Inteligência pode ser definida como a capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver problemas, abstrair ideias, compreender ideias e linguagens e aprender. Embora pessoas leigas geralmente percebam o conceito de inteligência sob um âmbito maior, na Psicologia, o estudo da inteligência geralmente entende que este conceito não compreende a criatividade, o caráter ou a sabedoria. Conforme a definição que se tome, pode ser considerado um dos aspectos da personalidade.
Índice [esconder]
1 Etimologia
2 Definições
3 Inteligência psicométrica
3.1 Inteligência, QI e g
4 Teoria das múltiplas inteligências
5 Controvérsia
6 Ver também
7 Referências
[editar] Etimologia
Latim intellectus[1], de intelligere = inteligir, entender, compreender. Composto de íntus = dentro e lègere = recolher, escolher, ler (cfr. intendere[2]).
Faculdade que a alma tem de formar ideias gerais, após tê-las criticado e distintiguido por meio do juízo; mais concretamente, "modo de entender". Figurativamente: espírito, conceito, significado de algo, particularmente de um vocábulo ou de um escrito.
Latim intelligentia[3], de inteligens = inteligente. Intelecção: intus legere actionem = ler dentro da ação, compreender dentro[4].
Faculdade exclusivamente psíquica e, portanto, espiritual, para compreender em evidência a ordem causal da ação ou do fato. Faculdade que conhece e identifica as formas essenciais e causais de qualquer coisa ou evento.[4]
Faculdade e atitude a entender prontamente. O ato de compreensão e distinção: cognição, explicação. O "entender-se" entre mais pessoas e, portanto, acordo, união.[3]
[editar] Definições
Existem dois "consensos" de definição de inteligência. O primeiro, de Intelligence: Knowns and Unknowns, um relatório de uma equipe congregada pela Associação Americana de Psicologia, em 1995:
"Os indivíduos diferem na habilidade de entender ideias complexas, de se adaptarem com eficácia ao ambiente, de aprenderem com a experiência, de se engajarem nas várias formas de raciocínio, de superarem obstáculos mediante o pensamento. Embora tais diferenças individuais possam ser substanciais, nunca são completamente consistentes: o desempenho intelectual de uma dada pessoa vai variar em ocasiões distintas, em domínios distintos, a se julgar por critérios distintos. Os conceitos de 'inteligência' são tentativas de aclarar e organizar esse conjunto complexo de fenômenos."
Uma segunda definição de inteligência vem de Mainstream Science on Intelligence, que foi assinada por cinquenta e dois pesquisadores em inteligência, em 1994:
"uma capacidade mental bastante geral que, entre outras coisas, envolve a habilidade de raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de forma abstrata, compreender ideias complexas, aprender rápido e aprender com a experiência. Não é uma mera aprendizagem literária, uma habilidade estritamente acadêmica ou um talento para sair-se bem em provas. Ao contrário disso, o conceito refere-se a uma capacidade mais ampla e mais profunda de compreensão do mundo à sua volta - 'pegar no ar', 'pegar' o sentido das coisas ou 'perceber' uma coisa."
Herrnstein e Murray: "...habilidade cognitiva".
Sternberg e Salter: "...comportamento adaptativo orientado a metas".
Saulo Vallory: "...habilidade de intencionalmente reorganizar informações para inferir novos conhecimentos".
Ferenc Puskás: característica de Alyne Yukis.
[editar] Inteligência psicométrica
Testes de QI (em inglês, IQ) dão resultados que aproximadamente se distribuem em torno de uma curva normal, caracterizando a distribuição dos níveis de inteligência em uma populaçãoA despeito das várias definições para a inteligência, a abordagem mais importante para o entendimento desse conceito (ou melhor, a que mais gerou estudos sistemáticos) é baseada em testes psicométricos.
O fator genérico medido por cada teste de inteligência é conhecido como g (ver teoria g). É importante deixar claro que o fator g, criado por Charles Spearman, é determinado pela comparação múltipla dos itens que constituem um teste ou pela comparação das pontuações em diferentes testes; portanto, trata-se de uma grandeza definida relativamente a outros testes ou em relação aos itens que constituem um mesmo teste.
Isso significa que, se um teste for comparado a um determinado conjunto de outros testes, pode-se mostrar mais (ou menos) saturado em g do que se fosse comparado a um conjunto diferente de outros testes. Um exemplo: um teste como G36, que é um teste de matrizes, se comparado a testes como Raven, Cattell, G38 e similares, ficará mais saturado em g do que se for comparado a testes como WAIS, Binet, DAT, SAT, GRE, ACT, que incluem mais conteúdo verbal e aritmético.
Com relação ao g interno do teste, um caso como o Raven Standard Progressive Matrices, em que os itens apresentam pouca variabilidade de conteúdo, tende a apresentar um fator g mais alto do que um teste como o WAIS-III, que é constituído por catorze subtestes com conteúdos bastante distintos. Portanto, o fator g não tem um sentido absoluto.
[editar] Inteligência, QI e g
Inteligência, QI e g são conceitos distintos. A inteligência é o termo usado no discurso comum para se referir à habilidade cognitiva. Porém, é uma definição geralmente vista como muito imprecisa para ser útil em um tratamento científico do assunto.
O quociente de inteligência QI é um índice calculado a partir da pontuação obtida em testes nos quais especialistas incluem as habilidades que julgam compreender as habilidades conhecidas pelo termo inteligência. É uma quantidade multidimensional - um amálgama de diferentes tipos de habilidades, sendo que a proporção de cada uma delas muda de acordo com o teste aplicado. A dimensionalidade das pontuações de QI pode ser estudada pela análise fatorial, que revela um fator dominante único no qual se baseiam as pontuações em todos os possíveis testes de QI. Esse fator, que é uma construção hipotética, é chamado g ou, algumas vezes, chamado de habilidade cognitiva geral ou inteligência geral.
Existem algumas teorias sobre a origem da inteligência, citadas num estudo recente do pesquisador Alirio Freire, que foi um pouco além das teorias convencionais, propondo que a origem da inteligência estaria vinculada ao início do bipedalismo. Dados parciais de seu trabalho encontram-se disponíveis para consulta on-line sobre Alirio Freire ou "origem da inteligência".
[editar] Teoria das múltiplas inteligências
Ver artigo principal: Inteligências múltiplas
Nas propostas de alguns investigadores, a inteligência não é uma só, mas consiste num conjunto de capacidades relativamente independentes. O psicólogo Howard Gardner desenvolveu a teoria das inteligências múltiplas, identificando sete diferentes tipos inteligência: lógico-matemática, linguística, espacial, musical, cinemática, intrapessoal e interpessoal. Mais recentemente, Gardner expandiu seu conceito acrescentando à lista a inteligência naturalista e a inteligência existencial.
Daniel Goleman e outros investigadores desenvolveram o conceito de inteligência emocional e afirmam que esta inteligência é pelo menos tão importante quanto a perspectiva mais tradicional de inteligência. A inteligência emocional proposta por Goleman pode ser visualizada nas inteligências intrapessoal e interpessoal, propostas por Gardner.
Os proponentes das teorias de múltiplas inteligências afirmam que a teoria g é no máximo uma medida de capacidades académicas. Os outros tipos de inteligência podem ser tão importantes como a g fora do ambiente de escola. Conforme foi dito acima, qualquer que seja o nível de abrangência de um teste ou de vários testes, haverá um fator principal g, que explica grande parte da variância total observada na totalidade de itens ou na totalidade de testes.
Se forem elaborados7 a 9 testes para aferir as 7 a 9 inteligências, ficará patente que desse conjunto também emerge um fator geral que representa, talvez, mais de 50% da variância total. Se fossem considerados os 120 tipos de inteligência propostos por Guilford, também haveria um fator comum g que poderia explicar grande parte (talvez 50% ou mais) da variância total de todas essas habilidades (ou inteligências).
Outro detalhe a ser considerado é que, se g é o fator principal, por definição significa que é neste fator que mais estão saturados os itens ou os testes considerados, logo os demais fatores h, i, j ... respondem por uma quantidade menor da variância total, ou seja, os demais fatores não podem ser, individualmente, tão importantes quanto g, mas podem, em conjunto, ser mais importantes (explicar maior parte da variância total) do que g.
Também é importante destacar que isso tudo é quantificável mediante o uso de um método estatístico multivariado chamado análise fatorial.
[editar] Controvérsia
Alguns temas controversos no estudo da inteligência são:
a relevância da inteligência psicométrica com o senso comum de inteligência;
a importância da inteligência no dia-a-dia e o diagnóstico da deficiência mental;
o impacto dos genes e do ambiente na inteligência humana.
Quociente de inteligência
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Nota: Se procura pelo programa de televisão chamado QI, consulte QI (programa de televisão); para outros significados, consulte Qi (desambiguação).
Quociente de inteligência (abreviado para QI, de uso geral) é uma medida obtida por meio de testes desenvolvidos para avaliar as capacidades cognitivas (inteligência) de um sujeito, em comparação ao seu grupo etário. A medida do QI é normalizada para que o seu valor médio seja de 100 e que tenha um determinado desvio-padrão, como 15.
Índice [esconder]
1 História
2 As pontuações
3 Saúde e Q.I.
4 Ver também
5 Referências
6 Ligações externas
[editar] História
Os testes de inteligência surgiram na China, no século V, e começaram a ser usados cientificamente na França, no século XX.
Em 1905, Alfred Binet e o seu colega Theodore Simon criaram a Escala de Binet-Simon, usada para identificar estudantes que pudessem precisar de ajuda extra na sua aprendizagem escolar. Os autores da escala assumiram que os baixos resultados nos testes indicavam uma necessidade para uma maior intervenção dos professores no ensino destes alunos e não necessariamente que estes tivessem inabilidade de aprendizagem (ver comentários sobre isso em "Observações"). Esta opinião ainda é defendida por alguns autores modernos que não são da área psicométrica. No seu artigo New Methods for the Diagnosis of the Intellectual Level of Subnormals Binet relata:
This scale properly speaking does not permit the measure of the intelligence, because intellectual qualities are not superposable, and therefore cannot be measured as linear surfaces are measured, but are on the contrary, a classification, a hierarchy among diverse intelligences; and for the necessities of practice this classification is equivalent to a measure.[1]
Em 1912, Wilhelm Stern propôs o termo “QI” (quociente de inteligência) para representar o nível mental, e introduziu os termos "idade mental" e "idade cronológica". Stern propôs que o QI fosse determinado pela divisão da idade mental pela idade cronológica. Assim uma criança com idade cronológica de 10 anos e nível mental de 8 anos teria QI 0,8, porque 8 / 10 = 0,8.
Em 1916, Lewis Madison Terman propôs multiplicar o QI por 100, a fim de eliminar a parte decimal: QI = 100 x IM / IC, em que IM = idade mental e IC = idade cronológica. Com esta fórmula, a criança do exemplo acima teria QI 80.
A classificação proposta por Lewis Terman era a seguinte:
QI acima de 140: Genialidade
121 - 140: Inteligência muito acima da média
110 - 120: Inteligência acima da média
90 - 109: Inteligência normal (ou média)
80 - 89: Embotamento
70 - 79: Limítrofe
50 - 69: Raciocínio Lerdo
Sendo assim, a fórmula exata do QI era:
Em 1939, David Wechsler criou a primeiro teste de QI desenvolvido explicitamente para adultos, tendo abandonado o sistema da divisão da "idade mental" pela cronológica (metódo que não faria grande sentido para adultos). Em vez disso, os testes passaram a ser calibrados de forma a que o resultado médio fosse 100, com um desvio-padrão de 15.
Em 2005, o teste de QI mais usado no mundo foi o Raven Standard Progressive Matrices. O teste individual mais usado é o WAIS-III. O teste de Q.I. individual mais administrado em pessoas de 6 a 16 anos é o WISC-III (Escala de Inteligência Wechler para Crianças), originalmente desenvolvido em 1949, revisado em 1974 (WISC-R), 1991 (WISC-III) e 2003 (WISC-IV). Tanto o WAIS quanto o WISC foram criados por David Wechsler. A última versão do WAIS consiste em 14 subtestes destinados a avaliar diferentes faculdades cognitivas. O WISC é constituído por 13 subtestes. Os subtestes são subjetivamente estratificados em dois grupos: escala verbal e escala de execução (também chamada escala performática), contudo os estudos objetivos, baseados em Análise Fatorial, não oferecem respaldo à classificação subjetiva em vigor.
A classificação, originalmente proposta por Davis Wechsler era a seguinte:
QI acima de 127: Superdotação
121 - 127: Inteligência superior
111 - 120: Inteligência acima da média
91 - 110: Inteligência média
81 - 90: Embotamento ligeiro
66 - 80: Limítrofe
51 - 65: Debilidade ligeira
36 - 50: Debilidade moderada
20 - 35: Debilidade severa
QI abaixo de 20: Debilidade profunda
Outro teste de Q.I. comumente utilizado em crianças é a Escala de Bailey de desenvolvimento infantil.
[editar] As pontuações
As pontuações no teste de QI distribuem-se aproximadamente como uma distribuição normal, também conhecida como Gaussiana e popularmente conhecida como curva do sino. A Gaussiana é a mais simples e mais conhecida, embora não seja a mais apropriada para representação destas distribuições. Na maioria das vezes, é mais adequado usar uma Weibull ou uma Gumbel, que se mostram mais aderentes aos dados empíricos [carece de fontes?].
[editar] Saúde e Q.I.
Acredita-se que pessoas com um Q.I. elevado têm menores índices de morbilidade e mortalidade, quando adultas. Também apresentam menos risco de sofrerem de desordens relacionadas ao estresse pós-traumático, depressão acentuada e esquizofrenia. Por outro lado, aumenta o risco de padecimento de transtorno obsessivo-compulsivo [2]. Existe uma grande possibilidade dessa correlação existir pelo fato de que pessoas com um Q.I. mais alto tem em média indicadores socioeconômicos maiores, possibilitando um acesso melhor à saúde e informação.
Inteligência artificial
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A Inteligência Artificial (IA) é uma área de pesquisa da ciência da computação dedicada a buscar métodos ou dispositivos computacionais que possuam ou simulem a capacidade racional de resolver problemas, pensar ou, de forma ampla, ser inteligente.
O desenvolvimento da área começou logo após a Segunda Guerra Mundial, com o artigo "Computing Machinery and Intelligence" do matemático inglês Alan Turing[1], e o próprio nome foi cunhado em 1956.[2][3] Seus principais idealizadores foram os cientistas Herbert Simon, Allen Newell, John McCarthy, Warren McCulloch, Walter Pitts e Marvin Minsky, entre outros.
A construção de máquinas inteligentes interessam à humanidade há muito tempo, havendo na história um registro significante de autômatos mecânicos (reais) e personagens míticos, como Frankenstein, que demonstram um sentimento ambíguo do homem, composto de fascínio e de medo, em relação à Inteligência Artificial.[4]
Apenas recentemente, com o surgimento do computador moderno, é que a inteligência artificial ganhou meios e massa crítica para se estabelecer como ciência integral, com problemáticas e metodologias próprias. Desde então, seu desenvolvimento tem extrapolado os clássicos programas de xadrez ou de conversão e envolvido áreas como visão computacional, análise e síntese da voz, lógica difusa, redes neurais artificiais e muitas outras.
Inicialmente a IA visava reproduzir o pensamento humano. A Inteligência Artificial abraçou a idéia de reproduzir faculdades humanas como criatividade, auto-aperfeiçoamento e uso da linguagem. Porém, o conceito de inteligência artificial é bastante difícil de se definir. Por essa razão, Inteligência Artificial foi (e continua sendo) uma noção que dispõe de múltiplas interpretações, não raro conflitantes ou circulares.
Índice [esconder]
1 Visão geral
2 IA forte e IA fraca
2.1 Inteligência artificial forte
2.2 Inteligência artificial fraca
2.3 Críticas filosóficas e a argumentação de uma IA forte
3 História
3.1 Investigação na IA experimental
4 Abordagens
5 Aplicações Práticas de Técnicas de IA
6 Conseqüências hipotéticas da IA
7 Máquinas que demonstram algum nível de "inteligência"
8 Pesquisadores de IA
9 Ver também
9.1 Sub-ramos da pesquisa de IA
9.2 Filosofia
9.2.1 Lógica
9.3 Ciência
9.4 Aplicações
9.5 Não categorizados
10 Referências
11 Bibliografia
11.1 Não ficção
11.2 Ficção
12 Ligações externas
12.1 Organizações relacionadas a IA
12.2 Outros
13 Grupos de pesquisa
[editar] Visão geral
A questão sobre o que é "inteligência artificial", mesmo como definida anteriormente, pode ser separada em duas partes: "qual a natureza do artificial" e "o que é inteligência". A primeira questão é de resolução relativamente fácil, apontando no entanto para a questão de o que poderá o homem construir.
A segunda questão seria consideravelmente mais difícil, levantando a questão da consciência, identidade e mente (incluindo a mente inconsciente) juntamente com a questão de que componentes estão envolvidos no único tipo de inteligência que universalmente se aceita como estando ao alcance do nosso estudo: a inteligência do ser humano. O estudo de animais e de sistemas artificiais que não são modelos triviais, começam a ser considerados como matéria de estudo na área da inteligência.
[editar] IA forte e IA fraca
Entre os teóricos que estudam o que é possível fazer com a IA existe uma discussão onde se consideram duas propostas básicas: uma conhecida como "forte" e outra conhecida como "fraca". Basicamente, a hipótese da IA forte considera ser possível criar uma máquina consciente.
Uma popular e inicial definição de inteligência artificial, introduzida por John McCarty na famosa conferência de Dartmouth em 1955 é "fazer a máquina comportar-se de tal forma que seja chamada inteligente caso fosse este o comportamento de um ser humano." No entanto, esta definição parece ignorar a possibilidade de existir a IA forte (ver abaixo).
Outra definição de Inteligência Artificial é a inteligência que surge de um "dispositivo artificial". A maior parte das definições podem ser categorizadas em sistemas que: "pensam como um humano; agem como um humano; pensam racionalmente ou agem racionalmente".
[editar] Inteligência artificial forte
A investigação em Inteligência Artificial Forte aborda a criação da forma de inteligência baseada em computador que consiga raciocinar e resolver problemas; uma forma de IA forte é classificada como auto-consciente
A IA forte é tema bastante controverso, pois envolve temas como consciência e fortes problemas éticos ligados ao que fazer com uma entidade que seja cognitivamente indiferenciável de seres humanos.
