos, dos níveis materiais para os espirituais, são da posse individual dos Ajustadores do Pensamento que deixaram a residência mortal; esses fatores da espiritualização da mente, da memória e da personalidade da criatura, são para sempre uma posse desses Ajustadores. A matriz mental da criatura e os potenciais passivos da identidade estão presentes na alma moroncial, confiada aos cuidados dos guardiães seráficos do destino. E é a reunião da alma moroncial, confiada ao serafim, e da mente-espírito, confiada ao Ajustador, o que reconstitui a personalidade da criatura e estabelece a ressurreição de um sobrevivente adormecido.

47:3:4 5332 Se uma personalidade transitória, de origem mortal, nunca devesse ser reconstituída dessa forma, os elementos do espírito da criatura mortal não sobrevivente iriam, para sempre, continuar como uma parte integral do dom individual de experiência do Ajustador, que uma vez foi residente na criatura.

47:3:5 5333 Do Templo da Nova Vida, estendem-se sete asas radiais, as salas de ressurreição das raças mortais. Cada uma dessas estruturas é devotada à reconstituição de uma das sete raças do tempo. Há cem mil câmaras de ressurreição pessoal em cada uma dessas sete alas, terminando em salas circulares de reconstituição, por classes que servem como as câmaras do despertar, para até um milhão de indivíduos. Essas salas estão rodeadas pelas câmaras de reconstituição da personalidade das raças misturadas dos mundos normais pós-Adâmicos. Independentemente da técnica empregada, nos mundos individuais do tempo, em relação às ressurreições especiais ou dispensacionais, a reconstituição real e consciente da personalidade factual e completa tem lugar nas salas de ressurreição da mansônia número um. Por toda a eternidade, vós ireis relembrar-vos das impressões profundas das memórias do vosso primeiro testemunhar dessas manhãs de ressurreição.

47:3:6 5334 Das salas de ressurreição, vós continuareis até o setor Melquisedeque, onde vos será designada uma residência permanente. Então, durante dez dias, ficareis em liberdade pessoal. Sereis livres para explorar a vizinhança imediata do vosso novo lar e para familiarizar-vos com o programa que virá imediatamente a seguir. E também tereis tempo para gratificar o vosso desejo de consultar o registro e de visitar os vossos seres amados e outros amigos da Terra, que vos podem haver precedido nesses mundos. Ao fim do período de lazer, de dez dias, dareis o segundo passo na jornada ao Paraíso; pois os mundos das mansões são, de fato, esferas de aperfeiçoamento, e não meramente planetas de retenção.

47:3:7 5335 No mundo das mansões de número um (ou em qualquer outro, no caso de status mais avançado), ireis reassumir o vosso aperfeiçoamento intelectual e o vosso desenvolvimento espiritual, no nível exato em que estes foram interrompidos pela morte. Entre o tempo da morte planetária, ou do translado, e a ressurreição no mundo das mansões, o homem mortal não ganha absolutamente nada, além de experienciar o ato da sobrevivência. Vós começareis ali, exatamente no ponto em que vós houverdes deixado a vida aqui embaixo.

47:3:8 5336 Quase toda a experiência no mundo das mansões de número um pertence à ministração corretora das deficiências. Os sobreviventes que chegam nessa primeira das esferas de detenção apresentam tantos e tão variados defeitos de caráter de criatura, e deficiências de experiência mortal, que as principais atividades do reino ocupam-se da correção e da cura desses múltiplos legados da vida na carne nos mundos evolucionários materiais do tempo e do espaço.

47:3:9 5341 A permanência no mundo das mansões número um destina-se a desenvolver os mortais sobreviventes pelo menos até o status da dispensação pós-Adâmica nos mundos evolucionários normais. Espiritualmente, bem entendido, os estudantes dos mundos das mansões estão muito mais adiantados do que tal estado de desenvolvimento meramente humano.

47:3:10 5342 Caso não fordes retidos no mundo das mansões de número um, ao fim de dez dias, ireis entrar em sono de translado e seguir para o mundo de número dois e, a cada dez dias, ireis avançar assim até chegardes ao mundo da vossa designação.

47:3:11 5343 O centro dos sete círculos maiores da administração do primeiro mundo das mansões é ocupado pelo templo dos Companheiros Moronciais, os guias pessoais designados para os mortais ascendentes. Esses companheiros são uma progênie do Espírito Materno do universo local, e existem vários milhões deles nos mundos moronciais de Satânia. Além daqueles que são designados como companheiros grupais, tereis muito a ver com os intérpretes e tradutores, com os custódios dos edifícios e os supervisores das excursões. E todos esses companheiros em muito cooperam com aqueles que têm a ver com o desenvolvimento dos vossos fatores mentais e espirituais de personalidade, dentro do corpo moroncial.

47:3:12 5344 Assim que começardes, no primeiro mundo das mansões, um Companheiro Moroncial é designado a cada companhia de mil mortais ascendentes, mas vós encontrareis muitos mais deles à medida que progredirdes nas sete esferas das mansões. Esses seres formosos e versáteis são companheiros sociáveis e guias encantadores. Eles estão liberados para acompanhar os indivíduos ou os grupos selecionados até qualquer uma das esferas de cultura de transição, incluindo os mundos-satélites delas. Eles são os guias das excursões e os companheiros de lazer de todos os mortais ascendentes. Freqüentemente, eles acompanham os grupos de sobreviventes em visitas periódicas a Jerusém e, a qualquer dia em que estiverdes ali, vós podereis ir até o setor de registro da capital do sistema e encontrar-vos com os mortais ascendentes de todos os sete mundos das mansões, pois eles viajam livremente, indo e vindo, das suas moradas residenciais para a sede central do sistema.

4. O SEGUNDO MUNDO DAS MANSÕES


47:4:1 5345 Nessa esfera é que sereis iniciados, mais completamente, na vida na mansônia. Os agrupamentos da vida moroncial começam a tomar forma; os grupos de trabalho e as organizações sociais começam a funcionar, as comunidades adquirem proporções formais e os mortais em avanço inauguram novas ordens sociais e arranjos novos de governo.

47:4:2 5346 Os sobreviventes de fusão com o Espírito ocupam os mundos das mansões juntamente com os mortais ascendentes de fusão com o Ajustador. Ao mesmo tempo em que as várias ordens de vida celeste são diferentes, elas são todas amigáveis e fraternais. Em todos os mundos de ascensão, vós não ireis encontrar nada que se compare à intolerância humana e às discriminações e à falta de consideração peculiar aos sistemas de castas.

47:4:3 5347 À medida que fordes ascendendo nos mundos das mansões, um a um, eles tornam-se mais repletos de atividades moronciais para os sobreviventes que avançam. À medida que vós avançardes, reconhecereis cada vez mais as características de Jerusém trazidas para os mundos das mansões. O mar de cristal começa a aparecer na segunda mansônia.

47:4:4 5348 Ganha-se um novo corpo moroncial, recém-desenvolvido e adequadamente ajustado, no momento de cada avanço de um mundo das mansões para o seguinte. Vós ireis adormecer, com o transporte seráfico, e acordareis com o novo corpo, ainda não desenvolvido, nas salas de ressurreição, de um modo muito parecido com aquele pelo qual chegastes inicialmente ao mundo das mansões de número um, exceto pelo fato de que o Ajustador do Pensamento não vos abandona, durante esses sonos de trânsito, entre os mundos das mansões. A vossa personalidade permanece intacta, depois que houverdes passado dos mundos evolucionários para o mundo inicial das mansões.

47:4:5 5351 A memória do vosso Ajustador permanece integralmente intacta na medida em que ascenderdes na vida moroncial. Aquelas associações mentais que eram puramente animalescas e totalmente materiais pereceram naturalmente com o cérebro físico, mas, na vossa vida mental, tudo o que valeu a pena, que tinha valor de sobrevivência, recebeu uma contraparte provida pelo Ajustador e fica guardado como uma parte da memória pessoal, durante todo o caminho da carreira ascendente. Estareis conscientes de todas as vossas experiências dignas e valiosas, na medida em que avançardes de um mundo das mansões para outro e de uma seção do universo para outra – até o Paraíso.

47:4:6 5352 Ainda que tenhais corpos moronciais, vós continuareis, em todos esses sete mundos, a comer, a beber e a descansar. Vós partilhareis da ordem moroncial de alimentos, um reino de energia viva desconhecido dos mundos materiais. Tanto a comida quanto a água são plenamente utilizadas no corpo moroncial; mas não há dejetos residuais. Uma pausa seja feita para se considerar: a mansônia número um é uma esfera bastante material, apresentando os princípios incipientes do regime moroncial. Vós ainda sois quase que humanos e não estais muito afastados dos pontos de vista limitados da vida mortal, mas cada mundo descortina um progresso definido. De esfera em esfera, vós vos tornareis menos materiais, mais intelectuais, e ligeiramente mais espirituais. O progresso espiritual é maior nos três últimos desses sete mundos progressivos.

47:4:7 5353 As deficiências biológicas foram já amplamente compensadas, no primeiro mundo das mansões. Ali os defeitos, na experiência planetária, pertinentes à vida sexual, à associação familiar e às funções paternais, ou foram corrigidos ou foram projetados para uma retificação futura entre as famílias dos Filhos Materiais em Jerusém.

47:4:8 5354 O mundo das mansões de número dois promove, mais especificamente, a remoção de todas as fases de conflito intelectual e a cura de todas as espécies de desarmonia mental. O esforço, iniciado no primeiro mundo das mansões, para aprofundar-vos no significado da mota moroncial, é continuado aqui de um modo mais sério. O desenvolvimento alcançado na mansônia de número dois é comparável ao status intelectual da cultura que vem a seguir, depois da vinda do Filho Magisterial aos mundos evolucionários ideais.

5. O TERCEIRO MUNDO DAS MANSÕES


47:5:1 5355 A terceira mansônia é a sede central dos Instrutores dos Mundos das Mansões. Embora funcionem em todas as sete esferas das mansões, eles mantêm a sede do seu grupo no centro dos círculos das escolas do mundo de número três. Há milhões desses instrutores nos mundos das mansões e nos mundos moronciais mais elevados. Esses querubins avançados e glorificados servem como instrutores moronciais em todo o caminho ascendente, desde os mundos das mansões até a última esfera do aperfeiçoamento ascendente do universo local. Eles estarão entre os últimos a dar-vos um adeus afetuoso, quando chegar o tempo das despedidas, a época em que vós dareis adeus – ao menos por algumas idades – ao universo da vossa origem, quando vós vos enserafinareis para o trânsito até os mundos de recepção do setor menor do superuniverso.

47:5:2 5356 Enquanto em permanência no primeiro mundo das mansões, vós tereis permissão para visitar o primeiro dos mundos de transição, a sede central dos finalitores e o berçário do sistema probatório para a criação das crianças evolucionárias não desenvolvidas. Quando chegardes ao mundo das mansões de número dois, ireis receber permissão periodicamente para visitar o mundo de transição de número dois, onde está localizada a sede central dos supervisores moronciais de toda a Satânia e as escolas de educação para as várias ordens moronciais. Quando alcançardes os mundos das mansões de número três, ser-vos-á imediatamente concedida a permissão para visitar a terceira esfera de transição, a sede central das ordens angélicas e a base das suas várias escolas de aperfeiçoamento no sistema. Desse mundo, as visitas a Jerusém são cada vez mais proveitosas e de interesse sempre crescente para os mortais em avanço.

47:5:3 5361 Mansônia, a terceira, é um mundo de grandes realizações pessoais e sociais para todos aqueles que não alcançaram o equivalente a esses círculos de cultura antes de libertar-se da carne, nos mundos de nascimento mortal. Nessa esfera, um trabalho educacional mais positivo tem início. A educação, nos dois primeiros mundos das mansões, é, sobretudo, voltada para a natureza – negativa – das deficiências, pois tem a ver com a suplementação da experiência da vida na carne. Nesse terceiro mundo das mansões, os sobreviventes realmente dão início à sua cultura moroncial progressiva. O propósito principal desse aperfeiçoamento é ampliar a compreensão da correlação entre a mota moroncial e a lógica mortal, aumentando a coordenação da mota moroncial com a filosofia humana. Os mortais sobreviventes adquirem, agora, a visão interna prática da verdadeira metafísica. Essa é a introdução real à compreensão inteligente dos significados cósmicos e das inter-relações universais. A cultura do terceiro mundo das mansões compartilha da natureza da idade posterior à outorga do Filho em um planeta normal habitado.

6. O QUARTO MUNDO DAS MANSÕES


47:6:1 5362 Quando chegardes ao quarto mundo das mansões, tereis entrado realmente na carreira moroncial, tereis progredido em um longo caminho desde a existência material inicial. Agora vos é dada a permissão para fazerdes visitas ao mundo de transição de número quatro, para vos tornardes familiarizados, ali, com a sede central e as escolas de educação dos superanjos, incluindo as dos Brilhantes Estrelas Vespertinos. Por meio dos bons serviços desses superanjos do quarto mundo de transição, os visitantes moronciais tornam-se capazes de poder chegar muito perto das várias ordens de Filhos de Deus, durante as visitas periódicas a Jerusém; pois novos setores da capital do sistema abrem-se gradativamente para os mortais em avanço, à medida que eles fazem essas visitas repetidas ao mundo-sede central. Novos esplendores revelam-se progressivamente às mentes em expansão desses ascendentes.

47:6:2 5363 Na quarta mansônia, o ascendente individual encontra, de um modo mais adequado, o seu lugar nos grupos de trabalho e nas funções em classes da vida moroncial. Os ascendentes, aqui, desenvolvem uma apreciação crescente das teledifusões e das outras fases da cultura e do progresso do universo local.

47:6:3 5364 É durante o período de aperfeiçoamento no mundo de número quatro que os mortais ascendentes são realmente introduzidos, como que pela primeira vez, às exigências e às delícias da verdadeira vida social das criaturas moronciais. E é, de fato, uma nova experiência, para as criaturas evolucionárias, participar de atividades sociais que não implicam nem o engrandecimento pessoal, nem a busca de conquistas pessoais. Uma nova ordem social está sendo introduzida, baseada na compaixão compreensiva de apreciação mútua, no amor não egoísta do serviço mútuo e na motivação superadora da realização de um destino comum e supremo – a meta do Paraíso, de perfeição adoradora e divina. Os ascendentes tornam-se todos, por si próprios, conscientes de que conhecem a Deus, de que revelam a Deus, de que buscam a Deus e de que encontram a Deus.

47:6:4 5365 A cultura intelectual e social desse quarto mundo das mansões é comparável à vida mental e social da idade que se segue à vinda do Filho Instrutor aos planetas de evolução normal. O status espiritual está muito mais avançado do que aquele da dispensação mortal.

7. O QUINTO MUNDO DAS MANSÕES


47:7:1 5371 O transporte para o quinto mundo das mansões representa um imenso passo à frente na vida de um ser em progresso moroncial. A experiência neste mundo é uma verdadeira antecipação da vida em Jerusém. Aqui começareis a visualizar quão elevado é o destino dos mundos evolucionários leais, desde que possam progredir normalmente até esse estágio, durante o seu desenvolvimento planetário natural. A cultura desse mundo das mansões corresponde, em geral, àquela da idade inicial de luz e vida, nos planetas de progresso evolucionário normal. E disso podereis depreender que tudo é organizado de um modo tal que os tipos de seres de cultura e progresso altamente avançado, que às vezes habitam os mundos evolucionários avançados, ficam eximidos de passar por uma ou mais, ou mesmo por todas as esferas das mansões.

47:7:2 5372 Tendo dominado a língua do universo local, antes de deixardes o quarto mundo das mansões, agora ireis devotar mais tempo ao aperfeiçoamento da língua de Uversa, com o fito de bem dominar ambas as línguas antes de alcançardes Jerusém com status residencial. Todos os mortais ascendentes são bilíngües, da sede central do sistema até Havona. E então, torna-se necessário apenas ampliar o vocabulário do superuniverso; e uma ampliação maior ainda é requerida para se ter residência no Paraíso.

47:7:3 5373 Quando da sua chegada à mansônia de número cinco, o peregrino recebe permissão para visitar o mundo de transição de número correspondente, a sede central dos Filhos. Nessa, o mortal ascendente torna-se pessoalmente familiarizado com os vários grupos de filiação divina. Ele já ouviu falar desses seres extraordinários e já os encontrou em Jerusém, mas agora vai conhecê-los realmente.

47:7:4 5374 Na quinta mansônia, vós começareis a aprender sobre os mundos de estudo da constelação. Aqui, encontrareis os primeiros instrutores que principiam a vossa preparação para a vossa próxima estada, a da constelação. Muito dessa preparação continuará nos mundos seis e sete, enquanto os toques finais serão recebidos no setor dos mortais ascendentes em Jerusém.

47:7:5 5375 Um nascimento real, de conscientização cósmica, acontece na mansônia de número cinco. A vossa mente está transformando-se na mente universal. Esse é verdadeiramente um tempo de expansão de horizontes. Para as mentes ampliadas dos mortais ascendentes, tem início o alvorecer magnífico e estupendo daquele destino superno e divino, que aguarda a todos que completam a ascensão progressiva ao Paraíso; ascensão esta que foi iniciada de um modo tão laborioso, mas tão jubiloso e auspicioso. É mais ou menos nesse ponto que o mortal ascendente comum começa a manifestar um entusiasmo experiencial autêntico pela ascensão a Havona. O estudo torna-se voluntário; o serviço altruísta passa a ser natural e a adoração espontânea. Um caráter verdadeiramente moroncial está florescendo; e uma criatura moroncial real está evoluindo.

8. O SEXTO MUNDO DAS MANSÕES


47:8:1 5376 Aqueles que permanecem nesta esfera têm permissão para visitar o mundo de transição de número seis, onde aprendem mais sobre os espíritos elevados do superuniverso, embora não estejam capacitados para enxergar muitos desses seres celestes. Aqui também eles recebem as suas primeiras lições sobre a carreira espiritual em perspectiva, que acontecerá imediatamente após a graduação no aperfeiçoamento moroncial do universo local.

47:8:2 5377 O Soberano assistente do Sistema faz visitas freqüentes a esse mundo, e a instrução inicial sobre a técnica da administração do universo começa a ser dada aqui. As primeiras lições que abrangem os assuntos de todo um universo são agora ministradas.

47:8:3 5381 Essa é uma idade brilhante, para os mortais ascendentes, e que habitualmente testemunha a fusão perfeita da mente humana e do Ajustador divino. Em potencial, essa fusão pode já haver ocorrido anteriormente, mas a identidade de funcionamento real muitas vezes só é alcançada depois do tempo de permanência no quinto mundo das mansões, ou mesmo no sexto.

47:8:4 5382 A união da alma imortal em evolução com o Ajustador eterno e divino fica assinalada por uma convocação seráfica, feita pelo superanjo supervisor dos sobreviventes ressuscitados e pelo arcanjo que registra aqueles que vão a julgamento no terceiro dia; e, então, na presença dos companheiros moronciais do sobrevivente, esses mensageiros da confirmação dizem: “Este é um filho amado, em quem eu muito me comprazo”. Essa cerimônia simples marca a entrada de um mortal ascendente na carreira eterna de serviço do Paraíso.

47:8:5 5383 Imediatamente depois da confirmação da fusão com o Ajustador, o novo ser moroncial é apresentado pela primeira vez aos seus companheiros com o seu novo nome. E lhe são concedidos os quarenta dias de retiro espiritual, de todas as atividades rotineiras, durante os quais ele irá comungar consigo mesmo e escolher um, dentre os caminhos opcionais para Havona e dentre as técnicas diferentes de alcançar o Paraíso.

47:8:6 5384 Todavia esses seres brilhantes são ainda mais ou menos materiais; e, pois, estão longe de ser espíritos verdadeiros; são mais algo como supermortais, espiritualmente falando, ainda um pouco mais abaixo do que os anjos. Mas estão de fato transformando-se em criaturas maravilhosas.

47:8:7 5385 Durante a permanência no mundo de número seis, os estudantes dos mundos das mansões alcançam um status que é comparável ao desenvolvimento elevado característico dos mundos evolucionários que, normalmente, progrediram além do estágio inicial de luz e vida. A organização da sociedade, nessa mansônia, é de uma ordem elevada. A sombra da natureza mortal torna-se menor e menor, à medida que se ascende até esses mundos, um a um. Vós vos tornais mais e mais adoráveis à medida que fordes deixando para trás os vestígios grosseiros da origem planetária de vida animal. Haverem “passado por grandes atribulações”, serve para fazer os mortais glorificados ficarem muito amáveis e compreensivos, muito compassivos e tolerantes.

9. O SÉTIMO MUNDO DAS MANSÕES


47:9:1 5386 A experiência nesta esfera é de realização do coroamento da carreira pós-mortal imediata. Durante a vossa permanência aqui, recebereis instruções de muitos educadores, todos os quais irão cooperar na tarefa de preparar-vos para residirdes em Jerusém. Quaisquer diferenças discerníveis entre os mortais provenientes de mundos isolados e retardatários e os sobreviventes de esferas mais avançadas e esclarecidas são virtualmente minimizadas durante a permanência no sétimo mundo das mansões. Aqui, vós sereis purgados de todos os remanescentes da hereditariedade desafortunada, de um meio ambiente pouco sadio e das tendências planetárias não-espirituais. Aqui, são erradicados os últimos remanescentes da “marca da besta”.

47:9:2 5387 Enquanto permanecerdes na mansônia de número sete, é concedida permissão para visitardes o mundo de transição de número sete, o mundo do Pai Universal. E, ali, vós iniciareis, então, uma adoração nova e mais espiritual do Pai invisível, um hábito que ireis buscar, de um modo sempre crescente, em todo o caminho de subida, na vossa longa carreira ascendente. Vós encontrareis o templo do Pai, nesse mundo de cultura de transição, mas não vereis o Pai.

47:9:3 5388 Agora, tem início a formação das classes de graduação para Jerusém. Vós passastes de mundo a mundo, como indivíduos, mas agora vos preparais para passar a Jerusém, em grupos, embora, dentro de certos limites, um ser ascendente possa escolher permanecer no sétimo mundo das mansões, com o propósito de permitir que um membro retardatário do seu grupo de trabalho terreno, ou de mansônia, o alcance.

47:9:4 5391 O pessoal da sétima mansônia reúne-se no mar de cristal, com o fito de presenciar a vossa partida para Jerusém, com status residencial. Centenas ou milhares de vezes vós podeis ter visitado Jerusém, mas sempre como um hóspede; nunca antes seguistes para a capital do sistema na companhia de um grupo de companheiros vossos que estivesse dando um adeus eterno a toda a carreira em mansônia como mortais ascendentes. Logo recebereis as boas-vindas, nos campos de recepção do mundo-sede central, como cidadãos de Jerusém.

47:9:5 5392 Vós ireis desfrutar grandemente do vosso progresso, através dos sete mundos desmaterializantes; eles são realmente esferas de desmortalização. No primeiro mundo das mansões, vós sois humanos, sobretudo, apenas seres mortais sem um corpo material, mentes humanas alojadas em formas moronciais – corpos materiais do mundo moroncial, mas não abrigos mortais de carne e osso. Vós passareis realmente do estado mortal ao status imortal no momento da fusão com o Ajustador e, à época em que houverdes terminado a carreira de Jerusém, sereis completamente moronciais.

10. A CIDADANIA DE JERUSÉM


47:10:1 5393 A recepção de uma nova classe de graduados nos mundos das mansões é motivo para que toda a Jerusém se reúna em um comitê de boas-vindas. Até mesmo os espornágias rejubilam-se com a chegada de tais ascendentes triunfantes, de origem evolucionária, estes que fizeram a corrida planetária e completaram a progressão nos mundos das mansões. Apenas os controladores físicos e os Supervisores do Poder Moroncial ficam ausentes nessas ocasiões de júbilo.

47:10:2 5394 João, o Evangelista Revelador, teve uma visão da chegada de uma classe de mortais em avanço, vinda do sétimo mundo das mansões para o seu primeiro céu, às glórias de Jerusém. Ele registrou: “E eu vi, como se fora um mar de vidro misturado ao fogo; e, de pé, aqueles que haviam alcançado a vitória sobre a besta que originalmente estava neles e, sobre a imagem que perdurava até os mundos das mansões e, finalmente, sobre os últimos traços e marcas, no mar de vidro, com as Harpas de Deus, e cantando a canção da libertação do medo mortal e da morte”. (A comunicação espacial perfeita deve estar em todos esses mundos; e, estando em qualquer lugar, a vossa recepção dessas comunicações é tornada possível se portais convosco a “Harpa de Deus”, um dispositivo moroncial que compensa a incapacidade de ajustar diretamente o mecanismo sensorial imaturo da morôncia para a recepção de comunicações espaciais. )

47:10:3 5395 Paulo também teve uma visão do corpo de cidadãos ascendentes, de mortais em perfeccionamento em Jerusém, pois escreveu: “Vós viestes, todavia, ao monte Sião e para a cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e na companhia de anjos inumeráveis, para a grande assembléia de Michael, e dos espíritos de homens justos tornados perfeitos”.

47:10:4 5396 Depois que os mortais tiverem alcançado a residência na sede central do sistema, as ressurreições propriamente ditas não mais serão experimentadas. A forma moroncial que vos foi concedida, quando partistes da carreira do mundo das mansões, é tal que vos permitirá ir até o fim da experiência no universo local. Mudanças serão feitas, de tempos em tempos, mas vós conservareis essa mesma forma, até vos despedirdes dela, quando emergirdes como espíritos do primeiro estágio, que é preparatório para o trânsito aos mundos de cultura ascendente e de aperfeiçoamento espiritual do superuniverso.

47:10:5 5401 Por sete vezes, os mortais que passaram por toda a carreira de mansônia experienciam o sono de ajustamento e o despertar da ressurreição. Mas a última sala de ressurreição, a câmara do despertar final, foi deixada para trás no sétimo mundo das mansões. Mudança alguma na forma não mais irá necessitar do lapso da consciência ou de uma interrupção na continuidade da memória pessoal.

47:10:6 5402 A personalidade mortal, iniciada nos mundos evolucionários e tendo como tabernáculo a carne – residida pelos Monitores Misteriosos e envolvida pelo Espírito da Verdade –, só estará plenamente mobilizada, realizada e unificada a partir daquele dia em que a esse cidadão de Jerusém for dada a permissão para partir para Edêntia, e em que ele for proclamado um verdadeiro membro do corpo moroncial de Nebadon – um sobrevivente imortal, em associação com o seu Ajustador; um ser que ascende ao Paraíso, uma personalidade de status moroncial e um verdadeiro filho dos Altíssimos.

47:10:7 5403 A morte física é uma técnica para escapar da vida material na carne; e a experiência da vida progressiva em mansônia, nos sete mundos de aperfeiçoamento corretivo e de educação cultural, representa a introdução dos mortais sobreviventes na carreira moroncial; é a vida de transição que se interpõe entre a existência evolucionária material e a realização espiritual mais elevada dos ascendentes do tempo que estão destinados a alcançar os portais da eternidade.

47:10:8 5404 [Promovido por um Brilhante Estrela Vespertino.]

DOCUMENTO 48

A VIDA MORONCIAL
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Os Deuses não podem transformar uma criatura de natureza animal, grosseira, em um espírito perfeccionado por algum ato misterioso de mágica criativa – ou, pelo menos, não o fazem. Quando os Criadores desejam gerar seres perfeitos, eles o fazem por criação direta e original, mas nunca se propõem a converter criaturas materiais, e de origem animal, em seres de perfeição, em um único passo.

48:0:2 5412 A vida moroncial, estendendo-se, tal como o faz, aos vários estágios da carreira do universo local, é o único caminho possível pelo qual os mortais materiais podem alcançar o umbral do mundo espiritual. Que magia poderia ter a morte, a dissolução natural do corpo material, para que um passo tão simples pudesse, instantaneamente, transformar a mente mortal e material em um espírito imortal e perfeito? A crença disso não é senão uma superstição ignorante e uma fábula que agrada.

48:0:3 5413 Essa transição moroncial interpõe-se sempre entre o estado mortal e o status espiritual subseqüente dos seres humanos sobreviventes. Esse estado intermediário de progresso no universo difere marcadamente nas várias criações locais, mas, em intento e propósito, são todos bastante similares. A estruturação dos mundos das mansões e dos mundos moronciais mais elevados em Nebadon é bastante típica dos regimes de transição moroncial nessa parte de Orvonton.

1. MATERIAIS MORONCIAIS


48:1:1 5414 Os reinos moronciais são as esferas de ligação, no universo local, entre os níveis materiais e espirituais da existência da criatura. A vida moroncial tem sido conhecida, em Urântia, desde os dias iniciais do Príncipe Planetário. De tempos em tempos, esse estado de transição tem sido ensinado aos mortais, e o conceito, de um modo distorcido, tem encontrado lugar nas religiões atuais.

48:1:2 5415 As esferas moronciais são as fases de transição da ascensão mortal pelos mundos de progressão do universo local. Apenas os sete mundos que rodeiam a esfera dos finalitores dos sistemas locais são chamados de mundos das mansões, mas todas as cinqüenta e seis moradas de transição do sistema, em comum com as esferas mais elevadas, em volta das constelações e das sedes centrais do universo, são chamadas de mundos moronciais. Essas criações compartilham a beleza física e a grandeza moroncial das esferas da sede central do universo local.

48:1:3 5416 Todos esses mundos são esferas arquitetônicas, e possuem exatamente o dobro do número de elementos dos planetas evoluídos. Esses mundos feitos sob medida têm não apenas metais pesados e cristais em abundância, com cem elementos físicos, mas também apresentam exatamente cem formas de uma organização única da energia chamada matéria moroncial. Os Mestres Controladores Físicos e os Supervisores do Poder Moroncial são, assim, capazes de modificar a rotação das unidades primárias da matéria e, ao mesmo tempo, transformar as associações de energia de modo a criar essa nova substância.

48:1:4 5421 A vida moroncial primitiva nos sistemas locais é muito semelhante àquela do vosso mundo material atual, tornando-se menos física e mais verdadeiramente moroncial nos mundos de estudo da constelação. E, à medida que avançardes até as esferas de Salvington, vós alcançareis níveis cada vez mais espirituais.

48:1:5 5422 Os Supervisores do Poder Moroncial são capazes de efetuar uma união das energias materiais e espirituais e, desse modo, organizar uma forma moroncial de materialização receptiva à sobreposição do controle de um espírito. À medida que fordes passando pela vida moroncial de Nebadon, esses mesmos Supervisores do Poder Moroncial, com a sua paciência e habilidade, irão prover-vos, sucessivamente, com 570 corpos moronciais, sendo, cada um, uma fase da vossa transformação progressiva. Desde o momento em que houverdes deixado os mundos materiais, até vos tornardes um espírito do primeiro estágio, em Salvington, vós ireis passar exatamente por 570 mudanças moronciais diferentes e ascendentes. Oito dessas mudanças ocorrem no sistema, setenta e uma na constelação, e 491 durante a vossa permanência nas esferas de Salvington.

48:1:6 5423 Nos dias da carne mortal, o espírito divino reside em vós, quase como uma coisa à parte – na realidade, como uma invasão é que o espírito outorgado do Pai Universal habita no homem. Na vida moroncial, entretanto, o espírito tornar-se-á uma parte real da vossa personalidade, e à medida que passardes sucessivamente pelas 570 transformações progressivas, vós ascendereis, do estado material de vida da criatura, ao espiritual.

48:1:7 5424 Paulo teve conhecimento da existência dos mundos moronciais e da realidade dos materiais moronciais, pois escreveu: “Nos céus existe uma substância melhor e mais durável”. E esses materiais moronciais são, ao pé da letra, reais, exatamente como na “cidade que tem fundações, e cujo arquiteto e construtor é Deus”. E cada uma dessas maravilhosas esferas é “um país melhor, isto é, um país celeste”.

2. OS SUPERVISORES DO PODER MORONCIAL


48:2:1 5425 Esses seres singulares ocupam-se exclusivamente da supervisão das atividades que representam uma combinação do trabalho de energias espirituais e físicas, ou energias semimateriais. Eles devotam-se exclusivamente à ministração da progressão moroncial. Não é que eles ministrem tão-somente aos mortais durante a experiência de transição, porém, mais propriamente, eles tornam possível a existência de ambientes de transição para as criaturas moronciais em progressão. Eles são os canais para o poder moroncial que sustenta e energiza as fases moronciais dos mundos de transição.

48:2:2 5426 Os Supervisores do Poder Moroncial são uma progênie do Espírito Materno do universo local. Eles são bastante padronizados nas suas formas, embora difiram ligeiramente em natureza, de uma criação local para outra. São criados para a sua função específica e não necessitam de nenhum aperfeiçoamento antes de iniciar suas responsabilidades.

48:2:3 5427 A criação dos primeiros Supervisores do Poder Moroncial é simultânea com a chegada do primeiro sobrevivente mortal às margens de um dos primeiros mundos das mansões, em um universo local. Criados em grupos de mil, são eles classificados como se segue:

5429 1. Reguladores dos Circuitos 400

54210 2. Coordenadores de Sistemas 200

54211 3. Custódios Planetários 100

5431 4. Controladores Combinados 100

5432 5. Estabilizadores das Ligações 100

5433 6. Classificadores Seletivos 50

5434 7. Registradores Associados 50

48:2:4 5435 Os supervisores do poder servem sempre nos seus universos de nascimento. Eles são dirigidos exclusivamente pela atividade espiritual conjunta do Filho do Universo e do Espírito do Universo; mas, por outro lado, são um grupo totalmente autogovernado. Eles mantêm uma sede central em cada um dos primeiros mundos das mansões dos sistemas locais, onde eles trabalham em estreita associação, tanto com os controladores físicos quanto com os serafins, mas funcionam em um mundo deles próprios, no que diz respeito à manifestação da energia e à aplicação do espírito.

48:2:5 5436 Eles também trabalham algumas vezes ligados a fenômenos supramateriais, nos mundos evolucionários, como ministros designados temporariamente. Mas raramente servem nos planetas habitados; nem trabalham nos mundos mais elevados de educação do superuniverso, devotando-se principalmente ao regime de transição da progressão moroncial de um universo local.

48:2:6 5437 1. Os Reguladores dos Circuitos. Estes são seres únicos que coordenam a energia física e a energia espiritual, e que regulam o seu fluxo nos canais separados das esferas moronciais; e esses circuitos são exclusivamente planetários, limitados a um único mundo. Os circuitos moronciais são distintos tanto dos circuitos físicos quanto dos espirituais, nos mundos de transição, sendo suplementares a ambos; e são necessários mesmo milhões desses reguladores para energizar um sistema de mundos de mansões, como o de Satânia.

48:2:7 5438 Os reguladores dos circuitos iniciam aquelas mudanças, nas energias materiais, que as tornam sujeitas ao controle e à regulagem dos colaboradores deles. Esses seres são geradores do poder moroncial, assim como reguladores dos circuitos. De modo semelhante àquele pelo qual um dínamo aparentemente gera a eletricidade, retirando-a da atmosfera, esses dínamos moronciais vivos parecem transformar as energias, de todos os lugares do espaço, nos materiais que os supervisores moronciais entrelaçam nos corpos e nas atividades vitais dos mortais ascendentes.

48:2:8 5439 2. Os Coordenadores dos Sistemas. Posto que cada mundo moroncial tem uma ordem distinta de energia moroncial, é extremamente difícil para os humanos visualizarem essas esferas. Todavia, em cada esfera sucessiva de transição, os mortais encontrarão a vida vegetal e tudo o mais que faz parte da existência moroncial, progressivamente modificada, de modo a corresponder à espiritualização, em avanço, do sobrevivente ascendente. E já que o sistema de energia de cada mundo é individualizado desse modo, esses coordenadores operam para harmonizar e dosar esses sistemas diferentes de poder até formarem uma unidade operativa para as esferas associadas de qualquer grupo particular.

48:2:9 54310 Os mortais ascendentes progridem gradualmente do físico até o espiritual, enquanto vão avançando de um mundo moroncial para outro; e daí surge a necessidade de haver uma escala ascendente de esferas moronciais e uma escala ascendente de formas moronciais.

48:2:10 54311 Quando os seres ascendentes dos mundos das mansões passam de uma esfera a outra, os serafins de transporte entregam-nos aos receptores dos coordenadores do sistema, no mundo mais avançado. E ali, naqueles templos singulares, no centro das setenta alas radiais, onde estão as salas de transição, semelhantes às salas de ressurreição no mundo inicial de recepção, para os mortais originários da Terra, as mudanças necessárias, na forma da criatura, são habilmente efetuadas pelos coordenadores do sistema. Para que se realizem essas mudanças iniciais na forma moroncial, são necessários cerca de sete dias do tempo-padrão.

48:2:11 5441 3 . Os Custódios Planetários. Cada mundo moroncial está sob a custódia de setenta guardiães – no que concerne aos assuntos moronciais – , desde as esferas das mansões até as sedes centrais do universo. Eles constituem o conselho planetário local de suprema autoridade moroncial. Esse conselho concede o material das formas moronciais para todas as criaturas ascendentes que aterrissam nas esferas, e autoriza aquelas mudanças, na forma da criatura, que tornam possível a um ascendente continuar até a esfera seguinte. Depois que os mundos das mansões são atravessados, vós sereis transladados de uma fase da vida moroncial para outra, sem ter de perder a consciência. A inconsciência acontece apenas durante as metamorfoses iniciais e nas últimas transições de um universo para outro, e de Havona até o Paraíso.

48:2:12 5442 4. Os Controladores Combinados. Um desses seres, altamente mecânicos, está sempre posicionado no centro de cada unidade administrativa de um mundo moroncial. Um controlador combinado é sensível às energias físicas, espirituais e moronciais, e é funcional segundo as mesmas; e, associados a este ser, estão sempre dois coordenadores de sistema, quatro reguladores dos circuitos, um custódio planetário, um estabilizador das ligações e um registrador associado ou um classificador seletivo.

48:2:13 5443 5. Os Estabilizadores das Ligações. São os reguladores da energia moroncial, em associação com as forças físicas e espirituais do reino. Eles tornam possível a conversão da energia moroncial em matéria moroncial. Toda a organização de existência moroncial depende dos estabilizadores. Eles reduzem a rotação da energia até aquele ponto em que esta pode tornar-se física. Contudo, não possuo termos de comparação, nem como ilustrar a ministração desses seres. Está muito além da imaginação humana.

48:2:14 5444 6. Os Classificadores Seletivos. À medida que progredis de uma classe ou fase, de um mundo moroncial para outro, vós deveis ser reprogramados ou sintonizados segundo um diapasão mais elevado, e esta é a tarefa dos classificadores seletivos: manter-vos em sincronia progressiva dentro da vida moroncial.

48:2:15 5445 Enquanto as formas moronciais básicas de vida e de matéria são idênticas, desde o primeiro mundo das mansões até a última esfera de transição do universo, há uma progressão funcional que se estende gradativamente do material ao espiritual. A vossa adaptação a uma tal criação, basicamente uniforme, mas que tem um avanço sucessivamente espiritualizante, é efetivada por essa reprogramação seletiva. Esse ajustamento no mecanismo da personalidade é equivalente a uma nova criação, não obstante o fato de manterdes a mesma forma moroncial.

48:2:16 5446 Vós podeis sujeitar-vos repetidamente ao teste desses examinadores e, tão logo registrardes o adiantamento espiritual adequado, eles irão atestar, com prazer, que estais qualificados para um ponto mais avançado. Essas mudanças progressivas resultam em modificações nas reações ao meio ambiente moroncial, tais como: modificações nos quesitos alimentares e numerosas outras práticas pessoais.

48:2:17 5447 Os classificadores seletivos prestam também grandes serviços em agrupar as personalidades moronciais, para fins de estudos, de ensino e de outros projetos. Eles indicam, naturalmente, aqueles que melhor funcionarão numa associação temporária.

48:2:18 5448 7. Os Arquivistas Associados. O mundo moroncial tem os seus próprios registros e arquivistas que servem em associação com os registradores do espírito, na supervisão e na custódia de arquivos e de outros dados próprios às criações moronciais. Os arquivos moronciais estão disponíveis para todas as ordens de personalidades.

48:2:19 5451 Todos os reinos moronciais de transição são acessíveis, do mesmo modo, aos seres materiais e espirituais. Na condição de seres moronciais em progresso, vós permanecereis em pleno contato com o mundo material e, ao mesmo tempo, com personalidades materiais e ireis discernir os seres do espírito, de um modo crescente, e confraternizar-vos com eles; e, à época da partida do regime moroncial, vós tereis visto todas as ordens de espíritos, com exceção de uns poucos dos tipos mais elevados tais como os Mensageiros Solitários.

3. OS COMPANHEIROS MORONCIAIS


48:3:1 5452 Tais hostes dos mundos das mansões e moronciais são uma progênie do Espírito Materno de um universo local. São criados, de idade em idade, em grupos de cem mil, e em Nebadon, atualmente, existem mais de setenta bilhões desses seres singulares.

48:3:2 5453 Os Companheiros Moronciais são treinados para o serviço pelos Melquisedeques, em um planeta especial perto de Salvington; eles não passam pelas escolas centrais dos Melquisedeques. O seu serviço é prestado desde o primeiro mundo das mansões dos sistemas até as mais altas esferas de estudo de Salvington, mas raramente eles são encontráveis nos mundos habitados. Eles servem sob a supervisão geral dos Filhos de Deus e sob a direção imediata dos Melquisedeques.

48:3:3 5454 Os Companheiros Moronciais mantêm dez mil sedes centrais em um universo local – em cada um dos primeiros mundos das mansões dos sistemas locais. São uma ordem quase integralmente autogovernada e, em geral, são grupos inteligentes e leais de seres; mas, de quando em quando, ligando-se a certos levantes celestes infelizes, é sabido que eles se têm desviado. Milhares dessas criaturas úteis foram perdidas durante os tempos da rebelião de Lúcifer em Satânia. O vosso sistema local tem, agora, a sua cota completa desses seres; a perda na rebelião de Lúcifer foi recomposta apenas recentemente.

48:3:4 5455 Há dois tipos distintos de Companheiros Moronciais: um tipo é dinâmico, o outro é reservado, mas, de resto, eles equivalem-se em status. Eles não são criaturas sexuadas, mas demonstram um afeto tocante e belo uns pelos outros. E, ainda que sejam dificilmente agregáveis no sentido material (humano), eles têm uma ordem de existência como criaturas que é muito próxima daquela das raças humanas. As criaturas intermediárias dos mundos são os vossos semelhantes mais próximos; em seguida, vêm os querubins moronciais e, depois destes, os Companheiros Moronciais.

48:3:5 5456 Esses companheiros, de um modo comovente, são seres afetuosos e encantadoramente sociáveis. Possuem personalidades distintas e, quando vós os conhecerdes nos mundos das mansões, depois de aprenderdes a reconhecê-los como uma classe, logo discernireis a sua individualidade. Todos os mortais parecem-se uns com os outros; ao mesmo tempo, cada um de vós possui uma personalidade distinta e reconhecível.

48:3:6 5457 Uma idéia sobre a natureza do trabalho desses Companheiros Moronciais pode ser dada pela seguinte classificação das suas atividades, em um sistema local:

48:3:7 5458 1. Guardiães dos Peregrinos, estes não são designados para deveres específicos na sua associação com os progressores moronciais. Esses companheiros são responsáveis por toda a carreira moroncial e, portanto, são os coordenadores do trabalho de todos os outros ministros moronciais e transicionais.

48:3:8 5461 2. Receptores dos Peregrinos e Livres Associadores. Estes são os companheiros sociais dos recém-chegados aos mundos das mansões. Um deles certamente estará disponível para dar-vos as boas-vindas ao acordardes no mundo inicial das mansões, vindos do vosso primeiro sono de trânsito do tempo, quando experienciareis a ressurreição da morte na carne para a vida moroncial. E do tempo em que vós assim receberdes as boas-vindas, formalmente, ao acordardes, até aquele dia em que deixardes o universo local como um espírito do primeiro estágio, esses Companheiros Moronciais estarão sempre convosco.

48:3:9 5462 Os Companheiros não são designados permanentemente para os indivíduos. Um mortal ascendente, em um mundo das mansões, ou em outro mais elevado, poderia ter um companheiro diferente em cada uma das várias ocasiões sucessivas, e de novo poderia ficar, por longos períodos, sem nenhum deles. Tudo dependeria das necessidades e também da disponibilidade de companheiros.

48:3:10 5463 3. Anfitriões dos Visitantes Celestes. Estas criaturas gentis dedicam-se ao entretenimento dos grupos supra-humanos de estudantes visitantes e outros seres celestes que acaso possam estar em permanência nos mundos de transição. Vós tereis amplas oportunidades de visitar qualquer reino pelo qual já tenhais passado experiencialmente. Aos estudantes visitantes é permitido ir a todos os planetas habitados, mesmo àqueles em isolamento.

48:3:11 5464 4. Coordenadores e Diretores das Ligações Sociais. Estes companheiros dedicam-se a facilitar o inter-relacionamento moroncial e à prevenção das confusões. Eles são os instrutores da conduta social e do progresso moroncial, promovendo classes e outras atividades grupais entre os mortais ascendentes. Eles mantêm áreas extensas onde reúnem os seus alunos e, de tempos em tempos, fazem uma requisição de artesãos celestes e diretores de retrospecção para ilustrações dos seus programas. À medida que progredirdes, vós ireis entrar em contato íntimo com esses companheiros, e sentireis uma afeição bastante grande por ambos os grupos. Se vós ireis estar associados a um tipo mais dinâmico ou a um tipo mais retraído de companheiro, essa é uma questão de oportunidade.

48:3:12 5465 5 . Intérpretes e Tradutores. Durante o princípio da carreira em mansônia, vós ireis recorrer, freqüentemente, aos intérpretes e aos tradutores. Eles conhecem e falam todas as línguas de um universo local; eles são os lingüistas dos reinos.

48:3:13 5466 Vós não ireis adquirir o conhecimento de novas línguas automaticamente; vós ireis aprender uma língua, ali, do mesmo modo que o fazeis por aqui, e esses seres brilhantes serão os vossos professores de línguas. O primeiro estudo nos mundos das mansões será o da língua de Satânia e, depois, o da língua de Nebadon. E, enquanto estiverdes adquirindo a mestria completa dessas novas línguas, os Companheiros Moronciais serão os vossos intérpretes eficientes e os vossos tradutores pacientes. Nunca encontrareis um visitante, em qualquer desses mundos, para quem algum dentre os Companheiros Moronciais não seja capaz de oficiar como intérprete.

48:3:14 5467 6. Supervisores de Excursões e Retrospecção. Estes companheiros vos acompanharão nas viagens mais longas à esfera-sede central e mundos circundantes de cultura de transição. Eles planejam, conduzem e supervisionam todas essas viagens individuais e grupais pelos mundos de aperfeiçoamento e de cultura do sistema.

48:3:15 5468 7. Custódios das Áreas e Edifícios. Até mesmo as estruturas materiais e moronciais têm a sua perfeição e a sua grandeza aumentada à medida que avançais na carreira em mansônia. Como indivíduos e como grupos, é-vos permitido fazer certas mudanças nas moradas destinadas a vós, como sede da vossa permanência nos diferentes mundos das mansões. Muitas das atividades dessas esferas acontecem nos recintos abertos dos círculos, quadrados e triângulos diversificadamente designados. A maioria das estruturas dos mundos das mansões não tem telhados, sendo recintos de construção magnífica e com ornamentação requintada. As condições climáticas e outras condições físicas que prevalecem nos mundos arquitetônicos tornam os telhados completamente desnecessários.

48:3:16 5471 Esses custódios das fases de transição da vida ascendente são supremos na gestão dos assuntos moronciais. Eles foram criados para esse trabalho e, enquanto aguardam a factualização do Ser Supremo, eles continuarão sendo sempre os Companheiros Moronciais; nunca realizarão outras tarefas.

48:3:17 5472 À medida que os sistemas e os universos forem sendo estabelecidos em luz e vida, os mundos das mansões deixarão, progressivamente, de funcionar como esferas para a transição de educação moroncial. Cada vez mais os finalitores instituirão o seu regime de educação, que parece destinar-se a transferir a conscientização cósmica do nível atual do grande universo para os universos exteriores futuros. Os Companheiros Moronciais estão destinados a funcionar cada vez mais em associação com os finalitores e em inúmeros outros reinos não-revelados em Urântia até o momento presente.

48:3:18 5473 Vós podeis prever que esses seres irão provavelmente contribuir muito para que desfruteis melhor dos mundos das mansões, sendo longa ou curta a vossa permanência neles. E continuareis a gozar da companhia deles durante toda a vossa ascensão a Salvington. Eles não são, tecnicamente, essenciais a qualquer parte da vossa experiência de sobrevivência. Vós poderíeis alcançar Salvington sem eles, mas eles vos fariam muita falta. Eles constituem um luxo para a personalidade na vossa carreira ascendente no universo local.

4. OS DIRETORES DE RETROSPECÇÃO


48:4:1 5474 A alegria jubilosa e o equivalente ao sorriso são tão universais quanto a música. Há um equivalente moroncial e um equivalente espiritual para a alegria e para o riso. A vida ascendente é como que dividida igualmente entre o trabalho e a diversão – a ausência do compromisso.

48:4:2 5475 O relaxamento celeste e o humor supra-humano são muito diferentes dos seus análogos humanos, mas todos nós nos permitimos realmente uma variação de cada um deles; e de fato eles fazem por nós, no estado em que estamos, quase exatamente o que o humor ideal é capaz de fazer por vós, em Urântia. Os Companheiros Moronciais são promotores hábeis da recreação, sendo muito competentemente apoiados pelos diretores de retrospecção.

48:4:3 5476 Vós iríeis, provavelmente, entender melhor o trabalho dos diretores de retrospecção se eles fossem comparados aos tipos mais elevados de humoristas de Urântia, embora esta seja uma maneira por demais grosseira e um tanto infeliz de tentar dar-vos uma idéia da função desses diretores da variedade e da recreação, desses ministros do elevado humor dos reinos moronciais e espirituais.

48:4:4 5477 Ao analisar o humor espiritual, devo primeiro dizer-vos o que ele não é. Aquilo que é engraçado para um ser do espírito nunca vem da ridicularização dos infortúnios dos fracos e dos fracassados. E jamais blasfema contra a retidão e a glória da divindade. O nosso humor abrange três níveis gerais de apreciação:

48:4:5 5478 1. As anedotas sobre as reminiscências. Os gracejos nascem da memória de episódios passados da própria experiência de combate, de lutas e algumas vezes do temor e não raro de ansiedades tolas e infantis. Para nós, essa fase do humor deriva de uma capacidade profunda e enraizada de retirar, das memórias do passado, um material com o qual temperamos agradavelmente as pesadas cargas do presente, deixando-as também mais leves.

48:4:6 5481 2. O humorismo corriqueiro. A falta de sentido de grande parte das coisas que tão freqüentemente nos levam a preocupações sérias, o júbilo de descobrir a pouca importância de grande parte das nossas ansiedades pessoais sérias. Apreciamos muito esse tipo de humor, quando nos tornamos mais capazes de dar um desconto nas inquietações do presente em favor das certezas do futuro.

48:4:7 5482 3. O júbilo profético. Talvez seja difícil para os mortais visualizarem essa espécie de humor, mas temos uma satisfação especial com a segurança “de que todas as coisas trabalham juntas para o bem” – para os seres espirituais e moronciais, tanto quanto para os mortais. Esse aspecto do humor celeste nasce da nossa fé na proteção amorosa dos nossos superiores e da estabilidade divina dos nossos Diretores Supremos.

48:4:8 5483 Todavia, os diretores de retrospecção dos reinos não estão preocupados exclusivamente em descrever o alto humor das várias ordens de seres inteligentes; ocupam-se também em dirigir a diversão, a recreação espiritual e os divertimentos moronciais. E, para tanto, eles contam com a sincera cooperação dos artesãos celestes.

48:4:9 5484 Os próprios diretores de retrospecção não são um grupo criado; formam um corpo recrutado que abrange seres que vão desde os nativos de Havona, passando pelas hostes de mensageiros do espaço e pelos espíritos ministradores do tempo, até os progressores moronciais dos mundos evolucionários. Todos são voluntários, doando a si próprios ao trabalho de ajudar os seus companheiros na realização da mudança do pensamento e descanso da mente, pois essas atitudes muito ajudam na recuperação das energias exauridas.

48:4:10 5485 Quando parcialmente esgotados pelos esforços da realização e, enquanto aguardamos receber novas cargas de energia, encontramos um prazer agradável em reviver as nossas atuações de outros dias e idades. É repousante lembrar-nos das primeiras experiências da raça ou da ordem. E é exatamente por isso que esses artistas são chamados de diretores de retrospecção – eles ajudam na retrospecção, feita pela memória, na busca de um estado primário do desenvolvimento ou de um momento anterior de menor experiência do ser.

48:4:11 5486 Todos os seres têm prazer com essa espécie de retrospecção, exceto aqueles que são Criadores inerentes e, portanto, auto-rejuvenescedores automáticos, e certos tipos altamente especializados de criaturas, tais como os centros de potência e os controladores físicos, que são eterna e meticulosamente pragmáticos em todas as suas reações. Essas liberações periódicas das tensões do dever funcional são uma parte regular da vida em todos os mundos no universo dos universos, mas não na Ilha do Paraíso. Os seres naturais da morada central são incapazes de se esgotarem e não estão, portanto, sujeitos à reenergização. E, com esses seres de perfeição eterna do Paraíso, não pode haver nenhuma retrospecção de experiências evolucionárias.

48:4:12 5487 A maioria de nós ascendeu de estágios mais baixos de existência, ou por meio de níveis progressivos, dentro das nossas ordens, e é repousante e até divertido, em uma certa medida, recordar certos episódios das nossas primeiras experiências. Há um repouso na contemplação do que é antigo, para a nossa própria ordem, e que fica na mente como uma posse da memória. O futuro significa luta e avanço; representa trabalho, esforço e realização; mas o passado tem o sabor de coisas já conquistadas e dominadas; a contemplação do passado permite o descanso e uma revisão tão livre de preocupações que provoca a alegria espiritual e um estado moroncial de mente que beira à exultação.

48:4:13 5488 Até mesmo o humor mortal fica mais afável, quando ilustra episódios envolvendo seres cujo estado de desenvolvimento está um pouco abaixo do próprio estado atual, ou quando envolve supostos superiores como vítimas das experiências comumente associadas aos seres supostamente inferiores. Vós, de Urântia, permitistes, por demais, que muito do que é ao mesmo tempo vulgar e cruel fosse misturado ao vosso humor, mas, no todo, vós deveis ser congratulados por terdes um senso de humor relativamente apurado. Algumas das vossas raças têm uma rica veia de humorismo que as ajuda grandemente nas suas carreiras terrenas. Aparentemente, vós recebestes muito, do sentido do humor, da vossa herança Adâmica, muito mais do que vos foi assegurado tanto na música quanto nas artes.

48:4:14 5491 Durante as épocas de recreação, naquelas horas em que os seus habitantes fazem ressurgir, de um modo arrefecido, as memórias de um estágio anterior mais baixo de existência, todo o Satânia é edificado pelo agradável humor de um corpo de diretores de retrospecção de Urântia. O senso de humor celeste, nós o conservamos sempre conosco, mesmo quando engajados no mais difícil dos compromissos. Ele nos ajuda a evitar que a noção da nossa própria importância se desenvolva fora das medidas. Entretanto, não damos asas a ele, livremente, como pode-se dizer, “divirta-se”, exceto quando estamos em recesso, fora dos compromissos sérios das nossas respectivas ordens.

48:4:15 5492 Quando somos tentados a aumentar nossa própria importância, se pararmos para contemplar a infinitude da grandeza e da magnitude d’Aqueles que nos fizeram, a nossa própria autoglorificação torna-se sublimemente ridícula, beirando mesmo ao cômico. Uma das funções do humor é ajudar cada um de nós a levar-se menos a sério. O humor é o antídoto divino para a exaltação do ego.

48:4:16 5493 A necessidade da descontração e da diversão trazidas pelo humor é maior naquelas ordens de seres ascendentes que, na sua luta para se elevar, estão submetidas a uma tensão contínua. Os dois extremos da vida têm pouca necessidade da recreação do humorismo. Os homens primitivos não têm capacidade para tal; e os seres com a perfeição do Paraíso não têm tal necessidade. As hostes de Havona são, naturalmente, um conjunto de personalidades supremamente felizes, extremamente cheias de júbilo e hilariantes. No Paraíso, a qualidade da adoração elimina a necessidade das atividades da retrospecção, mas, entre aqueles que iniciam as suas carreiras muito abaixo da meta da perfeição do Paraíso, há bastante lugar para a ministração dos diretores de retrospecção.

48:4:17 5494 Quanto mais elevada a espécie mortal, maior a tensão e maior a capacidade de humor, e também como maior será a necessidade dele. No mundo do espírito, o oposto é verdadeiro: quanto mais alto nós ascendermos, menor será a necessidade das diversões na experiência da retrospecção. Continuando, porém, escala abaixo na vida do espírito, do Paraíso até as hostes seráficas, há uma crescente necessidade da missão da alegria e da ministração da hilariedade. Aqueles seres que mais necessitam do revigoramento de uma retrospecção periódica, até o estado intelectual das experiências prévias, são os tipos mais elevados de espécies humanas, os seres moronciais, os anjos e os Filhos Materiais, juntamente com todos os tipos semelhantes de personalidades.

48:4:18 5495 O humor deveria funcionar como uma válvula automática de segurança para prevenir o acúmulo de pressões excessivas, devido à monotonia de uma autocontemplação séria e contínua, em ligação com a intensa luta pelo progresso evolutivo e pelas realizações nobres. O humor também funciona para reduzir o choque do impacto inesperado de um fato ou da verdade; do fato rígido e inflexível e da verdade flexível e eternamente viva. A personalidade mortal nunca se sente segura diante daquilo com que se deparará em seguida; no entanto, por meio do humor, rapidamente vê do que se trata e encontra o discernimento interior e capta a natureza inesperada da situação, seja do fato, seja da verdade.

48:4:19 5496 Conquanto o humor de Urântia seja grosseiro demais e quase sem arte, ele é de valor no seu propósito, é tanto uma segurança para a saúde como é um liberador da pressão emocional, impedindo, assim, as tensões nervosas nocivas e uma autocontemplação séria em demasia. O humor e a recreação – a descontração – nunca são reações de esforços progressivos; são sempre ecos de uma olhada para trás, uma reminiscência do passado. Mesmo em Urântia, e do modo como estais agora, vós sempre achais rejuvenescedor quando, por um curto período, podeis suspender a tensão dos esforços intelectuais novos e mais elevados e voltar às ocupações mais simples dos vossos ancestrais.

48:4:20 5501 Os princípios da vida recreativa de Urântia são filosoficamente sadios e continuam a ser aplicáveis durante a vossa vida ascendente, desde os circuitos de Havona até as margens eternas do Paraíso. Como seres ascendentes, vós estais de posse das memórias pessoais de todas as existências anteriores e mais baixas e, sem essas lembranças da identidade do passado, não haveria nenhuma base para o humor do presente, seja o riso dos mortais, seja a alegria moroncial. É a recordação das experiências passadas que fornece a base para a diversão e o recreio do presente. E assim vós ireis desfrutar dos equivalentes celestes do vosso humor terreno durante todo o caminho ascendente das vossas longas carreiras moronciais, que ficam cada vez mais espirituais. E aquela parte de Deus (o Ajustador) que se torna uma parte eterna da personalidade de um mortal ascendente contribui com os supratons da divindade para as expressões jubilosas, e mesmo para o riso espiritual das criaturas ascendentes do tempo e do espaço.

5. OS EDUCADORES DOS MUNDOS DAS MANSÕES


48:5:1 5502 Os Mestres do Mundo das Mansões são um corpo de querubins e sanobins desmembrados, mas glorificados. Quando um peregrino do tempo avança, de um mundo de provas do espaço até os mundos das mansões e os mundos interligados de aperfeiçoamento moroncial, ele é acompanhado pelo seu serafim pessoal ou grupal, o guardião do destino. Nos mundos de existência mortal, o serafim é ajudado, com muita competência, pelos querubins e sanobins; mas, quando o pupilo mortal deles é liberado dos laços da carne e inicia a sua carreira ascendente, quando a vida pós-material ou moroncial começa, o serafim acompanhante não tem mais necessidade das ministrações dos seus antigos lugartenentes, o querubim e o sanobim.

48:5:2 5503 Esses assistentes do serafim ministrante são então abandonados e, freqüentemente, são convocados até a sede central do universo, onde passam pelo abraço estreito do Espírito Materno do Universo, seguindo depois para as esferas de aperfeiçoamento do sistema, como Mestres dos Mundos das Mansões. Esses instrutores visitam, freqüentemente, os mundos materiais, desde o mundo mais baixo das mansões até a mais alta das esferas educacionais ligadas à sede central do universo, e trabalham neles. Por sua própria iniciativa, eles podem retornar ao seu trabalho associativo anterior, com os serafins ministrantes.

48:5:3 5504 Há bilhões e bilhões desses instrutores em Satânia, e o número deles está constantemente crescendo, porque, na maioria dos casos, quando um serafim acompanha um mortal fusionado com o Ajustador, no seu caminho para o interior, um querubim e um sanobim são deixados para trás.

48:5:4 5505 Os Mestres dos Mundos das Mansões, como a maioria dos outros instrutores, são nomeados pelos Melquisedeques. Geralmente, eles são supervisionados pelos Companheiros Moronciais, mas, como indivíduos e como professores, eles são supervisionados pelos chefes em exercício das escolas ou esferas nas quais possam estar funcionando como instrutores.

48:5:5 5506 Esses querubins avançados comumente trabalham aos pares, como faziam quando estavam agregados aos serafins. Por natureza, eles estão muito próximos do tipo moroncial de existência e são instrutores inerentemente compassivos para com os mortais ascendentes. E eles conduzem de um modo muito eficiente o programa preparatório do mundo das mansões e do sistema de educação moroncial.

48:5:6 5511 Nas escolas da vida moroncial, esses educadores engajam-se no ensino individual, grupal, de classes e de massa. Nos mundos das mansões, essas escolas são organizadas em três grupos gerais de cem divisões cada: as escolas do pensamento, as escolas do sentimento e as escolas da ação. Quando alcançardes a constelação, serão acrescentadas as escolas de ética, administração e ajustamento social. Nos mundos-sedes centrais do universo, vós entrareis nas escolas de filosofia, de divindade e de espiritualidade pura.

48:5:7 5512 Aquelas coisas que poderíeis ter aprendido na Terra, mas cujo conhecimento vós não obtivestes, devem, então, ser aprendidas sob a tutela desses fiéis e pacientes instrutores. Não existem caminhos especiais, nem atalhos, nem sendeiros fáceis para o Paraíso. Independentemente das variações individuais de itinerário, vós deveis conquistar a mestria das lições de uma esfera, antes de prosseguirdes para outras; isso é verdadeiro, ao menos depois que houverdes deixado o mundo em que nascestes.

48:5:8 5513 Um dos propósitos da carreira moroncial é extirpar, permanentemente, dos sobreviventes mortais os seus vestígios de características animais, tais como a protelação, os equívocos, a insinceridade, o escapismo aos problemas, a injustiça e a opção pelo mais fácil. A vida em mansônia muito cedo ensina aos jovens alunos moronciais que não se evita uma coisa adiando-a. Após a vida na carne, o tempo não mais está disponível como uma técnica para esquivar-nos das situações, nem para evitar as obrigações desagradáveis.

48:5:9 5514 Começando por servir nas mais baixas das esferas de permanência, os Mestres dos Mundos das Mansões avançam, tendo adquirido experiência, pelas esferas educacionais do sistema e da constelação, até os mundos de aperfeiçoamento de Salvington. Eles não se submetem a nenhuma disciplina especial, nem antes nem depois do abraço do Espírito Materno do Universo. Já foram treinados para o seu trabalho, enquanto serviam como colaboradores seráficos, nos mundos de nascimento dos seus pupilos permanentes nos mundos das mansões. Tiveram uma experiência efetiva com esses mortais em avanço, nos mundos habitados. São professores práticos e compassivos, instrutores sábios e compreensivos, guias capazes e eficientes. Eles estão inteiramente familiarizados com os planos ascendentes e são completamente experientes nas fases iniciais da carreira de progressão.

48:5:10 5515 Muitos dos mais antigos desses mestres, aqueles que têm servido há longa data nos mundos do circuito de Salvington, são reabraçados pelo Espírito Materno do Universo e, deste segundo abraço, esses querubins e sanobins emergem com o status de serafins.

6. SERAFINS DOS MUNDOS MORONCIAIS – OS MINISTROS DE TRANSIÇÃO


48:6:1 5516 Embora todas as ordens de anjos, desde os ajudantes planetários até os serafins supremos, ministrem nos mundos moronciais, os ministros de transição são mais exclusivamente designados para essas atividades. Esses anjos são da sexta ordem de servidores seráficos, e a sua ministração é devotada a facilitar o trânsito, para as criaturas materiais e mortais, da vida temporal na carne até os primeiros estágios da existência moroncial nos sete mundos das mansões.

48:6:2 5517 Vós devíeis compreender que a vida moroncial de um mortal ascendente realmente tem o seu início nos mundos habitados, quando se dá a concepção da alma, naquele momento em que a mente da criatura de status moral é residida pelo espírito Ajustador. Desse momento em diante, a alma mortal tem capacidade potencial para uma função supramortal, e até mesmo para ser reconhecida nos níveis mais elevados das esferas moronciais do universo local.

48:6:3 5521 Vós não sereis, contudo, conscientes da ministração dos serafins de transição, antes de atingirdes os mundos das mansões, onde eles trabalham incansavelmente, para o avanço dos seus pupilos mortais, sendo designados ao serviço segundo as sete divisões seguintes:

48:6:4 5522 1. Os Evangelhos Seráficos. No momento em que retomais a consciência, nos mundos das mansões, vós sereis classificados como espíritos em evolução nos registros do sistema. É bem verdade que, na realidade, não sois espíritos ainda, mas já não sois seres mortais nem materiais, já tereis embarcado na carreira de pré-espíritos e já fostes devidamente admitidos à vida moroncial.

48:6:5 5523 Nos mundos das mansões, os evangelhos seráficos vos ajudarão a escolher, sabiamente, entre os caminhos opcionais para Edêntia, Salvington, Uversa e Havona. Se houver um certo número de caminhos igualmente aconselháveis, estes serão colocados diante de vós; e ser-vos-á permitido selecionar aquele que vos atrair mais. Esses serafins, então, fazem recomendações aos vinte e quatro conselheiros em Jerusém a respeito daquela via que seria a mais favorável para cada alma ascendente.

48:6:6 5524 Não vos é dado escolher, irrestritamente, o vosso futuro percurso; todavia, podereis optar, dentro dos limites daquilo que os ministros de transição e os superiores deles, sabiamente, determinam como mais adequado para realizardes a vossa meta espiritual futura. O mundo espiritual é governado pelo princípio do respeito à escolha feita pelo vosso livre-arbítrio, desde que o percurso que possais escolher não esteja em detrimento de vós próprios e desde que não cause dano aos vossos companheiros.

48:6:7 5525 Esses evangelhos seráficos estão dedicados à proclamação da palavra de Deus para a progressão eterna, para o triunfo ao atingir a perfeição. Nos mundos das mansões, eles proclamam a grande lei da conservação e do predomínio da bondade: nenhum ato de bondade jamais se perde totalmente; pode permanecer frustrado por muito tempo, mas nunca é totalmente anulado, e é eternamente potente na proporção da divindade de sua motivação.

48:6:8 5526 Mesmo em Urântia, eles aconselham os mestres humanos da verdade e da retidão a aderirem à pregação “da bondade de Deus, que leva ao arrependimento”, a proclamar “o amor de Deus, que elimina todo o temor”. E, deste modo, as verdades têm sido declaradas no vosso mundo:

5527 Os Deuses são os meus guardiães; eu não me perderei;

5528 Lado a lado, eles conduzem-me nos belos caminhos e na glória revigorante da vida eterna.

5529 E, nessa divina presença, não terei fome de alimento nem sede de água. Ainda que eu desça ao vale da incerteza ou ascenda aos mundos da dúvida,

55210 Ainda que eu caminhe na solidão ou com os meus semelhantes,

55211 Mesmo que eu triunfe nos coros da luz ou titubeie nos locais solitários das esferas,

55212 O Vosso bom espírito ministrará a mim, e o Vosso anjo glorioso confortar-me-á.

55213 Ainda que eu desça às profundezas da escuridão e da própria morte,

55214 Não duvidarei de Vós, nem Vos temerei,

55215 Porque sei que, na plenitude dos tempos e na glória do Vosso nome,

55216 Vós me elevareis, para que eu me assente Convosco nas fortificações das alturas.

48:6:9 5531 Essa foi a história sussurrada ao menino pastor durante a noite. Ele não conseguiu guardar palavra por palavra, mas, com o melhor da sua memória, ele nos deu o que ainda hoje é relembrado desse modo.

48:6:10 5532 Esses serafins são também os evangelhos, a palavra de Deus, para que todo o sistema atinja a perfeição, tanto quanto o ascendente individual. E, mesmo agora, no jovem sistema de Satânia, os ensinamentos e os planos deles abrangem provisões para as idades futuras, quando os mundos das mansões não mais servirem aos ascendentes mortais como patamares para as esferas do alto.

48:6:11 5533 2. Os Intérpretes Raciais. As raças dos seres mortais não são todas iguais. É bem verdade que há um modelo planetário a reger a natureza e as tendências físicas, mentais e espirituais das várias raças de um dado mundo; mas também há tipos raciais distintos e tendências sociais bastante definidas que caracterizam as progênies desses tipos básicos, mas diferentes, de seres humanos. Nos mundos do tempo, os intérpretes raciais seráficos suplementam os esforços dos comissários da raça, no sentido de harmonizar os pontos de vista variados das raças, e eles continuam a funcionar nos mundos das mansões, onde essas mesmas diferenças tendem a persistir em uma certa medida. Num planeta confuso, tal como Urântia, esses seres brilhantes mal tiveram uma oportunidade digna de funcionar à altura, no entanto, eles são os hábeis sociólogos e os sábios conselheiros étnicos do primeiro céu.

48:6:12 5534 Deveríeis considerar a declaração sobre o “céu” e sobre o “céu dos céus”. O céu concebido pela maioria dos vossos profetas foi o primeiro mundo das mansões do sistema local. Quando o apóstolo falou sobre ter sido “levado ao terceiro céu”, referia-se ele à experiência na qual o seu Ajustador destacava-se dele durante o sono e, nesse estado inusitado, fazia uma projeção ao terceiro dos sete mundos das mansões. Alguns dos vossos sábios tiveram a visão do céu maior, “o céu dos céus”, do qual a experiência sétupla no mundo das mansões não é senão o primeiro céu; o segundo, sendo Jerusém; o terceiro, Edêntia e seus satélites; o quarto, Salvington e as esferas educacionais que a circundam; o quinto, Uversa; o sexto, Havona; e o sétimo, o Paraíso.

48:6:13 5535 3. Os Planejadores da Mente. Estes serafins devotam-se a agrupar efetivamente os seres moronciais e a organizar o trabalho deles em equipes nos mundos das mansões. Eles são os psicólogos do primeiro céu. A maioria dessa divisão especial de ministros seráficos teve uma experiência anterior como anjos guardiães de filhos do tempo, mas os seus pupilos, por alguma razão, fracassaram na sua personalização nos mundos das mansões, ou, então, sobreviveram por meio da técnica de fusão com o Espírito.

48:6:14 5536 É tarefa dos planejadores da mente estudar a natureza, a experiência e o status das almas que têm Ajustadores, e que estão em trânsito nos mundos das mansões para facilitar os agrupamentos delas para os serviços e o avanço. Esses planejadores da mente, porém, não tramam, não manipulam, nem tiram vantagem de outro modo em vista da ignorância e outras limitações dos estudantes do mundo das mansões. São integralmente equânimes e eminentemente justos. Eles respeitam a vossa recém-nascida vontade moroncial; eles vos consideram como seres volitivos independentes, e procuram encorajar o vosso rápido desenvolvimento e avanço. Aqui, vós estareis face a face com amigos verdadeiros e com conselheiros compreensivos, anjos que são realmente capazes de ajudar-vos a “verdes a vós próprios como os outros vos vêem” e de “conhecer-vos como os anjos vos conhecem”.

48:6:15 5537 Mesmo em Urântia, esses serafins ensinam a eterna verdade: Se a vossa própria mente não vos presta um bom serviço, podeis substituí-la pela mente de Jesus de Nazaré, que vos irá sempre servir bem.

48:6:16 5541 4. Os Conselheiros Moronciais. Estes ministros recebem tal nome porque são designados para ensinar, direcionar e aconselhar os mortais sobreviventes dos mundos de origem humana, almas em trânsito para as escolas mais altas da sede central do sistema. Eles são os educadores daqueles que buscam discernir interiormente, pela unidade experiencial dos níveis divergentes de vida, aqueles que estão tentando a integração dos significados e a unificação dos valores. Essa é a função da filosofia na vida mortal e, nas esferas moronciais, é função da mota.

48:6:17 5542 A mota é mais que uma filosofia superior; ela está para a filosofia assim como dois olhos estão para um olho só; ela tem um efeito estereoscópico sobre os significados e valores. O homem material vê o universo como ele é, mas apenas com um olho – no plano. Os estudantes dos mundos das mansões alcançam a perspectiva cósmica – em profundidade – pela superposição das percepções da vida moroncial, por sobre as percepções da vida física. E tornam-se capazes de colocar esses pontos de vista materiais e moronciais sob um foco verdadeiro, em grande parte graças à ministração incansável dos seus conselheiros seráficos, que tão pacientemente ensinam aos estudantes dos mundos das mansões e aos progressores moronciais. Muitos dos conselheiros da ordem suprema dos serafins, que ensinam, começaram as suas carreiras como conselheiros das almas recém-liberadas dos mortais do tempo.

48:6:18 5543 5. Os Técnicos. Estes são os serafins que ajudam os novos ascendentes a ajustarem-se ao novo e relativamente estranho meio ambiente das esferas moronciais. A vida, nos mundos de transição, acarreta um contato real com as energias e materiais, tanto do nível físico quanto dos níveis moronciais, e em uma certa medida com as realidades espirituais. Os ascendentes devem aclimatar-se a cada novo nível moroncial e, em tudo isso, eles são grandemente ajudados pelos técnicos seráficos. Esses serafins atuam como ligações, com os Supervisores do Poder Moroncial e com os Mestres Controladores Físicos, e funcionam amplamente como instrutores para os peregrinos ascendentes, no que diz respeito à natureza das energias que são utilizadas nas esferas de transição. Eles servem como cruzadores espaciais de emergência, e executam numerosos outros deveres regulares e especiais.

48:6:19 5544 6. Os Mestres Registradores. Estes serafins são os registradores das transações fronteiriças entre o espiritual e o físico, das relações entre homens e anjos, das transações moronciais nos mais baixos dos reinos do universo. Eles também servem como instrutores, no que diz respeito às técnicas eficientes e definitivas de registro dos fatos. Há uma arte na reunião e na coordenação inteligente de dados correlatos, e essa arte é aprimorada em colaboração com os artesãos celestes, e até mesmo os mortais ascendentes podem afiliar-se assim a esse aprendizado junto com os serafins registradores.

48:6:20 5545 Os registradores de todas as ordens seráficas devotam um certo período de tempo à educação e ao aperfeiçoamento dos progressores moronciais. Esses custódios angélicos dos fatos do tempo são os instrutores ideais para todos aqueles que buscam os fatos. Antes de deixar Jerusém, vós vos tornareis bastante familiarizados com a história de Satânia e dos seus 619 mundos habitados, e muito dessa história vos será passada pelos registradores seráficos.

48:6:21 5546 Todos esses anjos fazem parte da corrente de registradores que se estende desde os mais baixos aos mais altos custódios dos fatos do tempo e das verdades da eternidade. Algum dia, eles irão ensinar-vos a buscar a verdade, tanto quanto os fatos, para expandir a vossa alma, bem como a vossa mente. E, mesmo agora, vós devíeis aprender a regar o jardim do vosso coração, tanto quanto a buscar as areias secas do conhecimento. As formas não têm valor quando as lições são aprendidas. Nenhum pintinho pode existir sem o ovo, e nenhuma casca de ovo tem valor depois que o pintinho saiu. Algumas vezes, porém, o erro é tão grande que a sua retificação, por meio da revelação, seria fatal para aquelas verdades que emergem vagarosamente, mas que são essenciais para superar o erro experiencialmente. Quando as crianças têm os seus ideais, não os destruamos; deixemo-los crescer. E enquanto estais aprendendo a pensar como homens, deveríeis também estar aprendendo a orar como crianças.

48:6:22 5551 A lei é a vida em si mesma e não as regras para conduzi-la. O mal é uma transgressão da lei; não uma violação das regras de conduta pertinentes à vida, que é a lei. A falsidade não é uma questão de técnica de narração, mas algo premeditado como uma perversão da verdade. A criação de novos quadros tirados de velhos fatos, um restabelecimento da vida dos pais nas vidas da sua prole – esses são os triunfos artísticos da verdade. A sombra de um cacho de cabelo, premeditada para um propósito inverdadeiro; o mais leve torcer ou perverter daquilo que é um princípio – isso constitui a falsidade. Contudo, o fetiche da verdade factualizada, a verdade fossilizada, a braçadeira de ferro da assim chamada verdade imutável, encerra-nos cegamente dentro do círculo fechado do fato frio. Podemos estar tecnicamente certos quanto ao fato e eternamente errados quanto à verdade.

48:6:23 5552 7. As Reservas Ministrantes. Um imenso corpo de todas as ordens de serafins de transição é mantido no primeiro mundo das mansões. De todas as ordens de serafins, esses ministros de transição, depois dos guardiães do destino, são os que mais se aproximam dos humanos, e muitos dos vossos momentos de lazer serão passados com eles. Os anjos têm no serviço um prazer e, quando descompromissados, muitas vezes ministram como voluntários. A alma de muitos mortais ascendentes foi pela primeira vez tocada pela chama divina da vontade de servir por meio de amizade pessoal com os servidores voluntários das reservas seráficas.

48:6:24 5553 Deles, vós ireis aprender a fazer com que as pressões se transformem em estabilidade e certeza; a serdes fiéis e sérios e, ao mesmo tempo, alegres; a aceitar desafios sem queixas; e a enfrentar dificuldades e incertezas sem medo. Eles perguntarão: se fracassardes, levantar-vos-eis indômitos para tentar de novo? Se bem-sucedidos, vós mantereis uma atitude bem equilibrada – uma atitude estável e espiritualizada – em cada esforço, na longa luta para quebrar as correntes da inércia material, para alcançar a liberdade da existência espiritual?

48:6:25 5554 Como os próprios mortais, esses anjos têm gerado muitas decepções, e eles vos mostrarão como, algumas vezes, os vossos desapontamentos mais decepcionantes puderam transformar-se nas vossas maiores bênçãos. Algumas vezes, o plantio de uma semente necessita da sua morte, a morte das vossas esperanças mais queridas, antes que renasça para dar os frutos da nova vida e da nova oportunidade. Deles vós ireis aprender a sofrer menos, pelas tristezas e desapontamentos, primeiro, fazendo menos planos pessoais envolvendo outras personalidades, e depois, aceitando a vossa parte quando houverdes fielmente cumprido o vosso dever.

48:6:26 5555 Ireis aprender que as vossas cargas aumentam e as possibilidades de sucesso diminuem quando levais a vós próprios excessivamente a sério. Nada pode ter precedência sobre o trabalho na esfera em que vós tendes o vosso status – esse mundo ou o próximo. Muito importante é o trabalho de preparação para a próxima e mais elevada esfera, mas nada se iguala, em importância, ao trabalho no mundo em que vós estais de fato vivendo. E assim, embora o trabalho seja importante, o ego não o é. Quando vos sentis importantes, vós perdeis energia por meio do desgaste da dignidade do ego, de modo que pouca energia sobra para fazer o trabalho. Dar-se muita auto-importância e pouca importância ao trabalho exaure as criaturas imaturas; é o elemento do ego que exaure, não o esforço para realizar. Vós podeis fazer um trabalho importante, se não vos atribuirdes auto-importância excessiva; podeis fazer várias coisas tão facilmente quanto fazeis uma só, se deixardes a vós próprios de fora. A variedade descansa; a monotonia é o que desgasta e exaure. O dia após dia é igual – apenas a vida ou a alternativa da morte.

7. A MOTA MORONCIAL


48:7:1 5561 Os planos mais baixos da mota moroncial confluem, e se encontram, imediatamente abaixo, com os mais altos níveis da filosofia humana. No primeiro mundo das mansões é prática ensinar aos estudantes menos avançados pela técnica das paralelas; isto é, em uma coluna são apresentados os mais simples conceitos dos significados da mota, e na coluna oposta são colocadas as citações de afirmações análogas da filosofia mortal.

48:7:2 5562 Há pouco tempo, enquanto cumpria um compromisso no primeiro mundo das mansões de Satânia, eu tive a ocasião de observar esse método de ensino; e, embora eu não possa apresentar a parte da lição que corresponde à mota, é-me permitido recordar as vinte e oito afirmações da filosofia humana que aquele instrutor moroncial estava utilizando como material ilustrativo, destinado a ajudar esses recém-chegados ao mundo das mansões nos seus primeiros esforços para compreender o significado e o sentido da mota. Essas ilustrações da filosofia humana eram:

48:7:3 5563 1. Uma demonstração de habilidade especializada não significa a posse de capacidade espiritual. A engenhosidade não substitui o caráter verdadeiro.

48:7:4 5564 2. Poucas pessoas vivem à altura da fé que na verdade possuem. O medo irracional é uma fraude intelectual madrasta, praticada contra a alma mortal em evolução.

48:7:5 5565 3. As capacidades inerentes não podem ser superadas; em um copo jamais pode caber um litro. O conceito espiritual não pode ser mecanicamente imposto aos moldes da memória material.

48:7:6 5566 4. Poucos mortais ousam atribuir a soma dos créditos da sua personalidade aos ministérios combinados da natureza e da graça. A maioria das almas empobrecidas é verdadeiramente rica, mas se recusa a acreditar nisso.

48:7:7 5567 5. As dificuldades podem desafiar a mediocridade e derrotar os temerosos, mas elas apenas estimulam os verdadeiros filhos dos Altíssimos.

48:7:8 5568 6. Desfrutar do privilégio sem abuso, ter liberdade sem licença, possuir o poder e firmemente se recusar a usá-lo para o auto-engrandecimento – essas são as marcas de uma alta civilização.

48:7:9 5569 7. Acidentes cegos e imprevistos não ocorrem no cosmo. Nem os seres celestes ajudam um ser mais baixo que se recusa a agir sob a sua luz da verdade.

48:7:10 55610 8. O esforço nem sempre produz alegria, mas não existe felicidade sem esforço inteligente.

48:7:11 55611 9. A ação gera a força; a moderação resulta no encanto.

48:7:12 55612 10. A retidão toca as cordas da harmonia da verdade; e a melodia vibra em todo o cosmo, para reconhecer até mesmo o Infinito.

48:7:13 55613 11. Os fracos condescendem em resoluções, mas os fortes agem. A vida não é senão um dia de trabalho – faça-o bem. O ato é nosso; as conseqüências são de Deus.

48:7:14 55614 12. A maior aflição do cosmo é nunca ter sido afligido. Os mortais apenas aprendem a sabedoria pela experiência da tribulação.

48:7:15 55615 13. É do isolamento solitário das profundezas experienciais que as estrelas são mais bem discernidas, não dos cumes iluminados e deslumbrantes das montanhas.

48:7:16 55616 14. Estimulai o apetite dos vossos companheiros pela verdade; dai um conselho apenas quando vos for pedido.

48:7:17 5571 15. A afetação é o esforço ridículo do ignorante para parecer sábio, a tentativa da alma estéril de parecer rica.

48:7:18 5572 16. Vós não podeis perceber a verdade espiritual até que a vossa experiência a tenha provado, contudo muitas verdades não são realmente sentidas senão na adversidade.

48:7:19 5573 17. A ambição é perigosa até que ela seja integralmente socializada. Vós não adquirireis, verdadeiramente, uma virtude sequer, até que os vossos atos vos façam dignos dela.

48:7:20 5574 18. A impaciência é um veneno para o espírito; a raiva é como uma pedra atirada em um ninho de vespas.

48:7:21 5575 19. A ansiedade deve ser abandonada. As decepções mais difíceis de serem toleradas são aquelas que nunca chegam.

48:7:22 5576 20. Apenas um poeta pode ver poesia na prosa lugar-comum da existência rotineira.

48:7:23 5577 21. A missão elevada de qualquer arte é, por meio das suas ilusões, prenunciar uma realidade universal superior, é cristalizar as emoções do tempo no pensamento da eternidade.

48:7:24 5578 22. A alma em evolução não se torna divina pelo que faz, mas por aquilo que se esforça por fazer.

48:7:25 5579 23. A morte nada acrescenta à posse intelectual nem à dotação espiritual, mas ao cabedal experiencial acrescenta a consciência da sobrevivência.

48:7:26 55710 24. O destino da eternidade é determinado, momento a momento, por aquilo que é realizado na vida do dia-a-dia. Os atos de hoje são o destino de amanhã.

48:7:27 55711 25. A grandeza não repousa tanto em possuir força, quanto em fazer um uso sábio e divino dessa força.

48:7:28 55712 26. O conhecimento é adquirido apenas pelo compartilhamento; ele é salvaguardado pela sabedoria e socializado pelo amor.

48:7:29 55713 27. O progresso requer o desenvolvimento da individualidade; a mediocridade busca a perpetuação pela padronização.

48:7:30 55714 28. A necessidade de defender uma proposição por meio da argumentação é inversamente proporcional ao teor da sua verdade implícita.

48:7:31 55715 Esse é um trabalho para os iniciantes no primeiro mundo das mansões, enquanto os alunos mais avançados, nos mundos seguintes, estão cuidando da própria mestria sobre níveis mais elevados do discernimento cósmico e da mota moroncial.


8. OS PROGRESSORES MORONCIAIS


48:8:1 55716 Desde a época da graduação, nos mundos das mansões, até o alcance do status espiritual, na carreira do superuniverso, os mortais ascendentes são denominados progressores moronciais. A vossa passagem por essa maravilhosa vida fronteiriça será uma experiência inesquecível, uma memória encantadora. É o portal evolucionário para a vida do espírito, e é o atingir final da perfeição da criatura, por meio do qual os seres ascendentes realizam a meta do tempo – encontrar Deus no Paraíso.

48:8:2 55717 Há um propósito divino e definido em todo esse esquema moroncial, e posteriormente espiritual, de progressão mortal, essa escola universal de minuciosa educação para as criaturas ascendentes. É desígnio dos Criadores proporcionar às criaturas do tempo uma gradativa oportunidade de aprendizado, para que adquiram a mestria sobre os detalhes da operação e da administração do grande universo, e esse curso longo de aperfeiçoamento será mais bem aproveitado se os mortais sobreviventes efetuarem a escalada gradualmente, e por meio de uma participação factual em cada passo da ascensão.

48:8:3 5581 O plano de sobrevivência para os mortais tem um objetivo prático e útil; vós não sois os receptáculos de todo esse trabalho divino e desse aperfeiçoamento cuidadoso apenas para que vós possais sobreviver e gozar de uma bênção infindável e de uma tranqüilidade eterna. Há uma meta de serviço transcendente, oculta além do horizonte da presente idade do universo. Se os Deuses tivessem como desígnio meramente levar-vos em uma longa e eterna excursão de júbilo, por certo eles não teriam transformado tão amplamente todo o universo em uma vasta e intrincada escola prática de aperfeiçoamento, que requer uma parte substancial da criação celeste, como professores e instrutores, para, então, despender idades e mais idades pilotando-vos, um a um, por meio dessa gigantesca escola do universo para a educação experiencial. O desenvolvimento do esquema de progressão mortal parece ser um dos principais pontos do universo presentemente organizado, e a maioria das inumeráveis ordens de inteligências criadas está, direta ou indiretamente, engajada em fazer, em alguma fase, com que esse plano progressivo de perfeccionamento avance.

48:8:4 5582 Percorrendo a escala ascendente da existência viva, desde o homem mortal até o abraço da Deidade, de fato vós viveis a vida mesma de todas as fases e estágios possíveis da existência da criatura perfeccionada, dentro dos limites da idade presente do universo. De homem mortal a finalitor do Paraíso, fica abrangido tudo o que agora pode ser – engloba tudo o que atualmente é possível às ordens viventes de seres-criaturas finitos, inteligentes e perfeccionados. Se o futuro destino dos finalitores do Paraíso for o de servir nos novos universos agora em formação, fica assegurado que nessa nova e futura criação não haverá ordens criadas de seres experienciais, cujas vidas sejam inteiramente diferentes daquelas que os finalitores mortais viveram em algum mundo, como parte do seu aperfeiçoamento ascendente, como um dos estágios do seu progresso de idade em idade, do animal ao anjo, do anjo ao espírito e do espírito a Deus.