A ficção científica tratou de muitos problemas desse tipo. Isaac Asimov, por exemplo, escreveu O Homem Bicentenário, onde um robô consciente e inteligente luta para possuir um status semelhante ao de um humano na sociedade. E Steven Spielberg escreveu "A.I. Inteligência Artificial" onde um garoto-robô procura conquistar o amor de sua "mãe", procurando uma maneira de se tornar real. Por outro lado, o mesmo Asimov reduz os robôs a servos dos seres humanos ao propor as três leis da robótica.[4]
[editar] Inteligência artificial fraca
Trata-se da noção de como lidar com problemas não determinísticos.
Uma contribuição prática de Alan Turing foi o que se chamou depois de Teste de Turing (TT), de 1950: em lugar de responder à pergunta "podem-se ter computadores inteligentes?" ele formulou seu teste, que se tornou praticamente o ponto de partida da pesquisa em "Inteligência Artificial".[1]
O teste consiste em se fazer perguntas a uma pessoa e um computador escondidos. Um computador e seus programas passam no TT se, pelas respostas, for impossível a alguém distinguir qual interlocutor é a máquina e qual é a pessoa.
No seu artigo original ele fez a previsão de que até 2000 os computadores passariam seu teste. Pois bem, há um concurso anual de programas para o TT, e o resultado dos sistemas ganhadores é tão fraco (o último tem o nome "Ella") que com poucas perguntas logo percebe-se as limitações das respostas da máquina. É interessante notar que tanto a Máquina de Turing quanto o Teste de Turing talvez derivem da visão que Turing tinha de que o ser humano é uma máquina.
Há quem diga que essa visão está absolutamente errada, do ponto de vista lingüístico, já que associamos à "máquina" um artefato inventado e eventualmente construído. Dizem eles: "Nenhum ser humano foi inventado ou construído". Afirma-se ainda que a comparação, feita por Turing, entre o homem e a máquina é sinônimo de sua "ingenuidade social", pois as máquinas são infinitamente mais simples do que o homem, apesar de, paradoxalmente, se afirmar que a vida é complexa. No entanto, esta linha de raciocínio é questionável, afinal de contas, os computadores modernos podem ser considerados "complexos" quando comparados ao COLOSSUS (computador cujo o desenvolvimento foi liderado por Turing, em 1943), ou a qualquer máquina do início do século XX.
A inteligência artificial fraca centra a sua investigação na criação de inteligência artificial que não é capaz de verdadeiramente raciocinar e resolver problemas. Uma tal máquina com esta característica de inteligência agiria como se fosse inteligente, mas não tem autoconsciência ou noção de si. O teste clássico para aferição da inteligência em máquinas é o Teste de Turing.
Há diversos campos dentro da IA fraca, e um deles é o Processamento de linguagem natural, que trata de estudar e tentar reproduzir os processos de desenvolvimento que resultaram no funcionamento normal da língua. Muitos destes campos utilizam softwares específicos e linguagens de programação criadas para suas finalidades. Um exemplo bastante conhecido é o programa A.L.I.C.E. (Artificial Linguistic Internet Computer Entity, ou Entidade Computadorizada de Linguagem Artificial para Internet), um software que simula uma conversa humana. Programado em Java e desenvolvido com regras heurísticas para os caracteres de conversação, seu desenvolvimento resultou na AIML (Artificial Intelligence Markup Language), uma linguagem específica para tais programas e seus vários clones, chamados de Alicebots.
Muito do trabalho neste campo tem sido feito com simulações em computador de inteligência baseado num conjunto predefinido de regras. Poucos têm sido os progressos na IA forte. Mas dependendo da definição de IA utilizada, pode-se dizer que avanços consideráveis na IA fraca já foram alcançados.
[editar] Críticas filosóficas e a argumentação de uma IA forte
Muitos filósofos, sobretudo John Searle e Hubert Dreyfus, inseriram no debate questões de ordem filosófica e epistemológica, questionando qualquer possibilidade efetiva da IA forte. Seriam falsos, assim, os próprios pressupostos da construção de uma inteligência ou consciência semelhante à humana em uma máquina.
Searle é bastante conhecido por seu contra-argumento sobre o Quarto Chinês (ou Sala Chinesa), que inverte a questão colocada por Minsky a respeito do Teste de Turing. Seu argumento diz que ainda que uma máquina possa parecer falar chinês por meio de recursos de exame comparativo com mostras e tabelas de referência, binárias, isso não implica que tal máquina fale e entenda efetivamente a língua. Ou seja, demonstrar que uma máquina possa passar no Teste de Turing não necessariamente implica um ser consciente, tal como entendido em seu sentido humano. Dreyfus, em seu livro O que os computadores ainda não conseguem fazer: Uma crítica ao raciocínio artificial, argumenta que a consciência não pode ser adquirida por sistemas baseados em regras ou lógica; tampouco por sistemas que não façam parte de um corpo físico. No entanto, este último autor deixa aberta a possibilidade de um sistema robótico baseado em Redes Neuronais, ou em mecanismos semelhantes, alcançar a inteligência artificial.
Mas já não seria a referida IA forte, mas sim um correlato bem mais próximo do que se entende por IA fraca. Os revezes que a acepção primeira de Inteligência Artificial vem levando nos últimos tempos contribuíram para a imediata relativização de todo seu legado. O papel de Marvin Minsky, figura proeminente do MIT e autor de Sociedade da Mente, fora central para a acepção de uma IA linear que imitaria com perfeição a mente humana, mas seu principal feito foi construir o primeiro computador baseado em redes neurais, conhecido como Snark, tendo simplesmente fracassado pois nunca executou qualquer função interessante, apenas consumiu recursos de outras pesquisas mais promissoras. O primeiro neuro computador a obter sucesso (Mark I Perceptron) surgiu em 1957 e 1958, criado por Frank Rosenblatt, Charles Wightman e outros.Atualmente, no entanto, as vertentes que trabalham com os pressupostos da emergência e com elementos da IA fraca parecem ter ganhado proeminência do campo.
As críticas sobre a impossibilidade de criar uma inteligência em um composto artificial podem ser encontradas em Jean-François Lyotard (O Pós-humano) e Lucien Sfez (Crítica da Comunicação); uma contextualização didática do debate encontra-se em Sherry Turkle (O segundo Eu: os computadores e o espírito humano). Pode-se resumir o argumento central no fato de que a própria concepção de inteligência é humana e, nesse sentido, animal e biológica. A possibilidade de transportá-la para uma base plástica, artificial, encontra um limite claro e preciso: se uma inteligência puder ser gerada a partir destes elementos, deverá ser necessariamente diferente da humana, na medida em que o seu resultado provém da emergência de elementos totalmente diferentes dos encontrados nos humanos. A inteligência, tal como a entendemos, é essencialmente o fruto do cruzamento da uma base biológica com um complexo simbólico e cultural, impossível de ser reproduzido artificialmente.
Outros filósofos sustentam visões diferentes. Ainda que não vejam problemas com a IA fraca, entendem que há elementos suficientes para se crer na IA forte também. Daniel Dennett argumenta em Consciência Explicada que se não há uma centelha mágica ou alma nos seres humanos, então o Homem é apenas uma outra máquina. Dennett questiona por que razão o Homem-máquina deve ter uma posição privilegiada sobre todas as outras possíveis máquinas quando provido de inteligência.
Alguns autores sustentam que se a IA fraca é possível, então também o é a forte. O argumento da IA fraca, de uma inteligência imitada mas não real, desvelaria assim uma suposta validação da IA forte. Isso se daria porque, tal como entende Simon Blackburn em seu livro Think, dentre outros, não existe a possibilidade de verificar se uma inteligência é verdadeira ou não. Estes autores argumentam que toda inteligência apenas parece inteligência, sem necessariamente o ser. Parte-se do princípio que é impossível separar o que é inteligência de fato do que é apenas simulação: apenas acredita-se ser.
Estes autores rebatem os argumentos contra a IA forte dizendo que seus críticos reduzem-se a arrogantes que não podem entender a origem da vida sem uma centelha mágica, um Deus ou uma posição superior qualquer. Eles entenderiam, em última instância, máquina como algo essencialmente incapaz e sequer conseguem supô-la como capaz de inteligência. Nos termos de Minsky, a crítica contra a IA forte erra ao supor que toda inteligência derive de um sujeito - tal como indicado por Searle - e assim desconsidera a possibilidade de uma maquinaria complexa que pudesse pensar. Mas Minsky desconsidera o simples fato de que os maiores avanços na área foram conseguidos com "maquinaria complexa", também chamada por pesquisadores mais importantes de Inteligência Artificial Conexista. Se a crítica de Minsky fosse válida a maquina criada por Rosenblatt e Bernard Widrow não estaria em uso ainda hoje, e o Mark I Perceptron não seria o fundador da neuro-computação. Alguns pesquisadores importantes afirmam que um dos motivos das críticas de Minsky foi o fato de ter falhado com Snark. A partir daí começou a criticar essa área por não compreende-la completamente, prejudicando desde então pesquisas importantes sobre o assunto.
O debate sobre a IA reflete, em última instância, a própria dificuldade da ciência contemporânea em lidar efetivamente com a ausência de um primado superior. Os argumentos pró-IA forte são esclarecedores dessa questão, pois são os próprios cientistas, que durante décadas tentaram e falharam ao criar uma IA forte, que ainda procuram a existência de uma ordem superior. Ainda que a IA forte busque uma ordem dentro da própria conjugação dos elementos internos, trata-se ainda da suposição de que existe na inteligência humana uma qualidade superior que deve ser buscada, emulada e recriada. Reflete, assim, a difícil digestão do legado radical da Teoria da Evolução, onde não existe positividade alguma em ser humano e ser inteligente; trata-se apenas de um complexo de relações que propiciaram um estado particular, produto de um cruzamento temporal entre o extrato biológico e uma complexidade simbólica.
[editar] História
Os primeiros anos da IA foram repletos de sucessos – mas de uma forma limitada. Considerando-se os primeiros computadores, as ferramentas de programação da época e o fato de que apenas alguns anos antes os computadores eram vistos como objetos capazes de efetuar operações aritméticas e nada mais, causava surpresa o fato de um computador realizar qualquer atividade remotamente inteligente.
O sucesso inicial prosseguiu com o General Problem Solver (Solucionador de problemas gerais) ou GPS, desenvolvido por Newell e Simon. Esse programa foi projetado para imitar protocolos humanos de resolução de problemas. Dentro da classe limitada de quebra-cabeças com a qual podia lidar, verificou-se que a ordem em que os seres humanos abordavam os mesmos problemas. Desse modo, o GPS talvez tenha sido o primeiro programa a incorporar a abordagem de “pensar de forma humana”.
Desde o início os fundamentos da inteligência artificial tiveram o suporte de várias disciplinas que contribuíram com idéias, pontos de vista e técnicas para a IA. Os filósofos (desde 400 a.C.) tornaram a IA concebível, considerando as idéias de que a mente é, em alguns aspectos, semelhante a uma máquina, de que ela opera sobre o conhecimento codificado em alguma linguagem interna e que o pensamento pode ser usado para escolher as ações que deverão ser executadas. Por sua vez, os matemáticos forneceram as ferramentas para manipular declarações de certeza lógica, bem como declarações incertas e probabilísticas. Eles também definiram a base para a compreensão da computação e do raciocínio sobre algoritmos.
Os economistas formalizaram o problema de tomar decisões que maximizam o resultado esperado para o tomador de decisões. Os psicólogos adotaram a idéia de que os seres humanos e os animais podem ser considerados máquinas de processamento de informações. Os lingüistas mostraram que o uso da linguagem se ajusta a esse modelo. Os engenheiros de computação fornecem os artefatos que tornam possíveis as aplicações de IA. Os programas de IA tendem a serem extensos e não poderiam funcionar sem os grandes avanços em velocidade e memória que a indústria de informática tem proporcionado.
Atualmente, a IA abrange uma enorme variedade de subcampos. Dentre esses subcampos está o estudo de modelos conexionistas ou redes neurais. Uma rede neural pode ser vista como um modelo matemático simplificado do funcionamento do cérebro humano. Este consiste de um número muito grande de unidades elementares de processamento, ou neurônios, que recebem e enviam estímulos elétricos uns aos outros, formando uma rede altamente interconectada.
No processamento, são compostos os estímulos recebidos conforme a intensidade de cada ligação, produzindo um único estímulo de saída. È o arranjo das interconexões entre os neurônios e as respectivas intensidades que define as principais propriedades e o funcionamento de uma RN. O estudo das redes neurais ou o conexionismo se relaciona com a capacidade dos computadores aprenderem e reconhecerem padrões. Podemos destacar também o estudo da biologia molecular na tentativa de construir vida artificial e a área da robótica, ligada à biologia e procurando construir máquinas que alojem vida artificial. Outro subcampo de estudo é a ligação da IA com a Psicologia, na tentativa de representar na máquina os mecanismos de raciocínio e de procura.
Nos últimos anos, houve uma revolução no trabalho em inteligência artificial, tanto no conteúdo quanto na metodologia. Agora, é mais comum usar as teorias existentes como bases, em vez de propor teorias inteiramente novas, fundamentar as informações em teoremas rigorosos ou na evidência experimental rígida, em vez de utilizar como base a intuição e destacar a relevância de aplicações reais em vez de exemplos de brinquedos.
A utilização da IA permite obter não somente ganhos significativos de performance, mas também possibilita o desenvolvimento de aplicações inovadoras, capazes de expandir de forma extraordinária nossos sentidos e habilidades intelectuais. Cada vez mais presente, a inteligência artificial simula o pensamento humano e se alastra por nosso cotidiano.
Humanoide[editar] Investigação na IA experimental
A inteligência artificial começou como um campo experimental nos anos 50 com pioneiros como Allen Newell e Herbert Simon, que fundaram o primeiro laboratório de inteligência artificial na Universidade Carnegie Mellon, e McCarty que juntamente com Marvin Minsky, que fundaram o MIT AI Lab em 1959. Foram eles alguns dos participantes na famosa conferência de verão de 1956 em Darthmouth College.
Historicamente, existem dois grandes estilos de investigação em IA: IA "neats" e IA "scruffies". A IA "neats", limpa, clássica ou simbólica. Envolve a manipulação de símbolos e de conceitos abstractos, e é a metodologia utilizada na maior parte dos sistemas periciais.
Paralelamente a esta abordagem existe a abordagem IA "scruffies", ou "coneccionista", da qual as redes neuronais são o melhor exemplo. Esta abordagem cria sistemas que tentam gerar inteligência pela aprendizagem e adaptação em vez da criação de sistemas desenhados com o objectivo especifico de resolver um problema. Ambas as abordagems apareceram num estágio inicial da história de IA. Nos anos 60s e 70s os coneccionistas foram retirados do primeiro plano da investigação em IA, mas o interesse por esta vertente da IA foi retomada nos anos 80s, quando as limitações da IA "limpa" começaram a ser percebidas.
Pesquisas sobre inteligência artificial foram intensamente custeadas na década de 1980 pela Agência de Projetos de Pesquisas Avançadas sobre Defesa (“Defense Advanced Research Projects Agency”), nos Estados Unidos, e pelo Projeto da Quinta Geração (“Fifth Generation Project”), no Japão. O trabalho subsidiado fracassou no sentido de produzir resultados imediatos, a despeito das promessas grandiosas de alguns praticantes de IA, o que levou proporcionalmente a grandes cortes de verbas de agências governamentais no final dos anos 80, e em conseqüência a um arrefecimento da atividade no setor, fase conhecida como O inverno da IA. No decorrer da década seguinte, muitos pesquisadores de IA mudaram para áreas relacionadas com metas mais modestas, tais como aprendizado de máquinas, robótica e visão computacional, muito embora pesquisas sobre IA pura continuaram em níveis reduzidos.
[editar] Abordagens
Não há uma teoria ou paradigma unificado estabelecido que guie a pesquisa em IA. Os pesquisadores discordam em muitas questões. Algumas das questões mais duradouras que permaneceram sem respostas são essas: a inteligência artificial poderia simular a inteligência natural, através do estudo da psicologia ou neurologia? Ou a biologia humana é tão irrelevante à pesquisa de IA quando a biologia de um pássaro é para a engenharia de aeronáutica? O comportamento inteligente pode ser descrito usando simples princípios elegantes (tais como lógica ou otimização)? Ou faz-se necessário resolver um grande número de problemas completamente não-relacionados? A inteligência pode ser reproduzida utilizando-se símbolos de alto nível, semelhante à palavras e idéias? Ou faz-se necessário o processamento "sub-simbólico"?
[editar] Aplicações Práticas de Técnicas de IA
Enquanto que o progresso direcionado ao objetivo final de uma inteligência similar à humana tem sido lento, muitas derivações surgiram no processo. Exemplos notáveis incluem as linguagens LISP e Prolog, as quais foram desenvolvidas para pesquisa em IA, mas agora possuem funções não-IA. A cultura Hacker surgiu primeiramente em laboratórios de IA, em particular no MIT AI Lab, lar várias vezes de celebridades tais como McCarthy, Minsky, Seymour Papert (que desenvolveu a linguagem Logo), Terry Winograd (que abandonou IA depois de desenvolver SHRDLU).
Muitos outros sistemas úteis têm sido construídos usando tecnologias que ao menos uma vez eram áreas ativas em pesquisa de IA. Alguns exemplos incluem:
Planejamento automatizado e escalonamento: a uma centena de milhões de quilômetros da Terra, o programa Remote Agent da NASA se tornou o primeiro programa de planejamento automatizado (autônomo) de bordo a controlar o escalonamento de operações de uma nave espacial. O Remote Agent gerou planos de metas de alto nível especificadas a partir do solo e monitorou a operação da nave espacial à medida que os planos eram executados – efetuando a detecção, o diagnóstico e a recuperação de problemas conforme eles ocorriam.
Jogos: O Deep Blue da IBM se tornou o primeiro programa de computador a derrotar o campeão mundial em uma partida de xadrez, ao vencer Garry Kasparov por um placar de 3,5 a 2,5 em uma partida de exibição. Kasparov disse que sentiu “uma nova espécie de inteligência” do outro lado do tabuleiro. O valor das ações da IBM teve um aumento de 18 bilhões de dólares. Ainda hoje há indícios que o jogo foi armado, pois a IBM negou-se a entregar os logs sobre o jogo, especialistas afirmam que na verdade o jogo foi uma farsa, pois não era a maquina que estava jogando e sim uma equipe de especialistas em xadrez.