48:8:5 5583 [Apresentado por um Arcanjo de Nebadon.]

DOCUMENTO 49

OS MUNDOS HABITADOS
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Todos os mundos habitados pelos mortais são evolucionários por origem e natureza. Essas esferas são o berço evolucionário, o local de geração das raças mortais do tempo e do espaço. Cada unidade de vida ascendente é uma verdadeira escola de aperfeiçoamento para o estágio seguinte da existência, e isso é verdadeiro sobre todos os estágios da ascensão progressiva do homem ao Paraíso; tão verdadeiro para a experiência mortal inicial em um planeta evolucionário, quanto é verdadeiro para a escola final dos Melquisedeques, na sede central do universo; uma escola que só é freqüentada pelos mortais ascendentes um pouco antes do seu translado para o regime do superuniverso, quando eles alcançam o primeiro estágio da existência espiritual.

49:0:2 5592 Todos os mundos habitados são basicamente agrupados, para a administração celeste, nos sistemas locais, e cada um desses sistemas locais é limitado a cerca de mil mundos evolucionários. Essa limitação é feita por um decreto dos Anciães dos Dias, e diz respeito aos verdadeiros planetas evolucionários, onde estejam vivendo mortais com status de sobrevivência. Nem os mundos estabelecidos finalmente em luz e vida, nem os planetas nos estágios pré-humanos do desenvolvimento da vida pertencem a esse grupo.

49:0:3 5593 Satânia, em si mesmo, é um sistema inacabado, que contém apenas 619 mundos habitados. Tais planetas são enumerados em série, de acordo com o seu registro como mundos habitados por criaturas de vontade. Assim, foi dado a Urântia o número 606 de Satânia, significando que é o 606o mundo do sistema local, no qual o longo processo da vida evolucionária culminou com o aparecimento de seres humanos. Existem trinta e seis planetas não habitados aproximando-se do estágio em que serão dotados de vida, e vários outros estão agora ficando prontos para os Portadores da Vida. Há aproximadamente duzentas esferas que estão evoluindo de modo a ficarem prontas para a implantação da vida dentro dos próximos milhões de anos.

49:0:4 5594 Nem todos os planetas são adequados para abrigar a vida mortal. Os pequenos, que têm uma velocidade de rotação elevada, em torno do próprio eixo, são totalmente inadequados como habitat para a vida. Em vários sistemas físicos de Satânia, os planetas que giram em volta do sol central são grandes demais para serem habitados; a sua grande massa ocasiona uma gravidade opressiva. Muitas dessas esferas enormes têm satélites, algumas vezes uma meia dúzia ou até mais, e essas luas, freqüentemente, têm um tamanho muito próximo do de Urântia, de um modo tal que são quase ideais para serem habitadas.

49:0:5 5595 O mundo habitado mais antigo de Satânia, o mundo de número um, é Anova, um dos quarenta e quatro satélites que giram em torno de um planeta escuro enorme, mas exposto à luz diferencial de três sóis vizinhos. Anova está em um estágio avançado de civilização progressiva.

1. A VIDA PLANETÁRIA


49:1:1 5596 Os universos do tempo e do espaço têm um desenvolvimento gradual; a progressão da vida – terrestre ou celeste – não é nem arbitrária, nem mágica. A evolução cósmica pode nem sempre ser compreensível (previsível), mas é estritamente não acidental.

49:1:2 5601 A unidade biológica da vida material é a célula protoplásmica, a associação coletiva de energias químicas, elétricas e de outras energias básicas. As fórmulas químicas diferem em cada sistema, e a técnica de reprodução da célula viva é ligeiramente diferente em cada universo local, mas os Portadores da Vida são sempre os catalisadores vivos que iniciam as reações primordiais da vida material; eles são os estimuladores dos circuitos das energias da matéria viva.

49:1:3 5602 Todos os mundos de um sistema local apresentam um parentesco físico inequívoco; contudo, cada planeta tem a sua própria escala de vida, não há dois mundos exatamente iguais nas suas dotações de vida vegetal e animal. Essas variações planetárias, nos tipos de vida do sistema, resultam das decisões dos Portadores da Vida. Todavia, esses seres não agem nem por capricho, nem por excentricidade; os universos são conduzidos de acordo com a lei e a ordem. As leis de Nebadon são os mandatos divinos de Salvington, e a ordem evolucionária da vida em Satânia está em consonância com o modelo evolucionário de Nebadon.

49:1:4 5603 A evolução é a regra do desenvolvimento humano, mas o processo, em si mesmo, varia muito nos diferentes mundos. Algumas vezes, a vida é iniciada em um centro, e algumas vezes em três, como o foi em Urântia. Nos mundos atmosféricos, ela usualmente tem uma origem marinha, mas nem sempre; depende muito do status físico de um planeta. Os Portadores da Vida têm grande abertura de ação na sua função de iniciar a vida.

49:1:5 5604 No desenvolvimento da vida planetária, a forma vegetal sempre vem antes da animal, e é desenvolvida quase completamente antes de os modelos animais se diferenciarem. Todos os tipos animais são desenvolvidos a partir dos modelos básicos do reino vegetal precedente de coisas vivas; não são organizados separadamente.

49:1:6 5605 Os estágios iniciais da evolução da vida não estão inteiramente em conformidade com as vossas visões atuais. O homem mortal não é um acidente evolucionário. Há um sistema preciso, uma lei universal, que determina o desdobramento do plano da vida planetária nas esferas do espaço. O tempo e a produção de grandes números de uma espécie não são as influências controladoras. Os camundongos reproduzem-se muito mais rapidamente do que os elefantes, mas os elefantes evoluem mais rapidamente do que os camundongos.

49:1:7 5606 O processo de evolução planetária é ordenado e controlado. O desenvolvimento de organismos mais elevados a partir de grupos menos desenvolvidos de vida não é acidental. Algumas vezes, o progresso evolucionário é temporariamente retardado pela destruição de certas linhas favoráveis do plasma da vida existente em uma espécie seleta. Em geral, idades e idades são necessárias para reparar os danos ocasionados pela perda de uma única linhagem superior de hereditariedade humana. Essas linhagens selecionadas e superiores do protoplasma vivo deveriam ser zelosa e inteligentemente guardadas, depois de haverem surgido. E, na maioria dos mundos habitados, esses potenciais superiores de vida são muito mais altamente valorizados do que em Urântia.

2. OS TIPOS FÍSICOS PLANETÁRIOS


49:2:1 5607 Há um modelo básico e padronizado de vida vegetal e de vida animal em cada sistema. Todavia, os Portadores da Vida deparam-se, muitas vezes, com a necessidade de modificar esses modelos básicos, para conformá-los às condições físicas variáveis que encontram em inúmeros mundos do espaço. Eles fomentam um tipo generalizado de criatura mortal em um sistema, mas há sete tipos físicos distintos, bem como milhares e milhares de variantes menores dessas sete diferenciações principais:

5611 1. Os tipos segundo a atmosfera.

5612 2. Os tipos segundo os elementos.

5613 3. Os tipos segundo a gravidade.

5614 4. Os tipos segundo a temperatura.

5615 5. Os tipos segundo a eletricidade.

5616 6. Os tipos segundo a energia.

5617 7. Os tipos não denominados.

49:2:2 5618 O sistema de Satânia contém todos esses tipos, bem como inúmeros grupos intermediários, embora alguns só sejam representados de modo muito raro.

49:2:3 5619 1. Os tipos segundo a atmosfera. As diferenças físicas entre os mundos habitados pelos mortais são determinadas principalmente pela natureza da atmosfera; outras influências que contribuem para a diferenciação planetária da vida são relativamente menores.

49:2:4 56110 O status atual da atmosfera de Urântia é quase ideal para a manutenção do tipo de homem que respira, mas é possível que o tipo humano seja tão modificado que possa viver tanto no tipo superatmosférico de planetas, quanto no subatmosférico. Tais modificações também se estendem à vida animal, que difere grandemente nas várias esferas habitadas. Há uma modificação muito grande nas ordens animais, dos mundos subatmosféricos para os mundos superatmosféricos.

49:2:5 56111 Dos tipos atmosféricos, em Satânia, cerca de dois e meio por cento são sub-respiradores, cerca de cinco por cento são super-respiradores e cerca de mais de noventa e um por cento são de respiradores intermediários, totalizando assim noventa e oito e meio por cento dos mundos de Satânia.

49:2:6 56112 Os seres como os das raças de Urântia são classificados como respiradores intermediários; vós representais a média, ou a ordem de existência mortal tipicamente respiratória. Se criaturas inteligentes devessem existir em um planeta com uma atmosfera semelhante à do vosso grande vizinho, Vênus, elas pertenceriam ao grupo super-respirador, enquanto as que habitassem um planeta com uma atmosfera tão rarefeita como a do vosso vizinho externo, Marte, seriam denominadas sub-respiradoras.

49:2:7 56113 Se os mortais habitassem um planeta desprovido de ar, como a vossa lua, eles pertenceriam à ordem separada dos não-respiradores. Esse tipo representa um ajuste radical ou extremo ao meio ambiente planetário e é considerado separadamente. Os não-respiradores completam aquele um e meio por cento restante dos mundos de Satânia.

49:2:8 56114 2. Os tipos segundo os elementos. Essas diferenciações têm a ver com a relação dos mortais com a água, o ar e a terra; e há quatro espécies distintas de vida inteligente no que diz respeito a esses habitats. As raças de Urântia são da ordem terrena.

49:2:9 56115 É totalmente impossível, para vós, imaginar o meio ambiente que prevalece durante as idades iniciais de alguns mundos. Essas condições inusitadas requerem que a vida animal em evolução permaneça no seu berço de habitat marinho por períodos mais longos do que naqueles planetas que muito cedo proporcionam um meio ambiente hospitaleiro de terra e de atmosfera. Por outro lado, em alguns mundos do tipo super-respiradores, quando o planeta não é muito grande, algumas vezes é oportuno prover um tipo de mortal que possa prontamente negociar a travessia da atmosfera. Esses navegadores aéreos algumas vezes surgem entre os grupos da água e os da terra, e eles sempre vivem, em uma certa medida, no solo, finalmente transformando-se em terrestres. Em alguns mundos, contudo, durante idades, eles continuam a voar, até mesmo depois de haverem-se transformado no tipo terrestre de seres.

49:2:10 5621 Ao mesmo tempo é divertido e surpreendente observar a civilização primeva de raças primitivas de seres humanos tomando forma, em um caso, no ar e nas partes mais altas das árvores, e, em outro, em meio às águas rasas de bacias tropicais protegidas, bem como no fundo, nas bordas e nas praias de jardins marinhos das raças do alvorecer dessas esferas extraordinárias. Mesmo em Urântia houve uma longa idade durante a qual o homem primitivo preservou-se e desenvolveu a sua civilização primeva, vivendo a maior parte do tempo nos topos das árvores, como o faziam os seus longínquos ancestrais arborícolas. E, em Urântia, vós ainda tendes um grupo de pequenos mamíferos (a família dos morcegos) que são navegadores do ar; e as vossas focas e as baleias, de habitat marinho, são também da ordem dos mamíferos.

49:2:11 5622 Em Satânia, dos tipos segundo os elementos, sete por cento são da água, dez por cento do ar, setenta por cento da terra e treze por cento combinam os tipos da terra e do ar. Mas essas modificações das criaturas primitivas inteligentes não são nem peixes humanos nem pássaros humanos. Eles são dos tipos humano e pré-humano, nem superpeixes, nem pássaros glorificados, mas nitidamente mortais.

49:2:12 5623 3. Os tipos segundo a gravidade. Pela modificação do projeto criativo, os seres inteligentes são criados de um modo tal que possam funcionar livremente, tanto em esferas menores, quanto nas maiores do que Urântia, ficando assim, de certo modo, acomodados à gravidade dos planetas que não têm o tamanho e a densidade ideais.

49:2:13 5624 Os vários tipos planetários de mortais variam em altura, a média em Nebadon sendo um pouco abaixo de dois metros e dez. Alguns dos mundos maiores são povoados com seres que têm apenas setenta centímetros de altura. A estatura dos mortais varia desse mínimo, passando pelas médias de altura nos planetas de tamanho mediano e chegando a três metros nas esferas habitadas menores. Em Satânia, existe apenas uma raça que tem menos de um metro e vinte de altura. Vinte por cento dos mundos habitados de Satânia são povoados por mortais do tipo modificado de gravidade, e que ocupam os planetas maiores e menores.

49:2:14 5625 4. Os tipos segundo a temperatura. É possível criar seres vivos que podem suportar temperaturas tanto mais altas, quanto mais baixas do que os limites suportados pelas raças de Urântia. Há cinco ordens distintas de seres, classificados pelo que se refere aos mecanismos de regulagem da temperatura. Nessa escala, as raças de Urântia são as de número três. Trinta por cento dos mundos de Satânia são povoados por raças do tipo de temperatura modificada. Doze por cento pertencem às faixas de temperaturas mais altas, dezoito por cento às mais baixas, se comparadas com as raças urantianas que funcionam no grupo das temperaturas intermediárias.

49:2:15 5626 5. Os tipos segundo a eletricidade. O comportamento elétrico, magnético e eletrônico dos mundos varia grandemente. Há dez modelos de vida mortal variavelmente moldados para suportar a energia diferencial das esferas. Essas dez variedades também reagem de forma ligeiramente diferente aos raios de poder químico da luz comum dos sóis. Mas essas ligeiras variações físicas de nenhum modo afetam a vida intelectual ou espiritual.

49:2:16 5627 Dos agrupamentos elétricos de vida mortal, quase vinte e três por cento pertencem à classe de número quatro, o tipo de existência em Urântia. Esses tipos são distribuídos do modo seguinte: número 1, um por cento; número 2, dois por cento; número 3, cinco por cento; número 4, vinte e três por cento; número 5, vinte e sete por cento; número 6, vinte e quatro por cento; número 7, oito por cento; número 8, cinco por cento; número 9, três por cento; número 10, dois por cento – em percentagens inteiras.

49:2:17 5631 6. Os tipos segundo a energização. Nem todos os mundos são iguais na maneira de absorver a energia. Nem todos os mundos habitados têm um oceano atmosférico adequado à troca respiratória de gases, tal como ocorre em Urântia. Durante os estágios iniciais e finais de muitos planetas, os seres da vossa ordem, como são hoje, não podiam existir; e, quando os fatores respiratórios de um planeta são muito elevados ou reduzidos, mas, quando todos os outros pré-requisitos da vida inteligente estão adequados, os Portadores da Vida freqüentemente estabelecem nesses mundos uma forma modificada de existência mortal: seres que são aptos para efetuar as trocas no seu processo de vida, diretamente por meio da energia da luz e da transmutação, em primeira mão, do poder dos Mestres Controladores Físicos.

49:2:18 5632 Há seis tipos diferentes de nutrição para os animais e os mortais: os sub-respiradores empregam o primeiro tipo de nutrição; as espécies marinhas, o segundo; os respiradores intermediários, o terceiro tipo de nutrição, como em Urântia. Os super-respiradores empregam o quarto tipo de absorção de energia, enquanto os não-respiradores utilizam a quinta ordem de nutrição e energia. A sexta técnica de energização serve apenas às criaturas intermediárias.

49:2:19 5633 7. Os tipos sem denominação. Há inúmeras variações físicas adicionais na vida planetária, mas todas essas diferenças são apenas uma questão de modificação anatômica, de diferenciação fisiológica e de ajustamento eletroquímico. Tais distinções não dizem respeito à vida intelectual, nem à vida espiritual.

3. OS MUNDOS DOS NÃO-RESPIRADORES


49:3:1 5634 A maioria dos planetas habitados é povoada pelo tipo respirador de seres inteligentes. Mas há também ordens de mortais que são capazes de viver em mundos com pouco ou nenhum ar. Dos mundos habitados de Orvonton, esse tipo totaliza menos de sete por cento. Em Nebadon essa porcentagem é inferior a três. Em toda a Satânia há apenas nove de tais mundos.

49:3:2 5635 São pouquíssimos os mundos habitados, do tipo não-respirador, em Satânia, porque, nessa seção mais recentemente organizada de Norlatiadeque, os corpos meteóricos do espaço são abundantes; e mundos os sem uma atmosfera de fricção protetora estão sujeitos ao bombardeamento incessante desses corpos erráticos. Mesmo alguns dos cometas consistem de enxames de meteoros, mas que, via de regra, são corpos desagregados menores de matéria.

49:3:3 5636 Milhões e milhões de meteoritos penetram na atmosfera de Urântia diariamente, entrando a uma velocidade da ordem de quase trezentos e vinte quilômetros por segundo. Nos mundos dos não-respiradores, as raças avançadas têm de fazer muito para proteger a si próprias dos danos que os meteoros causariam; e constroem instalações elétricas que operam pulverizando ou desviando os meteoros. Um grande perigo é enfrentado por eles quando se aventuram além dessas zonas protegidas. Tais mundos estão também sujeitos a tempestades elétricas desastrosas de uma natureza desconhecida em Urântia. Durante esses momentos, de intensa flutuação de energia, os habitantes devem refugiar-se nas suas estruturas especiais de isolamento e proteção.

49:3:4 5637 A vida nos mundos dos tipos não-respiradores é radicalmente diferente daquela de Urântia. Os não-respiradores não ingerem comidas nem bebem água como o fazem as raças de Urântia. As reações do sistema nervoso, os mecanismos de regulagem do aquecimento e o metabolismo desses povos especializados são radicalmente diferentes das funções correspondentes dos mortais de Urântia. Quase todo ato da vida, afora a reprodução, difere; e mesmo os métodos da procriação são de certo modo também diferentes.

49:3:5 5641 Nos mundos dos não-respiradores as espécies animais são radicalmente distintas daquelas encontráveis nos planetas atmosféricos. O plano de vida dos não-respiradores difere da técnica de existência em um mundo atmosférico; mesmo na sobrevivência, esses povos são diferentes, sendo candidatos à fusão com o Espírito. Esses seres, contudo, desfrutam da vida e levam adiante as atividades do reino relativamente com as mesmas provações e alegrias que são experimentadas pelos mortais que vivem nos mundos atmosféricos. Em mente e caráter os não-respiradores não diferem de outros tipos de mortais.

49:3:6 5642 Vós deveríeis estar mais do que interessados na conduta planetária desse tipo de mortal, pois uma dessas raças de seres habita uma esfera muito próxima de Urântia.

4. AS CRIATURAS VOLITIVAS EVOLUCIONÁRIAS


49:4:1 5643 Há grandes diferenças entre os mortais dos diversos mundos, inclusive entre os que pertencem aos mesmos tipos intelectuais e físicos, mas todos os mortais com a dignidade da vontade são animais eretos, bípedes.

49:4:2 5644 Há seis raças evolucionárias básicas: três primárias – a vermelha, a amarela e a azul; e três secundárias – a laranja, a verde e a índigo. A maioria dos mundos habitados tem todas essas raças; entretanto, muitos dos planetas de raças de três cérebros abrigam apenas os três tipos primários. Alguns sistemas locais também têm apenas essas três raças.

49:4:3 5645 Os seres humanos são dotados, em média, com doze sentidos físicos especiais, embora os sentidos especiais dos mortais de três cérebros sejam estendidos até ligeiramente além daqueles dos tipos de um cérebro e de dois; eles podem ver e ouvir consideravelmente muito mais do que as raças de Urântia.

49:4:4 5646 Os nascimentos em geral são de apenas um ser, os nascimentos de múltiplos são uma exceção e a vida familiar é razoavelmente uniforme em todos os tipos de planetas. A igualdade entre os sexos prevalece em todos os mundos avançados; o masculino e o feminino têm dons iguais de mente e de status espiritual. Consideramos que um planeta não tenha emergido ainda do barbarismo, quando um sexo ainda procura tiranizar o outro. Esse aspecto da experiência da criatura sempre é bastante aperfeiçoado depois da vinda de um Filho e de uma Filha Materiais.

49:4:5 5647 As variações de estações e temperaturas ocorrem em todos os planetas iluminados e aquecidos pela luz dos sóis. A agricultura é universal em todos os mundos atmosféricos; cultivar o solo é uma atividade comum às raças em avanço de todos esses planetas.

49:4:6 5648 Em etapas primiivas, os mortais têm todos as mesmas lutas com os inimigos microscópicos, tais como a que vós vivenciais agora em Urântia, embora talvez em uma escala menor. A duração da vida varia nos diferentes planetas de vinte e cinco anos, nos mundos primitivos, até perto de quinhentos anos, nas esferas mais avançadas e antigas.

49:4:7 5649 Os seres humanos são todos gregários, tanto tribalmente, quanto no sentido racial. As segregações grupais são inerentes à sua origem e constituição. Tais tendências podem ser modificadas apenas pelo avanço da civilização e pela espiritualização gradativa. Os problemas sociais, econômicos e governamentais dos mundos habitados variam de acordo com a idade dos planetas e o grau pelo qual foram influenciados pelas estadas sucessivas dos Filhos divinos.

49:4:8 56410 A mente é uma dotação do Espírito Infinito e funciona quase da mesma maneira nos meios ambientes mais diversos. As mentes dos mortais são afins, independentemente de certas diferenças estruturais e químicas que caracterizam as naturezas físicas das criaturas volitivas dos sistemas locais. A despeito das diferenças planetárias, pessoais ou físicas, a vida mental de todas as várias ordens de mortais é muito parecida, e as suas carreiras imediatas após a morte são bastante semelhantes.

49:4:9 5651 Mas a mente mortal sem o espírito imortal não pode sobreviver. A mente do homem é mortal; apenas o espírito outorgado é imortal. A sobrevivência depende da espiritualização por intermédio da ministração do Ajustador – para o nascimento e a evolução da alma imortal – ; ou seja, no mínimo, é preciso que não tenha sido desenvolvida nenhuma espécie de antagonismo para com a missão do Ajustador, que é a de efetuar a transformação espiritual da mente material.

5. AS SÉRIES PLANETÁRIAS DE MORTAIS


49:5:1 5652 Será bastante difícil fazer uma descrição adequada das categorias planetárias de mortais, porque vós conheceis pouco sobre elas e porque há muitas variações. As criaturas mortais podem, contudo, ser estudadas segundo inúmeros pontos de vista, entre os quais estão os seguintes:

5653 1. O ajustamento ao meio ambiente planetário.

5654 2. Os tipos de cérebro.

5655 3. O recepção do Espírito.

5656 4. As épocas mortais do planeta.

5657 5. Os parentescos entre as criaturas.

5658 6. O fusionamento com o Ajustador.

5659 7. As técnicas de escape terrestre.

49:5:2 56510 As esferas habitadas dos sete superuniversos são povoadas por mortais que podem, simultaneamente, classificar-se em uma ou em mais categorias de cada uma dessas sete classes generalizadas de vida das criaturas evolucionárias. Todavia, mesmo essas classificações gerais não levam em conta seres como os midsonitas, nem algumas outras formas de vida inteligente. Os mundos habitados, do modo como foram apresentados nestas narrativas, são povoados por criaturas mortais evolucionárias, mas há outras formas de vida.

49:5:3 56511 1. A categoria segundo o ajustamento ao meio ambiente planetário. Há três grupos gerais de mundos habitados, sob o ponto de vista da adaptação da vida das criaturas ao meio ambiente planetário: o grupo de ajustamento normal, o grupo de ajustamento radical e o grupo experimental.

49:5:4 56512 Os ajustamentos normais às condições planetárias seguem os modelos físicos gerais, considerados anteriormente. Os mundos dos não-respiradores tipificam o ajustamento radical ou extremo, mas outros tipos estão também incluídos nesse grupo. Os mundos experimentais são usualmente adaptados de modo ideal às formas típicas de vida e, nesses planetas decimais, os Portadores da Vida intentam produzir variações benéficas no projeto de vida padrão. Posto que o vosso mundo é um planeta experimental, ele difere acentuadamente das esferas irmãs de Satânia; muitas formas de vida surgiram em Urântia que não são encontradas em nenhum outro lugar; do mesmo modo muitas espécies comuns não estão presentes no vosso planeta.

49:5:5 56513 No universo de Nebadon, todos os mundos de modificação da vida estão ligados uns aos outros, em uma série, e constituem um domínio especial de assuntos do universo, que recebe a atenção de administradores designados para isso; e todos esses mundos experimentais são periodicamente inspecionados por um corpo de diretores do universo, cujo dirigente é o finalitor veterano conhecido em Satânia como Tabamântia.

49:5:6 5661 2. As categorias segundo os tipos de cérebro. A uniformidade física básica entre os tipos de mortais está em ter um cérebro e um sistema nervoso; entretanto, há três organizações básicas do mecanismo cerebral: o tipo de um cérebro, o de dois cérebros e o tipo de três cérebros. Os urantianos são do tipo de dois cérebros; um pouco mais imaginativos, aventureiros e filosóficos do que os mortais de um cérebro. No entanto são um tanto menos espirituais, éticos e menos adoradores do que as ordens de três cérebros. Essas diferenças quanto aos cérebros caracterizam até mesmo as existências animais pré-humanas.

49:5:7 5662 Partindo do córtex cerebral de dois hemisférios do tipo urantiano, vós podeis, por analogia, captar algo do tipo de um cérebro. O terceiro cérebro das ordens de três cérebros pode ser mais bem concebido como uma evolução da vossa forma de cerebelo, que é mais primitiva e rudimentar, desenvolvida a ponto de funcionar principalmente no controle das atividades físicas, deixando os dois cérebros superiores livres para as funções mais elevadas: um, para as funções intelectuais, e o outro, para as atividades de gerar a contraparte espiritual do Ajustador do Pensamento.

49:5:8 5663 Conquanto o alcance na realização terrestre das raças de um cérebro possa parecer ligeiramente limitado, se comparado ao das ordens de dois cérebros, os planetas mais antigos, dos grupos de três cérebros, exibem civilizações que assombrariam os urantianos e que, de algum modo, envergonhariam a vossa, em uma comparação. Quanto ao desenvolvimento mecânico e à civilização material e mesmo quanto ao progresso intelectual, os mundos dos mortais de dois cérebros são capazes de igualar-se às esferas dos mortais de três cérebros. Quanto ao alto controle da mente e ao desenvolvimento de uma reciprocidade entre a vida intelectual e a espiritual, contudo, vós sois um pouco inferiores.

49:5:9 5664 Todos esses estudos comparativos que dizem respeito ao progresso intelectual ou ao alcance da realização espiritual, em qualquer mundo ou grupo de mundos, deveriam, por justiça, considerar a idade planetária; e muito, muito mesmo, depende da idade, do nível da realização na ajuda dos elevadores biológicos e das missões subseqüentes das várias ordens dos Filhos divinos.

49:5:10 5665 Enquanto os povos de três cérebros são capazes de uma evolução planetária ligeiramente mais elevada do que as ordens de um cérebro e do que as de dois, todas as ordens têm o mesmo tipo de plasma vital e exercem as atividades planetárias de um modo muito parecido, semelhante mesmo, ao realizado pelos seres humanos em Urântia. Esses três tipos de mortais estão distribuídos nos mundos dos sistemas locais. Na maioria dos casos, as condições planetárias pouco tiveram a ver com as decisões dos Portadores da Vida ao projetarem essas ordens variadas de mortais em mundos diferentes; é uma prerrogativa dos Portadores da Vida planejar e executar desse modo.

49:5:11 5666 Essas três ordens estão em uma mesma posição, quanto à trajetória de ascensão. Cada uma deve passar pela mesma escala intelectual de desenvolvimento, e cada uma deve triunfar, na questão da mestria, passando pelas mesmas provas espirituais de progresso. A administração do sistema e o supracontrole da constelação desses mundos diferentes estão uniformemente isentos de discriminações; até mesmo os regimes dos Príncipes Planetários são idênticos.

49:5:12 5667 3. A categoria segundo a recepção do Espírito. Há três grupos de modelos de mentes, no que diz respeito ao contato com os assuntos espirituais. Essa classificação nada tem a ver com a categoria dos mortais, quanto a terem um, dois ou três cérebros; refere-se essencialmente à química de glândulas, mais particularmente à organização de certas glândulas comparáveis aos corpos pituitários. As raças, em alguns mundos, têm uma glândula; em outros têm duas, como em Urântia; enquanto em outras esferas ainda, as raças têm três desses corpos extraordinários. A imaginação e a receptividade espiritual inerente são definitivamente influenciadas por essa dotação química diferencial.

49:5:13 5668 Entre os tipos de recepção do espírito, sessenta e cinco por cento são do segundo grupo, como as raças de Urântia. Doze por cento são do primeiro tipo, naturalmente menos receptivos, enquanto vinte e três por cento têm uma inclinação espiritual maior durante a vida terrestre. Tais distinções, contudo, não continuam depois da morte natural; todas essas diferenças raciais prevalecem tão-só durante a vida na carne.

49:5:14 5671 4. A categoria segundo as épocas mortais planetárias. Essa classificação leva em conta a sucessão de dispensações temporais, no que elas afetam o status terrestre do homem e o seu recebimento da ministração celeste.

49:5:15 5672 A vida é iniciada nos planetas pelos Portadores da Vida, que cuidam do seu desenvolvimento até algum tempo após o aparecimento evolucionário do homem mortal. Antes de deixarem um planeta, os Portadores da Vida instalam devidamente um Príncipe Planetário como governante do reino. Com esse governante, chega uma cota completa de auxiliares subordinados e de ajudantes ministrantes, e o primeiro julgamento dos vivos e dos mortos acontece simultaneamente com a sua chegada.

49:5:16 5673 Com a aparição de agrupamentos humanos, esse Príncipe Planetário chega para inaugurar a civilização humana e a dar mais enfoque à sociedade humana. O vosso mundo confuso não pode ser tomado como padrõa das épocas primitivas do reinado do Príncipe Planetário, pois foi muito próximo do começo da administração de Urântia que o vosso Príncipe Planetário, Caligástia, ligou-se à rebelião de Lúcifer, o Soberano do Sistema. O vosso planeta, desde então, tem seguido um curso tormentoso.

49:5:17 5674 Num mundo evolucionário normal, o progresso racial atinge o seu auge biológico natural durante o regime do Príncipe Planetário e, pouco depois, o Soberano do Sistema despacha um Filho e uma Filha Materiais para aquele planeta. Esses seres importados prestam o seu serviço como elevadores biológicos; a falta que eles cometeram em Urântia complicou, ainda mais, a vossa história planetária.

49:5:18 5675 Quando os progressos intelectual e ético de uma raça humana alcançam os limites do desenvolvimento evolucionário, chega um Filho Avonal do Paraíso, em uma missão magisterial; e, mais tarde, quando o status espiritual desse mundo aproxima-se do seu limite de realização natural, o planeta é visitado por um Filho do Paraíso, em auto-outorga. A missão principal de um Filho auto-outorgante é a de estabelecer o status planetário, de liberar o Espírito da Verdade para a sua função planetária e, assim, efetivar a vinda universal dos Ajustadores do Pensamento.

49:5:19 5676 Com relação a isso, novamente, Urântia desviou-se: nunca houve uma missão magisterial no vosso mundo, nem o vosso Filho auto-outorgado foi da ordem Avonal; o vosso planeta desfrutou da honra insigne de tornar-se o planeta lar mortal do Filho Soberano, Michael de Nebadon.

49:5:20 5677 Como resultado da ministração de todas as ordens sucessivas de filiação divina, os mundos habitados e as suas raças em avanço começam a aproximar-se do ápice da evolução planetária. Tais mundos, então, tornam-se maduros para a missão culminante: a chegada dos Filhos Instrutores da Trindade. Essa época dos Filhos Instrutores é o vestibular para a idade planetária final – a utopia evolucionária –, a idade da luz e vida.

49:5:21 5678 Essa classificação dos seres humanos receberá atenção especial, em um documento posterior ao presente.

49:5:22 5679 5. A categoria segundo o parentesco das criaturas. Os planetas não são organizados apenas verticalmente, em sistemas, constelações e assim por diante; a administração do universo também provê os agrupamentos horizontais, de acordo com o tipo, a série e outras correlações. Essa administração horizontal do universo ocupa-se, mais particularmente, da coordenação das atividades da mesma natureza, que foram independentemente fomentadas em esferas diferentes. Essas classes relacionadas de criaturas do universo são periodicamente inspecionadas por alguns corpos compostos de altas personalidades, presididas por finalitores de longa experiência.

49:5:23 5681 Esses fatores de parentesco manifestam-se em todos os níveis, pois as séries de parentesco existem tanto entre as personalidades não humanas, quanto entre as criaturas mortais – e até mesmo entre as ordens humanas e supra-humanas. Os seres inteligentes estão verticalmente relacionados em doze grandes grupos, de sete divisões maiores cada. A coordenação desses grupos de seres vivos, relacionados de um modo único, é efetuada provavelmente por alguma técnica, não integralmente compreendida, do Ser Supremo.

49:5:24 5682 6. A categoria segundo o fusionamento com o Ajustador. A classificação ou agrupamento espiritual de todos os mortais durante a sua experiência anterior ao fusionamento é determinada totalmente pela relação do status da personalidade com o Monitor Misterioso residente. Quase noventa por cento dos mundos habitados de Nebadon são povoados por mortais de fusionamento com o Ajustador; um universo próximo, diferentemente, tem só um pouco mais do que a metade dos seus mundos, albergando seres resididos por Ajustadores e candidatos à fusão eterna.

49:5:25 5683 7. A categoria segundo as técnicas de escape terrestre. Há fundamentalmente um único modo pelo qual a vida individual humana pode ser iniciada nos mundos habitados, e este é por meio da procriação da criatura e pelo nascimento natural; mas há numerosas técnicas por meio das quais o homem escapa do seu status terrestre e ganha acesso ao caudal do movimento, no sentido interior, dos seres que ascendem ao Paraíso.

6. O ESCAPE TERRESTRE


49:6:1 5684 Todos os diferentes tipos físicos e séries planetárias de mortais semelhantes beneficiam-se da ministração dos Ajustadores do Pensamento, dos anjos guardiães e das várias ordens de hostes de mensageiros do Espírito Infinito. Da mesma forma, todos eles são liberados dos liames da carne pela emancipação da morte natural, e todos, do mesmo modo, vão desse ponto para os mundos moronciais da evolução espiritual e do progresso da mente.

49:6:2 5685 De tempos em tempos, por uma moção das autoridades planetárias, ou dos governantes do sistema, são feitas ressurreições especiais dos sobreviventes adormecidos. Tais ressurreições acontecem ao menos a cada milênio do tempo planetário, quando nem todos mas “muitos daqueles que dormem no pó despertam”. Essas ressurreições especiais são uma ocasião para a mobilização de grupos especiais de seres ascendentes, para o serviço específico no plano de ascensão mortal do universo local. Há tanto razões práticas quanto associações sentimentais ligadas a essas ressurreições especiais.

49:6:3 5686 Durante as idades iniciais de um mundo habitado, muitos são chamados para as esferas das mansões, nas ressurreições especiais e milenares, mas a maioria dos sobreviventes é repersonalizada durante a inauguração de uma nova dispensação, ligada à vinda de um Filho divino para o serviço planetário.

49:6:4 5687 1. Mortais da ordem dispensacional ou grupal de sobrevivência. Com a chegada do primeiro Ajustador em um mundo habitado, os serafins guardiães também aparecem; eles são indispensáveis ao escape terrestre. Durante o período do lapso de vida, que os sobreviventes têm, enquanto adormecidos, os valores espirituais e as realidades eternas das suas almas recém-evoluídas e imortais, são guardados em sagrada confiança pelos serafins guardiães pessoais ou grupais.

49:6:5 5688 Os guardiães dos grupos, designados para os sobreviventes adormecidos, sempre funcionam com os Filhos dos julgamentos, quando das suas vindas ao mundo. “Ele enviará os Seus anjos, e eles reunirão, dos quatro ventos, os Seus eleitos. ” Junto com cada serafim que é designado para a repersonalização de um mortal adormecido, funciona o Ajustador que retornou, aquele mesmo fragmento imortal do Pai que viveu nele durante os dias na carne e, assim, a identidade é restaurada e a personalidade ressuscitada. Durante o sono dos seus tutelados, esses Ajustadores que aguardavam, servem em Divinington; e eles nunca residem em outra mente mortal nesse ínterim.

49:6:6 5691 Enquanto os mundos mais antigos de existências mortais abrigam os tipos de seres humanos mais altamente desenvolvidos e sutilmente espirituais, que são virtualmente dispensados da vida moroncial, as idades mais primevas das raças de origem animal caracterizam-se por abrigarem mortais primitivos tão imaturos que a fusão com os seus Ajustadores torna-se impossível. O redespertar desses mortais é realizado pelo serafim guardião, em conjunção com uma porção individualizada do espírito imortal da Terceira Fonte e Centro.

49:6:7 5692 Assim, os sobreviventes adormecidos de uma idade planetária são repersonalizados nas listas de chamadas dispensacionais. Com respeito às personalidades não-salváveis de um reino, nenhum espírito imortal estará presente para funcionar com os guardiães grupais do destino, e isto constitui a cessação da existência da criatura. Ainda que alguns dos vossos registros descrevam esse acontecimento como tendo lugar nos planetas da morte na carne, isso realmente ocorre nos mundos das mansões.

49:6:8 5693 2. Mortais das ordens individuais de ascensão. O progresso individual dos seres humanos é medido pelos sucessivos cumprimentos de etapas e de travessia (pela mestria) dos sete círculos cósmicos. Esses círculos de progressão mortal são níveis aos quais estão associados os valores intelectuais, sociais, espirituais e de discernimento cósmico. Começando pelo sétimo círculo, os mortais esforçam-se para alcançar o primeiro, e todos aqueles que houverem alcançado o terceiro têm, imediatamente, anjos guardiães pessoais do destino designados para si. Esses mortais podem ser repersonalizados na vida moroncial, independentemente do juízo dispensacional ou de outros juízos.

49:6:9 5694 Durante as idades primitivas de um mundo evolucionário, poucos mortais vão a julgamento no terceiro dia. À medida que passam as idades, contudo, cada vez mais os guardiães pessoais do destino são designados para os mortais em avanço e, assim, números crescentes dessas criaturas em evolução são repersonalizados, no primeiro mundo das mansões, ao terceiro dia depois da morte natural. Em tais ocasiões, o retorno do Ajustador assinala o despertar da alma humana e isto é a repersonalização dos mortos, e tão literalmente o é como quando é feita a chamada em massa, no fim de uma dispensação, nos mundos evolucionários.

49:6:10 5695 Há três grupos de seres ascendentes individuais: os menos avançados aterrissam no mundo inicial das mansões, ou seja, no primeiro. O grupo dos mais avançados pode iniciar a carreira moroncial em qualquer dos mundos intermediários das mansões, de acordo com a progressão planetária prévia. E os mais avançados ainda, dessas ordens, realmente começam a sua experiência moroncial no sétimo mundo das mansões.

49:6:11 5696 3 . Mortais das ordens cuja ascensão depende de um período probatório. A chegada de um Ajustador constitui a identidade, aos olhos do universo, e todos os seres resididos estão nas listas de chamadas da justiça. A vida temporal nos mundos evolucionários, contudo, é incerta, e muitos morrem na juventude, e antes de escolherem a carreira do Paraíso. Tais crianças e jovens resididos por Ajustadores seguem aquele dentre os seus pais que tiver o status de carreira espiritual mais avançado, indo assim para o mundo dos finalitores do sistema (o berçário probatório), ao terceiro dia, em uma ressurreição especial, ou quando ocorrer a chamada regular do milênio ou, ainda, a da lista dispensacional.

49:6:12 5701 As crianças que morrem novas demais para terem Ajustadores do Pensamento são repersonalizadas, no mundo dos finalitores do sistema local, concomitantemente com a chegada de um dos seus progenitores nos mundos das mansões. Uma criança adquire entidade física com o nascimento mortal, mas, em matéria de sobrevivência, todas as crianças sem Ajustadores são consideradas como ainda ligadas aos seus pais.

49:6:13 5702 No devido tempo, os Ajustadores do Pensamento vêm para residir nesses pequenos, enquanto a ministração seráfica, para ambos os grupos probatórios de ordens de dependentes sobreviventes, é, em geral, semelhante àquela do progenitor mais avançado, ou é equivalente àquela de um dos progenitores, caso apenas um deles sobreviva. Para aqueles que alcançaram o terceiro círculo, independentemente do status dos seus progenitores, são concedidos guardiães pessoais.

49:6:14 5703 Berçários probatórios semelhantes são mantidos nas esferas dos finalitores, na constelação e na sede central do universo, para as crianças sem Ajustadores das ordens primárias e secundárias modificadas de ascendentes.

49:6:15 5704 4. Mortais das ordens secundárias modificadas de ascensão. Estes são os seres humanos progressivos dos mundos evolucionários intermediários. Via de regra, eles não são imunes à morte natural e ficam isentos de passar pelos sete mundos das mansões.

49:6:16 5705 O grupo menos perfeccionado redesperta nas sedes centrais dos seus sistemas locais, passando ao largo apenas dos mundos das mansões. O grupo intermediário vai para os mundos de aperfeiçoamento da constelação; eles passam ao largo de todo o regime moroncial do sistema local. Mais adiante ainda, nas idades planetárias de esforço espiritual, muitos sobreviventes despertam nas sedes centrais das constelações e, dali, começam a sua ascensão ao Paraíso.

49:6:17 5706 Antes, porém, de que qualquer ser desses grupos possa prosseguir, os seus integrantes devem regressar como instrutores aos mundos pelos quais não passaram, adquirindo assim muitas experiências como instrutores nos reinos pelos quais passaram como estudantes. Subseqüentemente, todos continuam até o Paraíso, pelos caminhos ordenados de progressão mortal.

49:6:18 5707 5. Mortais da ordem primária modificada de ascensão. Esses mortais pertencem ao tipo de vida evolucionária que se fusiona ao Ajustador, mas eles são representativos, mais freqüentemente, das fases finais do desenvolvimento humano em um mundo em evolução. Esses seres glorificados ficam isentos de passar pelos portais da morte; eles são submetidos à custódia do Filho; e são transladados de entre os vivos, aparecendo imediatamente na presença do Filho Soberano, na sede central do universo local.

49:6:19 5708 Esses são os mortais que se fusionam aos seus Ajustadores durante a vida mortal, e essas personalidades fusionadas aos Ajustadores atravessam o espaço livremente, antes de serem vestidos com as formas moronciais. Tais almas fusionadas vão, em um trânsito direto, com o Ajustador até as salas de ressurreição das elevadas esferas moronciais, onde recebem a sua investidura moroncial inicial, exatamente como todos os outros mortais que chegam dos mundos evolucionários.

49:6:20 5709 Essa ordem primária modificada de ascensão mortal pode ser aplicada a indivíduos em qualquer das categorias planetárias, desde os estágios mais baixos aos mais elevados dos mundos de fusão com os Ajustadores, mas funciona nas esferas mais antigas, mais freqüentemente, depois que estas hajam recebido os benefícios das numerosas permanências dos Filhos divinos.

49:6:21 57010 Com o estabelecimento da era planetária de luz e vida, muitos vão para os mundos moronciais do universo por meio da ordem primária modificada de translado. Mais tarde, ao longo dos estágios mais avançados da existência estabelecida, quando a maioria dos mortais que deixam um reino é abrangida nessa classe, o planeta é considerado como pertencendo a essa série. A morte natural torna-se cada vez menos freqüente nessas esferas há muito estabelecidas em luz e vida.

49:6:22 5711 [Apresentado por um Melquisedeque da Escola de Administração Planetária de Jerusém.]

DOCUMENTO 50

OS PRÍNCIPES PLANETÁRIOS
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Embora pertençam à ordem dos Filhos Lanonandeques, os Príncipes Planetários prestam um serviço tão especializado que são considerados comumente como um grupo distinto. Depois de terem sido confirmados pelos Melquisedeques como Lanonandeques secundários, esses Filhos do universo local são designados para as reservas da sua ordem nas sedes centrais da constelação. Daí são designados para vários deveres pelo Soberano do Sistema, finalmente sendo comissionados como Príncipes Planetários e enviados para governar os mundos habitados em evolução.

50:0:2 5722 O sinal para que o Soberano do Sistema atue na questão da designação de um governante, a um determinado planeta, é a recepção de um pedido dos Portadores da Vida para que ele despache um dirigente administrativo com o fito de funcionar naquele planeta onde eles estabeleceram a vida e desenvolveram seres inteligentes evolucionários. Todos os planetas habitados por criaturas mortais evolucionárias têm um governante planetário, dessa ordem de filiação, designado para eles.