Controle autônomo: O sistema de visão de computador ALVINN foi treinado para dirigir um automóvel, mantendo-o na pista. Ele foi colocado na minivan controlada por computador NAVLAB da CMU e foi utilizado para percorrer os Estados Unidos – ao longo de quase 4.600 km o ALVINN manteve o controle da direção do veículo durante 98% do tempo. Um ser humano assumiu o comando nos outros 2%, principalmente na saída de declives. A NAVLAB tem câmeras e vídeo que transmitem imagens da estrada para ALVINN, que então calcula a melhor forma de guiar, baseado na experiência obtida em sessões de treinamento anteriores.
Diagnóstico: Programas de diagnóstico medico baseados na analise probabilística foram capazes de executar tarefas no nível de um medico especialista em diversas áreas da medicina. Heckerman (1991) descreve um caso em que um importante especialista em patologia de gânglios linfáticos ridiculariza o diagnóstico de um programa em um caso especialmente difícil. Os criadores do programa sugeriram que ele pedisse ao computador uma explicação do diagnóstico. A máquina destacou os principais fatores que influenciaram sua decisão e explicou a interação sutil de vários sintomas nesse caso. Mais tarde, o especialista concordou com o programa.
Planejamento logístico: Durante a crise do Golfo Pérsico em 1991, as forças armadas dos Estados Unidos distribuíram uma ferramenta denominada Dynamic Analysis and Replanning Tool, ou DART, a fim de realizar o planejamento logístico automatizado e a programação de execução do transporte. Isso envolveu até 50 000 veículos, transporte de carga aérea e de pessoal ao mesmo tempo, e teve de levar em conta os pontos de partida, destinos, rotas e resolução de conflitos entre todos os parâmetros. As técnicas de planejamento da IA permitiram a geração em algumas horas de um plano que exigiria semanas com outros métodos. A Defense Advanced Research Project Agency (DARPA) declarou que essa única aplicação compensou com folga os 30 anos de investimentos da DARPA em IA.
Robótica: Muitos cirurgiões agora utilizam robôs assistentes em microcirurgias. O HipNav é um sistema que emprega técnicas de visão computacional para criar um modelo tridimensional da anatomia interna de um paciente, e depois utiliza controle robótico para orientar a inserção de uma prótese de substituição do quadril.
Reconhecimento de linguagem e resolução de problemas: O PROVERB é um programa computador que resolve quebra-cabeças de palavras cruzadas melhor que a maioria dos seres humanos, utilizando restrições sobre possíveis preenchimentos de palavras, um grande banco de dados de quebra-cabeças anteriores e uma variedade fonte de informações que incluem dicionários e bancos de dados on-line, como uma lista de filmes e dos atores que participam deles. Por exemplo, ele descobre que a pista “Nice Story” pode ser resolvido por “ETAGE”, porque seu banco de dados inclui o par pista/solução ”Story in France/ETAGE” e porque reconhece que os padrões “Nice X” e “X in France” com freqüência tem mesma solução. O programa não sabe que Nice é uma cidade da França, mas consegue resolver o quebra-cabeça.
Chinook foi declarado o campeão Homem-Máquina em Damas em 1994.
Deep Blue, um computador jogador de xadrez, derrotou Garry Kasparov em uma famosa disputa em 1997.
Lógica incerta, uma técnica para raciocinar dentro de incertezas, tem sido amplamento usada em sistemas de controles industriais.
Sistemas especialistas vêm sendo usados a uma certa escala industrial.
Sistemas tradutores, tais como SYSTRAN, têm sido largamente usados (no entanto, os resultados não são ainda comparáveis com tradutores humanos).
Redes Neurais vêm sendo usadas em uma larga variedade de tarefas, de sistemas de detecção de intrusos a jogos de computadores.
Sistemas de reconhecimento óptico de caracteres (OCR) podem traduzir letra escrita de forma arbitrária em texto.
Reconhecimento de escrita a mão é usada em milhões de Assistentes Pessoais Digitais.
Reconhecimento de voz está disponível comercialmente e é amplamente usado.
Sistemas de álgebra computacional, tais como Mathematica e Macsyma, são bons exemplos de aplicações de IA na solução de problemas algébricos.
Sistemas com Visão computacional são usados em muitas aplicações industriais.
Aplicações utilizando Vida Artificial são utilizados na indústria de entretenimento e no desenvolvimento da Computação Gráfica.
Sistemas baseados na idéia de agentes artificiais, denominados Sistemas Multiagentes, têm se tornado comuns para a resolução de problemas complexos.
Chatterbots (robôs de software para conversação), personagens virtuais que conversam em linguagem natural como se fossem humanos de verdade, são cada vez mais comuns na internet.
A visão da Inteligência Artificial substituindo julgamento humano profissional tem surgido muitas vezes na história do campo, em Ficção Científica e, hoje em dia, em algumas áreas especializadas onde "Sistemas Especialistas" são usados para melhorar ou para substituir julgamento profissional em engenharia e medicina, por exemplo.
[editar] Conseqüências hipotéticas da IA
Nenhum observador dos desenvolvimentos da IA antecipam o desenvolvimento de sistema que excederão largamente a inteligência e a complexidade de qualquer coisa atualmente conhecida. Um nome dado a estes sistemas hipotéticos é a de artilectos. Com a introdução de sistemas de inteligência artificial não determinísticos, muitas questões éticas serão levantadas. Muitas destas questões nunca foram abordadas na história da humanidade.
Com o passar do tempo, os debates tenderam a focalizar cada vez menos em “possibilidade” e mais em “desejabilidade”, segundo enfatizado nos debates cosmistas (inglês “Cosmist”, defensor de idéias sobre o cosmo) versus terráqueos (inglês “Terran”), iniciados entre Hugo de Garis e Kevin Warwick. Um cosmista, de acordo com de Garis, na verdade procura construir mais sucessores inteligentes à espécie humana. O surgimento desse debate sugere que questões de desejabilidade podem também ter influenciado alguns dos primeiros pensadores contra a idéia.
Algumas questões que ocasionam perguntas éticas interessantes são:
Determinação da sensitividade de um sistema que criamos;
Teste de Turing;
Cognição;
Por que afinal sentimos a necessidade de categorizar esses sistemas?
Pode a IA ser definida em um sentido graduado?
Liberdades e direitos para esses sistemas;
Pode IAs ser “mais inteligentes” que os humanos, da mesma forma que somos “mais inteligentes” que outros animais?
Desenhos de sistemas que são muito mais inteligentes que qualquer humano;
Decisão do nível de salvaguardas a ser desenhadas nesses sistemas;
Visão do nível de capacidade de aprendizado que um sistema necessita para replicar o pensamento humano, ou até que ponto satisfatoriamente ele pode realizar tarefas sem essa replicação. (e.g., sistema de perícia);
A Singularidade;
Conscientização subjetiva de emoções em relação a carreiras e empregos. Os problemas podem assemelhar-se a problemas detectados no âmbito do livre comércio.
[editar] Máquinas que demonstram algum nível de "inteligência"
Existem muitos exemplos de programas que demonstram algum nível de inteligência. Eis alguns exemplos:
The Start Project - Um sistema baseado em internet que responde a perguntas em inglês.
Cyc - Uma base de conhecimento com coleção vasta dos fatos sobre o mundo real e a habilidade lógica do raciocínio.
A.L.I.C.E. - Um chatterbot.
Alan - Outro chatterbot.
ELIZA - Um programa que simula um psicoterapeuta, desenvolvido na década de 1960.
PAM (Plan Applier Mechanism) - Um entendedor de histórias desenvolvido em 1978 por John Wilenksy.
SAM (Script applier mechanism) - Um entendedor de histórias desenvolvido em 1975..
SHRDLU - HRDLU era um programa de computador adiantado da compreensão de língua natural, desenvolvido em 1968-1970
Creatures - um jogo de computador com produção que envolvia criatura codificada de um código genético superior utilizando um sofisticado biochemistry e cérebros de rede neural.
BBC news story A ultima criação do criador de Creatures . Steve Grand's Lucy.
EURISKO - uma linguagem para resolver problema que concistam em heuristics, incluindo a descrição do heuristics explicando como usa-lo e modifica-lo. Desenvolvido em 1978 por Douglas Lenat.
AM - Precursor do EURISKO foi um programa desenvolvido pelo mesmo autor com o objetivo de aprender sozinho conceitos novos no domínio da matemática.
X-Ray Vision for Surgeons - grupo no MIT que investigou visão médica.
Neural networks-based progams for backgammon and go.
Cortex - Programa aprende ao ler textos, Jornal Público.PT
[editar] Pesquisadores de IA
São muitos milhares de pesquisadores de IA ao redor do mundo em centenas de instituições e de companhias de pesquisa. Entre os muitos que fizeram contribuições significativas estão:
Wolfgang Wahlster
John McCarthy
Doug Lenat
Roger Schank
Alan Turing
Raj Reddy
Terry Winograd
Marvin Minsky
Para alguns cientistas da computação, a frase inteligência artificial adquiriu um mau nome devido à discrepância existente entre aquilo que foi conseguido na área, e as outras noções de 'inteligência'. Por esta razão, alguns pesquisadores que trabalham em tópicos relacionaram-se à inteligência artificial dizem que trabalham dentro da ciência cognitiva.
[editar] Ver também
[editar] Sub-ramos da pesquisa de IA
Busca combinatória
Visão computacional
Sistemas especialistas
Raciocínio Baseado em Casos
Programação genética
Algoritmo genético
Representação de conhecimento
Aprendizagem de máquina
Machine planning
Rede neural
Processamento de linguagem natural
Program synthesis
Robótica
Planejamento Automatizado
Vida artificial
Artificial being
Inteligencia Artificial Distribuída
Swarm Intelligence
Inteligência artificial e angelologia
A Lógica de programação algumas vezes é considerada como um ramo da inteligência artificial, mas isto não é mais o caso
[editar] Filosofia
Funcionalismo
Consciência simulada
Searle's Chinese room
Consciência
[editar] Lógica
Semântica
[editar] Ciência
Ciência cognitiva
Ciência da informação
Ciência da computação
Cibernética
Psicologia
[editar] Aplicações
Projetos de Inteligência Artificial
Agentes Inteligentes Artificiais
Computação bio-inspirada
[editar] Não categorizados
Inteligência coletiva - a idéia a que um número relativamente grande de pessoas que cooperam em um processo podem conduzir à ação de confiança.
Mente do quantum - a idéia que a coerência em grande escala do quantum é necessária para compreender o cérebro.
a Singularidade - um tempo no qual o progresso tecnológico acelera além da possiblidade de entendimento do homem de hoje ou o ponto no tempo onde emerge a inteligência mais inteligente que a humana.
Mindpixel - Um projeto para se coletar afirmações simples verdadeiro/falso e validá-las colaborativamente com o objetivo de usá-las como um corpo de conhecimento humano de senso comum que possa ser utilizado por uma máquina.
Game programming AI (IA para programação de jogos)
artificial consciousness (consciência artificial).
Inteligências múltiplas
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Denomina-se inteligências múltiplas à teoria desenvolvida por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard, liderada pelo psicólogo Howard Gardner, a partir da década de 1980.
A pesquisa identificou e descreveu sete tipos de inteligência nos seres humanos, e, no início da década de 1980, obteve grande eco no campo da educação. Mais recentemente, acrescentaram-se à lista original as inteligências de tipo "naturalista" e "existencial".
Índice [esconder]
1 Critérios
2 As inteligências
3 Trajetória da teoria
4 Testando as Inteligências Múltiplas
5 Ver também
6 Bibliografia
7 Ligações externas
[editar] Critérios
Foram utilizados os seguintes critérios para uma classificação dos fatores constituintes da inteligência ou habilidades humanas:
Potencial prejuízo com dano cerebral, a exemplo das capacidades lingüísticas no Acidente Vascular Cerebral;
Existência de gênios, ou indivíduos eminentes com habilidades especiais onde se pode observar tal capacidade isolada ou prejudicada;
Um conjunto de operações identificável. A música, por exemplo, consiste da sensibilidade de uma pessoa para a melodia, a harmonia, o ritmo, o timbre e a estrutura musical;
Uma história de desenvolvimento distintiva para cada indivíduo, junto com uma natureza definível de desempenho especialista;
Ser possível identificar os passos para atingir tais perícias, uma história evolutiva e plausibilidade evolutiva, a exemplo das formas de inteligência espacial em mamíferos ou inteligência musical em pássaros;
Testabilidade, a exemplo dos testes psicológicos, distições psicométricas susceptíveis de confirmação e re-testagem com múltiplos instrumentos;
Suscetibilidade para ser codificada em um sistema de símbolos. Códigos como idioma, aritmética, mapas e expressão lógica, entre outros.
[editar] As inteligências
Estabelecidos os critérios acima, foram identificadas as seguintes inteligências:
Lógico-matemática - a capacidade de confrontar e avaliar objetos e abstrações, discernindo as suas relações e princípios subjacentes. Possuem esta caracaterística matemáticos, cientistas e filósofos como Stanislaw Ulam, Alfred North Whitehead, Henri Poincaré, Albert Einstein, Marie Curie, entre outros.
Linguística - caracteriza-se por um domínio e gosto especial pelos idiomas e pelas palavras e por um desejo em os explorar. É predominante em poetas, escritores, e linguistas, como T. S. Eliot, Noam Chomsky, e W. H. Auden.
Musical - identificável pela habilidade para compor e executar padrões musicais, executando pedaços de ouvido, em termos de ritmo e timbre, mas também escutando-os e discernindo-os. Pode estar associada a outras inteligências, como a lingüística, espacial ou corporal-cinestésica. É predominante em compositores, maestros, músicos, críticos de música como por exemplo, Ludwig van Beethoven, Leonard Bernstein, Midori, John Coltrane.
Espacial - expressa-se pela capacidade de compreender o mundo visual com precisão, permitindo transformar, modificar percepções e recriar experiências visuais até mesmo sem estímulos físicos. É predominante em arquitetos, artistas, escultores, cartógrafos, navegadores e jogadores de xadrez, como por exemplo Michelangelo, Frank Lloyd Wright, Garry Kasparov, Louise Nevelson, Helen Frankenthaler.
Corporal-cinestésica - traduz-se na maior capacidade de controlar e orquestrar movimentos do corpo. É predominante entre atores e aqueles que praticam a dança ou os esportes, como por exemplo Marcel Marceau, Martha Graham, Michael Jordan, Pelé.
Intrapessoal - expressa na capacidade de se conhecer, estando mais desenvolvida em escritores, psicoterapeutas e conselheiros, como por exemplo, Sigmund Freud.
Interpessoal - expressa pela habilidade de entender as intenções, motivações e desejos dos outros. Encontra-se mais desenvolvida em políticos, religiosos e professores, como por exemplo o Mahatma Gandhi.
Naturalista - traduz-se na sensibilidade para compreender e organizar os objetos, fenômenos e padrões da natureza, como reconhecer e classificar plantas, animais, minerais, incluindo rochas e gramíneas e toda a variedade de fauna, flora, meio-ambiente e seus componentes. É característica de paisagistas, arquitetos e mateiros, por exemplo. São exemplos deste tipo de inteligência Charles Darwin, Rachel Carson, John James Audubon.
Existencial - investigada no terreno ainda do "possível", carece de maiores evidências. Abrange a capacidade de refletir e ponderar sobre questões fundamentais da existência. Seria característica de líderes espirituais e de pensadores filosóficos como por exemplo Jean-Paul Sartre, Søren A. Kierkegaard, Maya Angelou, Paul Erdös, Frida Kahlo, Alvin Ailey, Margaret Mead, o Dalai Lama, Charles Darwin ou Joni Mitchell.
[editar] Trajetória da teoria
Gardner iniciou a formulação da ideia de "inteligências múltiplas" com a publicação da obra "The Shattered Mind" (1975). Mais tarde, conceituou a inteligência como "um potencial biopsicológico para processar informações que pode ser ativado num cenário cultural para solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados numa cultura".
Em um processo mais recente de revisão de sua teoria, Gardner acrescentou a "Inteligência Natural" à lista original. O mesmo não ocorreu com a chamada "Inteligência Existencial" ou "Inteligência Espiritual". Embora o autor se sinta interessado por este nono tipo, conclui que "o fenômeno é suficientemente desconcertante e a distância das outras inteligências suficientemente grande para ditar prudência - pelo menos por ora" – concluiu na sua obra "Inteligência: um conceito reformulado" (2001).
Gardner sustenta que as inteligências não são objetos que possam ser quantificados, e sim, potenciais que poderão ser ou não ativados, dependendo dos valores de uma cultura específica, das oportunidades disponíveis nessa cultura e das decisões pessoais tomadas por indivíduos e/ou suas famílias, seus professores e outros.
[editar] Testando as Inteligências Múltiplas
Embora seja comum no meio acadêmico desejar quantificar a inteligência (os testes de Q.I. são um exemplo), Gardner desaprova tais ideias e não propõe nenhum método para quantificar as inteligências múltiplas. Isto, porém, não impede outros teóricos de formularem testes.
Alguns pesquisadores buscam medir as inteligências múltiplas através de perguntas simples permeando cada conceito de cada inteligência e definindo no que o analisado tem aptidão ou bloqueio. O mais comum é que pessoas tenham uma das inteligências superior às outras, grande parte em nível médio e uma ou duas inteligências fracas.
[editar] Ver também
Testes de QI
Inteligência artificial
Inteligência emocional
Pensamento
Semiótica
Cognição
Inibição Cognitiva
Criatividade
Teorias da aprendizagem
Percepção
Memória
Raciocínio
Juízo
Imaginação
Linguagem
Pensamento
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Mulher com caneta e papel.Pensamento e pensar são, respectivamente, uma forma e processo mental. Pensar permite aos seres modelarem o mundo e com isso lidar com ele de uma forma efetiva e de acordo com suas metas, planos e desejos. Palavras que se referem a conceitos e processos similares incluem cognição, senciência, consciência, ideia, e imaginação. O pensamento é considerado a expressão mais "palpável" do espírito humano, pois através de imagens e idéias revela justamente a vontade deste.
O pensamento é fundamental no processo de aprendizagem (vide Piaget). O pensamento é construto e construtivo do conhecimento.
O principal veículo do processo de conscientização é o pensamento. A atividade de pensar confere ao homem "asas" para mover-se no mundo e "raízes" para aprofundar-se na realidade.
Etimologicamente, pensar significa avaliar o peso de alguma coisa. Em sentido amplo, podemos dizer que o pensamento tem como missão tornar-se avaliador da realidade.
Segundo Descartes (1596-1650), filósofo de grande importância na história do pensamento, "a essência do homem é pensar". Por isso dizia: "Sou uma coisa que pensa, isto é, que duvida, que afirma, que ignora muitas, que ama, que odeia, que quer e não quer, que também imagina e que sente".
O pensamento faz a grandeza ou a pequenez do homem. A grandeza decorre do pensamento bem pensado, que avalia a multiplicação do real e se esforça para desvendá-lo atentamente, saboreando sua riqueza e diversidade. Tal pensamento aprendeu a filosofar: a desejar amorosamente a verdade, a amar a sabedoria.
A pequenez humana decorre do pensamento obscuro, mesquinho que desconhece o sabor da busca do saber. Esse tipo de pensamento transforma-se em meio de ocultação da realidade. Por meio dele a atividade pensante, em vez de servir à liberdade pode transformar-se em instrumento de dominação social.
Índice [esconder]
1 Definição
2 Características
2.1 Latência
3 Diferentes abordagens do pensamento
3.1 Biologia
3.2 Psicologia
3.3 Sociologia
3.4 Filosofia
3.5 Linguagem
4 Classificação
5 Operações racionais
6 Patologias
6.1 Transtornos no curso do pensamento
6.2 Transtornos de conteúdo de pensamento
7 Referências
7.1 Referências citadas
7.2 Referências bibliográfia
8 Ver também
9 Ligações externas
[editar] Definição
Reações representativas causadas por estímulos de reações químicas internas ou factores ambientais externos.
Em linguagem comum, a palavra pensar cobre numerosas e diversas atividades psicológicas. É às vezes um sinônimo de "tender a acreditar", especialmente se não for com total confiança ("Eu acho que vai chover, mas não tenho certeza"). Outras vezes denota o grau de atenção ("Eu fiz isso sem pensar" ou qualquer coisa que esteja na consciência, especialmente se isso se referir a alguma coisa fora do ambiente imediato ("Isso me fez pensar na minha avó").
[editar] Características
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O pensamento lógico se caracteriza por operar mediante conceitos e raciocínios.
Existem padrões que possuem um começo no pensamento e criam um final, isso acontece em milésimos de segundos, por sua vez milhares de começos e finais fazem disso um pensamento lógico; este depende do ambiente externo e para estar em contato com ele dependemos dos cinco sentidos.
O pensar sempre responde a uma motivação, que pode estar originada no ambiente natural, social, cultural ou no sujeito pensante.
O pensar é uma resolução de problemas. A necessidade exige satisfação.
O processo de pensamento lógico sempre segue uma determinada direção. Esta direção vai em busca de uma conclusão ou da solução de um problema, não segue propriamente uma linha reta e sim um formato zigue-zague com avanços, paradas, rodeios, e até mesmo retrocessos.
O processo de pensar se representa como uma totalidade coerente e organizada, no que diz respeito a seus diversos aspectos, modalidades, elementos e etapas.
O pensamento é simplesmente a arte de ordenar as matemáticas e expressá-las através do sistema linguístico.
As pessoas possuem uma tendência ao equilíbrio, uma espécie de impulso para o crescimento, a saúde e ao ajuste. Existem uma série de condições que impedem e bloqueiam esta tendência. O aprendizado de um conceito negativo de si mesmo é uma das condições bloqueadores mais importantes. Um conceito equivocado ou negativo de si mesmo deriva de experiências de desaprovação ou ambivalência que o sujeito passou nas etapas iniciais de sua vida.
[editar] Latência
O pensamento pode ser caracterizado por exigir períodos de latência, nos quais as atividades internas são suspensas ou interrompidas. Portanto, ele é somatória de atividades incluídas na elaboração de estudos, de processos superiores da formação de conceitos, os chamados conceitos cognitivos, da solução de problemas, do planejamento, do raciocínio e da imaginação.
O período de convergência do pensamento pode ser caracterizado no momento em que o indivíduo se vê frente a novas situações, cuja complexidade pode ser variável e para as quais não encontra esquemas de resposta pré-montados ou pré-estruturados pela aprendizagem e ainda, cuja resposta não é instintiva e sim, construída ou elaborada.
Pode-se definir o pensamento como a faculdade de formular conceitos, para os quais a atividade psíquica elabora os fenômenos cognitivos, imaginativos e planificativos, cujo grau pode ser algo distinto tanto dos sentimentos como das vontades.
[editar] Diferentes abordagens do pensamento
[editar] Biologia
Ver artigo principal: Neurônio
Um neurônio (também chamado de célula nervosa) é uma célula excitável no sistema nervoso que processa e transmite informação por sinais eletroquímicos. Neurônios são o componente principal do cérebro, a medula espinhal dos vertebrados, Ventral nerve cord nos invertebrados, e os nervos periféricos. Existem vários tipos de neurônios especializados: neurônios sensoriais respondem ao toque, som, luz e outros numerosos estímulos que afetam as células dos órgãos sensoriais que então envia sinais para a medula espinhal e cérebro. Os neurônios motores recebem sinais do cérebro e da medula espinhal e causam a contração muscular e afetam glândulas. Interneurônios conectam neurônios a outros neurônios dentro do cérebro e medula espinhal. Neurônios respondem a estímulos, e comunicam a presença do estímulo para o sistema nervoso central, que processa a informação e envia uma resposta a outra parte do corpo para ação. Neurônios não passam por mitose, e usualmente não podem ser substituídos depois de destruídos, apesar de astrócitos terem sido observados se transformando em neurônios já que eles algumas vezes são pluripotentes.
[editar] Psicologia
Ver artigo principal: Psicologia cognitiva
Psicologistas têm se concentrado no pensar como uma manifestação intelectual com objetivo de de responder a uma questão ou a solução de um problema prático.
A psicologia cognitiva é um ramo da psicologia que investiga os processos mentais internos como a resolução de problemas, memória, e linguagem.
A escola do pensamento surgida com esta aproximação é conhecida como cognitivismo, que está interessada em como as pessoas representam mentalmente o processamento da informação. Ela tem sua fundação na psicologia gestalt de Max Wertheimer, Wolfgang Köhler, e Kurt Koffka,[1] e no trabalho de Jean Piaget, que providenciou a teoria dos estágios/fases que descrevem o desenvolvimento cognitivo das crianças. Psicologistas cognitivos usam aproximações psicofísicas e experimentais para entender, diagnosticar e solucionar problemas, se concentrando nos processos mentais que mediam entre o estímulo e a resposta. Segundo a teoria cognitiva a solução de problemas toma forma de regras algorítmicas que não são necessariamente compreensíveis mas que prometem uma solução, ou regras heurísticas que são compreensíveis mas que nem sempre garantem a solução. A ciência cognitiva se diferencia da psicologia cognitiva no sentido de implementar algorítmos que pretendem simular o comportamento humano nos computadores. Em outras instâncias, soluções podem ser encontradas através de insight, perceber de repente o relacionamento das coisas.
Id, ego e superego são as três partes do "aparato psíquico" definido por Sigmund Freud com seu modelo estrutural da psique; eles são teoricamente os três blocos fundamentais ao descrever a vida em termos de atividade e interação mental. De acordo com esse modelo, o instinto não-coordenado tende a ser o "id"; a parte realista e organizada da psiquê o "ego", e a função crítica e moral o "superego".[2]
O inconsciente foi considerado por Freud através da evolução de sua teoria psicoanalítica a força senciente da vontade influenciada pelo desejo humano e ainda assim operando bem abaixo da percepção da mente consciente. Para Freud, o inconsciente é um armazenamento de desejos e necessidades movidas pelo instinto. Enquanto pensamentos passados e reminescentes possam ser escondidos da consciência imediata, eles direcionam o pensamento e os sentimentos do indivíduo através do inconsciente.[3]
Para psicoanalistas, o inconsciente não inclui tudo o que não é consciente, mas apenas o que é reprimido ativamente pelo pensamento consciente ou o que a pessoa é avers a pensar conscientemente. Esta visão coloca o indivíduo como sendo adversário de seu inconsciente, lutando para manter escondido o que está inconsciente. Se a pessoa sente dor, tudo o que ela pode pensar é aliviar a dor. Todos os seus desejos, para acabar com a dor ou aproveitar algo, comandam a mente a fazer algo. Para Freud, o inconsciente era um repositório de ideias e desejos não aceitáveis socialmente, memórias traumáticas, e emoções dolorosas deixadas de lado pela mente pelo mecanismo de repressão psicológica. Entretanto, o conteúdo não precisa ser necessariamente apenas negativo. Na visão psicanalítica, o inconsciente é a força que só pode ser reconhecida pelos seus efeitos - ele se expressa através dos sintomas.[4]
[editar] Sociologia
Ver artigo principal: Psicologia social
A psicologia social é o estudo de como as pessoas e grupos interagem. Acadêmicos nesta área interdisciplinar são tipicamente ou psicologistas ou sociologistas, apesar de todos os psicologistas sociais usarem tanto o indivíduo como o grupo como suas unidades de análise.[5]
Apesar de suas similaridades, pesquisadores psicológicos e sociológicos tendem a diferenciar em suas metas, aproximações, métodos e terminologia. Eles também favorecem diferentes jornais acadêmicos e sociedades científicas. O maior período de colaboração entre sociologistas e psicologistas foi durante os anos imediatamente seguintes à Segunda Guerra Mundial.[6] Apesar de ter havido um aumento no isolamento e especialização nos anos recentes, permanece um certo grau de sobrepossição e influência entre as duas disciplinas.[7]
O Inconsciente coletivo, as vezes conhecido como subconsciente coletivo, é um termo da psicologia analítica criado por Carl Jung. É parte da mente inconsciente, compartilhada por uma sociedade, pessoas, ou toda a humanidade, em um sistema interconectado que é o produto de toda a experiência comum e contêm conceitos como ciência, religião, e moral. Enquanto Sigmund Freud não distinguia entre a "psicologia individual" e a "psicologia coletiva", Jung distinguia o inconsciente coletivo do subconsciente pessoal particular de cada ser humano vivo. O inconsciente coletivo é também conhecido como "a reserva de experiência da nossa espécie".[8]
No capítulo "Definições" do seminário de Jung Tipos Psicológicos, na definição de "coletivo" Jung se referiu a representações coletivas, termo cunhado por Levy-Bruhl no livro de 1910 How Natives Think. Jung dizia que era isso que descrevia o inconsciente coletivo. Freud, por outro lado, não aceitava a ideia de um inconsciente coletivo.
[editar] Filosofia
Ver artigo principal: Filosofia da mente
A filosofia da mente é um ramo da filosofia analítica moderna que estuda a natureza da mente, os eventos mentais, funções mentais, propriedades mentais, consciência e seus relacionamentos com o corpo físico, particularmente o cérebro. O problema mente-corpo, isto é, o relacionamento entre a mente e o corpo, e comumente visto como a questão central da filosofia da mente, apesar de haver outras questões envolvendo a natureza da mente que não envolvem sua relação com o corpo físico.[9]
O problema corpo-mente se preocupa em explicar a relação que existe entre a mente, ou processo mental, e o estado ou processo do corpo.[9] O principal objetivo dos filósofos que trabalham nesta área é determinar a natureza da mente e dos estados/processos mentais, e como - ou mesmo se - a mente é afetada pelo corpo e pode afetá-lo.
Nossas experiências perceptíveis dependem dos estímulos que chegam nos nossos vários órgãos sensoriais do mundo exterior e esses estímulos causam mudanças no nosso estado mental, nos fazendo sentir algo, o que pode ser bom ou ruim. O desejo de alguém por uma fatia de pizza, por exemplo, tende a fazer com que esta pessoa mova seu corpo de uma maneira e direção específica para obter o que ele quer.
[editar] Linguagem
O pensamento não apenas se reflete na linguagem, mas também a determina.
O pensamento precisa da linguagem.
A linguagem transmite os conceitos, juízos e raciocínios do pensamento.
O pensamento se conserva e se fixa através da linguagem.
A linguagem ajuda o pensamento a se fazer cada vez mais concreto.
O pensamento envolve uma estrutura conhecida como "a estrutura do pensamento".
A linguagem é simplesmente o manejo de símbolos (diga-se codificação), o pensamento é um acondicionador da linguagem.
O pensamento é o limite da ação inconsciente, gerada na maioria dos casos por mensagens erradas ou mal interpretadas.
[editar] Classificação
Pensamento autista e realista: proposto por Eugen Bleuler, tem como base a relação com o ambiente interno e externo.
Autista: caracteriza as atividades internas não controladas por condições externas.
Realista: rigorosamente controlado pela realidade externa.
Pensamento de produção, reprodução e verificação: Donald Olding Hebb propos a separação entre pensamento de produção e de verificação segundo o grau de impregnação lógica relevado pelo processo, e Norman Maier, a divisão entre pensamento produtivo e reprodutivo.
Produtivo: consequência da integração de experiências previamente não relacionadas
Reprodutivo: aplicação de experiências previamente adquiridas que conduzem a uma solução correta em nova situação de impasse.
Verificativo:
Pensamento intuitivo, analítico e sintético: proposto por Jerome S. Bruner, tem como base a origem do pensamento
Intuitivo: usa a intuição do indivíduo.
Analítico: consiste em decompor o todo, em partes mais simples, que são mais facilmente explicadas ou solucionadas.
Sintético: é a reunião de um todo pela conjunção de suas partes.
Pensamento dedutivo e indutivo
Dedutivo: vai do geral ao particular. É uma forma de raciocínio em que se atinge a conclusão a partir de uma ou várias premissas.
Indutivo: é o processo inverso do pensamento dedutivo, é o que vai do particular ao geral. A base é a figuração de que se algo é certo em algumas ocasiões, o será em outras similares, mesmo que não se possam observar.
Outros tipos de pensamento
Pensamento criativo: aquele que se utiliza da criação ou modificação de algo, introduzindo novidades, ou seja, a produção de novas ideias para criar ou modificar algo existente.
Pensamento sistêmico: é uma visão completa de múltiplos elementos com suas diversas inter-relações. Sistêmico deriva da palavra sistema, o que nos indica que devemos ver as coisas de uma forma inter-relacionada.
Pensamento crítico: examina a estrutura dos raciocínios, e tem uma vertente analítica e avaliativa. Tenta superar o aspecto mecânico do estudo da lógica.
Pensamento interrogativo: é um pensamento com o que se faz as perguntas, identificando o que interessa a alguém saber sobre um determinado tema.
[editar] Operações racionais
Análise - Divisão mental, ou seja, o pensamento se divide em duas formas, esquerda e direita. O lado direito pode pensar todo o negativo e o lado esquerdo todo o positivo.
Síntese - Se reúne todo o processo mental para logo ser analisado ou decorado.
Comparação - Estabelece semelhanças e diferenças entre objetos e fenômenos distintos da realidade.
Generalização - Processo no que se estabelece o comum de um conjunto de objetos, fenômenos ou relações.
Abstração - Operação que consiste em mostrar mentalmente certos traços, geralmente ocultados pela pessoa, distinguindo-se de pensamentos e anexos acidentais, primários e precedendo aqueles pensamentos.
Racional-É o pensamento humano quando conduzido de acordo com a razão , ou seja, o pensamento logico, o raciocínio , livre das pertubações da emoção , do sentimento , etc.Ex:Se Julieta não tivesse se casado com Romeu por ele ser um Montéquio e se casado com que a sua familia tivesse lhe destinado, seria um pensamento racional, ela deixaria de lado os sentimento (o amor que sentia por ele) para agir com a razão
[editar] Patologias
Os transtornos do pensamento podem ser divididos em transtornos de curso, de conteúdo do pensamento e, em certos casos se adiciona um terceiro grupo, os transtornos de vivência do pensamento.
[editar] Transtornos no curso do pensamento
O curso do pensamento é o caminho que segue o pensamento para raciocinar, falar, informar, etc, e inclui a fluidez do pensamento, como se formulam, organizam, e apresentam os pensamentos de um indivíduo. Em todo raciocínio há um fio condutor que leva um pensamento a outro. Este fio pode conter falhas, que causam os transtornos no curso de pensamento.
Transtornos da velocidade
Os transtornos da velocidade incluem patologias que afetam a quantidade e a velocidade dos pensamentos. Seus principais transtornos são os seguintes : [10]
Taquipsiquia - aceleração do curso do pensamento
Fuga de ideias - caso extremo da Taquipsiquia, em que o pensamento parece saltar subitamente de um tema a outro
Bradipsiquia - lentificação do curso do pensamento
Bloqueio de pensamento, interrupção brusca do pensamento, o qual é reiniciado logo após retomando o curso anterior ou, o que é mais comum, um curso diferente;
Transtornos da forma
Os transtornos da forma propriamente dita incluem patologias de direcionalidade e a continuidade do pensamento. Os mais significativos incluem:[10]
Pensamento circunstancial: quando a informação compartilhada é excessiva, redundante e, geralmente, não relacionada com o tema.
Pensamento divagatório:
Pensamento tangencial:
Pensamento prolixo: incapacidade de extrair os conteúdos mentais essenciais para alcançar a conclusão do pensamento: mas sem perda da ideia diretriz
Disgregação:
Incoerência:
Perseveração de pensamento: repetição periódica e automática de palavras relacionadas com a idéia diretriz, que são intercaladas no curso do pensamento interferindo no seu fluxo.
Pensamento rígido: o curso é perturbado pela persistência de uma idéia que tem preferência e resistência em ser abandonada
Pensamento estereotipado: repetição de palavras ou frases que são intercaladas no curso do pensamento, não participam do tema, não desviam e não interferem com a idéia diretriz. A fluidez do curso é normal
Pensamento verbigerado: repetição de palavras ou frases, que não participam do pensamento, de forma intempestiva e automática, sem sentido e sem lógica;
Pensamento desagregado: perda da soberania da idéia diretriz.