1. A MISSÃO DOS PRÍNCIPES


50:1:1 5723 O Príncipe Planetário e os seus irmãos assistentes representam a forma personalizada por meio da qual o Filho Eterno do Paraíso pode aproximar-se, o mais perto possível (encarnação à parte), das criaturas inferiores do tempo e do espaço. É bem verdade que o Filho Criador alcança as criaturas dos reinos por intermédio do seu espírito, todavia, o Príncipe Planetário é a última das ordens de Filhos pessoais, que se estende desde o Paraíso até os filhos dos homens. O Espírito Infinito chega até bem próximo dos filhos dos homens, nas pessoas dos guardiães do destino e de outros seres angélicos; o Pai Universal vive no homem por meio da presença pré-pessoal dos Monitores Misteriosos; mas o Príncipe Planetário representa o último esforço do Filho Eterno, e dos seus Filhos, para aproximar-se de vós. Num mundo recém-habitado, o Príncipe Planetário é o único representante da divindade completa, originário do Filho Criador (que é uma progênie direta do Pai Universal e do Filho Eterno) e da Ministra Divina (a Filha, no universo, do Espírito Infinito).

50:1:2 5724 O príncipe de um mundo recém-habitado é cercado de um corpo de ajudantes leais e de assistentes, bem como de um número grande de espíritos ministradores. Contudo, o corpo diretor desses novos mundos deve ser composto das ordens mais baixas dos administradores de um sistema, a fim de que seja inatamente compassivo e compreensivo para com os problemas e as dificuldades do planeta. E todo esse esforço de prover um governo compassivo para os mundos evolucionários envolve um risco crescente de que essas personalidades quase humanas possam ser desviadas, em uma exaltação das suas próprias mentes, da vontade dos Governantes Supremos.

50:1:3 5725 Pelo fato de estarem completamente sós, como representantes da divindade, nos planetas individuais, esses Filhos são severamente testados, e Nebadon tem sofrido o infortúnio de várias rebeliões. Na criação dos Soberanos dos Sistemas e dos Príncipes Planetários, ocorre a personalização de um conceito que já se afastou em muito do Pai Universal e do Filho Eterno; e, assim, há um perigo crescente da perda do sentido de proporção, quanto à auto-importância; e isso gera uma possibilidade maior de fracasso ao manter um controle adequado dos valores e das relações entre as inúmeras ordens de seres divinos e as suas gradações de autoridade. O fato de que o Pai não esteja pessoalmente presente nos universos locais também impõe, a todos esses Filhos, uma certa provação de fé e de lealdade.

50:1:4 5731 Não é freqüente, todavia, que esses príncipes dos mundos falhem nas suas missões de organizar e administrar as esferas habitadas; e o êxito deles facilita em muito as missões subseqüentes, dos Filhos Materiais, que vêm para imprimir, nos homens primitivos dos mundos, as formas mais elevadas de vida da criatura. O governo deles também realiza muito para preparar os planetas para os Filhos de Deus do Paraíso, que, subseqüentemente, com o fito de julgar os mundos e inaugurar as dispensações sucessivas.

2. ADMINISTRAÇÃO PLANETÁRIA


50:2:1 5732 Todos os Príncipes Planetários estão sob a jurisdição administrativa universal de Gabriel, o comandante executivo de Michael, ao passo que, quanto à autoridade imediata, eles ficam submetidos aos mandatos executivos dos Soberanos dos Sistemas.

50:2:2 5733 A qualquer momento, os Príncipes Planetários podem buscar o conselho dos Melquisedeques, os seus antigos instrutores e padrinhos, mas eles não são arbitrariamente levados a solicitar essa assistência e, se essa ajuda não é voluntariamente requisitada, os Melquisedeques não interferem na administração planetária. Esses governantes dos mundos podem também se valer dos conselhos dos vinte e quatro conselheiros, reunidos de mundos de auto-outorga no sistema. Em Satânia, todos esses conselheiros são, no momento, nativos de Urântia. E há um conselho análogo dos setenta na sede central da constelação, também selecionado entre os seres evolucionários dos reinos.

50:2:3 5734 O governo dos planetas evolucionários, nas suas carreiras iniciais e não estabelecidas, é amplamente autocrático. Os Príncipes Planetários organizam os seus grupos especializados de assistentes, escolhendo-os entre os seus corpos de ajudantes planetários. Eles cercam-se geralmente de um conselho supremo de doze membros, selecionado de modos variados e diversamente constituído nos diferentes mundos. Um Príncipe Planetário pode também ter, como assistentes, um ou mais da terceira ordem do seu próprio grupo de filiação e, algumas vezes, em certos mundos, ter um da sua própria ordem, um Lanonandeque secundário, como adjunto.

50:2:4 5735 Todo o corpo de assessores do governante de um mundo consiste em personalidades do Espírito Infinito, e certos tipos de seres evoluídos mais elevados, e mortais ascendentes de outros mundos. Esse corpo de assessores tem, em média, cerca de mil personalidades, mas, à medida que o planeta progride, esse corpo de colaboradores pode ser aumentado, chegando até a cem mil e mesmo mais. A qualquer momento que seja sentida a necessidade de mais colaboradores, os Príncipes Planetários têm apenas de requisitar aos seus irmãos, os Soberanos dos Sistemas, e a petição é atendida imediatamente.

50:2:5 5736 Os planetas variam muito quanto à natureza, organização e administração, mas todos são providos de tribunais de justiça. O sistema judicial do universo local tem os seus começos nos tribunais de um Príncipe Planetário, a que preside um membro da sua assessoria pessoal; os decretos dessas cortes refletem uma atitude altamente paternal e prudente. Todos os problemas que envolvem mais do que a regulamentação dos habitantes do planeta, ficam sujeitos à apelação aos tribunais mais altos, mas os assuntos do domínio do seu mundo são amplamente ajustados em consonância com a discriminação pessoal do príncipe.

50:2:6 5741 As comissões itinerantes de conciliadores servem aos tribunais planetários e suplementam-nos, e tanto os controladores espirituais quanto os físicos estão sujeitos aos ditames desses conciliadores, mas nenhuma execução arbitrária é feita, jamais, sem o consentimento do Pai da Constelação, pois os “Altíssimos governam nos reinos dos homens”.

50:2:7 5742 Os controladores e os transformadores designados para os planetas estão também capacitados para colaborar com os anjos e com as outras ordens de seres celestes, tornando essas personalidades visíveis para as criaturas mortais. Em ocasiões especiais, os ajudantes seráficos e até mesmo os Melquisedeques podem tornar a si próprios visíveis, para os habitantes dos mundos evolucionários. A razão principal para trazer seres ascendentes mortais da capital do sistema, como parte do corpo de assessores do Príncipe Planetário, é a de facilitar a comunicação com os habitantes do reino.

3. OS ASSESSORES CORPÓREOS DO PRÍNCIPE


50:3:1 5743 Quando um Príncipe Planetário vai para um mundo jovem, em geral, ele leva consigo, da sede central do sistema, um grupo de seres ascendentes voluntários. Esses seres ascendentes acompanham o príncipe, como conselheiros e colaboradores, no trabalho inicial de melhoramento da raça. Esse corpo de ajudantes materiais constitui o elo de ligação entre o príncipe e as raças do mundo. Caligástia, o Príncipe de Urântia, dispunha de um corpo de cem desses colaboradores.

50:3:2 5744 Esses assistentes voluntários são cidadãos da capital de um sistema, e nenhum deles fusionou-se ainda ao seu Ajustador residente. Os Ajustadores desses servidores voluntários permanecem no seu status de residentes na sede central do sistema, enquanto os progressores moronciais regressam temporariamente a um estado material anterior.

50:3:3 5745 Os Portadores da Vida, arquitetos da forma, dotam esses voluntários de novos corpos físicos, que eles ocupam pelo período da sua permanência planetária. Essas formas de personalidade, ainda que isentas das doenças comuns dos reinos, são como os corpos moronciais iniciais, sujeitos a alguns acidentes de natureza mecânica.

50:3:4 5746 A assessoria corpórea do príncipe, via de regra, é retirada do planeta quando do julgamento seguinte, na época da chegada do segundo Filho à esfera. Antes de partir, costumeiramente, eles designam, para as suas várias tarefas, as suas progênies mútuas e alguns voluntários nativos superiores. Naqueles mundos em que a esses colaboradores do príncipe é permitido acasalarem-se com os grupos superiores das raças nativas, as suas progênies usualmente sucedem a eles.

50:3:5 5747 Esses assistentes do Príncipe Planetário raramente acasalam-se com as raças do mundo, eles sempre se acasalam entre si. Duas classes de seres resultam dessas uniões: o tipo primário de criaturas intermediárias e alguns tipos elevados de seres materiais, que permanecem agregados ao corpo de assessores do príncipe depois que os seus progenitores são retirados do planeta, na época da chegada de Adão e Eva. Esses filhos não se acasalam com as raças mortais, à exceção dos casos de certas emergências e apenas por um mandato do Príncipe Planetário. Num caso assim, os seus filhos – os netos da assessoria corpórea – têm o mesmo status das raças superiores da sua época e geração. Toda a progênie desses assistentes semimateriais do Príncipe Planetário é de seres resididos por Ajustadores.

50:3:6 5751 Ao fim da dispensação do príncipe, quando chega o momento de essa “assessoria de reversão” retornar à sede central do sistema, para reassumir a carreira até o Paraíso, esses seres ascendentes apresentam-se aos Portadores da Vida com o propósito de entregar os seus corpos materiais. Eles entram no sono de transição e despertam livres das suas vestimentas mortais e envoltos nas suas formas moronciais, prontos para o transporte seráfico que os devolverá à capital do sistema, onde os seus Ajustadores, separados deles, os aguardam. Eles ficam atrasados, uma dispensação inteira, em relação à sua classe de Jerusém, mas ganham uma experiência única e extraordinária, um capítulo raro na carreira de um mortal ascendente.

4. AS SEDES CENTRAIS E AS ESCOLAS PLANETÁRIAS


50:4:1 5752 A assessoria corpórea do príncipe organiza, muito cedo, as escolas planetárias de aperfeiçoamento e de cultura, onde o melhor das raças evolucionárias é instruído e, então, enviado para ensinar ao seu povo o que de melhor aprenderam. Essas escolas do príncipe estão localizadas na sede central material do planeta.

50:4:2 5753 Grande parte do trabalho no mundo físico, ligada ao estabelecimento dessa cidade-sede central é realizada pela assessoria corpórea. Essas cidades-sedes centrais, ou colônias, dos primeiros tempos do Príncipe Planetário, são muito diferentes daquilo que um mortal de Urântia poderia imaginar. São simples, em comparação com as idades posteriores, sendo caracterizadas por ornamentações minerais e por construções materiais relativamente avançadas. E tudo isso contrasta com o regime Adâmico, centrado em volta de um jardim-sede central, de onde o trabalho Adâmico, para o bem das raças, é realizado, durante a segunda dispensação dos Filhos do universo.

50:4:3 5754 Na colônia-sede central, no vosso mundo, cada habitação humana era abundantemente provida de terras. Embora as tribos remotas continuassem caçando e saqueando, na busca de alimentos, os estudantes e os instrutores, nas escolas do Príncipe, eram todos agricultores e horticultores. O tempo era dividido igualmente entre as seguintes tarefas:

5755 1. O trabalho físico. O cultivo do solo, associado à construção de casas e ornamentações.

5756 2. As atividades sociais. As representações teatrais e as reuniões socioculturais.

5757 3. As aplicações educativas. A instrução individual ligada ao ensino grupal familiar, suplementado por classes de aperfeiçoamento especializado.

5758 4. O aperfeiçoamento vocacional. As escolas de casamento e de tarefas do lar, escolas de arte e aperfeiçoamento artesanal; e as classes para o aperfeiçoamento de instrutores – seculares, culturais e religiosos.

5759 5. A cultura espiritual. A irmandade dos instrutores, o esclarecimento da infância e de grupos de jovens, e o aperfeiçoamento de crianças nativas adotadas como missionárias para o seu povo.

50:4:4 57510 Um Príncipe Planetário não é visível para os seres mortais; é um teste de fé acreditar que ele possa estar representado pelos seres semimateriais do seu corpo de assessores. Entretanto, essas escolas de cultura e aperfeiçoamento são bem adaptadas às necessidades de cada planeta, e logo se desenvolve uma rivalidade aguda, mas louvável, entre as raças dos homens nos seus esforços de conquistar a admissão nessas várias instituições de aprendizado.

50:4:5 57511 Desses centros mundiais de cultura e de realizações, gradualmente, é irradiada uma influência elevadora e civilizadora a todos os povos, que, gradual, mas certamente, transforma as raças evolucionárias. Nesse meio tempo os filhos educados e espiritualizados dos povos das proximidades, que foram adotados pelas escolas do príncipe, e treinados nelas, retornam aos seus grupos nativos e, dentro do melhor das suas capacidades, estabelecem ali novos centros poderosos de ensino e de cultura, que são levados adiante de acordo com o plano das escolas do príncipe.

50:4:6 5761 Em Urântia, esses planos para o progresso planetário e o avanço cultural estavam encaminhando-se bem, e avançando muito satisfatoriamente, até que tudo o que estava sendo empreendido teve um fim precipitado e inglório, quando Caligástia aderiu à rebelião de Lúcifer.

50:4:7 5762 Foi, para mim, um dos episódios mais profundamente chocantes dessa rebelião, saber da dura perfídia de um ser da minha própria ordem de filiação, Caligástia, que, deliberadamente e com uma malícia calculada, perverteu sistematicamente as instruções e envenenou os ensinamentos dados em todas as escolas planetárias de Urântia que funcionavam naquela época. O naufrágio dessas escolas foi rápido e completo.

50:4:8 5763 Muitos, da progênie dos seres ascendentes do corpo materializado de assessores do Príncipe, permanecendo leais, desertaram das fileiras de Caligástia. Esses seres leais foram encorajados pelos administradores Melquisedeques provisórios de Urântia e, em tempos posteriores, os seus descendentes fizeram muito para sustentar os conceitos planetários da verdade e da retidão. O trabalho desses evangelistas leais ajudou a impedir a obliteração total da verdade espiritual em Urântia. Essas almas corajosas e os seus descendentes mantiveram vivo um pouco do conhecimento da lei do Pai e preservaram, para as raças do mundo, o conceito das dispensações planetárias sucessivas das várias ordens de Filhos divinos.

5. A CIVILIZAÇÃO PROGRESSIVA


50:5:1 5764 Os príncipes leais dos mundos habitados, permanentemente, ficam agregados aos planetas para os quais foram designados originalmente. Os Filhos do Paraíso e as suas dispensações podem ir e vir, mas um Príncipe Planetário que tenha tido êxito continua sempre como governante do seu reino. O seu trabalho é inteiramente independente das missões dos Filhos mais elevados, pois é destinado a fomentar o desenvolvimento da civilização planetária.

50:5:2 5765 O progresso da civilização nunca é semelhante em dois planetas distintos. Os detalhes do desenrolar da evolução mortal são muito diferentes em inúmeros mundos dessemelhantes. Apesar das muitas diferenças, nos desenvolvimentos planetários, nos domínios do físico, do intelectual e do social, todas as esferas evolucionárias progridem em certas direções bem definidas.

50:5:3 5766 Sob o governo benigno de um Príncipe Planetário, intensificado pela presença dos Filhos Materiais e marcado pelas missões periódicas dos Filhos do Paraíso, as raças mortais, em um mundo do tempo e do espaço, dentro da carreira normal, passarão sucessivamente pelas sete épocas seguintes de desenvolvimento:

50:5:4 5767 1. A época da nutrição. As criaturas pré-humanas e as raças iniciais do homem primitivo ocupam-se principalmente com os problemas da nutrição. Esses seres em evolução passam o tempo em que estão despertos na procura de alimento ou em combates, ofensivamente ou defensivamente. A busca da comida é fundamental nas mentes desses ancestrais primitivos da civilização subseqüente.

50:5:5 5768 2. A idade da segurança. Tão logo o caçador primitivo possa ter algum tempo de sobra, entre os seus períodos de procura de alimento, ele usa desse lazer para aumentar a sua segurança. E uma atenção cada vez maior é dedicada à técnica da guerra. Os lares são fortificados, e os clãs solidificam-se em conseqüência do medo mútuo e da inculcação do ódio aos grupos estranhos. A autopreservação é uma meta que vem sempre em seguida à da automanutenção.

50:5:6 5771 3. A era do conforto material. Depois que os problemas da alimentação houverem sido parcialmente resolvidos e algum nível de segurança houver sido alcançado, o tempo de lazer adicional é utilizado para promover o conforto pessoal. O luxo, ao ocupar o centro do palco das atividades humanas, rivaliza com a simples necessidade. Essa idade é muito freqüentemente caracterizada pela tirania, a intolerância, a glutonaria e a bebedeira. Os elementos mais fracos das raças têm uma inclinação para os excessos e a brutalidade. Gradualmente, esses seres debilitados pela busca do prazer, são subjugados pelos elementos mais fortes e amantes da verdade na civilização em avanço.

50:5:7 5772 4. A busca de conhecimento e sabedoria. O alimento, a segurança, o prazer e o lazer fornecem a base para o desenvolvimento da cultura e a disseminação do conhecimento. O esforço para colocar em prática o conhecimento resulta em sabedoria e, quando uma cultura houver aprendido como tirar proveito da experiência e assim aprimorar-se, ela terá realmente atingido a sua época de civilização. O alimento, a segurança e o conforto material ainda dominam a sociedade, mas muitos indivíduos de visão mais ampla têm fome de conhecimento e sede de sabedoria. Cada criança terá a oportunidade de aprender praticando; a educação é a palavra de ordem dessas idades.

50:5:8 5773 5. A época da filosofia e da fraternidade. Quando os mortais aprendem a pensar e começam a tirar proveito da experiência, eles tornam-se filosóficos – e começam a raciocinar por si próprios e a exercer o juízo do discernimento. A sociedade, nessa idade, torna-se ética; e os mortais dessa época estão realmente transformando-se em seres morais. Os seres morais sábios são capazes de estabelecer uma irmandade entre os homens, em um mundo que progride desse modo. Os seres morais e éticos podem aprender a viver segundo a regra de ouro.

50:5:9 5774 6. A idade das batalhas espirituais. Quando os mortais em evolução houverem passado pelos estágios do desenvolvimento físico, intelectual e social, mais cedo ou mais tarde, atingem aqueles níveis de visão interior pessoal que os impelem a buscar a satisfação espiritual e o entendimento cósmico. A religião faz por completar a elevação, desde os domínios emocionais do medo e da superstição, até os níveis elevados de sabedoria cósmica e de experiência espiritual pessoal. A educação leva à aspiração de alcançar os significados, e a cultura apreende as relações cósmicas e os valores verdadeiros. Esses mortais em evolução são genuinamente cultos, verdadeiramente educados e primorosamente conhecedores de Deus.

50:5:10 5775 7 . A era da luz e vida. Este é o florescimento das eras sucessivas, de segurança física, de expansão intelectual, de cultura social e de realização espiritual. Essas realizações humanas são agora combinadas, associadas e coordenadas em unidade cósmica e para o serviço não-egoísta. Dentro das limitações da natureza finita e dos dons materiais, não há fronteiras estabelecidas para o alcance das possibilidades da realização evolucionária pelas gerações em avanço, que vivem sucessivamente nesses mundos supernos e estabelecidos do tempo e do espaço.

50:5:11 5776 Depois de servirem às suas esferas, nas sucessivas dispensações da história do mundo e das épocas progressivas de avanço planetário, os Príncipes Planetários são elevados à posição de Soberanos Planetários, quando da inauguração da era da luz e vida.

6. A CULTURA PLANETÁRIA


50:6:1 5781 O isolamento de Urântia torna impossível fazer uma apresentação dos muitos detalhes da vida e do ambiente dos vossos vizinhos de Satânia. NesSas apresentações estamos limitados pela quarentena planetária e pelo isolamento do sistema. Devemos ser guiados por essas restrições, nos nossos esforços para esclarecer os mortais de Urântia. Dentro do que foi permitido, porém, vós fostes instruídos sobre a seqüência do progresso de um mundo evolucionário comum, e estais capacitados a estabelecer comparações entre a carreira de um mundo assim e a condição atual de Urântia.

50:6:2 5782 O desenvolvimento da civilização de Urântia não diferiu tanto do de outros mundos que suportaram o infortúnio do isolamento espiritual. Contudo, quando comparado aos mundos leais do universo, o vosso planeta parece muito confuso e grandemente retardado em todas as fases do progresso intelectual e das realizações de alcance espiritual.

50:6:3 5783 Como conseqüência das infelicitações planetárias, os urantianos foram impedidos de compreender mais sobre a cultura dos mundos normais. Mas vós não deveríeis considerar os mundos evolucionários, mesmo os mais ideais, como esferas em que a vida é um mar de rosas e de facilidades. A vida inicial das raças mortais é sempre acompanhada de lutas. O esforço e a determinação são parte essencial na conquista dos valores da sobrevivência.

50:6:4 5784 A cultura pressupõe qualidade de mente; a cultura não pode ser enfatizada, a menos que a mente seja elevada. O intelecto superior buscará uma cultura nobre e encontrará algum modo de alcançar essa meta. As mentes inferiores irão desprezar a cultura mais elevada, mesmo que esta lhes seja apresentada já formada. Muito, também, depende das missões sucessivas dos Filhos divinos e da medida pela qual o esclarecimento é recebido nessas idades das suas respectivas dispensações.

50:6:5 5785 Vós não deveríeis esquecer-vos de que, por duzentos mil anos, todos os mundos de Satânia têm permanecido banidos espiritualmente de Norlatiadeque, como conseqüência da rebelião de Lúcifer. E serão necessárias idades, e mais idades, para que haja uma correção nas limitações resultantes do pecado e da secessão. O vosso mundo ainda continua seguindo uma carreira irregular e cheia de vicissitudes por causa de uma dupla tragédia: a rebelião de um Príncipe Planetário, e os erros de um Filho Material. Mesmo a auto-outorga de Cristo Michael em Urântia, de imediato, não eliminou as conseqüências temporais daqueles erros tão sérios cometidos pela administração anterior deste mundo.

7. RECOMPENSAS DO ISOLAMENTO


50:7:1 5786 À primeira vista, poderia parecer que Urântia e os mundos isolados semelhantes sejam por demais desafortunados por haverem sido privados da presença e da influência benéficas de personalidades supra-humanas, tais como um Príncipe Planetário, um Filho e uma Filha Materiais. Contudo, o isolamento dessas esferas proporciona às suas raças uma oportunidade única para o exercício da fé e para o desenvolvimento de uma qualidade especial de confiabilidade cósmica, em uma convicção que não depende da visão nem de qualquer outro aspecto material. Pode ser que isso, finalmente, resulte em que as criaturas mortais provenientes dos mundos em quarentena, em conseqüência da rebelião, sejam extremamente afortunadas. Descobrimos que a esses seres ascendentes, muito cedo, são confiadas inúmeras missões especiais de empreendimentos cósmicos, para a realização das quais uma fé inquestionável e uma confiança sublime são essenciais.

50:7:2 5791 Em Jerusém, os seres ascendentes desses mundos isolados ocupam um setor residencial deles próprios e são conhecidos como os agondonteiros, significando criaturas evolucionárias de vontade que podem acreditar sem ver, que perseveram quando isoladas e que triunfam sobre dificuldades insuperáveis, até mesmo quando isoladas em solidão. Esse agrupamento funcional de agondonteiros perdura em toda a ascensão do universo local e na travessia do superuniverso; desaparece durante a permanência em Havona, mas reaparece prontamente quando do alcançar do Paraíso e definitivamente perdura com os Corpos Mortais de Finalidade. Tabamântia é um agondonteiro com status de finalitor, tendo sobrevivido de uma das esferas em quarentena envolvidas na primeira rebelião que aconteceu nos universos do tempo e do espaço.

50:7:3 5792 Durante toda a carreira até o Paraíso, um esforço é seguido da recompensa, exatamente como o resultado se segue às causas. Tais recompensas distinguem o indivíduo da média, estabelecem um diferencial entre as experiências das criaturas e contribuem para a versatilidade da atuação última no corpo coletivo dos finalitores.

50:7:4 5793 [Apresentado por um Filho Lanonandeque Secundário do Corpo de Reserva.]

DOCUMENTO 51

OS ADÃOS PLANETÁRIOS
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Durante a dispensação de um Príncipe Planetário, o homem primitivo alcança o limite do desenvolvimento evolucionário natural e essa realização biológica é o sinal para que o Soberano do Sistema despache, para o mundo em questão, a segunda ordem de filiação, a dos elevadores biológicos. Esses Filhos, pois há dois deles – o Filho e a Filha Materiais –, são geralmente conhecidos em um planeta como Adão e Eva. O Filho Material original de Satânia é Adão, e aqueles que vão para os mundos dos sistemas como elevadores biológicos sempre levam o nome desse primeiro Filho, o original da sua ordem única.

51:0:2 5802 Esses Filhos são uma dádiva material do Filho Criador aos mundos habitados. Junto com o Príncipe Planetário, eles permanecem no seu planeta de atribuição durante todo o curso evolucionário dessa esfera. A aventura, em um mundo que tem um Príncipe Planetário, não é muito arriscada, mas em um planeta apóstata, em um reino sem um governante espiritual e privado de comunicação interplanetária, tal missão é cheia de perigos graves.

51:0:3 5803 Embora não possais esperar conhecer tudo sobre o trabalho desses Filhos, em todos os mundos de Satânia e de outros sistemas, outros documentos retratam mais totalmente a vida e as experiências desse interessante par, Adão e Eva, que veio do corpo dos elevadores biológicos de Jerusém para elevar as raças de Urântia. Embora tenha havido uma falha nos planos ideais de melhorar as vossas raças nativas, ainda assim, a missão de Adão não foi em vão; Urântia beneficiou-se imensamente da dádiva de Adão e Eva e, perante os companheiros deles e para os conselhos do alto, o trabalho deles não é considerado uma perda total.

1. ORIGEM E NATUREZA DOS FILHOS MATERIAIS DE DEUS


51:1:1 5804 Os Filhos e as Filhas materiais, ou sexuados, são uma progênie do Filho Criador; o Espírito Materno do Universo não participa da produção desses seres que estão destinados a funcionar como elevadores físicos nos mundos evolucionários.

51:1:2 5805 A ordem material de filiação não é uniforme no universo local. O Filho Criador produz apenas um par desses seres, em cada sistema local; esses pares originais são diferentes pela sua natureza, pois estão sintonizados com o modelo da vida dos seus respectivos sistemas. Essa é uma medida necessária, pois, de outro modo, o potencial reprodutivo dos Adãos não seria funcional junto com aquele dos seres mortais em evolução dos mundos de qualquer sistema particular. O Adão e a Eva que vieram para Urântia descendiam do par original de Filhos Materiais de Satânia.

51:1:3 5806 Os Filhos Materiais têm uma altura que varia de dois metros e meio a três metros, e os seus corpos brilham com um halo de luz radiante de tonalidade violeta. Embora o sangue material circule nos seus corpos materiais, eles estão também sobrecarregados de energia divina e cheios com a luz celeste. Esses Filhos Materiais (os Adãos) e as Filhas Materiais (as Evas) são iguais, um ao outro, diferindo apenas na sua natureza reprodutiva e por alguns dons químicos. Eles são iguais, ainda que diferenciados, no masculino e no feminino – sendo, portanto, complementares –, e são projetados para servir aos pares, em quase todos os seus compromissos.

51:1:4 5811 Os Filhos Materiais desfrutam de uma nutrição dual; eles são realmente duais por natureza e constituição, compartilhando da energia materializada, de modo semelhante ao dos seres físicos do reino, enquanto a sua existência imortal é totalmente mantida pela ingestão direta e automática de certas energias cósmicas de sustento. Caso falhe em alguma missão para a qual esteja designada, ou, mesmo, se se rebelar consciente e deliberadamente, essa ordem de Filhos fica isolada, cortada da conexão com a fonte de luz e vida do universo. E a partir daí eles tornam-se seres praticamente materiais, destinados a levar a vida no seu curso material, no mundo da sua designação, e são obrigados a apresentar-se aos magistrados do universo, para o juízo. A morte material encerrará, finalmente, a carreira planetária de tal infortunado e pouco sábio Filho ou Filha Material.

51:1:5 5812 O Adão e a Eva, do par original diretamente criado, são imortais por dom inerente, exatamente como são todas as outras ordens de filiação do universo local, mas uma diminuição do potencial de imortalidade caracteriza os filhos e filhas deles. Esse casal original não pode transmitir a imortalidade incondicional aos seus filhos e filhas de procriação. A sua progênie é dependente, para a continuação da vida, de uma sincronia intelectual ininterrupta com o circuito gravitacional da mente do Espírito. Desde o início, no sistema de Satânia, treze Adãos Planetários perderam-se em rebeliões e no erro, e 681 204 deles, em posições subordinadas de confiança. A maioria dessas traições ocorreu na época da rebelião de Lúcifer.

51:1:6 5813 Enquanto vivem como cidadãos permanentes, nas capitais dos sistemas, e mesmo funcionando em missões descendentes nos planetas evolucionários, os Filhos Materiais não possuem Ajustadores do Pensamento; mas é por meio desses mesmos serviços que eles adquirem a capacidade experiencial para a residência do Ajustador e para a carreira de ascensão ao Paraíso. Esses seres únicos e maravilhosamente úteis são elos de conexão entre o mundo espiritual e o mundo físico. Eles concentram-se nas sedes centrais dos sistemas, onde se reproduzem e conduzem a vida como cidadãos materiais do reino, e de onde são despachados para os mundos evolucionários.

51:1:7 5814 Diferentemente de outras ordens de Filhos criados para o serviço planetário, a ordem material de filiação não é, por natureza, invisível para as criaturas materiais como os habitantes de Urântia. Esses Filhos de Deus podem ser vistos, compreendidos e, por sua vez, podem se entremesclar de fato com as criaturas do tempo; poderiam até mesmo procriar junto com eles, embora esse papel de elevação biológica fique em geral entregue à progênie dos Adãos Planetários.

51:1:8 5815 Em Jerusém, os filhos leais de qualquer Adão e Eva são imortais, mas a progênie de um Filho e de uma Filha Material, procriada depois da sua chegada em um planeta evolucionário, não é assim imune à morte natural. Ocorre uma mudança no mecanismo de transmissão da vida, quando esses Filhos são rematerializados para as funções reprodutivas em um mundo evolucionário. Os Portadores da Vida privam, propositadamente, os Adãos e as Evas Planetários do poder de conceberem filhos e filhas imortais. Se não caírem em falta, um Adão e uma Eva, em uma missão planetária, podem viver indefinidamente, mas, dentro de certos limites, os filhos deles experienciam uma longevidade que decresce, de geração para geração.

2. O TRÂNSITO DOS ADÃOS PLANETÁRIOS


51:2:1 5821 Ao receber a notícia de que mais um mundo habitado alcançou o momento certo para a evolução física, o Soberano do Sistema reúne o corpo de Filhos e Filhas Materiais na capital do sistema; e, depois da discussão sobre as necessidades desse mundo evolucionário, dois do grupo de voluntários – um Adão e uma Eva do corpo sênior de Filhos Materiais – são escolhidos para empreender a aventura, submetendo-se ao profundo sono preparatório com o fito de ser enserafinados e transportados, desde o seu lar de serviço solidário até o novo reino das novas oportunidades e de perigos novos.

51:2:2 5822 Os Adãos e as Evas são criaturas semimateriais e, como tais, não são transportáveis pelos serafins. Antes, eles devem submeter-se à desmaterialização na capital do sistema com o fito de poder ser enserafinados no transporte até o mundo da sua designação. Os serafins de transporte são capazes de efetuar essas mudanças nos Filhos Materiais e em outros seres semimateriais, para capacitá-los a ser enserafinados e, assim, transportados no espaço, de um mundo ou sistema para outro. Cerca de três dias do tempo-padrão são consumidos nesse preparo para o transporte, e é necessária a cooperação de um Portador da Vida para devolver tal criatura desmaterializada à existência normal, quando a viagem feita pelo transporte seráfico chega ao fim.

51:2:3 5823 Ainda que exista essa técnica de desmaterialização, de preparo dos Adãos para o trânsito de Jerusém até os mundos evolucionários, não há nenhum método equivalente para tirá-los desses mundos, a menos que todo o planeta esteja para ser esvaziado, evento para o qual uma instalação de emergência, com a técnica da desmaterialização, é feita para toda a população salvável. Caso alguma catástrofe física tornasse condenada a residência em um planeta de uma raça em evolução, os Melquisedeques e os Portadores da Vida instalariam a técnica da desmaterialização para todos os sobreviventes e, por meio do transporte seráfico, esses seres seriam levados para o novo mundo preparado para a continuação da sua existência. A evolução de uma raça humana, uma vez iniciada em um mundo do espaço, deve prosseguir de modo totalmente independente da sobrevivência física daquele planeta; mas, durante as idades evolucionárias, não é de se considerar que um Adão e uma Eva Planetários deixem o mundo da sua escolha.

51:2:4 5824 Quando da sua chegada ao destino planetário, o Filho e a Filha Materiais são rematerializados sob a direção dos Portadores da Vida. Todo esse processo leva de dez a vinte e oito dias, do tempo de Urântia. A inconsciência do sono seráfico continua durante todo esse período de reconstrução. Quando a reconstituição do organismo físico se completa, esses Filhos e Filhas Materiais encontram-se, nos seus novos lares e nos seus novos mundos, prontos para todos os intentos e propósitos, exatamente como estavam antes de submeter-se ao processo de desmaterialização em Jerusém.

3. AS MISSÕES ADÂMICAS


51:3:1 5825 Nos mundos habitados, os Filhos e Filhas Materiais constroem as suas próprias habitações-jardim, sendo logo ajudados pelos seus próprios filhos. Usualmente, o local do jardim já teria sido escolhido pelo Príncipe Planetário, e a sua assessoria corpórea faz boa parte do trabalho preliminar da preparação, com a ajuda de muitos dos tipos mais elevados das raças nativas.

51:3:2 5831 Esses são os Jardins do Éden, assim chamados em honra a Edêntia, a capital da Constelação, e porque são feitos segundo o modelo de grandeza botânica dos mundos-sedes dos Pais Altíssimos. Essas moradas-jardins são usualmente localizadas em um local recluso e em uma região próxima dos trópicos. São criações belíssimas, para qualquer mundo normal. Vós nada podeis concluir sobre esses centros de beleza e de cultura, se vos baseardes nas narrativas fragmentadas sobre o desenvolvimento frustrado que um empreendimento de tal ordem teve em Urântia.

51:3:3 5832 Um Adão e uma Eva Planetários são, em potencial, a dádiva plena da graça física às raças mortais. A principal ocupação desse casal importado é multiplicar-se e elevar os filhos do tempo. Mas não deve haver mesclagem imediata entre o povo do jardim e os do mundo; por muitas gerações, Adão e Eva permanecem biologicamente segregados dos mortais evolucionários, enquanto constroem uma raça forte da sua ordem. Assim é a origem da raça violeta nos mundos habitados.

51:3:4 5833 Os planos para a elevação da raça são preparados pelo Príncipe Planetário e pelos seus assessores, e são executados por Adão e Eva. E foi assim, então, que o vosso Filho Material e a sua companheira foram colocados em uma grande desvantagem, logo que chegaram a Urântia. Caligástia fez uma hábil e efetiva oposição à missão Adâmica. E, não obstante os administradores Melquisedeques, de Urântia, haverem prevenido devidamente a ambos, tanto a Adão quanto a Eva, a respeito dos perigos planetários inerentes à presença de um Príncipe Planetário rebelde, esse supremo arqui-rebelde, por meio de um estratagema astuto, fez tais manipulações com o casal Edênico, que, colocando os dois em uma cilada, levou-os a violar o que estava estipulado para a missão de confiança deles, como governantes visíveis do vosso mundo. O traiçoeiro Príncipe Planetário teve êxito em comprometer o vosso Adão e a vossa Eva, mas falhou no seu esforço de envolvê-los na rebelião de Lúcifer.

51:3:5 5834 A quinta ordem de anjos, os ajudantes planetários, está vinculada à missão Adâmica, acompanhando sempre os Adãos Planetários nas suas aventuras nos mundos. Em geral o corpo designado, inicialmente, conta com cerca de cem mil anjos. Quando o trabalho de Adão e Eva em Urântia foi prematuramente deslanchado, quando eles se desviaram do plano ordenado, foi uma das Vozes seráficas do Jardim que os admoestou a respeito da sua conduta repreensível. E a vossa narrativa dessa ocorrência ilustra bem a maneira pela qual as tradições, no vosso planeta, tenderam sempre a atribuir tudo o que é sobrenatural ao Senhor Deus. Por causa disso os urantianos, muitas vezes, têm ficado confusos a respeito da natureza do Pai Universal, pois as palavras e os atos de todos os Seus coligados e subordinados, em geral, têm sido atribuídos a Ele. No caso de Adão e Eva, o anjo do Jardim não era outro senão o diretor dos ajudantes planetários, então no posto. Esse serafim, Solônia, proclamou a falta para com o plano divino e requisitou a volta dos administradores Melquisedeques para Urântia.

51:3:6 5835 As criaturas intermediárias secundárias são naturais das missões Adâmicas. Do mesmo modo que se dá com a assessoria corpórea do Príncipe Planetário, os descendentes dos Filhos e Filhas Materiais são de duas ordens: a dos seus filhos físicos e a ordem secundária de criaturas intermediárias. Esta última, que é de ministradores planetários materiais, geralmente invisíveis, contribui em muito para o avanço da civilização e mesmo para subjugar as minorias insubordinadas que possam tentar subverter o desenvolvimento social e o progresso espiritual.

51:3:7 5836 As criaturas intermediárias secundárias não devem ser confundidas com a ordem primária, que remonta a tempos muito próximos da chegada do Príncipe Planetário. Em Urântia, a maioria dessas criaturas intermediárias anteriores entrou na rebelião com Caligástia e, desde Pentecostes, encontra-se enclausurada. Muitas das criaturas do grupo Adâmico, que não permaneceram leais à administração planetária, do mesmo modo ficaram reclusas.

51:3:8 5841 No Dia de Pentecostes, as criaturas primárias e as secundárias leais fizeram uma união voluntária e têm funcionado como uma unidade, em relação aos assuntos do mundo, desde então. Servem sob a liderança de criaturas intermediárias leais, alternadamente escolhidas dos dois grupos.

51:3:9 5842 O vosso mundo foi visitado já por quatro ordens de filiação: Caligástia, o Príncipe Planetário; Adão e Eva, os Filhos Materiais de Deus; Maquiventa Melquisedeque, o “sábio de Salém” nos dias de Abraão; e Cristo Michael, que veio como o Filho do Paraíso em auto-outorga. Quanto mais efetivo e belo não teria sido se Michael, o governante supremo do universo de Nebadon, tivesse recebido, no vosso mundo, as boas-vindas de um Príncipe Planetário leal e eficiente junto a um Filho Material devotado e cheio de êxito, pois ambos muito poderiam ter feito para elevar o trabalho da vida e da missão do Filho auto-outorgado! Contudo, nem todos os mundos têm sido tão desafortunados como Urântia; nem tem sido tão difícil a missão dos Adãos Planetários, nem tão arriscada. Quando têm êxito, eles contribuem para o desenvolvimento de um grande povo, e continuam como chefes visíveis dos assuntos do planeta, ainda por bastante tempo, na idade em que esse mundo se torna estabelecido em luz e vida.

4. AS SEIS RAÇAS EVOLUCIONÁRIAS


51:4:1 5843 A raça predominante, durante as idades iniciais dos mundos habitados, é a do homem vermelho, que geralmente é a primeira a atingir níveis humanos de desenvolvimento. Todavia, conquanto o homem vermelho seja a primeira raça a se desenvolver nos planetas, também os povos subseqüentes, de outras cores, começam a surgir muito cedo, nas idades de emergência mortal.

51:4:2 5844 As raças, as mais iniciais, são um pouco superiores às posteriores; o homem vermelho está muito acima da raça índigo-negra. Os Portadores da Vida transmitem o dom pleno das energias vivas à raça inicial ou vermelha, e cada manifestação evolucionária que se sucede, de grupos distintos de mortais, representa uma variação às custas do dom original. Até a estatura dos mortais tende a decrescer, do homem vermelho em diante, até a raça índigo, se bem que, em Urântia, hajam surgido traços inesperados de gigantismo nos povos verdes e alaranjados.

51:4:3 5845 Nos mundos que têm todas as seis raças evolucionárias, os povos superiores são os da primeira, da terceira e da quinta raças – a vermelha, a amarela e a azul. As raças evolucionárias, assim, alternam-se em capacidade de crescimento intelectual e de desenvolvimento espiritual; a segunda, a quarta e a sexta raças sendo um pouco menos dotadas. Essas raças secundárias são as dos povos que estão ausentes em certos mundos; são elas as raças que foram exterminadas em muitos outros. É um infortúnio que, em Urântia, vós tenhais perdido, em grande escala, os homens azuis superiores, excetuando no que eles perduram na vossa miscigenada “raça branca”. A perda das vossas linhagens alaranjadas e verdes não é tão preocupante.

51:4:4 5846 A evolução de seis – ou de três – raças coloridas, ainda que possa parecer uma deterioração dos dons originais do homem vermelho, proporciona algumas variações bastante desejáveis nos tipos mortais, e dá expressão a diversos potenciais humanos que, de outro modo, seriam inalcançáveis. Essas modificações são benéficas ao progresso da humanidade, como um todo, desde que elas sejam posteriormente elevadas pela importação da raça Adâmica ou violeta. Em Urântia, esse plano usual de miscigenação não foi levado até onde devia, e esse fracasso em executar o plano de evolução da raça torna impossível para vós compreenderdes muito sobre o status alcançado por esses povos em um planeta habitado normal, apenas observando os remanescentes dessas raças primitivas no vosso mundo.

51:4:5 5851 Na primeira fase do desenvolvimento racial, há uma ligeira tendência de que os homens vermelhos, amarelos e azuis se mesclem entre si; há uma tendência semelhante de que as raças alaranjadas, verdes e as de cor índigo também se mesclem entre si.

51:4:6 5852 Os humanos mais atrasados são, geralmente, empregados como trabalhadores, pelas raças de mais progresso. Isso explica a origem da escravatura nos planetas, durante as idades iniciais. Os homens alaranjados, geralmente, são dominados pelos vermelhos e reduzidos ao status de servos – sendo algumas vezes exterminados. Os homens amarelos e os vermelhos freqüentemente confraternizam entre si, mas não sempre. A raça amarela geralmente escraviza a verde, enquanto os homens azuis dominam os índigos. Essas raças de homens primitivos, ao utilizarem os serviços dos seus companheiros mais atrasados em tarefas obrigatórias, não pensam neles mais do que os urantianos o fazem quando compram e vendem os cavalos e o gado.

51:4:7 5853 Na maioria dos mundos normais a servidão involuntária não sobrevive à dispensação do Príncipe Planetário, ainda que os deficientes mentais e os delinqüentes sociais sejam, muitas vezes, compelidos ao trabalho involuntário; mas, em todas as esferas normais, essa espécie de escravidão primitiva é abolida logo depois da chegada da raça Adâmica, ou violeta, importada.

51:4:8 5854 Essas seis raças evolucionárias estão destinadas a se misturarem e a se elevarem pela miscigenação com a progênie dos elevadores Adâmicos. Todavia, antes da amalgamação desses povos, os povos inferiores e os inaptos são amplamente eliminados. O Príncipe Planetário e o Filho Material, junto com as outras autoridades planetárias indicadas, decidem sobre a aptidão das linhas de reprodução. A dificuldade de executar um programa radical como esse em Urântia consiste na ausência de juízes competentes para decidir sobre a aptidão biológica, ou inaptidão, dos indivíduos das raças do vosso mundo. Apesar desse obstáculo, quer parecer que vós deveríeis ser capazes de concordar com uma desconfraternização biológica entre as vossas cepas mais notoriamente ineptas, defeituosas, degeneradas e anti-sociais.

5. MISCIGENAÇÃO RACIAL – A DÁDIVA DO SANGUE ADÂMICO


51:5:1 5855 Quando um Adão e uma Eva Planetários chegam a um mundo habitado, eles já foram plenamente instruídos pelos seus superiores quanto ao melhor modo de efetuar o aperfeiçoamento das raças existentes de seres inteligentes. O plano para os procedimentos não é uniforme; muito é deixado para a decisão do casal que faz a ministração, e os erros são freqüentes, especialmente em mundos desordenados e insurrectos tais como Urântia.

51:5:2 5856 Em geral os povos violetas não começam a misturar-se com os nativos do planeta antes que o seu próprio grupo tenha atingido mais de um milhão de representantes. Nesse meio tempo, porém, a assessoria do Príncipe Planetário proclama que os filhos dos Deuses desceram, por assim dizer, para unir-se às raças dos homens; e o povo ansiosamente aguarda o dia em que irá ser feito o anúncio de que aqueles que forem qualificados como pertencentes a uma cepa racial superior poderão seguir para o Jardim do Éden, a fim de ser, ali, escolhidos pelos filhos e filhas de Adão como pais e mães evolucionários da nova ordem de combinação racial da humanidade.

51:5:3 5857 Nos mundos normais, os Adãos e as Evas Planetários nunca se acasalam com as raças evolucionárias. Esse trabalho de aperfeiçoamento biológico é uma função da progênie Adâmica. Mas esses adamitas não se espalham entre as raças; a assessoria do príncipe é que traz os homens e as mulheres superiores ao Jardim do Éden, para o acasalamento voluntário com os descendentes Adâmicos. E, na maioria dos mundos, é considerada a mais alta honra ser selecionado como candidato ao acasalamento com os filhos e filhas do Jardim.

51:5:4 5861 Pela primeira vez as guerras raciais e outras lutas tribais diminuem, enquanto as raças do mundo, cada vez mais intensamente, esforçam-se para qualificar-se, e ser reconhecidas e admitidas no Jardim. Vós não podeis ter senão uma idéia vaga de como essas lutas competitivas chegam a ocupar o centro de todas as atividades, em um planeta normal. Todo esse esquema de aperfeiçoamento da raça foi prematuramente rompido em Urântia.

51:5:5 5862 A raça violeta é um povo monogâmico, e todos os homens e mulheres evolucionários que se unem com os filhos e filhas Adâmicos prometem não tomar outros parceiros e instruir os seus próprios filhos ou filhas a serem monogâmicos da mesma maneira. As crianças de cada uma dessas uniões são educadas e treinadas nas escolas do Príncipe Planetário, e então se lhes permite ir de volta à própria raça dos seus progenitores evolucionários, para lá se casarem em meio a grupos selecionados de mortais superiores.

51:5:6 5863 Quando a linhagem, vinda dos Filhos Materiais, estiver acrescentada às raças mortais em evolução, dos mundos, uma era nova e de maior progresso evolutivo é iniciada. Em seguida a essa fusão procriadora, de aptidões importadas e de traços supra-evolucionários, é produzida uma sucessão de avanços rápidos na civilização e no desenvolvimento racial; em cem mil anos, mais progresso é feito do que em um milhão de anos da luta anterior. No vosso mundo, mesmo em face do malogro dos planos ordenados, um grande progresso aconteceu, desde que a dádiva do plasma da vida de Adão veio para os vossos povos.

51:5:7 5864 Contudo, conquanto toda uma linhagem pura, de filhos de um Jardim do Éden, no planeta, possa outorgar-se aos membros superiores das raças evolucionárias e, por meio disso, elevar o nível biológico da humanidade, não seria benéfico para as cepas mais elevadas dos mortais de Urântia acasalarem-se com as raças inferiores; esse procedimento pouco sábio poderia colocar em risco toda a civilização no vosso mundo. Tendo fracassado na realização da harmonia entre as raças pela técnica Adâmica, vós deveis, agora, resolver o problema do aperfeiçoamento racial no planeta por outros métodos, basicamente humanos, de adaptação e de controle.

6. O REGIME EDÊNICO


51:6:1 5865 Na maioria dos mundos habitados, os Jardins do Éden persistem como magníficos centros culturais e continuam a funcionar, como modelos sociais para os usos e a conduta planetária, idade após idade. Mesmo nos tempos iniciais, quando os povos violetas ficam relativamente segregados, suas escolas recebem os candidatos apropriados provenientes das raças do mundo, enquanto os desenvolvimentos industriais do Jardim abrem novos canais de intercâmbio comercial. Assim, os Adãos, as Evas e a sua progênie, contribuem para uma súbita expansão cultural e para o rápido aperfeiçoamento das raças evolucionárias dos seus mundos. E todas essas relações são implementadas e seladas pela miscigenação das raças evolucionárias com os filhos de Adão, resultando em uma imediata elevação do status biológico, numa estimulação do potencial intelectual e no aumento da receptividade espiritual.

51:6:2 5866 Nos mundos normais, o Jardim, sede da raça violeta, transforma-se no segundo centro de cultura do mundo e, juntamente com a cidade-sede central do Príncipe Planetário, dita o ritmo do desenvolvimento da civilização. Por séculos, as escolas da cidade-sede central do Príncipe Planetário e as escolas do Jardim de Adão e Eva permanecem contemporâneas. Em geral, não ficam muito distantes e trabalham juntas em uma cooperação harmoniosa.

51:6:3 5871 Pensai sobre o que significaria, para o vosso mundo, se em algum lugar no Levante houvesse um centro mundial de civilização, uma grande universidade planetária de cultura, que teria funcionado, ininterruptamente, por 37 000 anos. E, de novo, parai para considerar como a autoridade moral de um centro tão antigo não seria reforçada se estivesse situada não muito distante de uma outra sede central, mais antiga ainda e de ministração celeste, cuja tradição teria exercido uma força acumulativa de 500 000 anos de influência evolucionária integrada. São os hábitos que acabam por disseminar os ideais do Éden para todo um mundo.

51:6:4 5872 As escolas do Príncipe Planetário ocupam-se principalmente da filosofia, da religião, da moral e das realizações intelectuais e artísticas. As escolas do Jardim de Adão e Eva devotam-se, geralmente, às artes aplicadas, à educação intelectual fundamental, à cultura social, ao desenvolvimento econômico, às relações de comércio, à aptidão física e ao governo civil. Finalmente, esses centros mundiais fundem-se, mas essa verdadeira afiliação algumas vezes não acontece,até os tempos do primeiro Filho Magisterial.

51:6:5 5873 A existência continuada do Adão e Eva Planetários, aliada ao núcleo de filiação pura da raça violeta, confere uma estabilidade de crescimento à cultura Edênica, pois essa cultura passa a atuar sobre a civilização de um mundo com a força convincente da tradição. Nesses Filhos e Filhas Materiais imortais, encontramos o último e indispensável elo que conecta Deus com o homem, que reduz o abismo quase infinito entre o Criador eterno e as personalidades finitas inferiores do tempo. Eis, pois, um ser de alta origem que é físico, material e, mesmo, uma criatura sexuada, como os mortais de Urântia, que pode ver e compreender o Príncipe Planetário invisível e interpretá-lo para as criaturas mortais do reino, pois os Filhos e Filhas Materiais são capazes de ver todas as ordens menos elevadas de seres do espírito; eles enxergam o Príncipe Planetário e toda a sua assessoria, visível e invisível.

51:6:6 5874 Com o passar dos séculos, por meio da amalgamação da sua progênie com as raças dos homens, esses mesmos Filho e Filha Materiais passam a ser aceitos como ancestrais da humanidade, como pais comuns dos agora misturados descendentes das raças evolucionárias. O propósito é que os mortais, que começam em um mundo habitado, tenham a experiência de reconhecer sete pais:

5875 1. O pai biológico – o pai na carne.

5876 2. O pai do reino – o Adão Planetário.

5877 3. O pai das esferas – o Soberano do Sistema.

5878 4. O Pai Altíssimo – o Pai da Constelação.

5879 5. O Pai do Universo – o Filho Criador e governante supremo das criações locais.

58710 6. Os Super-Pais – os Anciães dos Dias, que governam o superuniverso.

58711 7. O Pai do espírito ou o Pai de Havona – o Pai Universal, que reside no Paraíso e que outorga o Seu espírito para viver e trabalhar nas mentes das criaturas inferiores que habitam o universo dos universos.

7. A ADMINISTRAÇÃO UNIFICADA


51:7:1 58712 De tempos em tempos, os Filhos Avonais do Paraíso vêm aos mundos habitados para cumprir funções judiciais, mas o primeiro Avonal a chegar em uma missão magisterial inaugura a quarta dispensação de um mundo evolucionário do tempo e do espaço. Em alguns planetas nos quais esse Filho Magisterial é universalmente aceito, ele permanece durante uma idade; e assim o planeta prospera, sob o governo conjunto de três Filhos: o Príncipe Planetário, o Filho Material e o Filho Magisterial; os dois últimos sendo visíveis para todos os habitantes do reino.

51:7:2 5881 Antes que o primeiro Filho Magisterial conclua a sua missão em um mundo normal evolucionário, terá sido efetuada a unificação dos trabalhos educacionais e administrativos do Príncipe Planetário e do Filho Material. Essa amalgamação da supervisão dual de um planeta traz à existência uma nova e efetiva ordem de administração para o mundo. Com a partida do Filho Magisterial, o Adão Planetário assume a direção exterior da esfera. O Filho e a Filha Materiais, assim, atuam conjuntamente como administradores planetários, até o estabelecimento do mundo na era de luz e vida, quando, então o Príncipe Planetário é elevado à posição de Soberano Planetário. Durante essa idade de evolução avançada, Adão e Eva transformam-se naquilo que poderia ser chamado de os primeiros-ministros conjuntos do Reino glorificado.

51:7:3 5882 Tão logo a capital, nova e consolidada, do mundo em evolução esteja bem estabelecida, e tão rapidamente quanto puderem ser bem treinados os administradores subordinados competentes, as subcapitais serão fundadas em territórios distantes e entre os diferentes povos. Antes da chegada de um outro Filho dispensacional, de cinqüenta a cem desses subcentros terão sido organizados.

51:7:4 5883 O Príncipe Planetário e a sua assessoria ainda fomentam os domínios das atividades espirituais e filosóficas. Adão e Eva dedicam atenção especial ao status físico, científico e econômico do reino. Ambos os grupos dedicam igualmente as suas energias à promoção da arte, às relações sociais e às realizações intelectuais.

51:7:5 5884 À época da inauguração da quinta dispensação dos assuntos do mundo, uma administração magnífica das atividades planetárias terá sido realizada. A existência mortal em uma esfera tão bem governada é, de fato, estimulante e produtiva. E se os urantianos pudessem apenas observar a vida em um planeta assim, iriam imediatamente dar o devido valor àquelas coisas que o seu mundo perdeu ao abraçar o mal e participar da rebelião.

51:7:6 5885 [Apresentado por um Filho Lanonandeque secundário do Corpo de Reserva.]
DOCUMENTO 52

ÉPOCAS PLANETÁRIAS DOS MORTAIS
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Desde o início da vida, em um planeta evolucionário, até a época do seu florescimento final, na era da luz e vida no cenário da ação do mundo aparecem pelo menos sete épocas de vida humana. Essas sucessivas épocas são determinadas pelas missões planetárias dos Filhos divinos e, em um mundo habitado comum, tais eras surgema na seguinte ordem:

5892 1. Homem antes do Príncipe Planetário.

5893 2. Homem pós-Príncipe Planetário.

5894 3. Homem pós-Adâmico.

5895 4. Homem pós-Filho Magisterial.

5896 5. Homem pós-Filho Auto-outorgado.

5897 6. Homem pós-Filho Instrutor.

5898 7. A Era da Luz e Vida.

52:0:2 5899 Os mundos do espaço, tão logo se tornam fisicamente adequados para a vida, são colocados no registro dos Portadores da Vida e, no tempo devido, esses Filhos são despachados para tais planetas com o propósito de iniciar a vida. Todo o período, desde a iniciação da vida até o aparecimento do homem, é denominado como era pré-humana e precede as épocas mortais sucessivas consideradas nesta narrativa.

1. O HOMEM PRIMITIVO


52:1:1 58910 Desde a época do surgimento do homem, vindo do nível animal – quando ele pode escolher adorar o Criador –, até a chegada do Príncipe Planetário, as criaturas mortais de vontade são chamadas de homens primitivos. Há seis tipos básicos, ou raças, de homens primitivos, e esses povos iniciais aparecem sucessivamente na ordem das cores do espectro, começando pelo vermelho. A duração desse período de evolução da vida primitiva varia muito nos diversos mundos, indo desde cento e cinqüenta mil anos até mais de um milhão de anos do tempo de Urântia.

52:1:2 58911 As raças evolucionárias de cores – a vermelha, a laranja, a amarela, a verde, a azul e a índigo – começam a aparecer por volta da época em que o homem primitivo está desenvolvendo uma linguagem simples e está começando a exercitar a imaginação criativa. Nessa época, o homem já se acha bem acostumado a permanecer ereto.

52:1:3 58912 Os homens primitivos são caçadores poderosos e lutadores ferrenhos. A lei dessa idade é a da sobrevivência física do mais apto; o governo dessas épocas é inteiramente tribal. Durante as lutas raciais iniciais, em muitos mundos, algumas das raças evolucionárias são eliminadas, como ocorreu em Urântia. Aquelas que sobrevivem, usualmente, misturam-se com a raça violeta importada posteriormente, a dos povos Adâmicos.

52:1:4 58913 À luz da civilização subseqüente, essa era do homem primitivo é um capítulo longo, escuro e sangrento. A ética da selva e a moral das florestas primitivas não estão em harmonia com os padrões das dispensações posteriores, da religião revelada e de um desenvolvimento espiritual mais elevado. Em mundos normais e não-experimentais essa época é bastante diferente das lutas prolongadas e extraordinariamente brutais que caracterizaram essa idade em Urântia. Quando tiverdes emergido da vossa primeira experiência em um mundo, começareis a perceber por que essa longa e dolorosa luta ocorre nos mundos evolucionários, e, à medida que prosseguirdes a caminho do Paraíso, compreendereis cada vez mais a sabedoria desses feitos aparentemente estranhos. Mas, apesar de todas as vicissitudes das idades primitivas, do surgimento do homem, as atuações do homem primitivo representam um capítulo esplêndido, e mesmo heróico, nos anais de um mundo evolucionário do tempo e do espaço.

52:1:5 5901 O homem evolucionário, nos seus primórdios, não é uma criatura pitoresca. Em geral, esses mortais primitivos habitam em cavernas ou falésias. E também constroem cabanas rudes, em árvores amplas. Antes de adquirirem uma ordem elevada de inteligência, algumas vezes, os planetas são invadidos por tipos maiores de animais. Mas, muito cedo nessa era, os mortais aprendem a acender e a manter o fogo e, com imaginação inventiva crescente e com o aperfeiçoamento dos utensílios, o homem em evolução logo vence os animais maiores e menos ágeis. As raças primitivas também fazem um uso extenso dos animais voadores maiores. Esses pássaros enormes são capazes de carregar um ou dois homens, de tamanho médio, em um vôo ininterrupto de mais de oitocentos quilômetros. Em alguns planetas, esses pássaros são de grande serventia, pois possuem uma ordem de inteligência bem elevada, sendo freqüentemente capazes de falar muitas palavras das línguas do reino. Esses pássaros são muito inteligentes, obedientes e incrivelmente afetuosos. E tais pássaros de transporte estão extintos, há muito, em Urântia, mas os vossos ancestrais primevos desfrutaram dos serviços deles.

52:1:6 5902 O momento em que o homem adquire o juízo ético, a vontade moral, coincide normalmente com o surgimento da linguagem primitiva. Ao alcançar o nível humano, depois dessa emergência da vontade do mortal, esses seres tornam-se receptivos à residência temporária dos Ajustadores divinos e, quando da morte, muitos são devidamente escolhidos como sobreviventes e marcados com um selo, pelos arcanjos, para a subseqüente ressurreição e a fusão com o Espírito. Os arcanjos sempre acompanham os Príncipes Planetários e um juízo dispensacional do reino acontece, simultaneamente, com a chegada do Príncipe.

52:1:7 5903 Todos os mortais resididos por Ajustadores do Pensamento são adoradores em potencial; foram “iluminados pela luz verdadeira” e possuem a capacidade de buscar contato recíproco com a divindade. Contudo, a religião primeva ou biológica do homem primitivo é mais uma persistência do medo animal combinado ao espanto ignorante e à superstição tribal. A sobrevivência da superstição, nas raças de Urântia, não é complementar ao vosso desenvolvimento evolucionário, nem é compatível com as vossas realizações esplêndidas, por tantos outros motivos, de progresso material. Mas essa religião primeva do medo serve ao propósito bastante útil de dominar os temperamentos ferozes dessas criaturas primitivas. Ela é precursora da civilização e constitui o solo para o subseqüente plantio das sementes da religião revelada pelo Príncipe Planetário e pelos seus ministros.

52:1:8 5904 Cem mil anos depois que o homem adquire a postura ereta, o Príncipe Planetário normalmente chega, tendo sido despachado pelo Soberano do Sistema, depois de um informe dos Portadores da Vida de que a vontade está atuando, ainda que poucos indivíduos, relativamente, tenham-se desenvolvido nesse sentido. Os mortais primitivos normalmente acolhem bem o Príncipe Planetário e a sua assessoria visível; de fato é com admiração e reverência, quase com adoração, se não forem refreados, que os homens os vêem.

2. O HOMEM PÓS-PRÍNCIPE PLANETÁRIO


52:2:1 5911 Com a chegada do Príncipe Planetário uma nova dispensação começa. O governo aparece na Terra e uma época tribal avançada é alcançada. Durante uns poucos milênios, sob esse regime, um grande progresso social é realizado. Em condições normais, os mortais atingem um alto estado de civilização durante essa idade. Não lutam por tanto tempo na barbárie, como o fizeram as raças de Urântia. Mas a vida em um mundo habitado é tão modificada pela rebelião que vós não podeis ter senão uma pálida idéia desse regime em um planeta normal.

52:2:2 5912 A duração média dessa dispensação é de cerca de quinhentos mil anos, algumas sendo mais longas e outras, mais curtas. Durante essa era, o planeta estabelece-se nos circuitos do sistema e uma quota plena de ajudantes seráficos e de outros assistentes celestes é designada para a sua administração. Os Ajustadores do Pensamento vêm em números cada vez maiores, e os guardiães seráficos amplificam o seu regime de supervisão dos mortais.

52:2:3 5913 Quando da chegada do Príncipe Planetário em um mundo primitivo, prevalecia uma religião evolucionária, de medo e de ignorância. O Príncipe e o seu corpo de assessores fazem as primeiras revelações sobre a verdade mais elevada e sobre a organização do universo. Essas apresentações iniciais da religião revelada são muito simples e, normalmente, pertinentes aos assuntos do sistema local. A religião é um processo totalmente evolucionário, antes da chegada do Príncipe Planetário. Subseqüentemente, a religião progride por meio da revelação gradativa, bem como pelo crescimento evolucionário. Cada dispensação, cada época mortal, recebe uma apresentação ampliada da verdade espiritual e da ética religiosa. A evolução da capacidade religiosa de receptividade, entre os habitantes de um mundo determina em grande parte o grau do seu avanço espiritual e a extensão da revelação religiosa.

52:2:4 5914 Essa dispensação testemunha um alvorecer espiritual e as diferentes raças e as suas várias tribos tendem a desenvolver sistemas especializados de pensamento religioso e filosófico. Uniformemente, duas forças fazem-se presentes em todas essas religiões das raças: os primeiros temores do homem primitivo e as primeiras revelações do Príncipe Planetário. Sob alguns pontos de vista os urantianos parecem não haver saído ainda inteiramente desse estágio da evolução planetária. À medida que prosseguirdes neste estudo, ireis discernir, mais claramente, quanto o vosso mundo está desviado do curso do progresso evolucionário e do seu desenvolvimento.

52:2:5 5915 O Príncipe Planetário, contudo, não é “o Príncipe da Paz”. As lutas raciais, as guerras tribais, continuam essa dispensação adentro, mas com uma freqüência e uma severidade decrescentes. Essa é a grande idade da dispersão racial e culmina em um período de nacionalismo intenso. A cor é a base dos agrupamentos tribais e nacionais e, muitas vezes, as diferentes raças desenvolvem idiomas distintos. Cada grupo de mortais em expansão tende a buscar o isolamento. Essa segregação é favorecida pela existência de muitas línguas. Antes da unificação das várias raças, as suas guerras incansáveis, algumas vezes, resultam na eliminação de povos inteiros; a raça de homens alaranjados e a de homens verdes estão particularmente sujeitas a tal extinção.

52:2:6 5916 Em mundos dentro da normalidade, durante uma parte adiantada do governo do Príncipe, a vida nacional começa a substituir a organização tribal ou, antes, a sobrepor-se à dos grupos tribais existentes. Mas a grande realização da época do Príncipe é o surgimento da vida da família. Até então, as relações humanas haviam sido tribais, sobretudo, agora o lar começa a se materializar.

52:2:7 5917 Essa é a dispensação da realização da igualdade dos sexos. Em alguns planetas, o masculino pode governar o feminino; em outros, prevalece o inverso. Durante essa idade, nos mundos normais, é estabelecida uma igualdade plena entre os sexos, e isso vem como uma preliminar para a realização mais plena dos ideais da vida doméstica do lar. E esse é o alvorecer da idade dourada do lar. A idéia do governo tribal, gradualmente, dá lugar ao conceito dual da vida nacional e da vida familiar.

52:2:8 5921 Durante essa idade surge a agricultura. O desenvolvimento da idéia de família é incompatível com a vida errante e instável do caçador. Gradualmente, o hábito de habitações fixas e de cultivo do solo tornam-se estabelecidos. A domesticação dos animais e o desenvolvimento de artesanatos do lar têm um rápido crescimento. Ao atingir o ápice da evolução biológica, um alto nível de civilização terá sido alcançado, mas há pouco desenvolvimento de ordem mecânica; a invenção é característica da idade seguinte.

52:2:9 5922 As raças são purificadas e elevadas a um alto estado de perfeição física e de vigor intelectual, antes do fim dessa era. O desenvolvimento inicial de um mundo normal é muito ajudado pelo plano de promover um aumento no número dos tipos mais elevados de mortais, com um decréscimo proporcional dos inferiores. E foi o fracasso dos vossos povos iniciais em discernir entre esses tipos que acarretou a presença de tantos indivíduos defeituosos e degenerados entre as raças atuais de Urântia.

52:2:10 5923 Uma das grandes realizações da idade do Príncipe é a restrição da multiplicação dos indivíduos mentalmente deficientes e socialmente mal adaptados. Muito antes dos tempos da chegada dos Adãos, os segundos Filhos, a maior parte dos mundos dedica-se seriamente à tarefa de purificação da raça, algo que os povos de Urântia ainda nem sequer tentaram fazer a sério.

52:2:11 5924 Esse problema do aperfeiçoamento racial não é uma tarefa tão prolongada, se enfrentada nessa época inicial da evolução humana. O período precedente, de lutas tribais e de severa competição de sobrevivência racial, eliminou a maior parte das linhagens anormais e deficientes. Um idiota não tem muita chance de sobrevivência em uma organização social tribal primitiva e em guerra. É um sentimentalismo falso das vossas civilizações, parcialmente perfeccionadas, o de fomentar, proteger e perpetuar as linhagens irremediavelmente defeituosas das raças evolucionárias humanas.

52:2:12 5925 Não é ternura nem altruísmo oferecer uma compaixão fútil a seres humanos degenerados, mortais anormais sem salvação e inferiores. Mesmo nos mais normais dos mundos evolucionários, existem diferenças suficientes entre os indivíduos e entre os inúmeros grupos sociais; diferenças que permitem o pleno exercício de todos esses traços nobres de sentimento altruísta e não-egoísta de ministração mortal, sem perpetuar as linhagens desajustadas sociais e moralmente degeneradas da humanidade evolucionária. Há oportunidades abundantes para o exercício da tolerância e a função do altruísmo em defesa dos indivíduos desafortunados e necessitados que, irremediavelmente, não tenham perdido a sua herança moral, nem destruído para sempre,o seu patrimônio espiritual vindo do berço.

3. O HOMEM PÓS-ADÂMICO


52:3:1 5926 Quando o ímpeto original da vida evolucionária tiver decorrido o seu curso biológico, quando o homem houver alcançado o ápice do desenvolvimento animal, a segunda ordem de filiação chegará e uma segunda dispensação de graça e de ministrações será inaugurada. Isso é verdadeiro para todos os mundos evolucionários. Quando o nível mais alto possível de vida evolucionária houver sido atingido, quando o homem primitivo houver ascendido tão alto quanto possível na escala biológica, um Filho e uma Filha Materiais sempre surgem no planeta, tendo sido despachados pelo Soberano do Sistema.

52:3:2 5931 Os Ajustadores do Pensamento são outorgados de modo crescente aos homens pós-Adâmicos e, em números cada vez maiores, esses mortais alcançam a capacidade para uma posterior fusão com o Ajustador. Enquanto funcionam como Filhos descendentes, os Adãos não possuem Ajustadores; mas a sua progênie planetária – tanto a direta, quanto a miscigenada – é de candidatos legítimos à recepção, na época devida, dos Monitores Misteriosos. Quando termina a idade pós-Adâmica, o planeta está de posse da sua quota plena de ministradores celestes; mas a outorga dos Ajustadores de fusão ainda não se tornou universal.

52:3:3 5932 O propósito principal do regime Adâmico é o de influenciar o homem em evolução, levando-o a completar a transição de um estágio da civilização, de caçadores e de pastores, para aquele de agricultores e horticultores, com o fito de, mais tarde, ser suplementado pelo advento dos acessórios urbanos e industriais da civilização. Dez mil anos dessa dispensação dos elevadores biológicos são o suficiente para concretizar uma transformação maravilhosa. Vinte e cinco mil anos dessa administração da sabedoria do Príncipe Planetário, em conjunto com a dos Filhos Materiais, em geral, amadurecem a esfera para o advento de um Filho Magisterial.

52:3:4 5933 Essa idade, via de regra, testemunha a eliminação completa dos mal adaptados e uma purificação ainda maior das linhagens raciais; nos mundos normais, as tendências bestiais defeituosas são quase totalmente eliminadas das linhagens reprodutoras do reino.

52:3:5 5934 Os Filhos Adâmicos nunca se miscigenam com as linhagens inferiores das raças evolucionárias. Nem é do plano divino, para os Adãos e Evas Planetários, que eles se reproduzam, pessoalmente, com os povos evolucionários. Esse projeto de aperfeiçoamento da raça é uma tarefa para a progênie deles. Mas a descendência do Filho e da Filha Materiais mobiliza-se isoladamente por gerações, antes de ser inaugurado o ministério da miscigenação racial.

52:3:6 5935 O resultado da dádiva do plasma da vida Adâmica às raças mortais é uma elevação imediata da capacidade intelectual e uma aceleração do progresso espiritual. Em geral, há um aperfeiçoamento físico também. Num mundo normal, a dispensação pós-Adâmica é uma idade de grande inventividade, de controle da energia e de desenvolvimento mecânico. Essa é a era do surgimento da manufatura multiforme e do controle das forças naturais; é a idade dourada da exploração e da subjugação final do planeta. Grande parte do progresso material de um mundo ocorre durante esse período de inauguração do desenvolvimento das ciências físicas, exatamente uma época como a que Urântia está agora experimentando. Considerando o curso normal para os planetas, o vosso mundo está atrasado de uma dispensação inteira e mais.

52:3:7 5936 Ao fim da dispensação Adâmica, em um planeta normal, as raças estão já praticamente mescladas, e de um modo tal que pode ser verdadeiramente proclamado que “Deus fez todas as nações de um só sangue”, e o seu Filho “fez todos os povos de uma só cor”. A cor dessa raça miscigenada é algo como um matiz olivado, com uma nuança do violeta, sendo assim o “branco” racial das esferas.

52:3:8 5937 O homem primitivo é carnívoro, na sua grande maioria; os Filhos e as Filhas Materiais, no entanto, não comem carne; mas a sua descendência, dentro de poucas gerações, em geral, precipita-se para o nível onívoro, se bem que grupos inteiros de descendentes deles, algumas vezes, continuam não comendo carne. A origem dupla das raças pós-Adâmicas explica como essas linhagens humanas miscigenadas trazem vestígios anatômicos que pertencem tanto aos grupos animais carnívoros quanto aos herbívoros.

52:3:9 5938 Após dez mil anos de miscigenação racial, as linhagens resultantes apresentam graus variados de mistura anatômica, algumas das linhagens trazendo mais das características dos ancestrais não-carnívoros, outras apresentando mais os traços específicos e as características físicas dos seus progenitores evolucionários carnívoros. A maioria dessas raças dos mundos logo se torna onívora, e subsiste alimentando-se de uma ampla gama de alimentos, tanto do reino animal quanto do reino vegetal.

52:3:10 5941 A época pós-Adâmica é a da dispensação do internacionalismo. Estando próximo de completar a tarefa de miscigenação das raças, o nacionalismo desaparece e a irmandade entre os homens realmente começa a se materializar. O governo representativo começa a tomar o lugar da monarquia e de outras formas paternalistas de governo. O sistema educacional torna-se mundial e, gradualmente, as línguas das raças dão lugar à língua do povo violeta. A paz universal e a cooperação raramente são alcançadas antes que as raças estejam bem miscigenadas, e antes que elas falem uma mesma língua.

52:3:11 5942 Durante os séculos finais da era pós-Adâmica é despertado um novo interesse pela arte, pela música e pela literatura, e esse despertar mundial é o sinal para o aparecimento de um Filho Magisterial. O desenvolvimento coroador dessa era é o interesse universal pelas realidades intelectuais, a verdadeira filosofia. A religião torna-se menos nacionalista, torna-se mais e mais um assunto planetário. Novas revelações da verdade caracterizam essas idades, e os Altíssimos das constelações começam a governar nos assuntos dos homens. A verdade é revelada até o nível da administração das constelações.

52:3:12 5943 Um grande avanço ético caracteriza essa era; a irmandade dos homens é a meta da sua sociedade. A paz, de âmbito mundial – a cessação dos conflitos das raças e da animosidade nacional –, é indicadora da maturidade planetária para o advento da terceira ordem de filiação, a do Filho Magisterial.

4. O HOMEM PÓS-FILHO MAGISTERIAL


52:4:1 5944 Nos planetas normais e leais, essa idade inaugura-se com as raças mortais já miscigenadas e biologicamente adaptadas. Não há problemas de raça nem de cor; todas as nações e raças, literalmente, têm um só sangue. A irmandade dos homens floresce, e as nações estão aprendendo a viver em paz e tranqüilidade na Terra. Tal mundo está às vésperas de um desenvolvimento intelectual grande e culminante.

52:4:2 5945 Quando um mundo evolucionário torna-se maduro, assim, para a idade magisterial, um dos Filhos da ordem elevada dos Avonais faz a sua aparição em uma missão magisterial. O Príncipe Planetário e os Filhos Materiais têm a sua origem no universo local; o Filho Magisterial provém do Paraíso.

52:4:3 5946 Quando os Avonais do Paraíso vêm às esferas mortais, para atos judiciais, apenas como julgadores dispensacionais, eles nunca se encarnam. Contudo, quando vêm em missões magisteriais, pelo menos na missão inicial, eles sempre se encarnam, embora não experimentem o nascimento, nem passem pela morte do reino. Eles podem viver durante gerações, nos casos em que permanecem como governantes em certos planetas. Quando as suas missões são concluídas, eles abandonam as suas vidas planetárias e retornam ao seu status anterior de filiação divina.

52:4:4 5947 Cada nova dispensação amplia o horizonte da religião revelada, e os Filhos Magisteriais estendem a revelação da verdade para retratar os assuntos do universo local e de todos os seus tributários.

52:4:5 5948 Depois da visitação inicial de um Filho Magisterial, as raças logo efetivam a sua liberação econômica. O trabalho diário exigido para sustentar a independência de cada indivíduo seria representado por duas horas e meia do vosso tempo. E perfeitamente seguro é liberar tais mortais éticos e inteligentes. Esses povos refinados sabem, muito bem, como utilizar o lazer para o auto-aperfeiçoamento e para o progresso planetário. Essa idade testemunha outra purificação das linhagens raciais, por meio da restrição da reprodução entre os indivíduos menos aptos e menos dotados.

52:4:6 5951 O governo político e a administração social das raças continuam a aperfeiçoar-se, estando o autogoverno bastante bem estabelecido ao final dessa idade. Quando dizemos autogoverno, referimo-nos ao tipo mais elevado de governo representativo. Tais mundos avançam e honram, entre os líderes e governantes, apenas os que estão mais bem qualificados para assumir as responsabilidades sociais e políticas.

52:4:7 5952 Durante essa época, a maioria dos mortais do mundo é residida por Ajustadores. Mas mesmo assim, a outorga do Monitor divino não é sempre universal. Os Ajustadores com destino de fusão por enquanto não são concedidos a todos os mortais do planeta; ainda é necessário que as criaturas de vontade escolham receber os Monitores Misteriosos.

52:4:8 5953 Durante as idades de fechamento dessa dispensação, a sociedade começa a retornar às formas mais simplificadas de vida. A natureza complexa de uma civilização em avanço segue o seu curso, e os mortais estão aprendendo a viver mais natural e efetivamente. E tal tendência cresce a cada época sucessiva. Essa é a idade do florescimento da arte, da música e do aprendizado mais elevado. As ciências físicas já alcançaram o seu ápice de desenvolvimento. O término dessa idade, em um mundo ideal, testemunha a plenitude de um amplo despertar religioso, de um esclarecimento espiritual de âmbito mundial. E esse despertar amplo, da natureza espiritual das raças, é o sinal da chegada do Filho de auto-outorga e da inauguração da quinta época mortal.

52:4:9 5954 Em muitos mundos, acontece que, depois de uma única missão magisterial, o planeta não se torna capacitado para receber um Filho auto-out9orgado; nesse caso, haverá um segundo ou, até mesmo, uma sucessão de Filhos Magisteriais; e cada um deles irá avançar as raças, de uma dispensação para outra, até que o planeta fique pronto para a dádiva do Filho auto-outorgado. Na segunda missão, e nas subseqüentes, os Filhos Magisteriais podem ou não se encarnar. Todavia, não importa quantos Filhos Magisteriais possam aparecer – e eles podem vir, também, depois do Filho de auto-outorga – o advento de cada um deles demarca o fim de uma dispensação e o começo de uma outra.

52:4:10 5955 Essas dispensações dos Filhos Magisteriais abrangem algo dentro de vinte e cinco a cinqüenta mil anos do tempo de Urântia. Algumas vezes uma tal época é muito mais curta, ou bem mais longa em casos mais raros. No devido tempo, entretanto, um desses mesmos Filhos Magisteriais nascerá como um Filho auto-outorgado do Paraíso.

5. O HOMEM PÓS-FILHO AUTO-OUTORGADO


52:5:1 5956 Quando um certo padrão de desenvolvimento intelectual e espiritual é alcançado por um mundo habitado, sempre vem um Filho de auto-outorga do Paraíso. Nos mundos normais ele não aparece na carne até que as raças hajam ascendido até níveis mais elevados de desenvolvimento intelectual e de qualidade ética. Em Urântia, contudo, o Filho de auto-outorga, o próprio Filho Criador vosso, apareceu ao final da dispensação Adâmica, mas não é essa a seqüência comum dos acontecimentos nos mundos do espaço.

52:5:2 5957 Quando os mundos houverem amadurecido para a espiritualização, o Filho auto-outorgado vem. Esses Filhos sempre pertencem à ordem Magisterial ou à Avonal, excetuando-se aquele caso em que, uma vez, em cada universo local, o Filho Criador prepara-se para a sua auto-outorga terminal, em algum mundo evolucionário, como ocorreu quando Michael de Nebadon apareceu em Urântia, para se auto-outorgar junto às vossas raças mortais. Apenas um mundo, dentre quase dez milhões, pode gozar de uma tal dádiva; todos os outros mundos avançam espiritualmente com a auto-outorga de um Filho do Paraíso, da ordem Avonal.

52:5:3 5961 O Filho auto-outorgado ao chegar, em um mundo de alta cultura educacional, encontra uma raça espiritualmente educada e preparada para assimilar os ensinamentos avançados e dar o valor devido à missão de auto-outorga. Essa é uma idade caracterizada pela busca mundial da cultura moral e da verdade espiritual. A paixão dos mortais nessa dispensação é penetrar na realidade cósmica e comungar com a realidade espiritual. As revelações da verdade são ampliadas para incluir o superuniverso. Surgem sistemas de educação e de governo inteiramente novos, para suplantar os regimes imaturos das épocas anteriores. A alegria de viver ganha novas cores, e as reações da vida são exaltadas, no tom e no timbre, até as alturas celestes.

52:5:4 5962 O Filho auto-outorgado vive e morre pela elevação espiritual das raças mortais de um mundo. Ele estabelece o “caminho novo e vivo”; a sua vida é uma encarnação da verdade do Paraíso na carne mortal, é aquela mesma verdade – o próprio Espírito da Verdade – dentro de cujo conhecimento os homens tornar-se-ão livres.

52:5:5 5963 Em Urântia, o estabelecimento deste “caminho vivo e novo” foi uma questão de fato, bem como de verdade. O isolamento de Urântia, na rebelião de Lúcifer, havia suspendido o procedimento pelo qual os mortais podem passar, com a morte, diretamente às margens dos mundos das mansões. Antes dos dias de Cristo Michael, em Urântia, todas as almas dormiam até as ressurreições dispensacionais ou até as ressurreições milenares especiais. Mesmo a Moisés não foi permitido ir para o outro lado, até a ocasião da ressurreição especial; e foi Caligástia, o Príncipe Planetário caído, quem se opôs a essa liberação. Mas desde o dia de Pentecostes, de novo os mortais de Urântia podem prosseguir diretamente para as esferas moronciais.

52:5:6 5964 Quando da ressurreição de um Filho auto-outorgado, ao terceiro dia, depois de terminar a sua vida encarnada, ele ascende à mão direita do Pai Universal, recebe a confirmação da aceitação da missão de auto-outorga, e retorna para o Filho Criador na sede central do universo local. Após isso, o Filho Avonal auto-outorgado e o Criador Michael enviam o espírito conjunto deles, o Espírito da Verdade, ao mundo da auto-outorga. Essa é a ocasião em que o “espírito do Filho triunfante é efundido sobre toda a carne”. O Espírito Materno do Universo também participa dessa efusão do Espírito da Verdade e, concomitantemente, há a proclamação da ordem para a outorga dos Ajustadores do Pensamento. A partir de então toda criatura volitiva de mente normal, daquele mundo, receberá o Ajustador tão logo atinja a idade da responsabilidade moral, da escolha espiritual.

52:5:7 5965 Se esse Avonal auto-outorgado devesse retornar a um mundo, depois da missão de auto-outorga, ele não se encarnaria, mas viria “na glória, com as hostes seráficas”.

52:5:8 5966 A idade pós-Filho auto-outorgado pode estender-se de dez mil a cem mil anos. Não há um limite de tempo arbitrado para qualquer dessas eras dispensacionais. Estas são épocas de grande progresso ético e espiritual. Sob a influência espiritual dessas idades, o caráter humano passa por transformações tremendas e experimenta um desenvolvimento fenomenal. Torna-se possível colocar a regra dourada em aplicação na prática. Os ensinamentos de Jesus são realmente aplicáveis a um mundo mortal que teve o aperfeiçoamento preliminar dos Filhos de pré-outorga, com as suas dispensações de enobrecimento de caráter e de ampliação da cultura.

52:5:9 5967 Durante essa era, os problemas das doenças e da delinqüência são virtualmente resolvidos. A degenerescência já foi amplamente eliminada pela reprodução seletiva. A doença já foi praticamente dominada por meio das altas qualidades de resistência das linhagens Adâmicas e pela aplicação inteligente e em âmbito mundial das descobertas das ciências físicas, nas idades precedentes. A longevidade média durante esse período,sobe até bem acima do equivalente a trezentos anos do tempo de Urântia.

52:5:10 5971 Durante essa época, há uma redução gradual da supervisão governamental. O verdadeiro autogoverno está começando a funcionar; as leis restritivas fazem-se cada vez menos necessárias. As ramificações militares da resistência nacional estão acabando; a era da harmonia internacional está realmente chegando. Há muitas nações, a maioria determinada por distribuição de terras, mas há apenas uma raça, uma língua e uma religião. Os assuntos dos mortais alcançaram um ponto quase utópico, mas não completamente ainda. Essa é verdadeiramente uma idade grande e gloriosa!

6. A ERA DEPOIS DA AUTO-OUTORGA EM URÂNTIA


52:6:1 5972 O Filho auto-outorgado é o Príncipe da Paz. Ele chega com a mensagem de “Paz na Terra e boa vontade entre os homens”. Nos mundos normais, essa é uma dispensação de paz mundial; as nações não mais se dedicam à guerra. Essas influências salutares, contudo, não acompanharam a vinda do vosso Filho auto-outorgado, Cristo Michael. Urântia não está avançando na seqüência normal. O vosso mundo está fora de passo, na procissão planetária. O vosso Mestre, quando na Terra, preveniu aos seus discípulos: o advento dele não traria o reino normal de paz, em Urântia. Ele disse-lhes claramente que haveria “guerras e rumores de guerras”, e que nação se levantaria contra nação. Numa outra ocasião, ele disse: “Não pensai que eu vim para trazer paz à Terra”.

52:6:2 5973 Mesmo em mundos evolucionários normais, a realização da irmandade mundial dos homens não é uma realização fácil. Num planeta confuso e desordenado, como Urântia, uma realização como essa necessita de um tempo muito mais longo e requer um esforço muito maior. Uma evolução social sem ajuda exterior dificilmente pode alcançar resultados felizes, em uma esfera espiritualmente isolada. A revelação religiosa é essencial à realização da irmandade em Urântia. Ainda que Jesus tenha mostrado o caminho para a edificação imediata da irmandade espiritual, a efetivação da irmandade social no vosso mundo depende muito da realização de transformações pessoais e de ajustamentos planetários, como a seguir:

52:6:3 5974 1 . A fraternidade social. A multiplicação dos contatos sociais e das associações fraternais internacionais e inter-raciais por meio de viagens, do comércio e de jogos competitivos. O desenvolvimento de uma linguagem comum e a multiplicação de multilíngües. O intercâmbio racial e nacional de estudantes, professores, industriais e filósofos religiosos.

52:6:4 5975 2. A fertilização intelectual cruzada. A irmandade é impossível em um mundo cujos habitantes são tão primitivos que não conseguem reconhecer a loucura do egoísmo não mitigado. Deve ocorrer uma troca entre as literaturas nacionais e raciais. Cada raça deve tornar-se conhecedora do pensamento de todas as outras raças; cada nação deve conhecer os sentimentos de todas as nações. A ignorância gera a suspeita, e a suspeita é incompatível com a atitude essencial de compaixão e de amor.

52:6:5 5976 3. O despertar ético. Apenas a consciência ética pode desmascarar a imoralidade da intolerância humana e o pecado das lutas fratricidas. Apenas uma consciência moral pode condenar os males da inveja nacional e do ciúme racial. Apenas seres morais buscarão o discernimento espiritual que é essencial à vivência da regra de ouro.

52:6:6 5981 4. A sabedoria política. A maturidade emocional é essencial ao autocontrole. Apenas a maturidade emocional assegurará a substituição da arbitrariedade bárbara que é a guerra, pelas técnicas internacionais do julgamento civilizado. Estadistas sábios irão, algum dia, trabalhar para o bem-estar da humanidade, mesmo enquanto ainda lutam para promover o interesse dos seus grupos nacionais ou raciais. A sagacidade política egoísta, em última análise, é suicida – é destruidora de todas aquelas qualidades duradouras que asseguram a sobrevivência grupal no planeta.

52:6:7 5982 5. O discernimento es piritual. A irmandade dos homens é, afinal, baseada no reconhecimento da paternidade de Deus. O modo mais rápido de se alcançar a irmandade dos homens em Urântia é efetuar a transformação espiritual da humanidade nos dias presentes. A única técnica para acelerar a tendência natural de evolução social é a de aplicar a pressão espiritual vinda de cima, elevando, assim, o discernimento moral e, ao mesmo tempo, aumentando a capacidade da alma de cada mortal de compreender e amar a todos os outros mortais. O entendimento mútuo e o amor fraterno são civilizadores transcendentes e fatores poderosos na realização mundial da irmandade dos homens.

52:6:8 5983 Se vós pudésseis ser transplantados do vosso mundo atrasado e confuso até algum planeta normal que estivesse em uma idade posterior à vinda de um Filho auto-outorgado, vós pensaríeis ter sido transladados até os céus das vossas tradições. Dificilmente acreditaríeis que estaríeis observando os trabalhos evolucionários normais de uma esfera mortal de morada humana. Esses mundos estão ligados aos circuitos espirituais do reino deles, e desfrutam de todas as vantagens das transmissões do universo e dos serviços da refletividade do superuniverso.