[editar] Transtornos de conteúdo de pensamento
Os principais transtornos incluem:[10]
Pensamento incoerente: decorre de uma alteração da consciência (diminuição da lucidez)
Pensamento obsessivo
Pensamento delirante
Percepção delirante: é a atribuição de um significado anormal a uma percepção normal;
Ocorrência delirante: resulta de uma crença puramente subjetiva sobre si mesmo e seus conteúdos podem ser místicos, de perseguição, de grandeza, de prejuízo, de ciúmes, de influência e de relação
Reação deliróide: é baseada em um determinado e preciso estado de ânimo, a partir do qual se tornam compreensíveis a significação e as referências anormais.
Preocupações
Ideias falsas: geralmente reversíveis
Ideias fóbicas
Pensamento mágico
Personalidade
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Personalidade é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém[1]. A formação da personalidade é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. O termo é usado em linguagem comum com o sentido de "conjunto das características marcantes de uma pessoa", de forma que se pode dizer que uma pessoa "não tem personalidade"; esse uso no entanto leva em conta um conceito do senso comum e não o conceito científico aqui tratado.
O presente artigo descreve uma série de características que foram tratadas como componentes da personalidade. Para uma introdução às diferentes teorias que procuram explicar o desenvolvimento e a estrutura da personalidade, ver o artigo Teoria da personalidade.
Índice [esconder]
1 Definição
2 Aspectos da personalidade
2.1 Forma física e personalidade
2.2 Temperamento
2.3 Competências ou habilidades
2.3.1 Inteligência
2.3.2 Criatividade
2.3.3 Competência social e inteligência emocional
2.4 Disposições ligadas à ação
2.4.1 Necessidades, motivos e interesses
2.4.2 Convicções ligadas à ação
2.4.3 Estilos de superação (coping)
2.5 Disposições ligadas à valoração (ou ao juízo de valor)
2.5.1 Postura
2.5.2 Atitude
2.6 Disposições ligadas à própria pessoa
2.6.1 "eu", "mim" e "autoimagem"
2.6.2 Autoestima
2.6.3 Aspectos disposicionais da dinâmica da autoestima
2.6.4 Bem-estar
3 Desenvolvimento da personalidade
3.1 A estabilidade da personalidade
4 Distúrbios de personalidade
5 Ver também
6 Bibliografia
7 Referências
[editar] Definição
Encontrar uma exata definição para termo personalidade não é uma tarefa simples. O termo é usado na linguagem comum - isto é, como parte da psicologia do senso comum - com diferentes significados, e esses significados costumam influenciar as definições científicas do termo. Assim na literatura psicológica alemã persönlichkeit costuma ser usado de maneira ampla, incluindo temas como inteligência; o conceito anglófono de personality costuma ser aplicado de maneira mais restrita, referindo-se mais aos aspectos sociais e emocionais do conceito alemão[2].
Carver e Scheier dão a seguinte definição: "Personalidade é uma organização interna e dinâmica dos sistemas psicofísicos que criam os padrões de comportar-se, de pensar e de sentir característicos de uma pessoa"[3]. Esta definição de trabalho salienta que personalidade [4]:
é uma organização e não uma aglomerado de partes soltas;
é dinâmica e não estática, imutável;
é um conceito psicológico, mas intimamente relacionado com o corpo e seus processos;
é uma força ativa que ajuda a determinar o relacionamento da pessoa com o mundo que a cerca;
mostra-se em padrões, isto é, através de características recorrentes e consistentes
expressa-se de diferentes maneiras - comportamento, pensamento e emoções.
Asendorpf complemente essa definição. Para ele personalidade são as perticularidades pessoais duradouras, não patológicas e relevantes para o comportamento de um indivíduo em uma determinada população. Esta definição acrescenta àquela de Carver e Scheier alguns pontos importantes[2]:
Os traços de personalidade são relativamente estáveis no tempo;
As diferenças interpessoais são variações frequentes e normais - o estudo das variações anormais é objeto da psicologia clínica (ver também transtorno mental e transtorno de personalidade)
A personalidade é influenciada culturalmente. As observações da psicologia da personalidade são assim ligadas apenas à população em que foram feitas; para uma generalização de tais observações para outras populações é necessária uma verificação empírica.
[editar] Aspectos da personalidade
Personalidade é, como se viu, um conceito complexo, com várias facetas. A seguir serão apresentados alguns aspectos que costumam ser considerados como partes da personalidade ou que a influenciam de maneira especial. Os parágrafos individuais são apenas indroduções mínimas aos assuntos relacionados e ligações são oferecidas para artigos onde cada um dos temas é tratado com mais profundidade.
[editar] Forma física e personalidade
A relação entre forma física e personalidade estimula a imaginação de filósofos e pensadores desde a antiguidade. Kretschmer propôs nos anos 20 do século XX uma classificação dos tipos físicos que, supunha ele, estavam relacionados com diferentes transtornos mentais, posteriormente com diferentes temperamentos. Ele classifica três tipo físicos[2][5]:
Tipo longilíneo ou leptossômico, de corpos delgados, ombros estreitos, peito aplainado, rosto alargado e estreito, membros longos e delgados. Teria uma maior tendência para a esquizofrenia e um temperamento mais sensível;
Tipo atlético ou muscular, de sistema ósseo e muscular desenvolvidos, ombros largos, cadeiras estreitas e pescoço grosso. Teria tendência para a epilepsia e um temperamento intermediário entre os outros dois;
Tipo brevelíneo ou pícnico, de rosto arredondado, abdome saliente, membros curtos. Tenderia à ciclotimia e a um temperamento mais tranquilo.
A relação correlativa entre essas características foi inicialmente empiricamente comprovada. Análises posteriores mais exatas, que levavam em conta outras variáveis - como a idade - e usavam métodos mais objetivos, acabaram por derrubar a teoria de Kretschmer[2].
No entanto a possibilidade de haver uma real relação entre forma física e características psicológicas não é improvável, mas não de maneira direta, como pensava Kretschmer. A forma física pode, através de um processo de autopercepção, ser considerada positiva ou negativa e, assim, influenciar a autoestima, influenciando assim os traços de comportamento; pode ainda influenciada pela percepção que a pessoa tem de si, influenciar os motivos e interesses da pessoa, influenciando assim também as tendências de comportamento da pessoa. No entanto não apenas a autopercepção pode influenciar a autoestima e os interesses de alguém; o juízo de outras pessoas e a reação destas desempenham também um importante papel nesse processo, de forma que as características de comportamento estáveis (assim a personalidade) são influenciadas indiretamente e de quatro maneiras diferentes pela forma física[2]:
Forma física → autopercepção → autoestima → comportamento
Forma física → autopercepção → interesses e motivos → comportamento
Forma física → juízo alheio (reação dos outros ao indivíduo) → autoestima → comportamento
Forma física → juízo alheio → interesses e motivos → comportamento
[editar] Temperamento
Ver artigo principal: Temperamento (psicologia)
Temperamento designa as disposições do indivíduo ligadas à forma do comportamento, principalmente as ligadas aos "três As da personalidade": afetividade, ativação (excitação) e atenção [2].
[editar] Competências ou habilidades
Competências ou habilidades são traços da personalidade que exprimem a capacidade de alguém de alcançar determinada realização ou desempenho[2].
[editar] Inteligência
Ver artigo principal: Inteligência
Inteligência é um construto complexo que descreve a capacidade intelectual do indivíduo.
[editar] Criatividade
Ver artigo principal: Criatividade
Criatividade, apesar ser um termo muito difundido e discutido, é um construto de difícil definição, porque cada autor parece defini-lo de uma maneira diferente. Alguns autores chegam mesmo a se perguntar se criatividade não seria um conjunto de traços de personalidade ao invés de um só[6] Guilford (1950)[7] define criatividade como a capacidade de pensar divergentemente, ou seja, de encontrar soluções diferentes e novas para um problema, em oposição ao pensamento convergente que encontra soluções para problemas para os quais há apenas uma resposta correta. Já Russ (1993)[8] trabalha com um conceito mais amplo, que inclui traços afetivos do indivíduo, como a tolerância de ambiguidade, a abertura diante de novas experiências, grande números de interesses e baixa tendência para o uso de mecanismos de defesa[2].
[editar] Competência social e inteligência emocional
Ver artigo principal: Competência social
Ver artigo principal: Inteligência emocional
O termo competência social, na psicologia do senso comum normalmente entendido como a capacidade de lidar com outras pessoas, é de difícil definição, por conter dois componentes distintos, que têm entre si uma correlação muito pequena: a capacidade de defender e/ou de impor os próprios interesses e a capacidade de construir relacionamentos[2].
Inteligência emocional é um termo problemático. Ele foi definido de diferentes formas por diferentes autores (Salovey & Mayer, 1990; Mayer et al. 2000; Van der Zee et al., 2002) e em todas as suas definições não representa uma atividade intelectual - ou seja, não corresponde à idéia de inteligência (ver acima). O termo "inteligência emocional" refere-se sobretudo a determinadas competências no lidar com emoções que, apesar de serem estáveis na personalidade do indivíduo, costumam variar de acordo com as emoções envolvidas - ou seja a pessoa pode saber lidar bem com a emoção medo, mas não com a raiva[2].
[editar] Disposições ligadas à ação
[editar] Necessidades, motivos e interesses
Ver artigo principal: Necessidade (psicologia)
Ver artigo principal: Motivo (psicologia)
Ver artigo principal: Interesse
Enquanto "temperamento" refere-se à forma do comportamento ou da ação, necessidades, motivos e interesses dizem respeito à direção da ação, ou seja, aos seus objetivos - estando assim intimamente ligados à motivação. As pessoas variam com relação ao significado pessoal de diferentes necessidades, que determinam, por sua vez, suas ações e seu comportamento. Motivos são disposições ligadas ao valor atribuído às consequências dos atos - como por exemplo a "busca de sucesso" ou a "evitação de fracassos" podem ser fins mais ou menos desejáveis - e são fruto de uma interação entre necessidades e pressões externas. Interesses também incluem uma valoração, mas direcionadas para a ação em si, independente do resultado - por exemplo jogar xadrez ou escrever na wikipédia podem ser consideradas ações mais ou menos agradáveis, independentemente do sucesso atingido[2].
[editar] Convicções ligadas à ação
Os motivos são, como visto, disposições ligadas ao valor dado às consequências de uma ação. Eles estão assim intimamente ligados às expectativas do indivíduo com relação a suas ações. Há diferentes estilos de expectativas (al. Erwartungsstile), como por exemplo é o caso de a pessoa ser mais ou menos pessimista ou otimista. Durante a realização de uma atividade agem os chamados mecanismos de controle da ação (al. Handlungskontrolle), que têm por objetivo, por assim dizer, proteger a ação contra intenções concorrentes. Aqui podem manifestar-se diferentes estilos de controle da ação. Por exemplo, pessoas perseverantes são capazes de "desligar" por algum tempo outras atividades a fim de alcançar um determinado resultado enquanto pessoas menos perseverantes distraem-se mais facilmente. Quando a ação atinge o seu resultado surgem juízos relacionados a sua causa: por que determinada coisa aconteceu? A esse tipo de juízo dá-se o nome de atribuição. Também quanto à atribuição há diferentes estilos - por exemplo algumas pessoas tendem a colocar a culpa sempre nos outros ou a se sentir sempre reponsáveis. Esses três grupos de características da personalidade (estilos de expectativas, de controle da ação e de atribuição) foram chamados por Asendorpf convicções ligadas à ação (Handlungsüberzeugungen)[2]. Um tipo especial de expectativas são as chamadas expectativas de autoeficácia, autoeficácia percebida ou ainda expectativas subjetivas de competência. Estes termos designam a expectativa que uma pessoa tem de ser capaz de realizar determinada tarefa. Esta característica da personalidade está intimamente ligada aos diferentes estilos de atribuição: uma pessoa que tende a se considerar incapaz de realizar um tarefa (ex. ser aprovado em um exame) irá, com maior probabilidade, considerar um sucesso (passar no vestibular) como obra do acaso do que uma realização pessoal.
[editar] Estilos de superação (coping)
Ver artigo principal: Coping
O termo coping foi gerado no contexto da pesquisa sobre o estresse e designa os mecanismos que auxiliam o indivíduo a superar uma situação estressante. Lazarus (1966)[9] diferencia entre dois tipos de coping: coping orientado para o problema, que é a busca de uma modificação da situação que causa o estresse, e coping intrapsíquico, que é praticamente uma mudança na maneira da pessoa lidar com a situação - quer por uma mudança na maneira de lidar com a situação ou com as emoções provocadas pela situação (ex. técnicas de relaxamento, tentativa de ver o lado positivo da situação, etc.). Por exemplo uma pessoa estressada por morar em más condições, em uma rua barulhenta e não conseguir dormir pode tentar resolver esse problema mudando de casa (coping orientado para o problema) ou, por exemplo, tentar aprender alguma forma de relaxar apesar do barulho ou começar a direcionar sua atenção para os bons amigos que moram no bairro e os bons momentos vividos na casa (coping intrapsíquico). Posteriormente um terceiro tipo de coping, o "coping por expressão emocional" foi acrescentado, que é uma mudança na forma da reação emocional ao estresse - ex. sorrir quando se está triste.
Essas três categorias de coping reúnem uma série de diferentes formas de lidar com uma situação de estresse. Dentre essas inúmeras formas o indivíduo tende a esolher e dar preferência a algumas - a esse traço da personalidade se dá o nome de estilo de coping[2].
[editar] Disposições ligadas à valoração (ou ao juízo de valor)
Temperamento, competências e as disposições ligadas à ação são traços de personalidade ligados ao comportamento. Um outro grupo de traços está ligado às particularidades da valoração ou do juízo de valor. Valorar um objeto da percepção ou imaginário é dar-lhe um valor e esse valor gera preferências - e estas podem tornar-se relevantes para o comportamento.
[editar] Postura
Ver artigo principal: Postura (psicologia)
Por postura de valores (Werthaltungen) entende-se a tendência individual de se julgarem determinados objetivos (ex. liberdade, igualdade) ou disposições de ação (ex. honestidade, prestatibilidade) como desejáveis ou indesejáveis. Entre os diferentes tipos de postura e as disposições de comportamento correspondentes há uma relação de correlação - ou seja, pessoas que valorizam novidades (postura) tendem a ser curiosas (disposição de comportamento); pessoas ansiosas (disposição de comportamento) costumam valorizar a segurança (postura)[2].
[editar] Atitude
Ver artigo principal: Atitude
Atitude designa as particularidades individuais na valoração de objetos específicos, quer da percepção, quer da imaginação. As atitudes influenciam não o comportamento diretamente em uma dada situação, mas o comportamento em uma série de situações diferentes. Assim uma pessoa com uma atitude positiva com relação a uma alimentação saudável pode gostar de comer frituras (comportamento isolado), mas pode cozinhar ela própria, comprar alimentos naturais e integrais e fazer cursos sobre a alimentação (série de situações). Atitudes coletadas através de perguntas não influenciam o comportamento real quando tal comportamento é socialmente desejável ou indesejável. Assim, pessoas com atitudes preconceituosas contra um determinado grupo de pessoas talvez não se comporte de acordo com essa atitude por ser um tal comportamento socialmente condenado[2].
Como se vê, a principal diferença entre postura e atitude é o grau de abstração dos objetivos a que se referem, referindo-se a atitude a elementos mais concretos. No entanto a difereça entre "mais" e "menos" concreto é uma diferença quantitativa e assim a distinção entre as duas disposições nem sempre é clara.
[editar] Disposições ligadas à própria pessoa
[editar] "eu", "mim" e "autoimagem"
Ver artigo principal: Autoimagem
Eu designa a instância interna da pessoa que é responsável pela ação e pelo conhecimento; mim (inglês me) (ou si-mesmo quando dito na terceira pessoa) designa a parte interna da pessoa que é objeto do conhecimento, ou seja, aquilo que eu sei sobre mim[10]. Esse conhecimento tem, por sua vez, duas parte: uma descritiva, a autoimagem, e outra valorativa, a autoestima (ver abaixo)[11]. A autoimagem, essa descrição de si mesmo que cada um faz, é também disposicional, ou seja, é uma tendência relativamente estável que a pessoa tem de se ver de uma determinada maneira em determinadas situações. Ela é composta tanto de conhecimento universal, que diz respeito a todas as pessoas que são como eu (estudantes são críticos, brasileiros são simpáticos, etc.), como de conhecimento individual, ou seja, relativo somente a mim (eu tenho medo de altura, sou bom esportista, etc.). Como se vê esse conhecimento também é influenciado por preconceitos e idéias préconcebidas[2].
[editar] Autoestima
Ver artigo principal: Autoestima
A autoestima, como parte valorativa do conhecimento de si mesmo, ou sejo, o juízo que eu faço sobre mim mesmo, pode ser concebida como a atitude de uma pessoa sobre si mesma e assim também uma característica da personalidade, se bem que menos estável do que a autoimagem por ser sensível a variações do humor. A autoestima é uma característica situação-específica, ou seja, ela varia de acordo com a situação: eu posso estar satisfeito comigo mesmo quando estou na universidade, mas insatisfeito quando estou na quadra de esportes[2].
[editar] Aspectos disposicionais da dinâmica da autoestima
Outros aspectos disposicionais ligados à autoestima são as chamadas cognições ligadas a si mesmo: autopercepção, a percepção do próprio corpo e do próprio comportamento; a memória de si, as recordações ligadas à própria pessoa e às experiências feitas no passado; o reflexo social, ou seja, a opinião que nós pensamos que outras pessoas têm a nosso respeito, e a comparação social, ou seja, a autoestima não é apenas baseada na nossa percepção de nós mesmo, mas também na percepção que nós fazemos dos outros a nosso redor. Um dos motivos mais descritos na literatura psicológica é o motivo de aumento da autoestima: todas as pessoas desejam ter uma autoestima positiva e têm assim uma tendência a se supervalorizar. Essa tendência é normal e saudável até um determinado ponto, em que passa a ser socialmente condenada. Nesse momento, caracterizado pela falta de empatia, hipersensibilidade com relação a críticas e variações do humor, essa tendência recebe o nome de narcisismo - mas não se trata ainda do trantorno de personalidade narcísico, mas ainda de uma variação normal da personalidade.