7. O HOMEM PÓS-FILHO INSTRUTOR


52:7:1 5984 Os Filhos da ordem que em seguida visitarão um mundo evolucionário normal são os Filhos Instrutores da Trindade, Filhos divinos da Trindade do Paraíso. E, novamente, encontramos Urântia fora de passo em relação às suas esferas irmãs, se considerarmos que o vosso Jesus prometeu voltar. E essa promessa certamente ele irá cumprir, mas ninguém sabe se a sua segunda vinda precederá ou virá depois dos aparecimentos dos Filhos Magisteriais ou dos Filhos Instrutores em Urântia.

52:7:2 5985 Os Filhos Instrutores vêm, em grupos, para os mundos em espiritualização. Um Filho Instrutor planetário é ajudado e apoiado por setenta Filhos primários, doze Filhos secundários, e três da mais elevada e mais experimentada ordem suprema dos Diainais. Esse conjunto permanecerá por algum tempo no mundo, o tempo suficiente para efetivar a transição das idades evolucionárias para a era de luz e vida – não menos do que mil anos do tempo do planeta e, muito freqüentemente, um tempo consideravelmente maior. Essa missão é uma contribuição da Trindade para com os esforços anteriores de todas as personalidades divinas que ministraram a um mundo habitado.

52:7:3 5986 A revelação da verdade agora inclui o universo central e o Paraíso. As raças estão-se tornando altamente espiritualizadas. Um grande povo evoluiu e uma grande era aproxima-se. Os sistemas educacionais, econômicos e administrativos do planeta estão atravessando transformações radicais. Novas relações e novos valores estão sendo estabelecidos. O Reino dos céus está aparecendo no planeta, e a glória de Deus está sendo vertida sobre o mundo.

52:7:4 5987 Esta é uma dispensação durante a qual muitos mortais são transladados de entre os vivos. Enquanto a era dos Filhos Instrutores da Trindade progride, a lealdade espiritual dos mortais do tempo torna-se mais e mais universal. A morte natural torna-se menos freqüente, à medida que os Ajustadores crescentemente se fundem com os seus resididos durante o tempo de vida na carne. O planeta finalmente classifica-se como sendo da ordem primária modificada de ascensão mortal.

52:7:5 5991 A vida durante essa era é agradável e proveitosa. A degenerescência e os produtos finais anti-sociais da longa luta evolucionária foram virtualmente eliminados. A duração da vida aproxima-se de quinhentos dos anos de Urântia, e a taxa de reprodução e de crescimento da raça fica inteligentemente sob controle. Uma ordem inteiramente nova de sociedade surgiu. Há ainda grandes diferenças entre os mortais, mas o estado da sociedade aproxima-se, com mais nitidez, dos ideais da irmandade social e da igualdade espiritual. O governo representativo vai desaparecendo, e o mundo está passando pela regra do autocontrole individual. A função do governo é principalmente dirigida para as tarefas coletivas de administração social e de coordenação econômica. A idade de ouro avança rapidamente; a meta temporal da longa e intensa luta evolucionária do planeta está visível. A recompensa das idades está para ser logo alcançada; a sabedoria dos Deuses está para ser manifestada.

52:7:6 5992 A administração física de um mundo durante essa idade requer uma hora, todos os dias, da parte de cada indivíduo adulto; isto é, o equivalente a uma hora de Urântia. O planeta está em contato estreito com os assuntos do universo, e o seu povo busca ver as últimas transmissões, possuído do mesmo interesse aguçado que agora manifestais pelas últimas edições dos vossos jornais diários. Essas raças estão preocupadas com mil coisas interessantes, desconhecidas para o vosso mundo.

52:7:7 5993 Cada vez mais, aumenta a lealdade planetária verdadeira ao Ser Supremo. Geração após geração, mais e mais, a raça alinha-se com aqueles que praticam a justiça e vivem a misericórdia. Vagarosamente, mas com segurança, o mundo está sendo conquistado para o serviço jubiloso dos Filhos de Deus. As dificuldades físicas e os problemas materiais foram amplamente resolvidos; o planeta está amadurecendo para a vida avançada e para uma existência mais estável.

52:7:8 5994 De tempos em tempos, durante a sua dispensação, os Filhos Instrutores continuam a vir para esses mundos pacíficos. Eles não abandonam um mundo, até observar que o plano evolucionário, no que concerne àquele planeta, esteja operando com tranqüilidade. Um Filho Magisterial de julgamento, usualmente, acompanha os Filhos Instrutores nas suas sucessivas missões, enquanto um outro Filho, como ele, funciona, ao tempo da partida deles, e essas ações judiciais continuam, de idade em idade, ao longo da duração do regime mortal do tempo e do espaço.

52:7:9 5995 Cada missão repetida dos Filhos Instrutores da Trindade exalta, sucessivamente, tal mundo superno até as alturas sempre ascendentes de sabedoria, de espiritualidade e de iluminação cósmica. Contudo os nobres nativos dessa esfera são ainda finitos e mortais. Nada é perfeito; no entanto, uma qualidade próxima da perfeição está evoluindo na operação de um mundo imperfeito e nas vidas dos seus habitantes humanos.

52:7:10 5996 Os Filhos Instrutores da Trindade podem retornar muitas vezes ao mesmo mundo. Porém, mais cedo ou mais tarde, ao terminar uma das suas missões, o Príncipe Planetário é elevado à posição de Soberano Planetário, e o Soberano do Sistema aparece para proclamar a entrada daquele mundo na era de luz e vida.

52:7:11 5997 Foi sobre a conclusão da missão terminal dos Filhos Instrutores (ao menos esta seria a cronologia, em um mundo normal) que João escreveu: “Eu vi um novo céu e uma nova Terra e a nova Jerusalém, vinda de Deus, saída dos céus, preparada como uma princesa adornada para o príncipe”.

52:7:12 6001 Essa é a mesma Terra renovada, o estágio planetário avançado, que o velho profeta visualizou quando escreveu: “‘Pois, como os novos céus e a nova Terra, que eu criarei, permanecerão diante de mim, assim também sobrevivereis vós e os vossos filhos; e acontecerá que, de uma nova lua para a outra, e de um sábado para o outro, toda a carne virá a adorar-me’, disse o Senhor”.

52:7:13 6002 Os mortais dessa idade são descritos como “uma geração escolhida, um sacerdócio real, uma nação sagrada, um povo excelso; e vós louvareis Aquele que vos chamou, das trevas, para essa luz maravilhosa”.

52:7:14 6003 Não importa qual possa ser a história natural especial de um planeta específico, nenhuma diferença faz se um reino tenha sido realmente leal, se foi manchado pelo mal, ou amaldiçoado pelo pecado – não importa os antecedentes que possa ter tido –, mais cedo ou mais tarde, a graça de Deus e a ministração dos anjos farão chegar o dia do advento dos Filhos Instrutores da Trindade; e a sua partida, que se segue à sua missão final, irá inaugurar essa era magnífica de luz e vida.

52:7:15 6004 Todos os mundos de Satânia podem juntar-se na esperança daquele que escreveu: “Nós, contudo, de acordo com a Sua promessa, almejamos um novo céu e uma nova Terra, onde reside a retidão. Assim pois, bem-amados, vendo que vós ansiais por tais coisas, sede diligentes para que possais ser encontrados por Ele em paz, sem máculas nem culpas”.

52:7:16 6005 A partida do corpo de Filhos Instrutores, ao fim do seu primeiro reinado ou de algum reinado subseqüente, anuncia a aurora da era de luz e vida – que é o umbral da transição, no tempo, para o vestíbulo da eternidade. A realização planetária dessa era de luz e vida ultrapassa, de longe, as esperanças as mais preciosas dos mortais de Urântia; ultrapassa a todos os conceitos, mesmo os mais visionários, da vida futura, abraçados nas crenças religiosas que descrevem os céus como o destino imediato e final de morada dos mortais sobreviventes.

52:7:17 6006 [Auspiciado por um Mensageiro Poderoso, ligado temporariamente à assessoria de Gabriel.]

DOCUMENTO 53

A REBELIÃO DE LÚCIFER
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Lúcifer era um brilhante Filho Lanonandeque primário de Nebadon. Ele havia experienciado o serviço em muitos sistemas, tinha sido um alto conselheiro do seu grupo e distinguiu-se pela sua sabedoria, sagacidade e eficiência. Lúcifer era o número 37 da sua ordem e, quando foi indicado pelos Melquisedeques, ele havia sido distinguido como uma das cem personalidades mais capazes e brilhantes entre mais de setecentos mil da sua espécie. Vindo de um começo tão magnífico, ele abraçou o pecado, por intermédio do mal e do erro, e agora está numerado como um dos três Soberanos de Sistemas em Nebadon que sucumbiram ao impulso do ego e se renderam aos sofismas da liberdade pessoal espúria – a rejeição da lealdade universal, a desconsideração pelas obrigações fraternais e a cegueira para as relações cósmicas.

53:0:2 6012 No universo de Nebadon, domínio de Cristo Michael, há dez mil sistemas de mundos habitados. Em toda a história dos Filhos Lanonandeques, durante todo o trabalho deles em todos esses milhares de sistemas e na sede central do universo, apenas três Soberanos de Sistemas desrespeitaram o governo do Filho Criador.

1. OS LÍDERES DA REBELIÃO


53:1:1 6013 Lúcifer não era um ser ascendente; ele era um Filho criado do universo local e dele foi dito: “Eras perfeito em todos os teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que a falta de retidão fosse encontrada em ti”. Muitas vezes, ele esteve em conselho com os Altíssimos de Edêntia. E Lúcifer reinou “sobre a montanha sagrada de Deus”, a montanha administrativa de Jerusém, pois era o dirigente executivo de um grande sistema de 607 mundos habitados.

53:1:2 6014 Lúcifer era um ser magnífico, uma personalidade brilhante; ele estava ao lado dos Pais Altíssimos das constelações, na linha direta da autoridade no universo. Não obstante a transgressão de Lúcifer, as inteligências subordinadas abstiveram-se de demonstrar-lhe desrespeito e desdém, antes da auto-outorga de Michael em Urântia. Mesmo o arcanjo de Michael, na época da ressurreição de Moisés, “não fez contra ele um juízo de acusação, mas simplesmente disse: ‘que o Juiz te repreenda’”. O julgamento dessas questões pertence aos Anciães dos Dias, os governantes do superuniverso.

53:1:3 6015 Lúcifer agora é o Soberano caído e deposto de Satânia. A auto-admiração é sumamente desastrosa, até mesmo para as elevadas personalidades do mundo celeste. De Lúcifer foi dito: “O teu coração enalteceu-se por causa da tua beleza; tu corrompeste a tua sabedoria em vista do teu esplendor”. O vosso profeta de outrora percebeu esse triste estado, quando escreveu: “Como caíste dos céus, ó Lúcifer, filho da manhã! Como foste abatido, tu que ousaste confundir os mundos!”

53:1:4 6021 Quase nada foi ouvido sobre Lúcifer em Urântia, devido ao fato de que ele designou o seu primeiro assistente, Satã, para advogar a sua causa no vosso planeta. Satã era um membro do mesmo grupo de Lanonandeques primários, mas nunca havia funcionado como um Soberano de Sistema; e participou totalmente da insurreição de Lúcifer. O “diabo” não é nenhum outro senão Caligástia, o Príncipe Planetário deposto de Urântia e um Filho Lanonandeque da ordem secundária. Na época em que Michael esteve na carne em Urântia, Lúcifer, Satã e Caligástia aliaram-se para causar juntos o insucesso da sua missão de auto-outorga. Todavia, fracassaram visivelmente.

53:1:5 6022 Abaddon era o dirigente do corpo de assistentes de Caligástia. Ele seguiu o seu chefe na rebelião e, desde então, tem atuado como chefe executivo dos rebeldes de Urântia. Belzebu foi o líder das criaturas intermediárias desleais que se aliaram às forças do traidor Caligástia.

53:1:6 6023 O dragão afinal tornou-se a representação simbólica de todas essas personagens do mal. Com o triunfo de Michael, “Gabriel veio de Salvington e acorrentou o dragão (todos os líderes rebeldes) por uma idade”. Dos rebeldes seráficos de Jerusém, está escrito: “E os anjos que não mantiveram o seu estado original e que deixaram a sua própria morada, ele os prendeu nas correntes seguras da obscuridade para o grande dia do julgamento”.

2. AS CAUSAS DA REBELIÃO


53:2:1 6024 Lúcifer e o seu primeiro assistente, Satã, haviam reinado em Jerusém por mais de quinhentos mil anos, quando, nos seus corações, eles começaram a alinhar-se contra o Pai Universal e o Seu Filho, então vice-regente, Michael.

53:2:2 6025 Não houve qualquer condição peculiar ou especial, no sistema de Satânia, que sugerisse ou favorecesse a rebelião. Acreditamos que a idéia teve origem e forma na mente de Lúcifer, e que ele poderia ter instigado tal rebelião, não importa onde ele estivesse servindo. Lúcifer primeiro anunciou os seus planos a Satã, mas foram necessários vários meses para corromper a mente do seu parceiro capaz e brilhante. Contudo, uma vez convertido às teorias rebeldes, ele tornou-se um defensor ousado e sincero da “afirmação de si e da liberdade”.

53:2:3 6026 Ninguém jamais sugeriu a Lúcifer a rebelião. A idéia da auto-afirmação, em oposição à vontade de Michael e aos planos do Pai Universal, tal como representados por Michael, teve sua origem na própria mente de Lúcifer. As relações dele com o Filho Criador tinham sido estreitas e sempre cordiais. Em nenhum momento, antes da exaltação da sua própria mente, Lúcifer exprimira abertamente insatisfação com respeito à administração do universo. Não obstante o seu silêncio, por mais de cem anos do tempo-padrão, os Uniões dos Dias em Salvington haviam informado, por refletividade, para Uversa, que nem tudo estava em paz na mente de Lúcifer. Essa informação foi também encaminhada ao Filho Criador e aos Pais da Constelação de Norlatiadeque.

53:2:4 6027 Ao longo desse período, Lúcifer tornou-se cada vez mais crítico de todo o plano da administração do universo, no entanto, sempre professou lealdade sincera aos Governantes Supremos. A sua primeira deslealdade, manifestada abertamente, aconteceu por ocasião de uma visita de Gabriel a Jerusém, poucos dias antes da proclamação aberta da Declaração de Lúcifer pela Liberdade. Gabriel ficou muito impressionado, tão profundamente que teve a certeza da iminência de uma ruptura e foi a Edêntia, diretamente, para conferenciar com os Pais da Constelação sobre as medidas a serem tomadas no caso de uma rebelião declarada.

53:2:5 6031 É muito difícil apontar uma causa, ou as causas exatas, que finalmente culminou na rebelião de Lúcifer. Estamos certos quanto a uma única coisa, e esta é: quaisquer que tenham sido as causas iniciais, elas tiveram a sua origem na mente de Lúcifer. Deve ter havido um orgulho do ego, por si mesmo nutrido, a ponto de levar Lúcifer a iludir a si próprio, de um modo tal que, durante um certo tempo, realmente ele se persuadiu de que a sua idéia rebelde era, de fato, para o bem do sistema, se não do universo. Quando os seus planos haviam já sido desenvolvidos, a ponto de levá-lo à desilusão, não há dúvida de que ele tinha ido longe demais, para que o seu orgulho original, gerador da desordem, lhe permitisse parar. Em algum ponto nessa experiência, ele tornou-se insincero, e o mal evoluiu para o pecado deliberado e voluntário. A prova de que isso aconteceu está na conduta subseqüente desse brilhante executivo. A ele foi oferecida, desde longa data, a oportunidade para o arrependimento; no entanto, apenas alguns dos seus subordinados aceitaram a misericórdia proferida. Os Fiéis dos Dias de Edêntia, a pedido dos Pais da Constelação, apresentaram pessoalmente o plano de Michael para a salvação desses rebeldes flagrantes, mas a misericórdia do Filho Criador foi sempre rejeitada, e rejeitada com um desprezo e um desdém sempre maiores.

3. O MANIFESTO DE LÚCIFER


53:3:1 6032 Quaisquer que tenham sido as origens primeiras do desacerto nos corações de Lúcifer e de Satã, a explosão final tomou a forma da Declaração de Liberdade de Lúcifer. A causa dos rebeldes foi declarada em três pontos principais:

53:3:2 6033 1. A realidade do Pai Universal. Lúcifer alegava que o Pai Universal não existia realmente, que a gravidade física e a energia do espaço eram inerentes ao universo e que o Pai era um mito, inventado pelos Filhos do Paraíso, para capacitá-los a manterem o governo dos universos em nome do Pai. Ele negava que a personalidade fosse uma dádiva do Pai Universal. E, até mesmo, sugeria que os finalitores estivessem em conspiração com os Filhos do Paraíso, para impor a fraude a toda a criação, posto que nunca voltavam trazendo uma idéia suficientemente clara da personalidade autêntica do Pai, tal como se pode discerni-la no Paraíso. Ele lidava com a reverência como uma ignorância. A acusação era radical, terrível e blasfema. Foi esse ataque velado contra os finalitores, sem dúvida, que influenciou os cidadãos ascendentes, então em Jerusém, levando-os a permanecerem firmes e a manterem-se constantes, resistindo a todas as propostas rebeldes.

53:3:3 6034 2. O governo universal do Filho Criador – Michael. Lúcifer sustentava que os sistemas locais deveriam ser autônomos. Ele protestava contra o direito de Michael, o Filho Criador, de assumir a soberania de Nebadon, em nome de um Pai do Paraíso hipotético; e de exigir de todas as personalidades que reconhecessem lealdade a esse Pai nunca visível. Ele afirmava que todo o plano de adoração era um esquema sagaz para o engrandecimento dos Filhos do Paraíso. Ele estava disposto a reconhecer Michael como o seu Pai-Criador, mas não como seu Deus, nem como o seu governante de direito.

53:3:4 6035 Lúcifer atacava, com muita amargura, o direito dos Anciães dos Dias – “potentados estrangeiros” – de interferir nos assuntos dos sistemas e universos locais. A esses governantes, ele denunciava-os como tiranos e usurpadores. E exortava os seus seguidores a acreditarem que nenhum desses governantes poderia fazer algo que interferisse na operação de conquista de um governo autônomo, desde que homens e anjos tivessem tão só a coragem para afirmar-se a si próprios e, com ousadia, reclamar os seus direitos.

53:3:5 6036 Ele argumentava que os executores dos Anciães dos Dias poderiam ser impedidos de funcionar nos sistemas locais; bastava que os seres nativos afirmassem a sua independência. Ele sustentava que a imortalidade era inerente às personalidades do sistema, que a ressurreição era natural e automática e que todos os seres viveriam eternamente, não fossem os atos arbitrários e injustos dos executores dos Anciães dos Dias.

53:3:6 6041 3. O ataque ao plano universal de aperfeiçoamento dos ascendentes mortais. Lúcifer sustentava que um tempo longo demais e uma energia excessiva eram despendidos no esquema de instruir e preparar tão cuidadosamente os mortais ascendentes, nos princípios da administração do universo, princípios estes que, alegava ele, serem sem ética e malsãos. Ele protestava contra o programa, com a duração de idades, de preparo dos mortais do espaço para algum destino desconhecido e apontava a presença do corpo de finalitores em Jerusém como prova de que esses mortais haviam despendido idades na preparação para algum destino que era pura ficção. Apontava, ridicularizando, que os finalitores haviam encontrado um destino não mais glorioso do que o de serem reenviados a esferas humildes, semelhantes àquelas da sua origem. Ele sugeria que os finalitores haviam sido corrompidos por excesso de disciplina e de um aperfeiçoamento prolongado, e que, na realidade, eles eram traidores dos seus companheiros mortais, pois que estavam agora cooperando com o esquema de escravização de toda a criação às ficções de um destino eterno mítico para os mortais ascendentes. Ele advogava que os seres ascendentes deveriam desfrutar da liberdade da autodeterminação individual. E desafiava e condenava todo o plano de ascensão mortal, tal como era fomentado pelos Filhos de Deus do Paraíso e mantido pelo Espírito Infinito.

53:3:7 6042 E foi com tal Declaração de Liberdade que Lúcifer desencadeou a sua orgia de trevas e de morte.

4. A ECLOSÃO DA REBELIÃO


53:4:1 6043 O manifesto de Lúcifer foi emitido no conclave anual de Satânia no mar de cristal, na presença das hostes reunidas de Jerusém, no último dia do ano, cerca de duzentos mil anos atrás, no tempo de Urântia. Satã proclamou que a adoração podia ser dedicada às forças universais – físicas, intelectuais e espirituais – mas que a lealdade poderia apenas ser dedicada ao governante atual e de fato, Lúcifer, o “amigo de homens e anjos” e o “Deus da liberdade”.

53:4:2 6044 A auto-afirmação era o grito de batalha da rebelião de Lúcifer. Um dos seus argumentos principais era o de que, se o autogoverno era bom e justo para os Melquisedeques e outros grupos, seria igualmente bom para todas as ordens de inteligência. Ele era atrevido e persistente em advogar a “igualdade da mente” e “a irmandade da inteligência”. Sustentava que todo governo deveria ser limitado aos planetas locais e que deveria ser voluntária a confederação desses sistemas locais. Ele rejeitava qualquer outra supervisão. Ele prometeu aos Príncipes Planetários que eles governariam os mundos como executivos supremos. Condenava a concentração das atividades legislativas na sede central da constelação e a condução dos assuntos judiciais na capital do universo. Argumentava que todas essas funções do governo deveriam ser centradas nas capitais dos sistemas e começou a estabelecer a sua própria assembléia legislativa e organizou os seus próprios tribunais, sob a jurisdição de Satã. Depois mandou que os príncipes dos mundos apóstatas fizessem o mesmo.

53:4:3 6045 Todo o gabinete administrativo de Lúcifer seguiu-o em um só bloco e prestou um juramento público na qualidade de oficiais da administração da nova direção dos “mundos e sistemas liberados”.

53:4:4 6051 Ainda que tenha havido anteriormente duas rebeliões em Nebadon, elas aconteceram em constelações distantes. Lúcifer afirmava que essas insurreições não tiveram êxito porque a maioria das inteligências não seguiu os seus líderes. Ele argumentava que a “maioria governa”, que “a mente é infalível”. A liberdade dada a ele pelos governantes do universo sustentou aparentemente muitas das suas opiniões nefandas. Ele desafiou todos os seus superiores; e, ainda assim, aparentemente, eles não deram atenção ao que ele fazia; e ele continuou livre para prosseguir no seu plano sedutor, sem empecílhos, nem entraves.

53:4:5 6052 Lúcifer apontava todos os atrasos misericordiosos da justiça como evidência de incapacidade, da parte do governo dos Filhos do Paraíso, para conter a rebelião. Desafiava abertamente e, com arrogância, provocava Michael, Emanuel e os Anciães dos Dias; e então assinalava o fato de que nenhuma medida era tomada, como sendo uma evidência verdadeira da impotência dos governos do universo e do superuniverso.

53:4:6 6053 Gabriel esteve pessoalmente presente durante o suceder de todos esses procedimentos desleais e apenas anunciou que iria, no devido tempo, falar por Michael, e que todos os seres seriam deixados livres e não seriam forçados nas suas decisões; que o “governo dos Filhos, em nome do Pai, desejava apenas a lealdade e a devoção voluntárias, de coração e à prova de sofismas”.

53:4:7 6054 A Lúcifer foi permitido estabelecer totalmente e organizar cuidadosamente o seu governo rebelde, antes que Gabriel fizesse qualquer esforço para contestar o direito de secessão ou de contradizer a propaganda rebelde. Mas os Pais da Constelação, imediatamente, confinaram a ação dessas personalidades desleais ao sistema de Satânia. Esse período de demora, contudo, foi uma época de grande provação e de testes para os seres leais de todo o Satânia. Durante alguns anos, tudo ficou caótico e houve uma grande confusão nos mundos das mansões.

5. A NATUREZA DO CONFLITO


53:5:1 6055 Quando estourou a rebelião de Satânia, Michael aconselhou-se com Emanuel, o seu irmão do Paraíso. Em seguida a essa importante conferência, Michael anunciou que seguiria a mesma política que havia caracterizado o tratamento que dera a levantes semelhantes no passado: uma atitude de não-interferência.

53:5:2 6056 Na época dessa rebelião e das duas que a precederam, não havia nenhuma autoridade soberana absoluta e pessoal no universo de Nebadon. Michael governava por direito divino, como vice-regente do Pai Universal, mas não ainda pelo seu próprio direito pessoal. Ele não tinha completado a sua carreira de auto-outorgas; e ainda não havia sido investido com “todo o poder nos céus e na Terra”.

53:5:3 6057 Desde o momento da eclosão da rebelião até o dia da sua entronização como governante soberano de Nebadon, Michael nunca interferiu nas forças rebeldes de Lúcifer; a elas foi permitido que tivessem um curso livre por quase duzentos mil anos do tempo de Urântia. Cristo Michael agora tem amplo poder e autoridade para lidar prontamente, e até mesmo sumariamente, com esses rompantes de deslealdade, mas duvidamos que essa autoridade soberana o levasse a agir diferentemente se outro desses levantes ocorresse.

53:5:4 6058 Posto que Michael escolheu permanecer à margem da atividade da guerra, na rebelião de Lúcifer, Gabriel reuniu o seu corpo pessoal de assistentes em Edêntia e, em conselho com os Altíssimos, optou por assumir o comando das hostes leais de Satânia. Michael permaneceu em Salvington, enquanto Gabriel rumou para Jerusém e, estabelecendo-se na esfera dedicada ao Pai – o mesmo Pai Universal cuja personalidade Lúcifer e Satã punham em dúvida –, na presença das hostes reunidas das personalidades leais, Gabriel içou a bandeira de Michael, o emblema material do governo da Trindade para toda a criação, os três círculos concêntricos na cor azul-celeste sobre um fundo branco.

53:5:5 6061 O emblema de Lúcifer era uma bandeira branca com um círculo vermelho ao centro, e dentro do qual se inseria um círculo todo em negro.

53:5:6 6062 “Houve guerra nos céus; o comandante de Michael e os seus anjos lutaram contra o dragão (Lúcifer, Satã e os príncipes apóstatas); e o dragão e os seus anjos rebeldes lutaram, mas não prevaleceram. ” Essa ‘guerra nos céus” não foi uma batalha física, como um conflito dessa ordem poderia ser concebido em Urântia. Nos primeiros dias da luta, Lúcifer permaneceu continuamente no anfiteatro planetário. Gabriel conduziu uma interminável exposição dos sofismas rebeldes da sua sede central estabelecida nas cercanias. As várias personalidades presentes à esfera, e que estavam em dúvida quanto à própria atitude, iam e voltavam em meio a essas discussões, até que chegaram a uma decisão final.

53:5:7 6063 Mas essa guerra nos céus foi muito terrível e muito real. Ainda que não tenha exibido as barbaridades tão características da guerra física dos mundos imaturos, esse conflito foi muito mais mortal; a vida material fica em perigo no combate material, mas a guerra nos céus foi travada em termos de vida eterna.

6. UM COMANDANTE SERÁFICO LEAL


53:6:1 6064 Houve muitos atos nobres e inspiradores de devoção e lealdade, realizados por inúmeras personalidades, no período entre a explosão das hostilidades e a chegada do novo governante do sistema com o seu corpo de assistentes, mas o mais emocionante de todos os feitos audaciosos de devoção foi a conduta corajosa de Manotia, o segundo no comando da sede central dos serafins de Satânia.

53:6:2 6065 No eclodir da rebelião em Jerusém, o chefe das hostes seráficas uniu-se à causa de Lúcifer. Isso, sem dúvida, explica por que um número tão grande da quarta ordem, a dos serafins administradores do sistema, transviou-se. O líder seráfico ficou espiritualmente cego pela personalidade brilhante de Lúcifer; os seus modos encantadores fascinaram as ordens inferiores de seres celestes. Eles simplesmente não podiam compreender como era possível que uma personalidade tão deslumbrante errasse.

53:6:3 6066 Não há muito tempo, ao descrever as experiências ligadas ao começo da rebelião de Lúcifer, Manotia disse: “Mas o meu momento mais embriagante foi a aventura emocionante ligada à rebelião de Lúcifer, quando, como segundo comandante seráfico, eu me recusei a participar do projeto de insultar Michael; e os poderosos rebeldes procuraram destruir-me por intermédio das forças de ligação que haviam formado. Houve um tremendo levante em Jerusém, mas nenhum serafim leal sofreu danos.

53:6:4 6067 "Quando aconteceu que o meu superior imediato entrou em falta, a responsabilidade de assumir o comando das hostes angélicas de Jerusém recaiu sobre mim, na qualidade de diretor titular dos confusos assuntos seráficos do sistema. Apoiado moralmente pelos Melquisedeques, assistido habilmente por uma maioria de Filhos Materiais, fui desertado por um enorme grupo da minha própria ordem, tendo sido porém magnificamente apoiado pelos mortais ascendentes em Jerusém.

53:6:5 6068 "Tendo sido automaticamente excluídos dos circuitos da constelação, por causa da secessão de Lúcifer, ficamos dependentes da lealdade do nosso corpo de informação, que, a partir do sistema vizinho de Rantúlia, transmitia os chamados de ajuda a Edêntia; e verificamos que o reino da ordem, o intelecto da lealdade e o espírito da verdade achavam-se inerentemente triunfantes sobre a rebelião, a afirmação do ego e a chamada liberdade pessoal; pudemos então prosseguir até a chegada do novo Soberano do Sistema, o digno sucessor de Lúcifer. Imediatamente depois, fui designado para o corpo de administradores provisórios Melquisedeques de Urântia. E eu assumi a jurisdição sobre as ordens seráficas leais, no mundo do traidor Caligástia, o qual havia proclamado a sua esfera como membro do recém-projetado sistema de ‘mundos liberados e de personalidades emancipadas’, proposto na infame Declaração de Liberdade, emitida por Lúcifer no seu apelo às ‘inteligências amantes da liberdade, do livre pensamento e orientadas para o porvir dos mal administrados e mal governados mundos de Satânia’”.

53:6:6 6071 Esse anjo, Manótia, ainda está a serviço em Urântia, na função de comandante associado dos serafins.

7. A HISTÓRIA DA REBELIÃO


53:7:1 6072 A rebelião de Lúcifer teve como âmbito todo o sistema. Trinta e sete Príncipes Planetários em secessão levaram as administrações dos seus mundos para o lado dos líderes rebeldes. Apenas em Panóptia, o Príncipe Planetário fracassou ao tentar levar o seu povo com ele. Nesse mundo, sob a liderança dos Melquisedeques, o povo congregou-se em apoio a Michael. Elanora, uma jovem mulher daquele reino mortal, tomou a liderança das raças humanas nas próprias mãos e nem uma única alma daquele mundo transtornado alistou-se sob a bandeira de Lúcifer. E, desde então, esses leais Panoptianos têm servido no sétimo mundo de transição de Jerusém, como cuidadores e construtores na esfera do Pai e nos sete mundos de detenção que o circundam. Os Panoptianos além de atuar como custódios literais desses mundos, também executam as ordens pessoais de Michael ligadas à ornamentação dessas esferas para algum uso futuro desconhecido. Eles fazem esse trabalho enquanto permanecem ali, a caminho de Edêntia.

53:7:2 6073 Ao longo desse período, Caligástia advogava a causa de Lúcifer, em Urântia. Os Melquisedeques opuseram-se habilmente ao Príncipe Planetário apóstata, mas os sofismas de uma liberdade sem limites e as ilusões da auto-afirmação tiveram todas as oportunidades para enganar os povos primitivos de um mundo jovem e sem desenvolvimento.

53:7:3 6074 Toda a propaganda da secessão teve de ser feita por meio do esforço pessoal, porque o serviço de transmissão e todas as outras vias de comunicação interplanetária foram suspensos pela ação dos supervisores dos circuitos do sistema. No momento da eclosão da insurreição, todo o sistema de Satânia ficou isolado, tanto dos circuitos da constelação, quanto dos circuitos do universo. Durante esse tempo, todas as mensagens que chegavam e que saíam eram despachadas por agentes seráficos e Mensageiros Solitários. Os circuitos para os mundos caídos também foram cortados, de modo que Lúcifer não pudesse utilizar essa via para fomentar o seu esquema nefando. E esses circuitos não serão restaurados enquanto o rebelde supremo viver dentro dos confins de Satânia.

53:7:4 6075 Essa foi uma rebelião Lanonandeque. As ordens mais elevadas de filiação do universo local não se ligaram à secessão de Lúcifer, se bem que uns poucos Portadores da Vida estacionados nos planetas rebeldes hajam sido um pouco influenciados pela rebelião dos príncipes desleais. Nenhum dos Filhos Trinitarizados transviou-se. Todos os Melquisedeques, os arcanjos e os Brilhantes Estrelas Vespertinos permaneceram leais a Michael e, com Gabriel, valentemente combateram pela vontade do Pai e pelo governo do Filho.

53:7:5 6081 Nenhum ser originário do Paraíso esteve envolvido em deslealdades. Junto com os Mensageiros Solitários, eles tomaram as sedes centrais do mundo do Espírito, as quais permaneceram sob a liderança dos Fiéis dos Dias de Edêntia. Nenhum dos conciliadores cometeu apostasia, nem um só dos Registradores Celestes transviou-se. Contudo houve grandes perdas entre os Companheiros Moronciais e os Educadores dos Mundos das Mansões.

53:7:6 6082 Da ordem suprema dos serafins, nem um anjo foi perdido, mas um grupo considerável da próxima ordem, a superior, foi enganado e caiu na armadilha. Do mesmo modo, desviaram-se uns poucos da terceira ordem de anjos, a dos supervisores. O colapso mais terrível, contudo, produziu-se no quarto grupo, o dos anjos administradores, ou seja, o dos serafins que são designados normalmente para os deveres das capitais dos sistemas. Manotia salvou quase dois terços deles, mas um pouco mais que um terço seguiu os chefes, indo para as fileiras rebeldes. Um terço de todos os querubins de Jerusém, ligado aos anjos administradores, foi perdido junto com os seus serafins desleais.

53:7:7 6083 Dos ajudantes planetários angélicos, designados para os Filhos Materiais, cerca de um terço foi enganado, e quase dez por cento dos ministros de transição caíram na armadilha. João viu isso simbolicamente quando escreveu sobre o grande dragão vermelho, dizendo: “E a sua cauda atraiu uma terça parte das estrelas do céu e jogou-as na obscuridade”.

53:7:8 6084 A maior perda ocorreu nas fileiras angélicas, e a maior parte das ordens inferiores de inteligência envolveu-se na deslealdade. Dos 681 217 Filhos Materiais perdidos em Satânia, noventa e cinco por cento foram vítimas da rebelião de Lúcifer. Um grande número de criaturas intermediárias perdeu-se nos planetas individuais cujos Príncipes Planetários uniram-se à causa de Lúcifer.

53:7:9 6085 Sob muitos aspectos, essa rebelião foi a de maior magnitude e a mais desastrosa de todas as ocorrências semelhantes, em Nebadon. Mais personalidades estiveram envolvidas nessa insurreição do que em ambas as outras. E foi para a sua eterna desonra que os emissários de Lúcifer e Satã não pouparam as escolas de educação infantil no planeta cultural finalitor, procurando corromper logo essas mentes em evolução, misericordiosamente salvas dos mundos evolucionários.

53:7:10 6086 Os mortais ascendentes, mesmo sendo vulneráveis, resistiram aos sofismas da rebelião, com mais facilidade do que os espíritos menos elevados. Conquanto hajam caído, nos mundos mais baixos das mansões, muitos mortais que ainda não haviam alcançado a fusão final com os seus Ajustadores, ficou registrado, para a glória da sabedoria do esquema de ascensão, que nem um membro sequer, com cidadania ascendente em Satânia e residente em Jerusém, participou da rebelião de Lúcifer.

53:7:11 6087 Hora após hora e dia após dia, as estações de transmissão de todo o Nebadon estavam repletas de observadores ansiosos, de todas as classes imagináveis de inteligências celestes, que examinavam avidamente os boletins da rebelião de Satânia e rejubilavam-se quando os relatos narravam continuamente sobre a lealdade inflexível dos mortais ascendentes, que, sob a liderança dos Melquisedeques, resistiram com êxito aos esforços combinados e prolongados de todas as forças sutis do mal, as quais tão rapidamente se haviam congregado em torno das bandeiras da secessão e do pecado.

53:7:12 6088 Decorreram mais de dois anos, do tempo do sistema, desde o começo da “guerra nos céus” até a instalação do sucessor de Lúcifer. E afinal veio o novo soberano, aterrissando no mar de cristal com os seus assistentes. Eu estava entre as reservas mobilizadas, em Edêntia, por Gabriel; e bem me lembro da primeira mensagem de Lanaforge ao Pai da Constelação de Norlatiadeque. Dizia: “Não se perdeu um único cidadão de Jerusém. Todos os mortais ascendentes sobreviveram à dura prova e emergiram triunfantes e vitoriosos do teste crucial”. E uma mensagem chegou em Salvington, em Uversa e no Paraíso, transmitindo a certeza de que a experiência de sobreviver, na ascensão mortal, é a maior proteção contra a rebelião e a salvaguarda mais segura contra o pecado. Esse nobre grupo somava exatamente 187 432 811 mortais fiéis.

53:7:13 6091 Com a chegada de Lanaforge, os líderes rebeldes foram destronados e afastados de todos os poderes governantes, embora se lhes tenha sido permitido transitar livremente em Jerusém, nas esferas moronciais e mesmo nos mundos individuais habitados. Eles continuaram com os seus esforços sedutores e enganadores, confundindo e desorientando as mentes de homens e anjos. Mas, no que concernia ao seu trabalho no monte administrativo de Jerusém, “não houve mais lugar para eles”.

53:7:14 6092 Embora Lúcifer haja sido despojado de toda autoridade administrativa em Satânia, não existia então, no universo local, nenhum poder, nem tribunal que pudesse deter ou destruir esse rebelde perverso; naquela época, Michael não era um governante soberano. Os Anciães dos Dias apoiaram os Pais da Constelação, na sua tomada do governo do sistema, mas eles nunca baixaram nenhuma medida subseqüente, nas muitas apelações, ainda pendentes, com respeito ao status atual e à sorte futura de Lúcifer, de Satã e dos seus parceiros.

53:7:15 6093 Assim, pois, foi permitido a esses rebeldes supremos perambularem pelo sistema inteiro, a fim de buscar maior penetração para as suas doutrinas de descontentamento e de auto-afirmação. Todavia, durante quase duzentos mil anos do tempo de Urântia, eles não foram capazes de enganar nenhum outro mundo mais. Nenhum outro dos mundos de Satânia foi perdido, desde a queda dos trinta e sete, nem mesmo aqueles mundos mais jovens povoados desde os dias da rebelião.

8. O FILHO DO HOMEM EM URÂNTIA


53:8:1 6094 Lúcifer e Satã perambularam livremente pelo sistema de Satânia, até que se completou a missão de auto-outorga de Michael em Urântia. Estiveram no vosso mundo juntos, e, pela última vez durante a época da investida combinada que praticaram contra o Filho do Homem.

53:8:2 6095 Antes, quando os Príncipes Planetários, os “Filhos de Deus”, reuniam-se periodicamente, “Satã também se juntava a eles”, reivindicando ser ele quem representava todos os mundos isolados dos Príncipes Planetários caídos. Contudo não lhe foi mais permitida essa liberdade em Jerusém, desde a auto-outorga terminal de Michael. Depois do esforço deles de corromper Michael quando encarnado em auto-outorga, toda a compaixão por Lúcifer e Satã esvaiu-se em toda a Satânia, isto é, fora dos mundos isolados em pecado.

53:8:3 6096 A auto-outorga de Michael pôs fim à rebelião de Lúcifer, em toda a Satânia, com exceção dos planetas dos Príncipes Planetários apóstatas. E é este o significado, na experiência pessoal de Jesus, pouco antes da sua morte na carne, quando um dia ele exclamou para os seus discípulos: “E eu contemplo Satã caindo do céu como um raio”. Ele tinha vindo, com Lúcifer, até Urântia, para a última luta crucial.

53:8:4 6097 O Filho do Homem estava confiante no êxito e sabia que o seu triunfo, no vosso mundo, estabeleceria para sempre o status desses inimigos de toda uma era, não apenas em Satânia, mas também nos outros dois sistemas, onde o pecado havia entrado. A sobrevivência, para os mortais, e a segurança, para os anjos, foram afirmadas quando o vosso Mestre, em resposta às propostas de Lúcifer, calmamente e com a certeza divina, respondeu: “Vai retro, Satã”. Esse foi, em princípio, o fim real da rebelião de Lúcifer. É bem verdade que os tribunais de Uversa ainda não emitiram a sentença executiva a respeito do apelo de Gabriel, suplicando pela destruição dos rebeldes, mas esse decreto irá, sem dúvida, ser emitido com o completar do tempo, pois que o primeiro passo na audiência desse caso já foi dado.

53:8:5 6101 Caligástia foi reconhecido, pelo Filho do Homem, como sendo tecnicamente o Príncipe de Urântia, até perto da época da morte de Jesus. Disse Jesus: “Agora é o juízo deste mundo; agora o príncipe deste mundo será deposto”. E então, ainda mais perto de completar o trabalho da sua vida, ele anunciou: “O Príncipe deste mundo está julgado”. E é este mesmo Príncipe destronado e desacreditado que certa vez foi chamado de “Deus de Urântia”.

53:8:6 6102 O último ato de Michael antes de deixar Urântia foi o de oferecer misericórdia a Caligástia e a Daligástia, mas eles desdenharam essa oferta afetuosa. Caligástia, o vosso Príncipe Planetário apóstata, ainda está em Urântia, livre para continuar os seus desígnios nefandos, mas não tem absolutamente nenhum poder para entrar nas mentes dos homens, nem pode aproximar-se das suas almas para tentá-las ou corrompê-las, a menos que elas realmente desejem ser amaldiçoadas pela sua presença perversa.

53:8:7 6103 Antes da auto-outorga de Michael, esses governantes das trevas procuraram manter a sua autoridade em Urântia, e obstinadamente resistiram às personalidades celestes menores e subordinadas. Todavia, desde o dia de Pentecostes, esses traidores, Caligástia e seu igualmente desprezível parceiro, Daligástia, passaram a ser servis diante da majestade divina dos Ajustadores do Pensamento do Paraíso e diante do Espírito da Verdade protetor, o espírito de Michael que foi efusionado em toda a carne.

53:8:8 6104 Mesmo assim, porém, nunca espírito caído algum teve o poder de invadir as mentes ou de acossar as almas dos filhos de Deus. Nem Satã, nem Caligástia não poderiam nunca tocar, nem se aproximar dos filhos de Deus pela fé; a fé é uma armadura eficaz contra o pecado e a iniqüidade. É verdade que: “Aquele que nasceu de Deus, guarda-se, e o maligno não toca nele”.

53:8:9 6105 Em geral, quando se supõe que os mortais fracos e dissolutos estão sob a influência de diabos e demônios, eles estão meramente sendo dominados pelas suas próprias tendências vis inerentes, sendo transviados pelas suas próprias propensões naturais. Ao diabo tem sido dada uma grande quantidade de crédito, por um mal que não pertence a ele. Caligástia tem sido relativamente impotente, desde a cruz de Cristo.

9. O STATUS ATUAL DA REBELIÃO


53:9:1 6106 Nos primeiros dias da rebelião de Lúcifer, a salvação foi oferecida a todos os rebeldes, por Michael. A todos aqueles que dessem prova de arrependimento sincero, ele ofereceu o perdão, quando chegasse a alcançar a sua soberania completa no universo, e o restabelecimento em alguma forma de serviço no universo. Nenhum dos líderes aceitou essa oferta misericordiosa. Mas milhares de anjos e ordens inferiores de seres celestes, incluindo centenas de Filhos e Filhas Materiais, aceitaram a misericórdia proclamada pelos Panoptianos e lhes foi dada a reabilitação na época da ressurreição de Jesus, há cerca de mil e novecentos anos. Esses seres, desde então, foram transferidos para o mundo do Pai, em Jerusém, onde devem ser mantidos, tecnicamente, até as cortes de Uversa baixarem uma decisão sobre o caso de Gabriel versus Lúcifer. Contudo, ninguém duvida de que, quando o veredicto da aniquilação for emitido, essas personalidades arrependidas e salvas ficarão eximidas do decreto de extinção. Tais almas, em provação, trabalham agora com os Panoptianos na tarefa de cuidar do mundo do Pai.