Um outro processo importante ligado ao conceito de si mesmo é a autorepresentação. O sociólogo E. Goffman[12] comparou o comportamento social a um teatro público, em que nós nos representamos a nós próprios. Essa representação tem um determinado fim: a administração da própria imagem, ou seja, cada um procura controlar a impressão que ele provoca sobre os outros.
Momentos há em que temos a nossa atenção voltada para nós mesmo. A esse estado normalmente curto dá-se o nome de autoreflexão (al. Selbstaufmerksamkeit). Alguns autores puseram-se a questão, se há uma disposição em direção a uma autoreflexão mais ou menos forte. A essa disposição Asendorpf deu o nome de autoconsciência (al. Selbstbewusstheit). Esta é por sua vez composta de três fatores (Feingstein et al., 1975): (i) autoconsciência privada, ou seja, a tendência de pensar muito sobre si mesmo; (ii) autoconsciência pública, em outras palavras, a tendência de se preocupar sobre a impressão que se causa sobre outros, e (iii) ansiedade social, que é a tendência a ter medo em situações sociais[2].
[editar] Bem-estar
Ver artigo principal: Bem-estar
O bem-estar designa a parte subjetiva da saúde mental. Apesar de ser também influenciado por fatores externos ao indivíduo e de suas capacidades, o bem-estar representa também um determinado traço da personalidade relativamente independente de tais fatores[2].
[editar] Desenvolvimento da personalidade
[editar] A estabilidade da personalidade
A pesquisa empírica conseguiu determinar quatro pincípios para descrever a estabilidade dos traços de personalidade[2]:
Quanto maior o intervalo entre a primeira e a segunda medição, maior a mudança - ou seja, os traços da personalidade se modificam com o passar do tempo;
Em diferentes áreas da personalidade a estabilidade também é diferente - por exemplo: durante a vida a inteligência tem uma estabilidade muito alta; já o temperamento tem uma estabilidade mediana enquanto a autoestima pode variar muito.
Muitos traços da personalidade são tanto mais instáveis quanto mais instável é o ambiente social - assim mudanças bruscas no ambiente podem trazer consigo mudanças na personalidade da pessoa;
Na infância, quanto mais cedo é feita a primeira medição, mais instáveis são os traços da personalidade - isto é, com o aumento da idade há uma tendência de estabilização das características da personalidade, se bem que na puberdade possa haver alguns momentos passageiros de instabilidade. Duas razões são apresentadas para esse aumento na estabilidade da personalidade:
No decorrer do desenvolvimento a autoimagem torna-se cada vez mais estável - o conhecimento que a criança tem de si mesma cresce com o tempo e, se o ambiente for relativamente estável, também a estabilidade nas formas de reação a ele cresce;
Com o aumento da idade aumenta também a possibilidade de a criança modificar o seu ambiente a fim de que ele se adeqúe à própria personalidade - a criança pode escolher as atividades que lhe agradam, os amigos, etc.
Não apenas os traços individuais tendem a se tornar cada vez mais estáveis - o perfil geral da personalidade também tende a uma crescente estabilidade.
[editar] Distúrbios de personalidade
Ver artigo principal: Transtorno de personalidade
[editar] Ver também
O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Personalidade.Psicologia diferencial e da personalidade
Teoria da personalidade
Tipos psicológicos
MBTI
Transtorno de personalidade
Caráter
Semiótica
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Estruturalismo • Frankfurt • Palo Alto •
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Por país[Expandir]
Ver Comunicações por país
v • e
A Semiótica (do grego semeiotiké ou "a arte dos sinais") ou Semiologia, nas ciências da linguagem, conforme sua origem (americana ou européia), é a ciência geral dos signos e da semiose que estuda todos os fenômenos culturais como se fossem sistemas sígnicos, isto é, sistemas de significação. Ambos os termos são derivado de "Semeion", que significa "signo", havendo desde a antiguidade uma disciplina médica chamada de "semiologia".
Mais abrangente que a lingüística, a qual se restringe ao estudo dos signos lingüísticos, ou seja, do sistema sígnico da linguagem verbal, esta ciência tem por objeto qualquer sistema sígnico - Artes visuais, Música, Fotografia, Cinema, Culinária, Vestuário, Gestos, Religião, Ciência, etc.
Surgiu, de forma independente, na Europa e nos EUA. Mais frequentemente, costuma-se chamar "Semiótica" à ciência geral dos signos nascidas do americano Charles Sanders Peirce e "Semiologia" à vertente européia do mesmo estudo, as quais tinham metodologia e enfoques diferenciados entre si[1].
Na vertente européia o signo assumia, a princípio, um caráter duplo, composto de dois planos complementares - a saber, a "forma" (ou "significante") e o "conteúdo" (ou "significado") - logo a semiologia seria uma ciência dupla que busca relacionar uma certa sintaxe (relativa à "forma") a uma semântica (relativa ao "conteúdo").
Mais complexa que a vertente européia, em seus princípios básicos, a vertente peirciana considera o signo em três dimensões, sendo o signo, para esta, "triádico". Ocupa-se do estudo do processo de significação ou representação, na natureza e na cultura, do conceito ou da idéia.
Posteriormente, teóricos europeus como Roland Barthes e Umberto Eco preferiram adotar o termo "Semiótica", em vez de "Semiologia", para a sua teoria geral dos signos, tendo, de fato, Eco se aproximado mais das concepções peircianas do que das concepções européias de origem em Saussure e no Estruturalismo de Roman Jakobson.
A semiótica é um saber muito antigo, que estuda os modos como o homem significa o que o rodeia.
Índice [esconder]
1 Origens do estudo geral dos signos
1.1 Charles Sanders Peirce
1.2 Ferdinand de Saussure
1.3 Louis Hjelmslev
1.4 Umberto Eco
1.5 Roman Jakobson
1.6 Morris e Greimas
2 Lingüística e Semiologia
3 Referências
4 Ver também
5 Ligações externas
[editar] Origens do estudo geral dos signos
É importante dizer que o saber foi estudado, inicialmente, constituído por uma dupla face. A face semiológica (relativa ao significante) e a epistemológica (referente ao significado das palavras).
A semiótica tem, assim, a sua origem na mesma época que a filosofia e disciplinas afeitas. Da Grécia até os nossos dias tem vindo a desenvolver-se continuamente. Porém, posteriormente, há cerca de dois ou três séculos, é que se começaram a manifestar aqueles que seriam apelidados pais da semiótica (ou semiologia).
Os problemas concernentes à semiologia e à semiótica, assim, podem retroceder a pensadores como Platão e Santo Agostinho, por exemplo. Entretanto, somente no início do século XX com os trabalhos paralelos de Ferdinand de Saussure e C. S. Peirce, o estudo geral dos signos começa a adquirir autonomia e o status de ciência.
[editar] Charles Sanders Peirce
No estudo geral dos signos Charles Sanders Peirce (1839-1914) seria o pioneiro daquela ciência que é conhecida como "Semiótica", usando já este termo, que John Locke, no final do século XVII, teria usado para designar uma futura ciência que estudaria, justamente, os signos em geral[2]. Para Peirce, o Homem significa tudo que o cerca numa concepção triádica (firstness, secondness e thirdness), e é nestes pilares que toda a sua teoria se baseia.
Num artigo intitulado “Sobre uma nova lista de categorias”, Peirce, em 14 de maio de 1867, descreveu suas três categorias universais de toda a experiência e pensamento. Considerando tudo aquilo que se força sobre nós, impondo-se ao nosso reconhecimento, e não confundindo pensamento com pensamento racional, Peirce concluiu que tudo o que aparece à consciência, assim o faz numa gradação de três propriedades que correspondem aos três elementos formais de toda e qualquer experiência. Essas categorias foram denominadas:
Qualidade;
Relação;
Representação.
Algum tempo depois, o termo Relação foi substituído por Reação e o termo Representação recebeu a denominação mais ampla de Mediação. Para fins científicos, Peirce preferiu fixar-se na terminologia de Primeiridade, Secundidade e Terceiridade.
Primeiridade - a qualidade da consciência imediata é uma impressão (sentimento) in totum, invisível, não analisável, frágil. Tudo que está imediatamente presente à consciência de alguém é tudo aquilo que está na sua mente no instante presente. O sentimento como qualidade é, portanto, aquilo que dá sabor, tom, matiz à nossa consciência imediata, aquilo que se oculta ao nosso pensamento. A qualidade da consciência, na sua imediaticidade, é tão tenra que mal podemos tocá-la sem estragá-la. Nessa medida, o primeiro (primeiridade) é presente e imediato, ele é inicialmente, original, espontâneo e livre, ele precede toda síntese e toda diferenciação. Primeiridade é a compreensão superficial de um texto (leia-se texto não ao pé da letra; ex: uma foto pode ser lida, mas não é um texto propriamente dito).
Como Luis Caramelo explica no seu livro Semiotica uma introdução, "A firstness diz respeito todas as qualidades puras que, naturalmente, não estabelecem entre si qualquer tipo de relação. Estas qualidades puras traduzem-se por um conjunto de possibilidades de vir a acontecer(…)". Desta forma, temos, no nosso mundo o acontecimento ou possibilidade "chuva", mas é apenas isso, apenas possibilidade existencial. Caso localizemos chuva como um acontecimento, por exemplo "está a chover" estamos perante a secondness.
Secundidade - a arena da existência cotidiana, estamos continuamente esbarrando em fatos que nos são externos, tropeçando em obstáculos, coisas reais, factivas que não cedem ao sabor de nossas fantasias. O simples fato de estarmos vivos, existindo, significa, a todo momento, que estamos reagindo em relação ao mundo. Existir é sentir a acção de fatos externos resistindo à nossa vontade. Existir é estar numa relação, tomar um lugar na infinita miríade das determinações do universo, resistir e reagir, ocupar um tempo e espaço particulares. Onde quer que haja um fenômeno, há uma qualidade, isto é, sua primeiridade. Mas a qualidade é apenas uma parte do fenômeno, visto que, para existir, a qualidade tem que estar encarnada numa matéria. O fato de existir (secundidade) está nessa corporificação material. Assim sendo, Secundidade é quando o sujeito lê com compreensão e profundidade de seu conteúdo. Como exemplo: "o homem comeu banana", e na cabeça do sujeito, ele compreende que o homem comeu a banana e possivelmente visualiza os dois elementos e a ação da frase.
A palavra chave deste conceito é ocorrência, o conceito em ação. É desta forma, também, uma atualização das qualidades do firstness.
Terceiridade - primeiridade é a categoria que da à experiência sua qualidade distintiva, seu frescor, originalidade irrepetível e liberdade. Segundidade é aquilo que da a experiência seu caráter factual, de luta e confronto. Finalmente, Terceiridade corresponde à camada de inteligibilidade, ou pensamento em signos, através da qual representamos e interpretamos o mundo. Por exemplo: o azul, simples e positivo azul, é o primeiro. O céu, como lugar e tempo, aqui e agora, onde se encarna o azul é um segundo. A síntese intelectual, elaboração cognitiva – o azul no céu, ou o azul do céu -, é um terceiro. A terceiridade, vai além deste espectro de estrutura verbal da oração. Ou seja, o indivíduo conecta à frase a sua experiência de vida, fornece à oração, um contexto pessoal. Pois "o homem comeu a banana" pode ser ligado à imagem de um macaco no zoológico; à cantora Carmem Miranda; ao filme King Kong; enfim, a uma série de elementos extra-textuais.
Sucintamente, podemos dizer que thirdness está ligada a nossa capacidade de previsão de futuras ocorrências da secondness, já que não só conhecemos o acontecimento na medida de possibilidade natural, como já o vimos em acção, e como tal, já nos é intrínseco. Desta forma já podemos antecipar o que virá a acontecer.
Também para Peirce há três tipos de signos:
O ícone, que mantém uma relação de proximidade sensorial ou emotiva entre o signo, representação do objeto, e o objeto dinâmico em si; o signo icónico refere o objecto que denota na medida em que partilha com ele possui caracteres, caracteres esse que existem no objecto denotado independentemente da existência do signo. - exemplo: pintura, fotografia, o desenho de um boneco. É importante falar que um ícone não só pode exercer esta função como é o caso do desenho de um boneco de homem e mulher que ficam anexados à porta do banheiro indicando se é masculino ou feminino, a priori é ícone, mas também é símbolo, pois ao olhar para ele reconhecemos que ali há um banheiro e que é do gênero que o boneco representa, isto porque foi convencionado que assim seria, então ele é ícone e símbolo;
O índice, ou parte representada de um todo anteriormente adquirido pela experiência subjetiva ou pela herança cultural - exemplo: onde há fumaça, logo há fogo. Quer isso dizer que através de um indício (causa) tiramos conclusões. Ainda sobre o que nos diz este autor, é importante referir que «um signo, ou representamen, é qualquer coisa que está em vez de (stands for) outra coisa, «em determinado aspecto ou a qualquer título», (e que é considerado «representante» ou representação da coisa, do objecto - a matéria física) e, por último, o «interpretante» - a interpretação do objecto. Por exemplo, se estivéssemos a falar de "cadeira", o representante seria o conceito que temos de cadeira. Sucintamente, o índice é um signo que se refere ao objecto denotado em virtude de ser realmente afectado por esse objecto.
O objeto seria a cadeira em si e o interpretante o modo como relacionamos o objeto com a coisa representada, o objeto de madeira sobre o qual nos podemos sentar. Sobre isto é interessante ver a obra "One and three chairs" do artista plástico Joseph Kosuth. A principal característica do signo indicial é justamente a ligação física com seu objeto, como uma pegada é um "indício" de quem passou. A fotografia, por exemplo, é primeiramente um índice, pois é um registro da luz em determinado momento.
O símbolo, "é um signo que se refere ao objecto que denota em virtude de uma lei, normalmente uma associação de ideias gerais que opera no sentido de fazer com que o símbolo seja interpretado como se referindo aquele objecto". by Luis Caramelo
[editar] Ferdinand de Saussure
Um outro autor, considerado pai da semiologia, a vertente européia do estudo dos signos, por ser o primeiro autor a criar essa designação e a designar o seu objeto de estudo, é Ferdinand de Saussure (1857-1913). Segundo este, a existência de signos - «a singular entidade psíquica de duas faces que cria uma relação entre um conceito (o significado) e uma imagem acústica (o significante) - conduz à necessidade de conceber uma ciência que estude a vida dos sinais no seio da vida social, envolvendo parte da psicologia social e, por conseguinte, da psicologia geral. Chamar-lhe-emos semiologia. Estudaria aquilo em que consistem os signos, que leis os regem.»
A concepção de Saussurre relativamente ao signo, ao contrário da de Peirce, distingue o mundo da representação do mundo real. Para ele, os signos (pertencentes ao mundo da representação) são compostos por significante - a parte física do signo - e pelo significado, a parte mental, o conceito. Colocando o referente (conceito correspondente ao de objecto por Peirce) no espaço real, longe da realidade da representação. Para Saussure (com excepção da onomatopeia), não existem signos motivados, ou seja, com relação de causa-efeito. Divide os signos em dois tipos: os que são relativamente motivados (a onomatopeia, que em Peirce corresponde aos ícones), e os arbitrários, em que não há motivação. Leia-se que esta motivação é a tal relação que Peirce faz entre representação e objecto e que, na visão de Saussure, parece não fazer sentido. Esta visão pode ser tida como visão de face dual. Para Saussure, existem assim dois tipos de relações no signo:
1 - as «relações sintagmáticas», as da linguagem, da fala, a relação fluida que, no discurso ou na palavra (parole), cada signo mantém em associação com o signo que está antes e com o signo que está depois, no «eixo horizontal», relações de contextualização e de presença (ex: abrir uma janela, em casa ou no computador)
2 - as «relações paradigmáticas», as «relações associativas», no «eixo vertical» em ausência, reportando-se à «língua» (ex: associarmos a palavra mãe a um determinado conceito de origem, carinho, ternura, amor, etc…), que é um registo «semântico», estável, na memória colectiva.
[editar] Louis Hjelmslev
Louis Hjelmslev (1899-1965) complexifica os conceitos utilizados por Saussure. Segundo Hjelmslev, e por uma questão de clareza, a expressão deverá substituir o termo saussuriano de significante, assim como o conteúdo deve substituir o de significado. Tanto a expressão como o conteúdo possuem dois aspectos, a forma e a «substância» - que em Saussure são por vezes confundidos com significante e significado. Os signos são por isso, para Hjelmslev, constituídos por quatro elementos e não dois, como propunha Saussure.
[editar] Umberto Eco
Sendo o mais proeminente europeu a usar o termo "Semiótica", Umberto Eco (1932), além de ser um dos que tentaram resumir de forma mais coerente todo o conhecimento anterior, procurando dissipar dúvidas e unir ideias semelhantes expostas de formas diferentes, introduz novos conceitos relativamente aos tipos de signos que considera existir. São os «diagramas», signos que representam relações abstractas, tais como fórmulas lógicas, químicas e algébricas; os «emblemas», figuras a que associamos conceitos (ex: cruz → cristianismo); os «desenhos», correspondentes aos ícones e às inferências naturais, os índices ou indícios de Peirce; as «equivalências arbitrárias», símbolos em Peirce e, por fim, os «sinais», como por exemplo o código da estrada, que sendo indícios, se baseiam num código ao qual estão associados um conjunto de conceitos.
[editar] Roman Jakobson
Roman Jakobson, nascido em Moscovo (Moscou PB), em 1896, introduziu o conceito das funções da linguagem:
a emotiva, que «denota» a carga do emissor na mensagem;
a injuntiva, relativa ao destinatário;
a referencial, relativa àquilo de que se fala;
a fática, relativa ao canal da comunicação;
a metalinguística, relativa ao código;
a poética, relativa à relação da mensagem consigo mesma.
Se Jakobson fala das funções da linguagem, Guiraud diferencia os códigos. E é nos códigos lógicos que está o mais importante para os signos. Nestes, ele releva os «paralinguísticos», associados a aspectos da linguagem verbal (ex: escritas alfabética, escritas idogramáticas). Associar números a pedras é ter e ser um código deste tipo: códigos práticos, ligados às sinaléticas, às programações e a códigos de conhecimento o (ex: sinais de trânsito) e, por último, os epistemológicos, ou específicos de cada área científica.
[editar] Morris e Greimas
Morris e Algirdas Julius Greimas dizem-nos que tudo pode ser signo consoante a nossa interpretação, deixando em estado mais abrangente o conceito de signo. Porém, Morris diz-nos ainda que estes se dividem em
Sintáctico, ao nível da estrutura dos signos, o modo em como eles se relacionam e as suas possíveis combinações,
Semântico, analisando as relações entre os signos e os respectivos significados,
Pragmático, estudando o valor dos signos para os utilizadores, as reacções destes relativamente aos signos e o modo como os utilizamos.
[editar] Lingüística e Semiologia
A Linguística era um dos campos da Semiologia; hoje em dia, essas ciências trabalham lado a lado.
Segundo alguns autores, a semiótica nunca foi considerada parte da lingüística, sendo mais natural considerar-se o contrário, posto que a língua é apenas mais um sistema de signos entre tantos. De fato, ela se desenvolveu quase exclusivamente graças ao trabalho de não-lingüistas, particularmente na França, onde é frequentemente considerada uma disciplina importante. No mundo de língua inglesa, contudo, não desfruta de praticamente nenhum reconhecimento institucional.
Embora a língua seja, normalmente, considerada o caso paradigmático do sistema de signos, grande parte da pesquisa semiótica atual se concentrou na análise de domínios tão variados como os mitos, a fotografia, o cinema, a publicidade ou os meios de comunicação. A influência do conceito linguístico central de estruturalismo, que é mais uma contribuição de Saussure, levou os semioticistas a tentar interpretações estruturalistas (ver estruturalismo) num amplo leque de fenómenos. Objetos de estudo, como um filme ou uma estrutura de mitos, são encarados como textos que transmitem significados, sendo esses significados tomados como derivações da interação ordenada de elementos portadores de sentido, os signos, encaixados num sistema estruturado, de maneira parcialmente análoga aos elementos portadores de significado numa língua.
Quando deliberadamente enfatiza a natureza social dos sistemas de signos humanos, com exceção daqueles pertencentes à sua natureza, a semiótica tende a ser altamente crítica e abstrata. Nos últimos anos, porém, os semioticistas se voltam cada vez mais para o estudo da cultura popular, sendo hoje em dia comum o tratamento semiótico das novelas de televisão e da música popular.
Cognição
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Cognição é o ato ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem, a palavra tem origem nos escritos de Platão e Aristóteles.
[editar] Psicologia
A psicologia cognitiva estuda os processos de aprendizagem e de aquisição de conhecimento. Actualmente é um ramo da psicologia dividido em inúmeras linhas de diferentes pesquisas e algumas vezes discordantes entre si.
Deriva da psicologia cognitiva em que pode haver, pelos indivíduos, uma visão unitária dos processos mentais, onde o aprendizado se dá pela apreensão dos dados e do conhecimento imediato de um objecto mental. A cognição é derivada da palavra latina cognitione, que significa a aquisição de um conhecimento através da percepção. É o conjunto dos processos mentais usados no pensamento e na percepção, também na classificação, reconhecimento e compreensão para o julgamento através do raciocínio para o aprendizado de determinados sistemas e soluções de problemas. De uma maneira mais simples, podemos dizer que cognição é a forma como o cérebro percebe, aprende, recorda e pensa sobre toda informação captada através dos cinco sentidos.
Mas a cognição é mais do que simplesmente a aquisição de conhecimento e consequentemente, a nossa melhor adaptação ao meio - mas é também um mecanismo de conversão do que é captado para o nosso modo de ser interno. Ela é um processo pelo qual o ser humano interage com os seus semelhantes e com o meio em que vive, sem perder a sua identidade existencial. Ela começa com a captação dos sentidos e logo em seguida ocorre a percepção. É portanto, um processo de conhecimento, que tem como material a informação do meio em que vivemos e o que já está registado na nossa memória.
[editar] Referências
Godoy, Adriano. (Setembro de 2006). Matriz: a arte de controlar reações e ser uma pessoa eficaz. Virtual Book. Vivali Editora Eletrônica Ltda.
[editar] Ver também
Testes de QI
Inteligência artificial
Inteligências múltiplas
Pensamento
Semiótica
Inibição Cognitiva
Criatividade
Teorias da aprendizagem
Noética
Inibição cognitiva
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Entende-se por inibição cognitiva a uma diminuição da atuação de algum aspecto da cognição, enquanto o sintomatizar é a sua transformação. A inibição cognitiva, nessa ótica, é a diminuição dos processos cognitivos os quais a adaptação mobiliza, o que é expresso na forma de sintoma, entendido como dificuldade de aprendizagem. A inibição de um dos movimentos do processo de equilibração impede a permanente reconstrução pessoal da modalidade a partir dos quatro níveis (organismo, corpo, inteligência e desejo). O sintoma cristaliza a modalidade de aprendizagem em um determinado momento, a partir daí, esta perde a possibilidade de ir transformando-se e de ser utilizada para transformar. O sintoma implica colocar em outro lado, jogar fora, atuar o que não se pode simbolizar, enquanto a simbolização permite ressignificar, e a ressignificação possibilita que a modalidade possa ir se modificando. Ao não poder estabelecer este processo de ressignificação interno à própria modalidade de aprendizagem, esta modalidade fica enrijecida, impedindo ou dificultando a aprendizagem de determinados aspectos da realidade. (Fernández, 1991 p.116) A Inibição Cognitiva de fundo emocional, ou de ordem das relações, pode ser questionada se o psicopedagogo não tiver a afetividade como variante no processo de aprendizagem. Por esta razão, vale tomar como premissa a afirmação de Paulo Freire sobre afetividade, quando diz que na verdade, é preciso descartar como falsa a separação radical entre seriedade docente e afetividade. Não é certo, sobretudo do ponto de vista democrático, que serei tão melhor professor quanto mais severo, mais frio, mais distante e "cinzento" me ponha nas minhas relações com os alunos, no trato dos objetos cognoscíveis que devo ensinar. A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. (Freire, 1997)
[editar] Ver também
Alicia Fernández
Sexualidade e deficiência
Psicopedagogia
Modalidades de aprendizagem
Dificuldades de aprendizagem
Necessidades educativas especiais
Psicopedagogia
Dislexia
Dislalia
Discalculia
Disortografia
Deficiência
Educação inclusiva
Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade
Criatividade
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Existem várias definições diferentes para criatividade. Para Ghiselin (1952), "é o processo de mudança, de desenvolvimento, de evolução na organização da vida subjetiva". Segundo Flieger (1978), "manipulamos símbolos ou objetos externos para produzir um evento incomum para nós ou para nosso meio". Outras definições:
"o termo pensamento criativo tem duas características fundamentais, a saber: é autônomo e é dirigido para a produção de uma nova forma" (Suchman, 1981)
"criatividade é o processo que resulta em um produto novo, que é aceito como útil, e/ou satisfatório por um número significativo de pessoas em algum ponto no tempo" (Stein, 1974)
"criatividade representa a emergência de algo único e original" (Anderson, 1965)
"criatividade é o processo de tornar-se sensível a problemas, deficiências, lacunas no conhecimento, desarmonia; identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses a respeito das deficiências; testar e retestar estas hipóteses; e, finalmente, comunicar os resultados" (Torrance, 1965)
"um produto ou resposta serão julgados como criativos na extensão em que a) são novos e apropriados, úteis ou de valor para uma tarefa e b) a tarefa é heurística e não algorística" (Amabile, 1983)
Todo ser humano possui criatividade em diferentes habilidades. Acredita-se que a habilidade criativa das pessoas esteja de certa forma ligadas a seus talentos.
Índice [esconder]
1 Tipos
2 Potencial criativo
3 Processo criativo
4 Importância da criatividade nas organizações de Ensino
5 Forma de expressão
6 Medição
7 Criatividade em equipe: um produto.
8 Como ampliar o potencial criativo
9 Ver também
10 Ligações externas
[editar] Tipos
Pode-se classificá-la segundo o lugar de origem e a forma como se manifesta. Um exemplo de classificação por lugar de origem é a seguinte:
Criatividade individual: é a forma criativa expressa por um indivíduo
Criatividade coletiva ou de grupo ou criatividade em equipe: forma criativa expressa por uma organização, equipe ou grupo. Surge geralmente da interação de um grupo com o seu exterior ou de interações dentro do próprio grupo e tem como objetivo principal otimizar ou criar produtos, serviços e processos.Na organização moderna a "criatividade em equipe" é o caminho mais curto e mais rápido para modernização e atualização de seus diversos métodos de gestão e de produção.
História
Na antiguidade, sob o ponto de vista da filosofia, a criatividade era vista, como parte da natureza humana, um dom divino, um “estado místico de receptividade a algum tipo de mensagem proveniente de entidades divinas.”(Alencar, 2001,p.15). Havia também a concepção que associava a criatividade à loucura, considerando as manifestações criativas como um ato impensado, que serviria de compensação aos desajustes e conflitos inconsciente da pessoa.
[editar] Potencial criativo
Acredita-se que o potencial criativo humano tenha início na infância. Quando as crianças têm suas iniciativas criativas elogiadas e incentivadas pelos pais, tendem a ser adultos ousados, propensos a agir de forma inovadora. O inverso também parece ser verdadeiro.
Quando as pessoas sabem que suas ações serão valorizadas, parecem tender a criar mais. O medo do novo, o apego aos paradigmas são formas de consolidar o status quo. Quando sentem que não estão sob ameaça (de perder o emprego ou de cair no ridículo, por exemplo), as pessoas perdem o medo de inovar e revelam suas habilidades criativas.
Algumas pessoas acreditam que ver a criatividade como habilidade passível de desenvolvimento é um grande passo para o desenvolvimento humano, enquanto outras têm a visão de que a criatividade é uma habilidade inata, ligada a fatores genético/hereditários e, portanto, determinista.
Certas pessoas também admitem que a criatividade não tem necessariamente ligação com o quociente de inteligência (QI), que ela tem mais afinidade com motivação do que com inteligência. Outras pessoas, por outro lado, confirmam uma forte correlação entre QI e potencial criativo, especialmente para QIs abaixo de 120 e com uma correlação positiva leve acima de QI 120.
[editar] Processo criativo
Durante o processo criativo, frequentemente distinguem-se os seguintes estágios:
Percepção do problema. É o primeiro passo no processo criativo e envolve o "sentir" do problema ou desafio.
Teorização do problema. Depois da observação do problema, o próximo passo é convertê-lo em um modelo teórico ou mental.
Considerar/ver a solução. Este passo caracteriza-se geralmente pelo súbito insight da solução; é o impacto do tipo "eureka!". Muitos destes momentos surgem após o estudo exaustivo do problema.
Produzir a solução. A última fase é converter a idéia mental em idéia prática. É considerada a parte mais difícil, no estilo "1% de inspiração e 99% de transpiração".
Produzir a solução em equipe. Fase comum que ocorre nas empresas e organizações quando precisam, tanto diagnosticar ou superar um problema quanto otimizar ou inovar produtos, serviços e processos. Ancoram-se, para tal dinâmica, no conhecido sistema do brainstorming.
[editar] Importância da criatividade nas organizações de Ensino
Criar só é possível quando o cérebro detém uma grandiosa e alargada variedade de conhecimentos e informações, fazendo com que as associações de ideias, ocorram de uma forma mais fluida e direcionada. Essas associações permitirão alcançar as ideias e conceitos novos, de uma forma única e original. Porém, para que o processo criativo nas organizações, nomeadamente nas Instituições de Ensino Superior, seja eficaz e eficiente, torna-se necessário e decisivo a aceitação por parte das mesmas, das suas ideias e da liberdade de expressão no meio em que se executam.
O processo criativo refere-se a algo atendido por outras pessoas, e que se harmonize com as expectativas e valores de um determinado grupo de indivíduos. Somente desta forma, será visto como algo importante e decisivo, num mercado produtivo e evolutivo, que possa vender a ideia ou mesmo solucionar situações complicadas e / ou expandir novos produtos ou serviços. Cada vez mais o setor do Ensino está mais criativo e inovador, no que diz respeito à diversidade de cursos, cada vez mais adaptados ao mercado de trabalho.
O setor do Ensino Superior, não foge à regra no que respeita à criatividade, pelo fato de, devido ao constante desenvolvimento do mercado, ser imperativo, uma adaptação, o mais expansiva possível, atendendo às constantes mutações existentes.
[editar] Forma de expressão
Arte e cultura. O mundo da arte e da cultura é preeminentemente um mundo da criatividade, porque o artista não está diretamente ligado às convenções, dogmas e instituições da sociedade. O artista tem uma expressão criativa que é resultado direto de sua liberdade.
Pesquisa e desenvolvimento. Para produtos resultantes de atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, o critério criativo é a patente deste produto. São geralmente três os pré-requisitos de uma patente: a) novidade; b) inventividade e c) aplicação prática.
Humor (comédia)
[editar] Medição
Foram propostas várias tentativas de desenvolver um quociente de criatividade de uma forma análoga ao quociente de inteligência. Porém, a maior parte dos critérios de medição da criatividade depende do julgamento pessoal do examinador e por isso é difícil estabelecer um padrão de medição.
[editar] Criatividade em equipe: um produto.
Criatividade é arma de combate na conquista da sobrevivência dos seres vivos.
Na escala animal da natureza, as conquistas ocorrem através de ajustes e aprimoramentos a cada espécie viva, de acordo com os princípios da seleção natural descobertos por Darwin.
Na escala humana, as conquistas ocorrem dentro da História, não apenas sócio-econômica, mas, sobretudo, industrial e tecnológica com seu processo fantasioso e delirante de avanço.
O homem, através de sua criatividade, aperfeiçoa, melhora e inova os fundamentos de sua sobrevivência: da alimentação natural aos produtos transgênicos, da tanga à moda do vestuário, das infusões chamânicas à medicina moderna, da oca à casa decorada e eletrônica. No lazer, nos transportes ou na educação, a vida humana é um exercício contínuo de criatividade, pulsão viva em sua História.
O exercício da criatividade dentro da História impele a todos, por competitividade, a incrementar seu potencial criativo, adquirindo consciência deste fenômeno e adquirindo novas ferramentas de criatividade que o impulsionem, discutidas na obra "Criatividade em Equipe".
Capítulos teorizam sobre este ferramental, - carpintaria da "criatividade em equipe" - em linha com o brainstorming -, a partir de ambiências onde tal exercício é essencial: da empresa com suas disputas de poder e busca de crescimento, às escolas de samba, cuja diversão e jogo liberam pulsão criativa à construção de um espetáculo único e inigualável, ópera de um dia só.
Identificando a própria criatividade como um produto em si('ars gratia arts',do latim,'a arte pela arte'), proposta inovadora, agrega-lhe leis de mercado que, por regerem relações de produção, facilitam o entendimento da “criatividade em equipe” e a gestão de suas técnicas.
Ancorando-a em leis de mercado, uma dialética da produção, desmistifica sua aura de genialidade ou de difícil acesso às pessoas comuns, instalando-a no dia-a-dia da empresa, da escola, ou de qualquer ambiente empreendedor, integrado por pessoas voltadas à otimização de produtos, serviços e processos, num modelo de gestão conduzido pela “criatividade em equipe”, sua pedra angular.
Gerir e participar do processo de “criatividade em equipe” é a proposta do Autor*, com ampla e frutuosa experiência no dia-a-dia empresarial, - onde atua - na busca da otimização de produtos, serviços e processos, bem como na humanização do trabalho, inda que sujeito à competitividade natural da espécie humana, que assim se aprimora e se recria continuamente em sua História, espaço-tempo próprio em contínua expansão, expansão justamente desta criatividade, projeto humano por excelência para aprimorar o mundo em que vivemos.
(*Extraído do Prefácio de "Criatividade em Equipe e suas leis de marketing" - Vídeo-texto de Paulo Guilherme Hostin Sämy)
[editar] Como ampliar o potencial criativo
É plenamente possível fazer com que uma pessoa se torne mais criativa. Os principais resultados criativos não advêm de exercícios mentais que prometem aumentar o potencial de criação dos indivíduos de forma isolada, a exemplo de exercícios mentais com CDs ou fórmulas mirabolantes que apregoam sete ou oito lições para aprimorar a criatividade.
A criatividade humana se revela a partir de associações e combinações inovadoras de planos, modelos, sentimentos, experiências e fatos. O que realmente funciona é propiciar oportunidades e incentivar os indivíduos a buscar novas experiências, testar hipóteses e, principalmente, a estabelecer novas formas de diálogos, sobretudo, com pessoas de outras formações, tipos de experiências e cultura. Alguns indivíduos altamente criativos já apresentam naturalmente esse padrão de comportamento curioso, investigativo, voltado à experimentação, à inovação e à busca persistente de pequenas e grandes nuances, seja em suas áreas de interesse ou em terrenos nem tão familiares, envolvendo outras culturas, tecnologias, idiomas, etc. São pessoas que intuitivamente fazem o melhor exercício possível para o cérebro ao investir, de maneira consistente, no aprendizado e no estímulo a diferentes capacidades cognitivas e sensoriais.
Em suma, embora seja impossível modificar algumas características essenciais das pessoas, podemos incentivar comportamentos, estilo de vida e formas de interação com o mundo que permitam o desenvolvimento de novos padrões cognitivos e facultem aos indivíduos oportunidades de geração de insights criativos. O mais importante, no entanto, está no fato de que, no contexto organizacional, o que vale mesmo é a capacidade criativa coletiva.
Referência: Artigo "É possível se tornar uma pessoa mais criativa?", de José Cláudio C. Terra.
[editar] Ver também
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Denominam-se teorias da aprendizagem, em Psicologia e em Educação, aos diversos modelos que visam explicar o processo de aprendizagem pelos indivíduos.
Embora desde a Grécia antiga se hajam formulado diversas teorias sobre a aprendizagem, as de maior destaque na educação contemporânea são a de Jean Piaget e a de Lev Vygotsky.
Índice [esconder]
1 Behaviorismo
2 Epistemologia Genética
2.1 Estágios de desenvolvimento
2.2 Estrutura e aprendizagem
3 Sócio-interacionismo
3.1 Zona de desenvolvimento proximal
3.2 Interacionismo e desenvolvimento
3.3 Conectivismo
4 Ver também
[editar] Behaviorismo
Ver artigo principal: Behaviorismo
De acordo com o pensamento comportamentalista, o objeto de estudo da Psicologia deve ser a interação entre o organismo e o ambiente.