53:9:2 6111 O arquifarsante nunca mais esteve em Urântia, depois dos dias em que tentou desviar Michael do propósito de completar a auto-outorga e de estabelecer a si próprio, final e seguramente, como o governante irrestrito de Nebadon. Quando Michael tornou-se o soberano estabelecido do universo de Nebadon, Lúcifer foi levado em custódia pelos agentes dos Anciães dos Dias de Uversa e, desde então, tem estado prisioneiro, no satélite de número um, do grupo do Pai, nas esferas de transição de Jerusém. E, ali, os governantes de outros mundos e sistemas podem contemplar o fim do infiel Soberano de Satânia. Paulo sabia do status desses líderes rebeldes, depois da auto-outorga de Michael, pois escreveu sobre os chefes de Caligástia como as “hostes espirituais da maldade, nas regiões celestes”.

53:9:3 6112 Michael, ao assumir a soberania suprema de Nebadon, solicitou aos Anciães dos Dias a autoridade para internar todas as personalidades que participaram da rebelião de Lúcifer, até serem emitidas as sentenças dos tribunais do superuniverso para o caso Gabriel versus Lúcifer, assentado nos registros da suprema corte de Uversa há quase duzentos mil anos, na medida de tempo adotada por vós. A respeito do grupo da capital do sistema, os Anciães dos Dias concederam o pedido de Michael, mas com uma única exceção: a Satã foi permitido fazer visitas periódicas aos príncipes apóstatas nos mundos caídos, até um outro Filho de Deus ser aceito por esses mundos apóstatas, ou até o tempo em que as cortes de Uversa comecem o julgamento do caso de Gabriel versus Lúcifer.

53:9:4 6113 Satã podia vir a Urântia, porque vós não tínheis nenhum Filho de categoria com residência aqui – nem Príncipe Planetário, nem Filho Material. Machiventa Melquisedeque, desde então, foi proclamado Príncipe Planetário vice-regente de Urântia, e a abertura do caso Gabriel versus Lúcifer assinalou a inauguração de regimes planetários temporários, em todos os mundos isolados. É verdade que Satã visitou periodicamente Caligástia e outros dos príncipes caídos, exatamente até o momento da apresentação dessas revelações, quando aconteceu a primeira das audiências solicitadas por Gabriel para o aniquilamento dos líderes rebeldes. Satã, no entanto, está agora incondicionalmente detido nos mundos de prisão de Jerusém.

53:9:5 6114 Desde a auto-outorga final de Michael, ninguém, em todo o Satânia, desejou ir aos mundos de prisão para ministrar aos rebeldes internados. E nenhum outro ser foi conquistado pela causa dos enganadores. Por mil e novecentos anos, tal status não sofreu alteração.

53:9:6 6115 Nós não antecipamos uma eliminação das restrições atuais em Satânia, antes que os Anciães dos Dias hajam tomado uma decisão final sobre os líderes rebeldes. Os circuitos do sistema não serão reinstalados enquanto Lúcifer estiver vivo. Nesse meio tempo, ele está totalmente inativo.

53:9:7 6116 A rebelião terminou em Jerusém. Ela cessa, nos mundos caídos, tão logo os Filhos divinos cheguem até eles. Acreditamos que todos os rebeldes que algum dia iriam aceitar a misericórdia já o fizeram. Aguardamos pela teletransmissão que, em um clarão de relâmpago, irá privar esses traidores da existência da sua personalidade. Antecipamos que o veredicto de Uversa, a ser anunciado nessa transmissão, indicará a ordem de execução que irá efetivar a aniquilação desses rebeldes aprisionados. E então vós ireis procurá-los nos lugares deles, mas eles não serão encontrados. “E aqueles que vos conhecem, entre os mundos, espantar-se-ão convosco; vós fostes um terror, mas nunca mais o sereis novamente”. E assim todos esses traidores indignos “serão como se nunca tivessem existido”. Todos aguardam o decreto de Uversa.

53:9:8 6117 Contudo, durante idades, os sete mundos de prisão, de escuridão espiritual em Satânia, constituíram um solene aviso para todo o Nebadon, proclamando eloqüente e efetivamente a grande verdade “de que o caminho do transgressor é duro”; “pois dentro de cada pecado está oculta a semente da sua própria destruição”; e que “a recompensa do pecado é a morte”.

53:9:9 6121 [Apresentado por Manovandet Melquisedeque, anteriormente vinculado à administração provisória de Urântia.]

DOCUMENTO 54

OS PROBLEMAS DA REBELIÃO DE LÚCIFER
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O homem evolucionário acha difícil compreender plenamente o significado e captar o sentido do que é o mal, o erro, o pecado e a iniqüidade. O homem é lento para perceber que o contraste entre a perfeição e a imperfeição gera o mal potencial; que o conflito entre a verdade e a falsidade produz o erro da confusão; que o dom divino da escolha, do livre-arbítrio, desemboca nos domínios divergentes do pecado e da retidão; que a busca persistente da divindade conduz ao Reino de Deus e que, por contraste, a contínua rejeição desse Reino leva ao domínio da iniqüidade.

54:0:2 6132 Os Deuses não criam o mal, nem permitem o pecado e a rebelião. O mal potencial existe no tempo, dentro de um universo que abrange níveis distintos de significados e de valores de perfeição. O pecado é potencial em todos os reinos nos quais os seres imperfeitos são dotados com a capacidade de escolher entre o bem e o mal. A presença, em si mesma conflitante, da verdade e da inverdade, do factual e do aparente, constitui uma potencialidade para o erro. A escolha deliberada do mal constitui o pecado; a rejeição voluntária da verdade é o erro; a adoção persistente do pecado e do erro é a iniqüidade.

1. A LIBERDADE VERDADEIRA E A FALSA LIBERDADE


54:1:1 6133 Entre todos os problemas de grande perplexidade, advindos da rebelião de Lúcifer, nenhum tem causado mais dificuldades do que a inaptidão que os mortais evolucionários imaturos têm para distinguir entre a verdadeira e a falsa liberdade.

54:1:2 6134 A liberdade verdadeira é a busca das idades e a recompensa do progresso evolucionário. A falsa liberdade é o engano sutil do erro, no tempo, e do mal, no espaço. A liberdade que perdura, funda-se na realidade da justiça – da inteligência, da maturidade, da fraternidade e da eqüidade.

54:1:3 6135 A liberdade torna-se uma técnica de autodestruição da existência cósmica quando a sua motivação é pouco inteligente, incondicionada e incontrolada. A verdadeira liberdade está progressivamente relacionada à realidade e considera sempre a eqüidade social, a justiça cósmica, a fraternidade universal e as obrigações divinas.

54:1:4 6136 A liberdade torna-se suicida quando divorciada da justiça material, da honestidade intelectual, da paciência social, do dever moral e dos valores espirituais. A liberdade não existe fora da realidade cósmica; e toda a realidade da personalidade é proporcional às suas relações com a divindade.

54:1:5 6137 A vontade própria incontida e a auto-expressão não regrada igualam-se ao egoísmo não mitigado: o ponto mais distante da divindade. A liberdade que não está associada à conquista e à mestria do ego, a qual deve ser sempre crescente, é uma invenção da imaginação mortal egoísta. A liberdade motivada apenas pelo ego é uma ilusão conceitual, um engano cruel. A licenciosidade mascarada pela veste da liberdade é precursora de uma escravidão abjeta.

54:1:6 6141 A verdadeira liberdade é uma derivada do auto-respeito genuíno; a falsa liberdade é companheira da auto-admiração. A verdadeira liberdade é fruto do controle de si próprio; a liberdade falsa é fruto da pretensão da afirmação do ego. O autocontrole conduz ao serviço altruísta. A admiração de si próprio tende a conduzir à exploração dos outros, visando o engrandecimento egoísta do indivíduo, no erro. Tal indivíduo, no egoísmo, dispõe-se a sacrificar a realização, na retidão, pela posse de um poder injusto sobre os seus semelhantes.

54:1:7 6142 Mesmo a sabedoria, apenas é divina e segura quando é cósmica, no seu alcance e, espiritual, na sua motivação.

54:1:8 6143 Não há erro maior do que a prática de enganar a si próprio que leva os seres inteligentes a aspirarem ao exercício do poder sobre outros seres, com o propósito de privá-los das suas liberdades naturais. A regra de ouro da justiça humana põe-se contra todas essas fraudes, injustiças, egoísmos e falta de retidão. Só a liberdade genuína e verdadeira é compatível com o Reino do amor e o ministério da misericórdia.

54:1:9 6144 Como se atreve, a criatura movida pela vontade do ego, a intrometer-se nos direitos dos seus semelhantes, em nome da liberdade pessoal, quando os Governantes Supremos do universo abstêm-se, em respeito misericordioso, diante dessas prerrogativas da vontade e dos potenciais da personalidade! Nenhum ser, no exercício da sua suposta liberdade pessoal, tem o direito de privar qualquer outro ser dos privilégios da existência, conferidos pelos Criadores e devidamente respeitados por todos os seus leais companheiros, subordinados e súditos.

54:1:10 6145 O homem evolucionário pode ter de lutar pelas suas liberdades materiais contra os tiranos e os opressores, num mundo de pecado e iniqüidade, ou durante os tempos iniciais de uma esfera primitiva, em evolução, mas não é assim nos mundos moronciais, nem nas esferas do espírito. A guerra é a herança do homem evolucionário primitivo, mas, nos mundos em que a civilização tem um avanço normal, o combate físico, como uma técnica de ajustamento de mal-entendidos raciais, há muito tempo caiu em descrédito.

2. THE THEFT OF LIBERTY


54:2:1 6146 Com o Filho e no Espírito, Deus projetou a eterna Havona e, desde então, prevaleceu ali o arquétipo eterno da participação coordenada na criação – o compartilhamento. Esse modelo de compartilhamento é o projeto mestre para cada um dos Filhos e Filhas de Deus que saem para o espaço com o fito de engajar-se na tentativa de duplicar, no tempo, o Universo Central da perfeição eterna.

54:2:2 6147 Todas as criaturas que aspiram a cumprir a vontade do Pai, em todos os universos em evolução, estão destinadas a tornar-se as parceiras dos Criadores tempo-espaciais, nessa magnífica aventura de tentar alcançar a perfeição experiencial. Se isso não fosse verdade, o Pai não teria dotado essas criaturas com um livre-arbítrio criativo e também Ele não residiria nelas, formando junto com elas, na verdade, uma sociedade na qual Ele se faz presente por intermédio do Seu próprio espírito.

54:2:3 6148 A loucura de Lúcifer foi tentar fazer o que não é factível: abreviar o tempo, por um atalho, num universo experiencial. O crime de Lúcifer foi a tentativa de privar todas as personalidades de Satânia da sua liberdade criativa, de reduzir indevidamente a participação pessoal da criatura – o livre-arbítrio de poder participar – na longa luta evolucionária para alcançar o status de luz e vida, tanto individual quanto coletivamente. Ao fazer isso, aquele que, certa vez, foi o Soberano do vosso sistema, colocou o propósito temporal da sua própria vontade em oposição direta ao propósito eterno da vontade de Deus, tal como é revelada na outorga do livre-arbítrio a todas as criaturas pessoais. A rebelião de Lúcifer, assim, ameaçou violar, ao máximo possível, a faculdade da escolha livre dos ascendentes e servidores do sistema de Satânia – uma ameaça de privar para sempre, cada um desses seres da experiência apaixonante de contribuir com algo de pessoal e único para o soerguimento vagaroso do monumento da sabedoria experiencial, que existirá, algum dia, como sendo o sistema de Satânia perfeccionado. Assim, pois, o manifesto de Lúcifer, disfarçado nos trajes da liberdade, destaca-se, à luz clara da razão, como uma ameaça monumental a consumar o roubo da liberdade pessoal e a fazê-lo numa escala só por duas vezes alcançada, em toda a história de Nebadon.

54:2:4 6151 Em resumo, o que Deus tinha dado aos homens e anjos, Lúcifer lhes teria tirado; isto é, o privilégio divino de participar na criação dos seus próprios destinos e do destino desse sistema local de mundos habitados.

54:2:5 6152 Nenhum ser, em todo o universo, tem a liberdade, por direito, de privar qualquer outro ser da verdadeira liberdade, do direito de amar e de ser amado, do privilégio de adorar a Deus e de servir aos seus semelhantes.

3. A DEMORA TEMPORAL DA JUSTIÇA


54:3:1 6153 As criaturas de vontade moral dos mundos evolucionários estão sempre preocupadas em fazer uma pergunta impensada: por que os Criadores oniscientes permitem o mal e o pecado? Elas não compreendem que ambos são inevitáveis, se a criatura deve ser verdadeiramente livre. O livre-arbítrio do homem que evolui, bem como o do extraordinário anjo, não é um mero conceito filosófico, um ideal simbólico. A capacidade do homem de escolher entre o bem e o mal é uma realidade do universo. Essa liberdade, de escolher por si próprio, é um dom dos Governantes Supremos, e eles não permitirão a qualquer ser, ou grupo de seres, privar uma personalidade sequer, no amplo universo, dessa liberdade divinamente outorgada – e, menos ainda, para satisfazer aos seres transviados e ignorantes no desfrute de algo erroneamente concebido como liberdade pessoal.

54:3:2 6154 Se bem que a identificação consciente e deliberada com o mal (o pecado) seja o equivalente à não-existência (o aniquilamento), deve haver sempre um intervalo de tempo entre o momento dessa identificação pessoal com o pecado e a execução da pena – o resultado automático do abraçar voluntário do mal –, um intervalo de tempo tal que seja suficiente para permitir que o juízo do status do indivíduo, no universo, demonstre ser inteiramente satisfatório para todas as personalidades a ele relacionadas, no universo, e que seja tão equânime e justo a ponto de ganhar a aprovação do próprio pecador.

54:3:3 6155 Mas se esse ser que se rebelou, no universo, contra a realidade da verdade e da bondade, recusar-se a aprovar o veredicto, e se o culpado conhecer, no seu coração, a justiça da sua condenação, mas se recusar a confessar esse fato, então a execução da sentença deverá ser retardada de acordo com a decisão conveniente dos Anciães dos Dias. E os Anciães dos Dias negam-se a aniquilar qualquer ser até que todos os valores morais e todas as realidades espirituais sejam extintas, tanto no pecador, quanto em todos os que o apóiam e nos possíveis simpatizantes.

4. A DEMORA TEMPORAL DA MISERICÓRDIA


54:4:1 6156 Um outro problema, um tanto difícil de se explicar, na constelação de Norlatiadeque, diz respeito às razões de se ter permitido que Lúcifer, Satã e os príncipes caídos tivessem semeado a discórdia, durante tanto tempo, antes de serem apreendidos, confinados e julgados.

54:4:2 6161 Os pais, aqueles que geraram e criaram filhos, estão mais aptos para compreender por que Michael, um Criador-pai, possa ser lento em condenar e destruir os seus próprios Filhos. A história do filho pródigo, que Jesus narrava, ilustra muito bem o quanto um pai amoroso pode esperar, por um longo tempo, pelo arrependimento de um filho que erra.

54:4:3 6162 O fato em si de que uma criatura que pratica o mal possa verdadeiramente escolher cometer o erro – cometer o pecado – estabelece a realidade do livre-arbítrio e justifica plenamente os atrasos, de qualquer duração, na execução da justiça, posto que a extensão da misericórdia pode conduzir ao arrependimento e à reabilitação.

54:4:4 6163 A maior parte das liberdades buscadas por Lúcifer, ele já as tinha; outras ele estava para recebê-las no futuro. Todos esses dons preciosos foram perdidos quando ele cedeu à impaciência, e quando se rendeu ao desejo de possuir, imediatamente, o que desejava possuir já, e possuir desafiando toda a obrigação de respeitar os direitos e as liberdades de todos os outros seres que compõem o universo dos universos. As obrigações éticas são inatas, divinas e universais.

54:4:5 6164 Há muitas razões, conhecidas por nós, pelas quais os Governantes Supremos não destruíram nem confinaram imediatamente os líderes da rebelião de Lúcifer. E, sem dúvida, há ainda outras razões, possivelmente mais fortes, desconhecidas por nós. As características da misericórdia contidas nessa demora da execução da justiça foram oferecidas pessoalmente por Michael de Nebadon. Não fora o afeto desse Criador-pai pelos seus filhos pecadores, a justiça suprema do superuniverso teria agido já. Se um episódio, como a rebelião de Lúcifer, tivesse ocorrido em Nebadon, enquanto Michael estava encarnado em Urântia, os instigatores do mal poderiam ter sido instantânea e absolutamente aniquilados.

54:4:6 6165 A justiça suprema pode agir instantaneamente quando não restringida pela misericórdia divina. Mas a ministração da misericórdia aos filhos do tempo e do espaço vem sempre provida desse retardamento temporal, desse intervalo salvador, entre a época de semear e a hora de colher. Se a semente plantada é boa, esse intervalo provê a prova e a edificação do caráter; se o plantio é mau, esse retardamento misericordioso provê tempo para o arrependimento e a retificação. A demora no julgamento e na execução dos que cometeram o mal é inerente à ministração da misericórdia aos sete superuniversos. O refreamento da justiça, pela misericórdia, prova que Deus é amor, que este Deus do amor domina os universos e, pela misericórdia, controla o destino e o julgamento de todas as suas criaturas.

54:4:7 6166 As demoras temporais da misericórdia existem por mandato do livre-arbítrio dos Criadores. Há um bem no universo que se deriva dessa técnica de paciência para lidar com rebeldes pecadores. Ainda que seja mais que verdadeiro que o bem não pode vir do mal, para aquele que admira e comete o mal, é igualmente verdadeiro que todas as coisas (inclusive o mal potencial, e o mal manifesto) trabalhem juntas para o bem de todos os seres que conhecem Deus, que amam fazer a sua vontade e que estão ascendendo na direção do Paraíso, de acordo com o seu plano eterno e o seu propósito divino.

54:4:8 6167 Mas essas demoras, por misericórdia, não são intermináveis. Não obstante a longa demora (como o tempo é considerado em Urântia) para julgar a rebelião de Lúcifer, podemos registrar que, durante o tempo de efetuar essa revelação, a primeira audiência, do caso pendente de Gabriel versus Lúcifer, aconteceu em Uversa e, logo depois, foi emitido o mandato dos Anciães dos Dias instruindo que Satã fosse então confinado ao mundo-prisão, com Lúcifer. Isso põe fim à capacidade de Satã de fazer novas visitas a qualquer dos mundos caídos de Satânia. A justiça, num universo dominado pela misericórdia, pode ser lenta, mas é certa.

5. A SABEDORIA DO ADIAMENTO


54:5:1 6171 Das muitas razões conhecidas por mim, pelas quais Lúcifer e os seus confederados não foram confinados, nem julgados mais cedo, me é permitido mencionar as seguintes:

54:5:2 6172 1. A misericórdia requer que todos os malfeitores tenham tempo suficiente para formular uma atitude deliberada e plenamente determinada a respeito dos seus maus pensamentos e dos seus atos transgressores.

54:5:3 6173 2. A justiça suprema é dominada pelo amor do Pai; portanto a justiça nunca irá destruir aquilo que a misericórdia pode salvar. O tempo para aceitar a salvação é garantido a todo malfeitor.

54:5:4 6174 3. Nenhum pai afeiçoado precipita-se em responder com uma punição a um membro da sua família que comete um erroa. A paciência não pode funcionar independentemente do tempo.

54:5:5 6175 4. Embora o erro seja sempre deletério para uma família, a sabedoria e o amor exortam os filhos justos a terem paciência com um irmão que erra durante o tempo concedido pelo pai afeiçoado, dentro do qual o pecador pode ver o erro do seu caminho e abraçar a salvação.

54:5:6 6176 5. Independentemente da atitude de Michael para com Lúcifer, não obstante ser ele o Criador-pai de Lúcifer, não era da alçada do Filho Criador exercer a jurisdição sumária, sobre o Soberano apóstata do Sistema, porque Michael não tinha, até então, completado a sua carreira de auto-outorgas, por intermédio da qual alcançaria a soberania incondicional de Nebadon.

54:5:7 6177 6. Os Anciães dos Dias poderiam ter aniquilado imediatamente esses rebeldes, mas eles raramente executam malfeitores sem terem ouvido tudo sobre o seu caso. Nessa instância eles recusaram-se a passar por cima das decisões de Michael.

54:5:8 6178 7. É evidente que Emanuel aconselhou Michael a permanecer distante dos rebeldes e a permitir que a rebelião chegasse, por seu curso natural, à auto-obliteração. E a sabedoria dos Uniões dos Dias é o reflexo, no tempo, da sabedoria unificada da Trindade do Paraíso.

54:5:9 6179 8. Os Fiéis dos Dias, em Edêntia, aconselharam os Pais da Constelação a permitirem o livre trânsito aos rebeldes, com o fito de que toda a compaixão por esses malfeitores fosse extirpada, o mais cedo possível, dos corações de cada cidadão presente e futuro de Norlatiadeque – de todas as criaturas mortais, moronciais ou espirituais.

54:5:10 61710 9. Em Jerusém, o representante pessoal do Executivo Supremo de Orvonton aconselhou Gabriel a prover todas as oportunidades para que cada criatura viva fizesse uma escolha, deliberadamente amadurecida, sobre todas as questões envolvendo a Declaração de Liberdade de Lúcifer. Tendo sido levantadas as questões da rebelião, o conselheiro de Gabriel, vindo do Paraíso para essas emergências, declarou que se uma oportunidade plena e livre como aquela não fosse dada a todas as criaturas de Norlatiadeque, então, a quarentena do Paraíso contra todas essas criaturas, possivelmente indecisas ou tomadas pela dúvida, seria estendida, em nome da autoproteção, a toda a constelação. Para manter as portas do Paraíso abertas para a ascensão, aos seres de Norlatiadeque, seria necessário dar chances de pleno desenvolvimento à rebelião e assegurar a completa determinação de atitude da parte de todos os seres relacionados, de algum modo, com ela.

54:5:11 61711 10. A Ministra Divina de Salvington emitiu, como a sua terceira proclamação independente, um mandato ordenando que nada fosse feito para curar, pela metade, para suprimir covardemente ou, de qualquer outro modo, para ocultar o rosto horrível dos rebeldes e da rebelião. Foi instruído às hostes angélicas para que trabalhassem por uma plena divulgação e para que fosse dada oportunidade ilimitada à expressão do pecado, afirmando ser essa a técnica mais rápida para realizar a cura perfeita, e final, da praga do mal e do pecado.

54:5:12 6181 11. Foi organizado em Jerusém um conselho de emergência de ex-mortais, constituído de Mensageiros Poderosos, mortais glorificados que tinham tido experiência pessoal em situações semelhantes, juntamente com os seus colegas. Eles advertiram Gabriel de que seria, pelo menos, três vezes maior o número de seres a se perderem, caso fossem tentados métodos arbitrários ou sumários de supressão. Todo o corpo de conselheiros de Uversa se pôs de acordo para aconselhar Gabriel a permitir que a rebelião tomasse o seu curso pleno e natural, ainda que fosse necessário um milhão de anos para eliminar as conseqüências.

54:5:13 6182 12. O tempo é relativo, até mesmo num universo temporal: se um mortal de Urântia, com um período mediano de vida, cometesse um crime que precipitasse um pandemônio mundial e, caso ele fosse apreendido, julgado e executado, dois ou três dias depois de cometido o crime, pareceria muito tempo para vós? E ainda, essa seria uma comparação aproximadamente válida, considerando a duração da vida de Lúcifer, ainda que o seu julgamento, agora iniciado, não terminasse nem dentro de cem mil anos do tempo de Urântia. O lapso relativo de tempo, do ponto de vista de Uversa, onde o litígio está pendente, poderia ser indicado, se disséssemos que o crime de Lúcifer foi levado a julgamento dois segundos e meio depois de cometido. Do ponto de vista do Paraíso o julgamento é simultâneo ao ato.

54:5:14 6183 Existe um número igual de motivos para que não se tivesse terminado arbitrariamente a rebelião de Lúcifer, os quais seriam parcialmente compreensíveis para vós, mas não me é permitido descrevê-los. Posso informar-vos que, em Uversa, nós ensinamos sobre quarenta e oito motivos para possibilitar que o mal tome o curso pleno da sua própria bancarrota moral e da sua extinção espiritual. Não duvido que haja pelo menos um número igual de razões, além dessas, que eu não conheça.

6. THE TRIUMPH OF LOVE




54:6:1 6184 Quaisquer sejam as dificuldades que os mortais evolucionários possam encontrar, nos seus esforços para compreender a rebelião de Lúcifer, deveria parecer claro, a todos os pensadores que meditam, que a técnica de lidar com os rebeldes é uma demonstração do amor divino. A misericórdia amorosa estendida aos rebeldes parece ter envolvido muitos seres inocentes em provações e atribulações, mas todas essas personalidades afligidas podem, com segurança, confiar nos Juízes, infinitamente sábios, para julgar os seus destinos, tanto em misericórdia, quanto em justiça.

54:6:2 6185 Sempre que lidam com seres inteligentes, tanto o Filho Criador, quanto o seu Pai do Paraíso, são conduzidos pelo amor. É impossível compreender muitas fases da atitude dos governantes do universo para com os rebeldes e a rebelião – o pecado e os pecadores –, a menos que seja lembrado que Deus, como Pai, tem precedência sobre todas as outras fases da manifestação da sua Deidade, em toda a tratativa que a divindade tenha com a humanidade. Deveria também ser lembrado que todos os Filhos Criadores do Paraíso são motivados pela misericórdia.

54:6:3 6186 Se um pai afeiçoado de uma grande família, escolhe demonstrar misericórdia a um dos seus filhos, culpado por graves erros, pode muito bem acontecer que essa extensão da misericórdia, a este filho mal-comportado, resulte em provações temporárias para todos os outros filhos bem-comportados. Essas eventualidades são inevitáveis; esse risco é inseparável da situação da realidade de ter um pai cheio de amor e de ser um membro de um grupo familiar. Cada membro de uma família beneficia-se da conduta justa de todos os outros membros; do mesmo modo, cada membro deve sofrer a conseqüência, imediata no tempo, da má conduta de todos os outros membros. Famílias, grupos, nações, raças, mundos, sistemas, constelações e universos são relacionamentos de associação que possuem individualidade; portanto, cada membro de todo o grupo, grande ou pequeno, colhe os benefícios e sofre as conseqüências das boas ações e dos malfeitos de todos os outros membros do grupo envolvido.

54:6:4 6191 Entretanto, uma coisa deve ficar clara: caso sejais levados a sofrer as conseqüências más por causa do pecado de algum membro da vossa família, de algum compatriota ou de um companheiro mortal, ou mesmo por causa da rebelião no sistema, ou noutra parte – não importa o que vós possais ter de suportar, por causa do erro de conduta dos vossos parceiros, companheiros ou superiores –, podeis ficar seguros na certeza eterna de que tais atribulações serão aflições passageiras. Nenhuma dessas conseqüências fraternais, do mau comportamento, no grupo, pode jamais colocar em perigo as vossas perspectivas eternas, nem vos privar, no mínimo grau que seja, do vosso direito divino de ascensão ao Paraíso e de alcançar a Deus.

54:6:5 6192 E há uma compensação para essas provações, para esses adiamentos e desapontamentos, que invariavelmente acompanham o pecado da rebelião. Entre as muitas repercussões consideráveis da rebelião de Lúcifer que podem ser nomeadas, apenas chamarei a atenção para as carreiras enaltecidas dos mortais ascendentes, os cidadãos de Jerusém que, por resistirem aos sofismas do pecado, se colocaram na posição de tornarem-se futuros Mensageiros Poderosos, companheiros da minha própria ordem. Cada ser que tenha resistido ao teste daquele episódio do mal, por esse motivo avançou imediatamente no seu status administrativo e elevou o seu valor espiritual.

54:6:6 6193 A princípio, o levante de Lúcifer pareceu ser uma calamidade sem atenuantes para o sistema e mesmo para o universo. Gradualmente os benefícios começaram a acumular-se. Com o decorrer de vinte e cinco mil anos do tempo do sistema (vinte mil anos do tempo de Urântia), os Melquisedeques começaram a ensinar que o bem resultante da loucura de Lúcifer chegava a igualar o mal incorrido. A soma do mal, àquela altura, tinha-se tornado quase estacionária, continuando a crescer apenas em alguns mundos isolados, enquanto as repercussões benéficas multiplicavam-se e estendiam-se pelo universo e pelo superuniverso, chegando mesmo até Havona. Os Melquisedeques ensinam agora que o bem que resulta da rebelião de Satânia é mais do que mil vezes a soma de todo o mal.

54:6:7 6194 Mas uma colheita tão extraordinária e benéfica, extraída de malfeitos, apenas poderia advir por intermédio da atitude sábia, divina e misericordiosa de todos os superiores de Lúcifer, desde os Pais das Constelações, em Edêntia, até o Pai Universal, no Paraíso. O passar do tempo elevou o bem conseqüente derivado da loucura de Lúcifer; e desde que o mal, a ser penalizado, desenvolveu-se totalmente, num período de tempo relativamente curto, torna-se evidente que os governantes do universo, infinitamente sábios e de ampla visão, prolongariam com certeza o tempo no qual iriam colher resultados cada vez mais benéficos. A despeito das muitas outras razões para retardar a apreensão e o julgamento dos rebeldes de Satânia, esse ganho, em si, já seria suficiente para justificar o porquê de não terem sido, esses pecadores, confinados há mais tempo, e o porquê de não terem sido julgados nem destruídos.

54:6:8 6195 As mentes mortais de pouca visão, e tolhidas pelo tempo, deveriam ser menos apressadas ao criticar as demoras no tempo, geradas pela amplidão de visão e pela sabedoria dos administradores dos assuntos do universo.

54:6:9 6201 Um erro do pensamento humano, a respeito desses problemas, consiste na idéia de que todos os mortais evolucionários, num planeta em evolução, escolheriam aderir à carreira do Paraíso, caso o pecado não houvesse amaldiçoado o seu mundo. A aptidão para recusar a sobrevivência não data dos tempos da rebelião de Lúcifer. O homem mortal sempre possuiu o dom da escolha de livre-arbítrio, com respeito à carreira do Paraíso.

54:6:10 6202 À medida que vós ascenderdes na experiência da sobrevivência, vós ireis ampliar os vossos conceitos do universo e ampliar os vossos horizontes de significados e valores; e, assim, tornar-vos-eis mais capazes de entender melhor por que é permitido a seres tais como Lúcifer e Satã continuarem em rebelião. Vós ireis também compreender melhor como o bem último (se não o bem imediato) pode derivar-se do mal, limitado pelo tempo. Após alcançardes o Paraíso, vós sereis realmente esclarecidos e confortados ao escutardes os filósofos superseráficos discutindo e explicando esses problemas profundos de ajustamentos no universo. Mas, mesmo então, duvido que vós estejais plenamente satisfeitos, nas vossas próprias mentes. Ao menos eu não fiquei, nem mesmo quando eu tinha alcançado a cúspide da filosofia do universo. Eu não atingi uma compreensão plena dessas complexidades, a não ser depois de ter sido designado para os deveres administrativos no superuniverso, onde, por meio da experiência real e prática, eu adquiri a capacidade conceitual adequada à compreensão desses problemas multifacetados, da eqüidade cósmica e da filosofia espiritual. À medida que ascenderdes na direção do Paraíso, vós ireis aprender, mais e mais, que muitos aspectos problemáticos da administração do universo só poderão ser compreendidos depois da aquisição de uma capacidade experiencial maior e de um discernimento espiritual mais elevado. A sabedoria cósmica é essencial ao entendimento das situações cósmicas.

54:6:11 6203 [Apresentado por um Mensageiro Poderoso que sobreviveu experiencialmente à primeira rebelião sistêmica nos universos do tempo. Vinculado, atualmente, ao governo do superuniverso de Orvonton, ele atuou nesta tarefa a pedido de Gabriel de Salvington.]

DOCUMENTO 55

AS ESFERAS DE LUZ E VIDA
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A idade de luz e vida é a realização evolucionária final de um mundo do tempo e do espaço. Desde os tempos iniciais do homem primitivo, o mundo habitado terá assim passado pelas idades planetárias sucessivas – as idades anteriores e as posteriores à época do Príncipe Planetário, a idade pós-Adâmica, a idade pós-Filho Magisterial e a idade pós-Filho auto-outorgado. E, então, um tal mundo torna-se pronto para alcançar o ponto evolucionário culminante, o estado de estabelecido em luz e vida, por meio do ministério das sucessivas missões planetárias dos Filhos Instrutores da Trindade, com as suas revelações, sempre em avanço, sobre a verdade divina e a sabedoria cósmica. Nos seus esforços para estabelecer a idade planetária final, os Filhos Instrutores beneficiam-se sempre da assistência dos Brilhantes Estrelas Vespertinos e, algumas vezes, da dos Melquisedeques.

55:0:2 6212 Esta era de luz e vida, inaugurada pelos Filhos Instrutores, na conclusão da sua missão planetária final, continua indefinidamente nos mundos habitados. Cada estágio do avanço, dentro do status de estabelecido, pode ser delimitado pelas ações judiciais dos Filhos Magisteriais, em uma sucessão de dispensações. Essas ações judiciais são todas, contudo, puramente técnicas e de nenhum modo modificam o curso dos acontecimentos planetários.

55:0:3 6213 Apenas àqueles planetas que alcançam existência nos circuitos principais do superuniverso é assegurada a sobrevivência contínua; mas, até onde sabemos, esses mundos estabelecidos em luz e vida estão destinados a prosseguir pelas idades eternas de todo o tempo futuro.

55:0:4 6214 Há sete estágios no desenvolvimento da era de luz e vida, em um mundo evolucionário, e sobre isso deveria ser notado que os mundos dos mortais que se fusionam ao Espírito evoluem em linhas idênticas às daqueles mundos da série de fusionamento com os Ajustadores. Estes sete estágios de luz e vida são:

6215 1. O primeiro, ou o estágio do planeta.

6216 2. O segundo, ou o estágio do sistema.

6217 3. O terceiro, ou o estágio da constelação.

6218 4. O quarto, ou o estágio do universo local.

6219 5. O quinto, ou o estágio do setor menor.

62110 6. O sexto, ou o estágio do setor maior.

62111 7. O sétimo, ou o estágio do superuniverso.

55:0:5 62112 Ao final desta narrativa, esses estágios de avanço do desenvolvimento estão descritos da maneira como eles relacionam-se com a organização do universo. Os valores planetários de qualquer etapa, todavia, podem ser alcançados por qualquer mundo, de forma independente de outros mundos ou dos níveis supra-planetários da administração do universo.

1. O TEMPLO MORONCIAL


55:1:1 6221 A presença de um templo moroncial, na capital de um mundo habitado, é o certificado da admissão dessa esfera nas idades estabelecidas em luz e vida. Antes de deixarem um mundo, quando da conclusão das suas missões terminais, os Filhos Instrutores inauguram essa época de alcance evolucionário final; e presidem naquele dia, quando “o templo sagrado desce à terra”. Esse evento que assinala o alvorecer da era de luz e vida é sempre honrado pela presença pessoal do Filho do Paraíso em auto-outorga naquele planeta: ele estará ali para testemunhar esse grande dia. Nesse templo de beleza sem paralelo, o Filho do Paraíso em auto-outorga proclama aquele que há muito tempo tem sido o Príncipe Planetário, como o novo Soberano Planetário, e investe esse fiel Filho Lanonandeque com novos poderes e com uma autoridade ampliada sobre os assuntos planetários. O Soberano do Sistema também estará presente e falará para dar confirmação a esses pronunciamentos.

55:1:2 6222 Um templo moroncial tem três partes: a mais central é o santuário do Filho de auto-outorga do Paraíso; à direita está o assento daquele que, até então, foi o Príncipe Planetário, agora Soberano Planetário; quando presente ao templo, este Filho Lanonandeque torna-se visível para os indivíduos mais espirituais do reino; à esquerda fica o assento do dirigente atuante dos finalitores, agregado ao planeta.

55:1:3 6223 Se bem que os templos planetários tenham sido mencionados como “descendo dos céus”, na realidade nada de material é de fato trazido, para ali, da sede central do sistema. A arquitetura de cada templo é trabalhada, em miniatura, na capital do sistema, e os Supervisores do Poder Moroncial, subseqüentemente, trazem esses planos aprovados ao planeta. E, então, em associação com os Mestres Controladores Físicos, eles passam a construir o templo moroncial de acordo com as especificações.

55:1:4 6224 Um templo moroncial comum abriga cerca de trezentos mil espectadores assentados. Esses edifícios não são usados para a adoração, nem para a diversão, nem para receber transmissões. Eles são consagrados às cerimônias especiais do planeta, tais como as comunicações com o Soberano do Sistema, ou com os Altíssimos, às cerimônias de visualização especial, destinadas a revelar a presença da personalidade de seres espirituais, e à contemplação cósmica silenciosa. As escolas de filosofia cósmica conduzem, nesses templos, os seus exercícios de graduação, e também ali os mortais do reino recebem o reconhecimento planetário, por feitos de alto serviço social e por outras realizações relevantes.

55:1:5 6225 Esse templo moroncial também serve como local de reunião para testemunhar o translado de mortais vivos para a existência moroncial. E, pelo fato de o templo de translado ser composto de material moroncial, é que ele não é destruído pela glória flamejante do fogo consumidor que remove completamente os corpos físicos desses mortais que ali experimentam a fusão final com os seus Ajustadores divinos. Num mundo de grande porte, essas chamas dos translados são quase contínuas e, à medida que o número de translações cresce, os santuários subsidiários de vida moroncial são providenciados em áreas diferentes do planeta. Não faz muito tempo, eu estive de passagem em um mundo, no longínquo norte, onde funcionavam vinte e cinco santuários moronciais.

55:1:6 6226 Nos mundos na fase de preestabelecimento, planetas ainda sem templos moronciais, esses clarões das chamas de fusão muitas vezes ocorrem na atmosfera planetária, para onde o corpo material de um candidato ao translado é elevado, pelas criaturas intermediárias, e pelos controladores físicos.

2. A MORTE E O TRANSLADO


55:2:1 6231 A morte natural, física, não é uma inevitabilidade para os mortais. A maioria dos seres evolucionários avançados, cidadãos dos mundos que existem já na era final de luz e vida, não morre; eles são transladados diretamente da vida na carne, para a existência moroncial.

55:2:2 6232 Essa experiência de transferência da vida material, para o estado moroncial – a fusão da alma imortal com o Ajustador residente –, cresce em uma freqüência proporcional ao progresso evolucionário do planeta. Inicialmente, apenas uns poucos mortais, em cada idade, alcançam os níveis de progresso espiritual necessário a essa transferência, mas, com a chegada das idades sucessivas dos Filhos Instrutores, ocorrem mais e mais fusões com o Ajustador, antes do final da vida, cada vez mais longa, desses mortais em progresso; e, à época da missão terminal dos Filhos Instrutores, aproximadamente um quarto desses magníficos mortais fica eximido da morte natural.

55:2:3 6233 Mais tarde, na era de luz e vida, as criaturas intermediárias ou os seus aliados sentem o status da aproximação de uma provável união entre a alma e o Ajustador, e apontam isso aos guardiães do destino, que, por sua vez, comunicam essas questões ao grupo de finalitores, sob cuja jurisdição esse mortal pode estar funcionando; e então é emitida uma convocação, pelo Soberano Planetário, para que esse mortal renuncie a todos os seus deveres planetários, para que dê adeus ao mundo da sua origem e se dirija ao templo interno do Soberano Planetário, para esperar, lá, pelo trânsito moroncial, pelo clarão do translado, do domínio material de evolução, até o nível moroncial pré-espiritual de progressão.

55:2:4 6234 Quando a família, os amigos e o grupo de trabalho desse candidato à fusão estiverem reunidos no templo moroncial, eles se distribuirão em volta da cena central onde descansam os candidatos à fusão que, ainda durante esse meio tempo, ficam conversando livremente com os seus amigos reunidos. Um círculo de personalidades celestes intermediárias é formado para proteger os mortais materiais da ação das energias que se manifestam no instante do “clarão de vida”, que libera o candidato à ascensão das cadeias da carne material, desse modo, fazendo por esse mortal evolucionário tudo aquilo que a morte natural faz por aqueles que por meio dela são libertados da carne.

55:2:5 6235 Muitos candidatos à fusão podem ser reunidos, ao mesmo tempo, no templo espaçoso. E, que bela ocasião, quando os mortais reúnem-se assim para testemunhar a ascensão dos seus entes queridos nas chamas espirituais. E que contraste com aquelas idades anteriores, quando os mortais tinham de submeter os seus mortos ao abraço dos elementos terrestres! As cenas, de lágrimas e lamentos característicos de épocas anteriores, na evolução humana, são agora substituídas pela alegria jubilosa e pelo entusiasmo mais sublime, no momento em que, sabedores de Deus, esses mortais dão aos seus entes amados um adeus transitório, antes de serem retirados das suas ligações materiais pelo fogo espiritual, de grandeza consumidora, da glória da ascensão. Nos mundos estabelecidos em luz e vida, os “funerais” são ocasiões de alegria suprema, de profunda satisfação e de esperança inexprimível.

55:2:6 6236 As almas desses mortais em progressão são cada vez mais preenchidas de fé, de esperança e de convicção. O ânimo que impregna a todos aqueles que se reúnem em torno do santuário de translado assemelha-se ao de um grupo de amigos e parentes que, cheios de alegria, estivesse reunido para uma cerimônia de graduação de um dos seus integrantes, ou que estivesse presenciando uma grande honra sendo conferida a um dos seus. E, decididamente, seria de muita ajuda se os mortais menos avançados tão só pudessem aprender a ver a morte natural com um pouco dessa mesma alegria corajosa e leveza de coração.

55:2:7 6241 Os observadores mortais nada podem ver, dos seus companheiros transladados, depois do clarão da fusão. Essas almas transladadas seguem, por meio do transporte do Ajustador, diretamente para a sala de ressurreição do mundo de aperfeiçoamento moroncial adequado. Essas transações, envolvendo o translado de seres humanos vivos até o mundo moroncial, são supervisionadas por um arcanjo designado, para um tal mundo, no mesmo dia em que este foi estabelecido em luz e vida.

55:2:8 6242 Quando um mundo atinge o quarto estágio de luz e vida, mais da metade dos mortais passam a deixar o planeta por meio do translado de entre os vivos. O fenômeno da morte vai diminuindo cada vez mais, mas não conheço nenhum sistema cujos mundos habitados, ainda que há muito estabelecidos em luz e vida, estejam inteiramente isentos da morte natural como técnica para escapar dos laços da carne. E até que um tal estágio de elevação, na evolução planetária, seja uniformemente atingido, os mundos de aperfeiçoamento moroncial do universo local devem continuar em serviço, como esferas educacionais e culturais para os progressores moronciais em evolução. A eliminação da morte é possível, teoricamente, mas ainda não ocorreu, segundo a minha observação. Talvez esse status possa ser atingido durante as etapas longínquas das sucessivas épocas no sétimo estágio da vida planetária estabelecida.

55:2:9 6243 As almas transladadas de idades florescentes das esferas estabelecidas não passam pelos mundos das mansões. E, também, não permanecem como estudantes nos mundos moronciais do sistema ou da constelação. Elas não passam por nenhuma das fases anteriores da vida moroncial. Elas são os únicos mortais ascendentes que quase escapam da transição moroncial, entre a existência material e o estado de semi-espírito. A experiência inicial desses mortais arrebanhados pelo Filho, na carreira ascensional, é feita nos serviços dos mundos de progressão da sede central do universo. E desses mundos de estudo de Salvington, eles retornam como instrutores, para os mesmos mundos pelos quais passaram, dirigindo-se depois no sentido interior, ao Paraíso, pelo caminho estabelecido para a ascensão dos mortais.

55:2:10 6244 Caso pudésseis visitar um planeta em um estágio avançado de desenvolvimento, vós iríeis captar rapidamente as razões pelas quais é dada uma recepção diferenciada aos mortais ascendentes, nas mansões e nos mundos moronciais mais elevados. Vós iríeis compreender prontamente que os seres procedentes dessas esferas altamente evoluídas estão preparados para assumir as suas ascensões até o Paraíso muito antes do que os mortais comuns, provenientes de um mundo desordenado e retrógrado como o de Urântia.

55:2:11 6245 Seja qual for o nível de realização do planeta, do qual procedem os seres humanos que podem ascender aos mundos moronciais, as sete esferas das mansões proporcionam a eles uma oportunidade ampla de adquirir experiência como estudantes-instrutores, em tudo e por tudo que não tenham ainda experienciado, devido ao status de avanço do seu planeta nativo.

55:2:12 6246 O universo é infalível quanto à aplicação dessas técnicas de equalização destinadas a assegurar que nenhum ser ascendente seja privado de nada essencial à sua experiência de ascensão.

3. AS IDADES DE OURO


55:3:1 6247 Durante essa idade de luz e vida, o mundo prospera crescentemente sob o governo paternal do Soberano Planetário. Durante esse tempo, os mundos progridem sob a impulsão viva de uma única língua, de uma única religião e, nas esferas normais, de uma única raça. Mas essa idade não é perfeita. Esses mundos têm, ainda, hospitais bem equipados que, como lares, cuidam dos enfermos. Os problemas dos tratamentos de ferimentos acidentais e enfermidades inevitáveis ainda persistem, bem como o atendimento à decrepitude causada pela idade e pelas desordens da senilidade. A doença não foi vencida inteiramente, e os animais terrestres tampouco foram perfeitamente dominados; mas esses mundos são como um Paraíso, se comparados aos tempos iniciais do homem primitivo, durante a idade anterior ao Príncipe Planetário. Vós iríeis instintivamente descrever um reino assim – caso pudésseis ser transportados, subitamente, para um planeta nesse estágio de desenvolvimento – como o céu na Terra.

55:3:2 6251 O governo humano, para a condução dos assuntos materiais, continua a funcionar nessa idade de progresso e perfeição relativos. As atividades públicas de um mundo no primeiro estágio de luz e vida, visitado recentemente por mim, eram financiadas pela técnica do dízimo. Todos os cidadãos capacitados fisicamente trabalhavam em alguma coisa, e cada trabalhador adulto pagava dez por cento da sua renda ou do seu lucro ao tesouro público. Esses dez por cento eram despendidos da seguinte maneira:

55:3:3 6252 1. Três por cento na busca da verdade-ciência, na educação e na filosofia.

55:3:4 6253 2. Três por cento devotados à beleza – aos jogos, ao lazer social e à arte.

55:3:5 6254 3. Três por cento dedicados à bondade – ao serviço social, ao altruísmo e à religião.

55:3:6 6255 4. Um por cento destinado às reservas de seguro, contra o risco de incapacidade para o trabalho, resultante de acidentes, doença, velhice ou de desastres inevitáveis.

55:3:7 6256 Os recursos naturais desse planeta são administrados como posses sociais, como propriedade da comunidade.

55:3:8 6257 Nesse mundo, a mais alta honra conferida a um cidadão é a ordem do “serviço supremo”, o único grau de reconhecimento concedido dentro do templo moroncial. Esse reconhecimento é atribuído àqueles que vinham distinguindo-se, há muito, em alguma fase da descoberta supramaterial, ou no serviço social planetário.

55:3:9 6258 A maioria dos postos sociais e administrativos é mantida conjuntamente por um homem e uma mulher. A maior parte do ensino também é dada em conjunto; e do mesmo modo todas as responsabilidades judiciais são também desempenhadas por casais, relacionados desse mesmo modo.

55:3:10 6259 Nesses mundos magníficos, o período destinado à formação da família não é muito prolongado. É mais conveniente que não haja uma diferença considerável de idade entre as crianças de uma mesma família. Quando as crianças têm idades mais próximas, elas são capazes de contribuir muito mais para a educação mútua. E, nesses mundos, elas são magnificamente preparadas pelos sistemas competitivos de esforços intensos, nos domínios e nas divisões avançadas, das realizações diversas, para a mestria sobre a verdade, a beleza e a bondade. Podeis estar seguros, entretanto, de que mesmo essas esferas glorificadas apresentam uma quantidade do mal real e do mal potencial, suficiente para ser estimulante à escolha entre a verdade e o erro, o bem e o mal, o pecado e a retidão.

55:3:11 62510 Entretanto, há penalidades, certas e inevitáveis, ligadas à existência mortal, em tais planetas evolucionários avançados. Quando um mundo estabelecido progride depois do terceiro estágio de luz e vida, todos os seres ascendentes estão destinados, antes de atingirem o setor menor, a cumprir alguma espécie de missão transitória, em um planeta que esteja passando por estágios anteriores de evolução.

55:3:12 6261 Cada uma dessas idades sucessivas representa realizações de avanço em todas as fases do progresso planetário. Na idade inicial de luz, a revelação da verdade foi ampliada para abranger os trabalhos do universo dos universos, enquanto o estudo da Deidade, durante a segunda dessas idades, tende a aprofundar o conceito versátil da natureza, da missão, do ministério, das associações, da origem e do destino dos Filhos Criadores, o primeiro nível de Deus, o Sétuplo.

55:3:13 6262 Um planeta do tamanho de Urântia, quando suficientemente bem estabelecido, teria cerca de cem centros subadministrativos. Esses centros subordinados seriam presididos por um dos seguintes grupos de administradores qualificados:

6263 1. Os Filhos e as Filhas Materiais, jovens, trazidos da sede central do sistema para atuar como assessores, no governo de Adão e Eva.

6264 2. A progênie do corpo de assistentes semimortal do Príncipe Planetário, que foi procriada em alguns mundos para essa e para outras responsabilidades similares.

6265 3. A progênie planetária direta de Adão e Eva.

6266 4. As criaturas intermediárias materializadas e humanizadas.

6267 5. Os mortais que chegaram ao status de fusionamento com o Ajustador, mas que, a seu próprio pedido, permanecem temporariamente isentos de translado, pela ordem do Ajustador Personalizado no comando universal, para poderem continuar no planeta em alguns postos administrativos importantes.

6268 6. Os mortais especialmente treinados, nas escolas planetárias de administração, que também receberam a ordem do supremo serviço do templo moroncial.

6269 7. Algumas comissões eletivas de três cidadãos, adequadamente qualificados, que algumas vezes são escolhidos pela comunidade, sob a direção do Soberano Planetário, de acordo com a sua capacitação especial de realizar alguma tarefa definida que seja de necessidade naquele setor planetário em particular.

55:3:14 62610 A grande dificuldade que Urântia encontra, para alcançar o alto destino planetário de luz e vida, provém dos problemas da doença, da degenerescência, da guerra, da existência das raças multicoloridas e do multilingüismo.

55:3:15 62611 Nenhum mundo evolucionário pode esperar progredir além do primeiro estágio do estabelecimento em luz, antes de alcançar a unidade de língua, antes de ter uma única religião e uma só filosofia. Ter uma única raça facilita grandemente um planeta, nessa realização. Todavia, a existência de muitos povos em Urântia, não a impede de alcançar os estágios mais elevados.

4. OS REAJUSTAMENTOS ADMINISTRATIVOS


55:4:1 62612 Nos sucessivos estágios da existência estabelecida, os mundos habitados fazem progressos maravilhosos sob a administração sábia e compassiva do Corpo voluntário de Finalidade, seres que ascenderam ao Paraíso e que voltaram para ministrar aos seus irmãos na carne. Esses finalitores cooperam ativamente com os Filhos Instrutores da Trindade, mas eles só iniciam a sua participação real nos assuntos do mundo quando o templo moroncial surge na Terra.

55:4:2 62613 Quando o ministério planetário do Corpo de Finalidade tem a sua instalação formal, a maioria das hostes celestiais retira-se. Mas os serafins guardiães do destino continuam com a sua ministração pessoal aos mortais que progridem na luz; na verdade esses anjos vêm em número cada vez maior, durante as idades estabelecidas, pois grupos crescentes de seres humanos alcançam o terceiro círculo cósmico, de realização mortal coordenada, durante o seu ciclo de vida no planeta.

55:4:3 6271 Esse é apenas o primeiro dos ajustes administrativos sucessivos que acompanham o desdobrar progressivo das idades de realizações cada vez mais brilhantes nos mundos habitados, à medida que eles vão passando do primeiro até o sétimo estágio da sua existência estabelecida.

55:4:4 6272 1. O primeiro estágio de luz e vida. Neste estágio de estabelecimento inicial, um mundo é administrado por três governantes:

6273 a. O Soberano Planetário, sendo aconselhado por um Filho Instrutor da Trindade; muito provavelmente o dirigente do último corpo desses Filhos a funcionar no planeta.

6274 b. O dirigente do corpo planetário de finalitores.

6275 c. Adão e Eva, que funcionam conjuntamente como unificadores para a liderança dual do Príncipe Soberano e do dirigente dos finalitores.

55:4:5 6276 Atuando como intérpretes para os guardiães seráficos e para os finalitores, estão as criaturas intermediárias, já elevadas e liberadas. Um dos últimos atos dos Filhos Instrutores da Trindade, na sua missão terminal, é o de liberar as criaturas intermediárias do reino e promovê-las (ou restabelecê-las) no status avançado do planeta, designando-as para postos de responsabilidade na nova administração da esfera estabelecida. E, então, já teriam sido efetuadas as modificações no campo de alcance da visão dos humanos, as mudanças necessárias para capacitar os mortais a reconhecer os primos, do regime Adâmico inicial, até então invisíveis. Isso se torna possível por meio das descobertas finais da ciência física, em um esforço conjunto com as funções ampliadas dos Mestres Controladores Físicos no planeta.

55:4:6 6277 O Soberano do Sistema tem autoridade para liberar as criaturas intermediárias, a qualquer tempo, depois do primeiro estágio do estabelecimento, de modo tal que elas possam humanizar-se em níveis moronciais, com a ajuda dos Portadores da Vida e dos controladores físicos; e, depois de receberem os Ajustadores do Pensamento, para que possam iniciar a sua ascensão ao Paraíso.

55:4:7 6278 No terceiro estágio e nos seguintes, algumas dentre as criaturas intermediárias ainda estão trabalhando, principalmente como personalidades de contato com os finalitores, mas, à medida que cada novo estágio de luz e vida é atingido, novas ordens de ministros de ligação substituem a maior parte das criaturas intermediárias; poucas delas permanecem depois do quarto estágio de luz. O sétimo estágio testemunhará a chegada dos primeiros ministros absonitos, vindos do Paraíso para servirem no lugar de certas criaturas do universo.

55:4:8 6279 2. O segundo estágio de luz e vida. Esta época, nos mundos, é assinalada pela chegada de um Portador da Vida, que se torna o consultor voluntário dos governantes planetários, no que diz respeito aos novos esforços para purificar e estabilizar a raça mortal. Desse modo os Portadores da Vida participam ativamente da próxima evolução da raça humana – fisica, social e economicamente. E, assim, eles estendem a sua supervisão para purificar ainda mais a linhagem dos mortais, com a eliminação drástica dos remanescentes retardatários e persistentes cuja natureza tenha potencialidades inferiores, seja intelectual, filosófica, cósmica ou espiritualmente. Aqueles que projetam e implantam a vida em um mundo habitado são plenamente competentes para aconselhar aos Filhos e Filhas Materiais, os quais têm autoridade plena e inquestionável para purgar a raça, em evolução, de todas as influências nocivas.

55:4:9 62710 Do segundo estágio em diante e em toda a carreira de um planeta estabelecido, os Filhos Instrutores servem como conselheiros dos finalitores. Durante essas missões, eles servem voluntariamente e não por designação; e servem, exclusivamente, junto ao corpo de finalitores; com o consentimento do Soberano do Sistema, todavia, podem servir de conselheiros ao Adão e à Eva Planetários.

55:4:10 6281 3. O terceiro estágio de luz e vida. Durante essa época, os mundos habitados conquistam um novo entendimento e apreciação dos Anciães dos Dias, a segunda fase de Deus, o Sétuplo; e, assim, os representantes desses governantes dos superuniversos iniciam novas relações com a administração planetária.

55:4:11 6282 Em cada uma das sucessivas idades da existência estabelecida, os finalitores atuam em funções cada vez mais ampliadas. Existe uma estreita conexão de trabalho entre os finalitores, os Estrelas Matutinas (os superanjos) e os Filhos Instrutores da Trindade.

55:4:12 6283 Durante essa idade, ou na seguinte, um Filho Instrutor, assistido por um quarteto de espíritos ministradores, torna-se agregado ao dirigente mortal executivo eleito, que agora se torna colaborador do Soberano Planetário, como administrador adjunto, para os assuntos daquele mundo. Esses dirigentes executivos mortais servem durante vinte e cinco anos do tempo planetário e é esse novo desenvolvimento que facilita ao Adão e à Eva Planetários liberarem-se, com segurança, nas próximas idades, do mundo onde permaneceram em um compromisso tão prolongado.

55:4:13 6284 O quarteto dos espíritos ministradores consiste no comandante seráfico da esfera, no conselheiro secoráfico no superuniverso, no arcanjo dos translados e no omniafim, que funciona como representante pessoal da Sentinela Designada, estacionada na sede central do sistema. Mas esses consultores não proferem nenhum aconselhamento, a menos que lhes seja pedido.

55:4:14 6285 4. O quarto estágio de luz e vida. Nestes mundos, os Filhos Instrutores da Trindade surgem assumindo novas funções. Assistidos pelos filhos trinitarizados por criaturas, há tanto tempo associados à sua ordem, eles vêm aos mundos, agora, como conselheiros e consultores voluntários do Soberano Planetário e dos seus colaboradores. Esses pares – de filhos trinitarizados do Paraíso-Havona e de filhos trinitarizados por seres ascendentes – representam pontos de vista universais diferentes e experiências pessoais diversas, que são altamente úteis aos governantes planetários.

55:4:15 6286 A qualquer hora, depois dessa idade, o Adão e a Eva Planetários podem solicitar, ao Filho Soberano Criador, que os libere dos deveres planetários para que possam iniciar a sua ascensão ao Paraíso; ou podem permanecer no planeta como diretores da nova ordem, que surge em uma sociedade crescentemente espiritual. Essa ordem nova é composta de mortais avançados, que se esforçam para compreender os ensinamentos filosóficos dos finalitores, expostos pelos Brilhantes Estrelas Vespertinos, agora designados para esses mundos com o fito de colaborar, aos pares, com os seconafins, vindos da sede central do superuniverso.

55:4:16 6287 Os finalitores estão empenhados, sobretudo, em iniciar as atividades novas e supramateriais da sociedade – atividades sociais, culturais, filosóficas, cósmicas e espirituais. Até onde podemos discernir, eles irão continuar essa ministração ainda durante a sétima época de estabilidade evolucionária, quando, possivelmente, poderão passar a ministrar no espaço exterior. E disso vem a nossa conjectura de que os seus lugares possam ser ocupados por seres absonitos do Paraíso.

55:4:17 6288 5. O quinto estágio de luz e vida. Os reajustes neste estágio de existência estabelecida envolvem quase que inteiramente os domínios físicos e são do interesse primário dos Mestres Controladores Físicos.

55:4:18 6289 6. O sexto estágio de luz e vida testemunha o desenvolvimento das novas funções dos circuitos da mente no reino. A sabedoria cósmica parece tornar-se constituinte do ministério universal da mente.

55:4:19 62810 7. O sétimo estágio de luz e vida. No alvorecer da sétima época, o Instrutor da Trindade, que aconselha o Soberano Planetário, passa a ser ajudado por um conselheiro voluntário enviado pelos Anciães dos Dias, e mais tarde a eles somar-se-á um terceiro conselheiro, enviado pelo Executivo Supremo do superuniverso.

55:4:20 6291 O Adão e a Eva, durante essa época, se não antes, sempre são liberados dos seus deveres planetários. Se houver um Filho Material no corpo de finalitores, ele pode associar-se ao dirigente executivo mortal, e algumas vezes é um Melquisedeque que se faz voluntário para atuar nessa função. Se houver uma criatura intermediária, entre os finalitores, todos os remanescentes dessa ordem no planeta são liberados imediatamente.

55:4:21 6292 Ao obterem a liberação dos seus compromissos, que duraram idades, um Adão e uma Eva Planetários podem escolher as seguintes carreiras:

55:4:22 6293 1. Podem assegurar a sua liberação planetária e partir, da sede central do universo imediatamente na sua carreira ao Paraíso, recebendo Ajustadores do Pensamento quando terminarem a sua experiência moroncial.

55:4:23 6294 2. Muito freqüentemente, os Adãos e Evas Planetários, enquanto ainda estão servindo em um mundo estabelecido em luz, recebem os seus Ajustadores, ao mesmo tempo em que estes são recebidos por alguns dos seus filhos importados, de linhagem pura, que se apresentaram como voluntários para um período. Posteriormente, todos eles podem ir à sede central do universo, para começar lá a sua carreira até o Paraíso.

55:4:24 6295 3. Um Adão e Eva Planetários – como o fazem os Filhos e as Filhas Materiais, da capital do sistema – podem preferir ir diretamente para o mundo midsonita, durante uma breve permanência, para receber ali os seus Ajustadores.

55:4:25 6296 4. Eles podem decidir retornar à sede central do sistema e ocupar, ali, por um período, assentos na corte suprema e. então, após esse serviço, receber Ajustadores e começarem a ascensão ao Paraíso.

55:4:26 6297 5. Eles podem escolher deixar os seus deveres administrativos e ir de volta até o seu mundo nativo, para servirem de instrutores por um período e tornarem-se resididos pelos Ajustadores, na época da sua transferência à sede central do universo.

55:4:27 6298 Em todas essas épocas, os Filhos e Filhas Materiais ajudantes, importados, exercem uma tremenda influência sobre as ordens social e econômica em progresso. Eles são potencialmente imortais, pelo menos até aquela época em que escolhem humanizar-se, receber os Ajustadores e partir para o Paraíso.

55:4:28 6299 Nos mundos evolucionários, um ser deve humanizar-se para receber um Ajustador do Pensamento. Todos os membros ascendentes, do Corpo Mortal de Finalitores, são resididos por Ajustadores e fusionaram-se com eles, exceto os serafins; estes eram já resididos por um outro tipo de espírito do Pai, na época em que foram admitidos naquele corpo.

5. O ÁPICE DO DESENVOLVIMENTO MATERIAL


55:5:1 62910 As criaturas mortais que vivem em um mundo abalado pelo pecado e dominado pelo mal e que ainda é egoísta e isolado, tal como Urântia, dificilmente podem conceber a perfeição física, o alcance intelectual e o desenvolvimento espiritual que caracterizam essas épocas avançadas de evolução em uma esfera sem o pecado.

55:5:2 62911 Os estágios avançados de um mundo estabelecido em luz e vida representam o ápice do desenvolvimento evolucionário material. Nesses mundos cultivados, a preguiça e os atritos das idades iniciais primitivas já são algo do passado. A pobreza e a desigualdade social praticamente se extinguiram, a degenerescência já desapareceu e a delinqüência raramente é encontrada. A insanidade deixou praticamente de existir, e a debilidade mental é uma raridade.

55:5:3 62912 O status econômico, social e administrativo desses mundos é de uma ordem elevada e perfeccionada. A ciência, a arte e a indústria florescem, e a sociedade é um mecanismo que funciona suavemente e dentro de uma perspectiva de alta realização material, intelectual e cultural. A indústria já foi amplamente direcionada para servir às metas mais elevadas de uma civilização tão magnífica. A vida econômica, em um mundo como este, tornou-se ética.

55:5:4 6301 A guerra transformou-se em uma questão para a reminiscência da história e não há mais exércitos armados, nem forças policiais. E, gradativamente, o governo vai desaparecendo. O autocontrole lentamente torna obsoletas as leis da ordem humana. A extensão do governo civil e das regulamentações compulsórias, em um estado intermediário de avanço da civilização, é inversamente proporcional à moralidade e à espiritualidade da cidadania.

55:5:5 6302 As escolas foram amplamente aperfeiçoadas e estão devotadas à educação da mente e à expansão da alma. Os centros de arte são refinados e as organizações musicais são esplêndidas. Os templos de adoração, com as suas escolas anexas, para a filosofia e a religião experiencial, são criações de beleza e de grandeza. As arenas, ao ar livre, para as reuniões de adoração, são igualmente sublimes pela simplicidade do seu compromisso artístico.

55:5:6 6303 Os dispositivos para os desportos competitivos, para o humor e para outras atividades da realização pessoal e grupal são amplos e apropriados. Um aspecto especial das atividades competitivas, em um mundo tão altamente culto, está ligado aos esforços dos indivíduos, e dos grupos, para superarem-se nas ciências e filosofias da cosmologia. A literatura e a oratória florescem, e a língua está aperfeiçoada a ponto de ser simbólica nos conceitos, tanto quanto expressiva nas idéias. A vida é simples, de modo repousante; o homem, afinal, coordenou um estado elevado de desenvolvimento mecânico com uma realização intelectual inspiradora e envolveu a ambos, dominando-os, em uma realização espiritual sutil. A busca da felicidade é uma experiência de júbilo e de satisfação.

6. O MORTAL INDIVIDUAL


55:6:1 6304 À medida que os mundos avançam no seu status de estabelecimento em luz e vida, a sociedade torna-se mais pacífica. O indivíduo, mais independente e devotado à sua família, tornou-se mais altruísta e fraternal.

55:6:2 6305 Em Urântia, e do modo como sois, nada podeis antever e avaliar do status avançado e da natureza progressiva das raças esclarecidas desses mundos perfeccionados. Esses povos são o florescimento das raças evolucionárias. Mas esses seres são mortais ainda, e continuam a respirar, a comer, a dormir e a beber. Essa grande evolução não é o céu, mas é um prognóstico sublime para os mundos divinos da ascensão ao Paraíso.

55:6:3 6306 Num mundo normal, a boa forma biológica da raça mortal há muito tem sido conduzida a um alto nível durante as épocas pós-Adâmicas; e agora, de idade em idade, durante as eras estabelecidas, a evolução física do homem continua. Tanto a visão quanto a audição estão mais abrangentes. Nessa altura, a população tem um número estacionário. A reprodução é regulada de acordo com os quesitos planetários e com as dotações hereditárias inatas: os mortais, em um planeta durante essa idade, são divididos em cinco ou dez grupos e, aos grupos inferiores, é autorizado ter apenas a metade do número de filhos permitido aos mais elevados. Os aperfeiçoamentos continuados de uma raça tão magnífica, durante a era de luz e vida, são quase totalmente uma questão de reprodução seletiva daquelas linhagens raciais que apresentam qualidades superiores de natureza social, filosófica, cósmica e espiritual.

55:6:4 6307 Os Ajustadores continuam a vir, como nas eras evolucionárias anteriores. e à medida que as épocas passam, esses mortais ficam cada vez mais aptos para comungar com o fragmento residente do Pai. Durante os estágios embrionários e pré-espirituais de desenvolvimento, os espíritos ajudantes da mente ainda estão funcionando. O Espírito Santo e o ministério dos anjos tornam-se ainda mais efetivos, à proporção que as épocas sucessivas de estabelecimento em luz e vida são experimentadas. No quarto estágio, de luz e vida, os mortais avançados parecem experimentar um significativo contato consciente com a presença espiritual do Espírito Mestre da jurisdição do superuniverso, enquanto a filosofia desse mundo é concentrada nos esforços de compreender as novas revelações de Deus, o Supremo. Mais da metade dos habitantes humanos, nos planetas com esse status avançado, experiencia o translado de entre os vivos, diretamente, para o estado moroncial. E, por isso, “as coisas velhas estão passando; e, observai, todas as coisas estão ficando novas”.

55:6:5 6311 Concebemos que a evolução física terá alcançado o seu desenvolvimento pleno por volta do final da quinta época da era de luz e vida. Observamos que os limites superiores do desenvolvimento espiritual, ligados que estão à evolução da mente humana, são determinados pelo nível de fusionamento com o Ajustador, na conquista de valores moronciais conjugados aos significados cósmicos. Mas, no que diz respeito à sabedoria, ainda que não saibamos realmente, nós conjecturamos que não poderá haver, nunca, um limite à evolução intelectual e à aquisição de sabedoria. Num mundo, no sétimo estágio, a sabedoria pode exaurir seus potenciais materiais, chegar ao discernimento da mota e, finalmente, provar mesmo o gosto da grandeza do absonito.

55:6:6 6312 Observamos que, nesses mundos já altamente evoluídos, há muito tempo, no sétimo estágio, os seres humanos aprendem completamente a língua do universo local, antes de serem transladados. E eu visitei alguns planetas, bastante antigos, onde os abandonteiros estavam ensinando, aos mortais mais velhos, a língua do superuniverso. E, nesses mundos, eu tenho observado a técnica por meio da qual as personalidades absonitas revelam a presença dos finalitores nos templos moronciais.

55:6:7 6313 Essa é a história da meta magnífica dos esforços mortais nos mundos evolucionários; e tudo isso acontece antes mesmo de que os seres humanos iniciem as suas carreiras moronciais. Todo esse desenvolvimento esplêndido é alcançável pelos mortais materiais, nos mundos habitados, no primeiro estágio da carreira, infindável e incompreensível, de ascensão ao Paraíso e de busca da divindade.

55:6:8 6314 Todavia, será que podeis, talvez, imaginar a espécie de mortais evolucionários está agora surgindo nos mundos que há muito tempo existem na sétima época do estabelecimento em luz e vida? Eles são como os que vão, da capital do universo local, para os mundos moronciais, a fim de começarem as suas carreiras de ascensão.

55:6:9 6315 Se os mortais dessa desequilibrada Urântia pudessem apenas visualizar um desses mundos mais avançados, há muito estabelecidos em luz e vida, nunca mais iriam eles questionar a sabedoria do esquema evolucionário da criação. Não houvesse nenhum futuro de progresso eterno para a criatura, ainda assim as realizações evolucionárias magníficas das raças mortais, nesses mundos estabelecidos de realizações perfeccionadas, justificariam amplamente a criação do homem nos mundos do tempo e do espaço.

55:6:10 6316 Nós ponderamos freqüentemente: se o grande universo estivesse estabelecido em luz e vida, ainda assim, os encantadores mortais ascendentes estariam sendo destinados ao Corpo da Finalidade? Mas não sabemos.

7. O PRIMEIRO ESTÁGIO OU ESTÁGIO DO PLANETA


55:7:1 6317 Essa época abrange desde o surgimento do templo moroncial, nas novas sedes planetárias, até o tempo do estabelecimento de todo o sistema, em luz e vida. Essa idade é inaugurada pelos Filhos Instrutores da Trindade no encerramento das suas missões sucessivas no mundo, quando o Príncipe Planetário é elevado ao status de Soberano Planetário, pelo mandato e pela presença pessoal do Filho de auto-outorga, do Paraíso, daquela esfera. Os finalitores, concomitantemente, inauguram as suas participações ativas nos assuntos planetários.

55:7:2 6321 Para fins de aparências exteriores e visíveis, os governantes de fato, ou os diretores, desse mundo estabelecido em luz e vida, são os Filhos e as Filhas Materiais, o Adão e Eva Planetários. Os finalitores são invisíveis, como também o é o Príncipe Soberano, exceto quando está no templo moroncial. Os chefes verdadeiros e literais, do regime planetário, são portanto o Filho e a Filha Materiais. Foi o conhecimento dessas disposições que deu prestígio à idéia de haver reis e rainhas nos domínios do universo. E os reis e as rainhas têm um grande êxito sob essas circunstâncias ideais, quando um mundo pode dispor dessas altas personalidades para atuar em nome de governantes ainda mais elevados mas invisíveis.

55:7:3 6322 Quando essa era for atingida pelo vosso mundo, não há dúvida de que Maquiventa Melquisedeque, agora Príncipe Planetário, vice-regente de Urântia, irá ocupar o assento do Soberano Planetário; e tem sido conjecturado, há muito, em Jerusém, que ele estará acompanhado por um filho e uma filha do Adão e Eva, de Urântia, que agora estão sendo mantidos em Edêntia como pupilos dos Altíssimos de Norlatiadeque. Esses filhos de Adão poderiam servir, desse modo, em Urântia, em associação com o Soberano Melquisedeque, pois eles foram privados dos seus poderes de procriação há quase 37 000 anos, na época em que abandonaram os seus corpos materiais em Urântia, na preparação para o trânsito até Edêntia.

55:7:4 6323 Essa idade estabelecida continua indefinidamente, até que todos os planetas habitados do sistema atinjam a era de estabilização; e, então, quando o mundo mais jovem – o último a alcançar luz e vida – tiver experienciado tal estabilização, por um milênio, no tempo do sistema, todo o sistema entrará no status de estabilizado, e os mundos individuais serão conduzidos à época de luz e vida do sistema.

8. O SEGUNDO ESTÁGIO OU ESTÁGIO DO SISTEMA


55:8:1 6324 Quando um sistema inteiro torna-se estabelecido em vida, uma nova ordem de governo é inaugurada. Os Soberanos Planetários tornam-se membros do conclave do sistema, e esse novo corpo administrativo, sujeito apenas ao veto dos Pais da Constelação, passa a ser supremo em autoridade. Tal sistema de mundos habitados torna-se virtualmente autogovernado. A assembléia legislativa do sistema passa a ser constituída no mundo-sede central e cada planeta envia os seus dez representantes para lá. Os tribunais estão agora estabelecidos nas capitais dos sistemas, e somente as apelações são levadas à sede central do universo.

55:8:2 6325 Com o estabelecimento do sistema, a Sentinela Designada, representante do Executivo Supremo do superuniverso, torna-se o consultor voluntário da corte suprema do sistema, sendo o funcionário que, de fato, preside à nova assembléia legislativa.

55:8:3 6326 Após o estabelecimento de um sistema inteiro em luz e vida, os Soberanos dos Sistemas não mais irão e virão. O soberano permanece perpetuamente à frente do seu sistema. Os soberanos assistentes continuam sendo mudados, como nas idades anteriores.

55:8:4 6327 Durante essa época de estabilização, pela primeira vez, os midsonitas vêm, dos mundos-sedes centrais do universo da sua permanência, para atuar como conselheiros nas assembléias legislativas e como consultores dos tribunais judiciários. Esses midsonitas também fazem certos esforços para inculcar os significados novos e de valor supremo da mota, na forma do ensino que eles auspiciam juntamente com os finalitores. O que os Filhos Materiais fizeram, biologicamente, pelas raças mortais, as criaturas midsonitas fazem, agora, por esses humanos unificados e glorificados, nos domínios, sempre em avanço, da filosofia e do pensamento espiritualizado.

55:8:5 6331 Nos mundos habitados, os Filhos Instrutores tornam-se os colaboradores voluntários dos finalitores e esses mesmos Filhos Instrutores acompanham também os finalitores aos mundos das mansões, quando essas esferas não mais devem ser utilizadas como mundos diferenciais de acolhimento, depois que um sistema inteiro é estabelecido em luz e vida; e isso é verdade, pelo menos na época em que toda a constelação, assim, estiver evoluída. Mas não há grupos tão avançados em Nebadon.

55:8:6 6332 Não nos é permitido revelar a natureza do trabalho dos finalitores que supervisionarão esses reconsagrados mundos das mansões. Vós tendes sido informados, todavia, de que há nos universos vários tipos de criaturas inteligentes que não foram descritas nestas narrativas.

55:8:7 6333 E, agora, à medida que, um a um, os sistemas tornam-se estabelecidos em luz, em virtude do progresso dos mundos que os compõem, chega o momento em que o último sistema, em uma determinada constelação, atinge a estabilização, e os administradores do universo – o Filho Mestre, o União dos Dias e o Brilhante Estrela Matutino – acercam-se da capital da constelação para proclamar os Altíssimos como os governantes irrestritos da recém-perfeccionada família de uma centena de sistemas estabelecidos de mundos habitados.

9. O TERCEIRO ESTÁGIO OU ESTÁGIO DA CONSTELAÇÃO


55:9:1 6334 A unificação de uma constelação inteira de sistemas estabelecidos é acompanhada por novas distribuições da autoridade executiva e de reajustes adicionais na administração do universo. Essa época testemunha o alcance atingido, até estados avançados, em cada mundo habitado, mas é caracterizada, em particular, pelos reajustes feitos na sede da constelação, com modificações acentuadas nos relacionamentos, tanto com a supervisão do sistema, quanto com o governo do universo local. Durante essa idade, muitas das atividades nas constelações e no universo são transferidas para as capitais dos sistemas, e os representantes do superuniverso assumem relações novas e mais estreitas com os governantes do planeta, do sistema e do universo. Concomitantemente com essas novas associações, alguns dos administradores do superuniverso estabelecem-se nas capitais das constelações, como consultores voluntários dos Pais Altíssimos.

55:9:2 6335 Quando uma constelação é, desse modo, estabelecida em luz, as funções legislativas acabam, e a casa dos Soberanos dos Sistemas, presidida pelos Altíssimos, funciona no seu lugar. Agora, pela primeira vez, esses grupos administrativos lidam diretamente com o governo do superuniverso, nas questões pertinentes às relações com Havona e com o Paraíso. Fora disso, a constelação permanece relacionada ao universo local, tal como antes. De estágio em estágio, na vida estabelecida, os univitátias continuam a administrar os mundos moronciais da constelação.

55:9:3 6336 À medida que passam as idades, os Pais da Constelação assumem, cada vez mais, as funções administrativas detalhadas, ou de supervisão, que anteriormente eram centradas nas sedes do universo. Ao alcançar o sexto estágio de estabilização, essas constelações unificadas terão alcançado uma posição de autonomia quase completa. A entrada no sétimo estágio de estabelecimento, sem dúvida, testemunhará a elevação de seus governantes à verdadeira dignidade que os seus nomes lhes conferem: a de Altíssimos. Para todos os fins e propósitos, as constelações lidarão, então, diretamente com os governantes do superuniverso, enquanto o governo do universo local expandir-se-á para abranger as responsabilidades das obrigações do novo grande universo.

10. O QUARTO ESTÁGIO OU ESTÁGIO DO UNIVERSO LOCAL


55:10:1 6341 Quando um universo torna-se estabelecido em luz e vida, ele insere-se, logo, nos circuitos estabelecidos do superuniverso; e os Anciães dos Dias proclamam o estabelecimento do conselho supremo de autoridade ilimitada. Esse novo corpo de governo consiste nos cem Fiéis dos Dias, presididos pelo União dos Dias. E o primeiro ato desse conselho supremo é reconhecer a soberania continuada do Filho Mestre Criador.

55:10:2 6342 A administração do universo, no que concerne a Gabriel e ao Pai Melquisedeque, permanece sem alterações. Esse conselho de autoridade ilimitada está, sobretudo, empenhado nas questões novas e nas novas condições que advêm do status avançado de luz e vida.

55:10:3 6343 O Inspetor Associado mobiliza agora todas as Sentinelas Designadas para que constituam o corpo de estabilização do universo local e pede ao Pai Melquisedeque para compartilhar, com ele, da supervisão do universo. E, agora, pela primeira vez, um corpo de Espíritos Inspirados da Trindade é designado para o serviço dos Uniões dos Dias.

55:10:4 6344 O estabelecimento de um universo local inteiro, em luz e vida, inaugura reajustes profundos em todo o esquema de administração, desde os mundos habitados individuais até a sede central do universo. Novas relações estendem-se até as constelações e os sistemas. O Espírito Materno do universo local experiencia novas relações de ligação com o Espírito Mestre do superuniverso. E Gabriel estabelece um contato direto com os Anciães dos Dias, que se tornará efetivo sempre que o Filho Mestre estiver ausente do mundo-sede central.

55:10:5 6345 Durante essa idade, e nas subseqüentes, os Filhos Magisteriais continuam a funcionar como juízes dispensacionais, enquanto uma centena desses Filhos Avonais do Paraíso constitui o novo alto conselho do Brilhante Estrela Matutino, na capital do universo. Mais tarde, e conforme solicitado pelos soberanos dos Sistemas, um desses Filhos Magisteriais tornar-se-á o consultor supremo, permanente, no mundo-sede central de cada sistema local, até que seja atingido o sétimo estágio desse estabelecimento.

55:10:6 6346 Durante essa época, os Filhos Instrutores da Trindade são consultores voluntários, não apenas para os Soberanos Planetários, mas, em grupos de três, eles servem, de modo semelhante, aos Pais da Constelação. E, finalmente, esses Filhos encontram o seu lugar no universo local; pois nessa época são eles remanejados, da jurisdição da criação local, e são designados para servir ao conselho supremo de autoridade ilimitada.

55:10:7 6347 O corpo dos finalitores agora, pela primeira vez, toma conhecimento da jurisdição de uma autoridade extra-Paraíso, o conselho supremo. Até então os finalitores não haviam reconhecido nenhuma supervisão, deste lado de cá, do Paraíso.

55:10:8 6348 Os Filhos Criadores desses universos estabelecidos passam grande parte do seu tempo no Paraíso e nos mundos interligados, bem como em aconselhamentos com os inúmeros grupos de finalitores que servem em toda a criação local. Nesse sentido é que Michael, como homem, encontrará uma fraternidade mais plena na sua associação com os mortais finalitores glorificados.

55:10:9 6349 A especulação a respeito da função desses Filhos Criadores, no que diz respeito aos universos exteriores, agora em processo preliminar de construção, é totalmente inútil. Mas todos nós colocamos em pauta essas questões, de tempos em tempos. Ao atingir esse quarto estágio de desenvolvimento, o Filho Criador torna-se administrativamente livre; a Ministra Divina, progressivamente, combina a sua ministração à do Espírito Mestre, do superuniverso, e à do Espírito Infinito. Parece que está em evolução um relacionamento novo e sublime entre o Filho Criador, o Espírito Criativo Materno, os Estrelas Vespertinos, os Filhos Instrutores e o corpo, sempre em crescimento, dos finalitores.

55:10:10 6351 Se Michael tivesse de abandonar Nebadon, Gabriel tornar-se-ia, sem a menor dúvida, o administrador dirigente, tendo o Pai Melquisedeque como o seu aliado. Ao mesmo tempo, um novo status seria conferido a todas as ordens de cidadãos permanentes, tais como os Filhos Materiais, os univitátias, os midsonitas, os susátias e os mortais de fusionamento com o Espírito. Mas, enquanto a evolução continuar, os serafins e os arcanjos serão requisitados para a administração do universo.

55:10:11 6352 Todavia, dois aspectos das nossas especulações nos deixam satisfeitos: se os Filhos Criadores estão destinados aos universos exteriores, as Ministras Divinas indubitavelmente irão acompanhá-los. E estamos igualmente certos de que os Melquisedeques permanecerão nos universos da sua origem. Sustentamos que os Melquisedeques estão destinados a exercer papéis de responsabilidades, e cada vez maiores, no governo e na administração do universo local.

11. O ESTÁGIO DO SETOR MENOR E DO SETOR MAIOR


55:11:1 6353 Os setores menores e maiores do superuniverso, diretamente, não figuram no plano do estabelecimento em luz e vida. Essa progressão evolutiva acontece, primariamente, no universo local, como uma unidade; e diz respeito apenas aos componentes de um universo local. Um superuniverso torna-se estabelecido em luz e vida quando todos os seus universos locais componentes estiverem, assim, perfeccionados. Mas nenhum dos sete superuniversos atingiu, ainda, um nível de progresso que, ao menos, se aproxime disso.

55:11:2 6354 A idade do setor menor. Até onde as observações podem penetrar, o quinto estágio, ou o estágio de estabilização do setor menor, tem a ver exclusivamente com o status físico e com o estabelecimento coordenado da centena de universos locais, associados aos circuitos estabelecidos do superuniverso. Ninguém, aparentemente, exceto os centros de potência e os seus colaboradores, está empenhado nesses realinhamentos da criação material.

55:11:3 6355 A idade do setor maior. A respeito do sexto estágio, ou de estabilização do setor maior, o que podemos fazer são conjecturas, apenas, pois nenhum de nós testemunhou, ainda, um acontecimento como esse. Todavia, podemos postular o bastante a respeito dos reajustes administrativos, e de outros, que iriam provavelmente acompanhar esse status avançado dos mundos habitados e dos seus agrupamentos no universo.

55:11:4 6356 Como o status do setor menor tem a ver com o equilíbrio físico coordenado, inferimos que a unificação do setor maior esteja ligada a alguns níveis intelectuais, novos, de alcance de realização, possivelmente alguns alcances avançados, na realização suprema da sabedoria cósmica.

55:11:5 6357 Chegamos a conclusões a respeito dos reajustes que provavelmente acompanhariam a realização de níveis até então não atingidos, de progresso evolucionário, ao observar os resultados dessas concretizações evolutivas nos mundos individuais e nas experiências dos mortais individuais que vivem nessas esferas mais antigas e altamente desenvolvidas.

55:11:6 6358 Que seja deixado claro que os mecanismos administrativos e as técnicas governamentais de um universo, ou de um superuniverso, não podem, de modo algum, limitar ou retardar o desenvolvimento evolucionário ou o progresso espiritual de um planeta individual habitado ou de qualquer indivíduo mortal em uma determinada esfera.

55:11:7 6359 Em alguns dos universos mais antigos encontramos mundos estabelecidos no quinto e no sexto estágios de luz e vida – e até mesmo mais avançados, na sétima época – cujos sistemas locais ainda não estão estabelecidos em luz. Os planetas mais recentes podem retardar a unificação do sistema, mas isso não traz o mínimo obstáculo ao progresso de um mundo mais antigo e avançado. Nem as limitações ambientais, mesmo em um mundo isolado, podem dificultar o logro pessoal que o indivíduo mortal possa alcançar. Jesus de Nazaré, como homem entre os homens, pessoalmente alcançou o status de luz e vida mais de dezenove séculos atrás, em Urântia.

55:11:8 6361 É observando os acontecimrentos nos mundos há muito estabelecidos, que chegamos a conclusões suficientemente confiáveis quanto ao que irá ocorrer quando todo um superuniverso estabelecer-se em luz, ainda que não possamos postular, com segurança, o advento da estabilização dos sete superuniversos.

12. O SÉTIMO ESTÁGIO OU ESTÁGIO DO SUPERUNIVERSO


55:12:1 6362 Não podemos, de um modo seguro, prognosticar o que ocorreria quando um superuniverso se tornasse estabelecido em luz, pois um tal evento nunca se tornou um fato. Dos ensinamentos dos Melquisedeques, os quais nunca foram contestados, inferimos que mudanças radicais aconteceriam em toda a organização e na administração de cada unidade das criações do tempo e do espaço, abrangendo, desde os mundos habitados, até as sedes centrais dos superuniversos.

55:12:2 6363 Acredita-se, geralmente, que um grande número de filhos trinitarizados por criaturas, ainda não compromissados com designações além desta, estejam para ser reunidos nas sedes centrais e nas capitais divisionais dos superuniversos estabelecidos. Isso pode acontecer em antecipação à chegada, em alguma época, de seres do espaço exterior no seu trajeto até Havona e o Paraíso; mas realmente não sabemos.

55:12:3 6364 Quando, e se, um superuniverso se estabelecer em luz e vida, acreditamos que os Supervisores Inqualificáveis, atualmente consultores do Supremo, formariam um alto corpo administrativo, nos mundos-sedes centrais do superuniverso. Essas são as personalidades que estão capacitadas para contatar diretamente os administradores absonitos, que, daí para frente, tornar-se-iam ativos no superuniverso estabelecido. Embora esses Supervisores Inqualificáveis tenham há muito funcionado como conselheiros e consultores, nas unidades avançadas da criação que evolui, eles não assumirão responsabilidades administrativas até que a autoridade do Ser Supremo se faça soberana.

55:12:4 6365 Os Supervisores Inqualificáveis do Supremo, que funcionam mais abrangentemente durante essa época, não são finitos, nem absonitos, nem últimos ou infinitos; eles são a supremacia e representam apenas Deus, o Supremo. Eles são a personalização da supremacia no espaço-tempo e, portanto, não funcionam em Havona. Eles funcionam apenas como unificadores supremos. Eles podem estar envolvidos, talvez, com a técnica da refletividade do universo, mas não estamos seguros a esse respeito.

55:12:5 6366 Nenhum de nós tem uma idéia satisfatória sobre o que irá acontecer quando o grande universo (os sete superuniversos, enquanto dependentes de Havona) tornar-se inteiramente estabelecido em luz e vida. Esse, sem dúvida, será o acontecimento mais profundo nos anais da eternidade, desde o surgimento do universo central. Há aqueles que sustentam que o Ser Supremo, ele próprio, emergirá do mistério de Havona, que envolve a sua pessoa espiritual, e que ele irá tornar-se um residente da sede central do sétimo superuniverso, como o soberano Todo-Poderoso e experiencial das criações perfeccionadas, do tempo e do espaço. Mas, na verdade, não sabemos.

55:12:6 6367 [Apresentado por um Mensageiro Poderoso, temporariamente designado para o Conselho dos Arcanjos, em Urântia.]

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