Embora o comportamentalismo (ou behaviorismo) tenha raízes nos trabalhos pioneiros do estadunidense John B. Watson (1878-1958) e nos do russo Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936), o estabelecimento dos seus princípios e teoria foi responsabilidade do psicólogo estadunidense Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), que se tornou o representante mais importante da corrente comportamental. Ele lançou o conceito de "condicionamento operante" a partir das suas experiências com ratos em laboratório, utilizando o equipamento que ficou conhecido como Caixa de Skinner (1953). Por esse conceito explicou que, quando um comportamento é seguido da apresentação de um reforço positivo (recompensa) ou negativo (supressão de algo desagradável), a frequência deste comportamento aumenta.
[editar] Epistemologia Genética
Ver artigo principal: Epistemologia genética
Esta teoria do desenvolvimento da inteligência foi desenvolvida pelo biólogo, psicólogo e filósofo suíço Jean Piaget (1896-1980), e consiste em parte numa combinação das teorias filosóficas existentes à época, o apriorismo e o empirismo. Baseado em experiências com crianças a partir do nascimento até a adolescência, Piaget postulou que o conhecimento não é totalmente inerente ao próprio sujeito, como postula o apriorismo, nem provém totalmente das observações do meio que o cerca, como postula o empirismo.
Para Piaget, o conhecimento é construído através da interação do sujeito com seu meio, a partir de estruturas existentes. Assim sendo, a aquisição de conhecimentos depende tanto das estruturas cognitivas do sujeito como da relação dele, sujeito, com o objeto.
[editar] Estágios de desenvolvimento
Para Piaget, o desenvolvimento humano obedece certos estágios hierárquicos, que decorrem do nascimento até se consolidarem por volta dos 16 anos. A ordem destes estágios seria invariável e inevitável a todos os indivíduos, embora os intervalos de tempo de cada um deles não sejam fixos, podendo variar em função do indivíduo, do ambiente e da cultura. São eles:
Estágio sensório-motor (do nascimento aos dois anos) - a criança desenvolve um conjunto de "esquemas de ação" sobre o objeto, que lhe permitem construir um conhecimento físico da realidade. Nesta etapa desenvolve o conceito de permanência do objeto, constrói esquemas sensório-motores e é capaz de fazer imitações, construindo representações mentais cada vez mais complexas.
Estágio pré-operatório (dos dois aos seis anos) - a criança inicia a construção da relação de causa e efeito, bem como das simbolizações. É a chamada idade dos porquês e do faz-de-conta.
Estágio operatório-concreto (dos sete aos onze anos) - a criança começa a construir conceitos através de estruturas lógicas, consolida a observação de quantidade e constrói o conceito de número. Seu pensamento, apesar de lógico, ainda está centrado nos conceitos do mundo físico, onde abstrações lógico-matemáticas são incipientes.
Estágio operatório-formal (dos onze aos dezesseis anos) - fase em que o adolescente constrói o pensamento abstracto, conceitual, conseguindo ter em conta as hipóteses possíveis, os diferentes pontos de vista, e sendo capaz de pensar cientificamente.
[editar] Estrutura e aprendizagem
Na concepção piagetiana, a aprendizagem só ocorre mediante a consolidação das estruturas de pensamento, portanto a aprendizagem sempre se dá após a consolidação do esquema que a suporta, da mesma forma a passagem de um estágio a outro estaria dependente da consolidação e superação do anterior. Na perspectiva de Piaget, para que ocorra a construção de um novo conhecimento, é preciso que se estabeleça um desequilibrio nas estruturas mentais, isto é, os conceitos já assimilados necessitam passar por um processo de desorganização para que possam novamente, a partir do contato com novos conceitos se reorganizarem, estabelecendo um novo conhecimento. Este mecanismo pode ser denominado de equilibração das estruturas mentais, ou seja, a transformação de um conhecimento prévio em um novo.
[editar] Sócio-interacionismo
Os estudos de Lev Vygotsky (1896-1934) postulam uma dialética das interações com o outro e com o meio, como desencadeador do desenvolvimento sócio-cognitivo. Para Vygotsky e seus colaboradores, o desenvolvimento é impulsionado pela linguagem. Eles acreditam que a estrutura dos estágios descrita por Piaget seja correta, porém diferem na concepção de sua dinâmica evolutiva. Enquanto Piaget defende que a estruturação do organismo precede o desenvolvimento, para Vygotsky é o próprio processo de aprendizagem que gera e promove o desenvolvimento das estruturas mentais superiores.
[editar] Zona de desenvolvimento proximal
Um ponto central da teoria de Vygotsky é o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), que afirma que a aprendizagem acontece no intervalo entre o conhecimento real e o conhecimento potencial. Em outras palavras, a ZDP é a distância existente entre o que o sujeito já sabe e aquilo que ele tem potencialidade de aprender. Seria neste campo que a educação atuaria, estimulando a aquisição do potencial, partindo do conhecimento da ZDP do aprendiz, para assim intervir. O conhecimento potencial, ao ser alcançado, passa a ser o conhecimento real e a ZDP redefinida a partir do que seria o novo potencial.
[editar] Interacionismo e desenvolvimento
Nessa concepção, as interações têm um papel crucial e determinante. Para definir o conhecimento real, Vygotsky sugere que se avalie o que o sujeito é capaz de fazer sozinho, e o potencial aquilo que ele consegue fazer com ajuda de outro sujeito. Assim, determina-se a ZDP e o nível de riqueza e diversidade das interações determinará o potencial atingido. Quanto mais ricas as interações, maior e mais sofisticado será o desenvolvimento.
No campo da educação a interação, que é um dos conceitos fundamentais da teoria de Vygotsky, encaixa-se na concepção de escola que se pretende efetivar no sistema brasileiro de ensino. E neste caso, o professor e o aluno passam a ter um papel essencial no processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma é possível desenvolver tanto os conceitos de ZDP quanto a relação existente entre pensamento, linguagem e intervenção no âmbito da escola, possibilitando assim um maior nível de aprendizagem.
[editar] Conectivismo
Discute-se atualmente, nesse cenário, se o conectivismo seria uma nova teoria de aprendizagem em rede, como defendido por George Siemens.[carece de fontes?]
[editar] Ver também
Aprendizagem
Alfabetização
Criatividade
Educação
Letramento
Inibição cognitiva
Inteligência emocional
Inteligências múltiplas
Modalidades de aprendizagem
Quociente de inteligência
Percepção
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A percepção de cores: um dos aspectos da percepção visual.Em psicologia, neurociência e ciências cognitivas, percepção é a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir de histórico de vivências passadas. Através da percepção um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio. Consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos sentidos. A percepção pode ser estudada do ponto de vista estritamente biológico ou fisiológico, envolvendo estímulos elétricos evocados pelos estímulos nos órgãos dos sentidos. Do ponto de vista psicológico ou cognitivo, a percepção envolve também os processos mentais, a memória e outros aspectos que podem influenciar na interpretação dos dados percebidos.
Índice [esconder]
1 O estudo da percepção
2 Percepção e realidade
3 Fatores que influenciam a percepção
3.1 Fatores externos
3.2 Fatores internos
3.3 princípios da percepção
3.4 Outros fatores
4 Tipos de Percepção
4.1 Percepção visual
4.2 Percepção auditiva
4.3 Percepção olfactiva
4.4 Percepção gustativa
4.5 Percepção tátil
4.6 Percepção temporal
4.7 Percepção espacial
4.8 Propriocepção
5 Intensidade da percepção
5.1 Lei de Weber-Fechner
6 Percepção Social
7 Ver também
[editar] O estudo da percepção
A percepção é um dos campos mais antigos dos processos fisiológicos e cognitivos envolvidos. Os primeiros a estudar com profundidade a percepção foram Hermann von Helmholtz, Gustav Theodor Fechner e Ernst Heinrich Weber, A Lei de Weber-Fechner é uma das mais antigas relações quantitativas da psicologia experimental e quantifica a relação entre a magnitude do estímulo físico (mensurável por instrumentos) e o seu efeito percebido (relatado). Mais adiante Wilhelm Wundt fundou o primeiro laboratório de psicologia experimental em Leipzig em 1879.
Na filosofia, a percepção e seu efeito no conhecimento e aquisição de informações do mundo é objeto de estudo da filosofia do conhecimento ou epistemologia. Em geral a percepção visual foi base para diversas teorias científicas ou filosóficas. Newton e Goethe estudaram a percepção de cores e algumas escolas, como a Gestalt, surgida no Século XIX e escolas mais recentes, como a fenomenologia e o existencialismo baseiam toda a sua teoria na percepção do mundo.
[editar] Percepção e realidade
Imagem ambígua. O animal da figura pode ser um coelho ou um pato. Um exemplo de "percepção mutável"Na psicologia, o estudo da percepção é de extrema importância porque o comportamento das pessoas é baseado na interpretação que fazem da realidade e não na realidade em si. Por este motivo, a percepção do mundo é diferente para cada um de nós, cada pessoa percebe um objeto ou uma situação de acordo com os aspectos que têm especial importância para si própria.
Muitos psicólogos cognitivos e filósofos de diversas escolas, sustentam a tese de que, ao transitar pelo mundo, as pessoas criam um modelo mental de como o mundo funciona (paradigma. Ou seja, elas sentem o mundo real, mas o mapa sensorial que isso provoca na mente é provisório, da mesma forma que uma hipótese científica é provisória até ser comprovada ou refutada ou novas informações serem acrescentadas ao modelo (v. Método científico).
À medida que adquirimos novas informações, nossa percepção se altera. Diversos experimentos com percepção visual demonstram que é possível notar a mudança na percepção ao adquirir novas informações. As ilusões de óptica e alguns jogos, como o dos sete erros se baseiam nesse fato. Algumas imagens ambíguas são exemplares ao permitir ver objetos diferentes de acordo com a interpretação que se faz. Em uma "imagem mutável", não é o estímulo visual que muda, mas apenas a interpretação que se faz desse estímulo.
Assim como um objeto pode dar margem a múltiplas percepções, também pode ocorrer de um objeto não gerar percepção nenhuma: Se o objeto percebido não tem embasamento na realidade de uma pessoa, ela pode, literalmente, não percebê-lo. Os primeiros relatos dos colonizadores da América relataram que os índios da América Central não viram a frota naval dos colonizadores que se aproximavam em sua primeira chegada. Como os navios não faziam parte da realidade desses povos, eles simplesmente não eram capazes de percebê-los no horizonte e eles se misturavam à paisagem sem que isso fosse interpretado como uma informação a considerar. Somente quando as frotas estavam mais próximas é que passaram a ser visíveis. Qualquer pessoa nos dias atuais, de pé em uma praia espera encontrar barcos no mar. Eles se tornam, portanto, imediatamente visíveis, mesmo que sejam apenas pontos no horizonte.
Passa-se a considerar cada vez mais a importância da pessoa que percebe, durante o ato da percepção. A presença e a condição do observador modificam o fenômeno.
As percepções são normais se realmente correspondem àquilo que o observando vê, ouve e sente. Contudo, podem ser deficientes, se houver ilusões dos sentidos ou mesmo alucinações. Esta ambiguidade da percepção é explorada em tecnologias humanas como a camuflagem, mas também no mimetismo apresentado em diversas espécies animais e vegetais, como algumas borboletas que apresentam desenhos que se assemelham a olhos de pássaros, que assustam os predadores potenciais. Algumas flores também possuem seus órgão sexuais em formatos atraentes para os insetos polinizadores.
Teorias cognitivas da percepção assumem que há uma pobreza de estímulos. Isto significa (em referência à percepção) que as sensações, sozinhas, não são capazes de prover uma descrição única do mundo. As sensações necessitam de enriquecimento, que é papel do modelo mental. Um tipo diferente de teoria é a ecologia perceptual, abordagem de James J. Gibson. Gibson rejeita a tese da pobreza de estímulos ao mesmo tempo que rejeita que a percepção seja o resultado das sensações. Ao invés disso, ele investigou quais informações são efetivamente apresentadas aos sistemas perceptivos. Ele e outros psicólogos que trabalham com esse paradigma explicam como o mundo pode ser explicado como um organismo móvel através de leis de projeção da informação sobre o mundo em matrizes de energia. A especificação é um mapeamento 1:1 de alguns aspectos do mundo em uma matriz de percepção; dado um mapa deste tipo, nenhum enriquecimento é necessário e a percepção é direta.
[editar] Fatores que influenciam a percepção
Os olhos são os órgãos responsáveis pela visão, um dos sentidos que fazem parte da percepção do mundo.O processo de percepção tem início com a atenção que não é mais do que um processo de observação seletiva, ou seja, das observações por nós efetuadas. Este processo faz com que nós percebamos alguns elementos em desfavor de outros. Deste modo, são vários os fatores que influenciam a atenção e que se encontram agrupados em duas categorias: a dos fatores externos (próprios do meio ambiente) e a dos fatores internos (próprios do nosso organismo).
[editar] Fatores externos
Os fatores externos mais importantes da atenção são a intensidade (pois a nossa atenção é particularmente despertada por estímulos que se apresentam com grande intensidade e, é por isso, que as sirenes das ambulâncias possuem um som insistente e alto); o contraste (a atenção será muito mais despertada quanto mais contraste existir entre os estímulos, tal como acontece com os sinais de trânsito pintados em cores vivas e contrastantes); o movimento que constitui um elemento principal no despertar da atenção (por exemplo, as crianças e os gatos reagem mais facilmente a brinquedos que se movem do que estando parados); e a incongruência, ou seja, prestamos muito mais atenção às coisas absurdas e bizarras do que ao que é normal (por exemplo, na praia num dia verão prestamos mais atenção a uma pessoa que apanhe sol usando um cachecol do que a uma pessoa usando um traje de banho normal).
[editar] Fatores internos
Os fatores internos que mais influenciam a atenção são a motivação (prestamos muito mais atenção a tudo que nos motiva e nos dá prazer do que às coisas que não nos interessam); a experiência anterior ou, por outras palavras, a força do hábito faz com que prestemos mais atenção ao que já conhecemos e entendemos; e o fenómeno social que explica que a nossa natureza social faz com que pessoas de contextos sociais diferentes não prestem igual atenção aos mesmos objetos (por exemplo, os livros e os filmes a que se dá mais importância em Portugal não despertam a mesma atenção no Japão).
[editar] princípios da percepção
Princípio da figura e fundo. Percebemos um vaso ou duas faces se entreolhando, dependendo da escolha do que é figura (o tema da imagem) e o que é fundo.Na percepção das formas, as teorias da percepção reconhecem quatro princípios básicos que a influenciam:
a tendência à estruturação ou princípio do fechamento - tendemos a organizar elementos que se encontram próximos uns dos outros ou que sejam semelhantes;
segregação figura-fundo - explica que percebemos mais facilmente as figuras bem definidas e salientes que se inscrevem em fundos indefinidos e mal contornados (por exemplo, um cálice branco pintado num fundo preto);
pregnância das formas ou boa forma - qualidade que determina a facilidade com que percebemos figuras bem formadas. Percebemos mais facilmente as formas simples, regulares, simétricas e equilibradas;
constância perceptiva - se traduz na estabilidade da percepção (os seres humanos possuem uma resistência acentuada à mudança).
[editar] Outros fatores
Em relação à percepção da profundidade, sabe-se que esta advém da interacção de factores orgânicos (características do nosso corpo) com factores ambientais (características do meio ambiente). São exemplos dos factores orgânicos: a acomodação do cristalino que é uma espécie de lente natural de que dispomos para focar convenientemente os objectos; e a convergência das linhas de visão (a posição das linhas altera-se sempre que olhamos para objectos situados a diferentes distâncias).
Para exemplificar os factores ambientais temos o princípio do contraste luz-sombra (as partes salientes dos objectos são mais claras que as restantes, em função da iluminação recebida) e a grandeza relativa (a profundidade pode ser representada variando o tamanho e a distância dos objectos pintados. Os objectos mais distantes parecem-nos mais pequenos do que aqueles que estão mais próximos).
[editar] Tipos de Percepção
O estudo da percepção distingue alguns tipos principais de percepção. Nos seres humanos, as formas mais desenvolvidas são a percepção visual e auditiva, pois durante muito tempo foram fundamentais à sobrevivência da espécie (A visão e a audição eram os sentidos mais utilizados na caça e na proteção contra predadores). Também é por essa razão que as artes plásticas e a música foram as primeiras formas de arte a serem desenvolvidas por todas as civilizações, antes mesmo da invenção da escrita. As demais formas de percepção, como a olfativa, gustativa e tátil, embora não associadas às necessidades básicas, têm importante papel na afetividade e na reprodução.
Além da percepção ligada aos cinco sentidos, os humanos também possuem capacidade de percepção temporal e espacial.
[editar] Percepção visual
Ver artigo principal: Percepção visual
O triângulo de Kaniza demonstra o princípio do fechamento. Tendemos a ver um triângulo branco sobreposto à figura, como uma figura completa e fechada, embora ele só seja sugerido por falhas nas demais formas que compõem a figura.A visão é a percepção de raios luminosos pelo sistema visual. Esta é a forma de percepção mais estudada pela psicologia da percepção. A maioria dos princípios gerais da percepção foram desenvolvidos a partir de teorias especificamente elaboradas para a percepção visual. Todos os princípios da percepção citados acima, embora possam ser extrapolados a outras formas de percepção, fazem muito mais sentido em relação à percepção visual. Por exemplo, o princípio do fechamento (ver figura ao lado) é melhor compreendido em relação a imagens do que a outras formas de percepção.
A percepção visual compreende, entre outras coisas:
Percepção de formas;
Percepção de relações espaciais, como profundidade. Relacionado à percepção espacial;
Percepção de cores;
Percepção de intensidade luminosa.
Percepção de movimentos
[editar] Percepção auditiva
Ver artigo principal: Percepção auditiva
A audição é a percepção de sons pelos ouvidos. A psicologia, a acústica e a psicoacústica estudam a forma como percebemos os fenômenos sonoros. Uma aplicação particularmente importante da percepção auditiva é a música. Os princípios gerais da percepção estão presentes na música. Em geral, ela possui estruturação, boa-forma, figura e fundo (representada pela melodia e acompanhamento) e os gêneros e formas musicais permitem estabelecer uma constância perceptiva.
Entre os fatores considerados no estudo da percepção auditiva estão:
Percepção de timbres;
Percepção de alturas ou freqüências;
Percepção de intensidade sonora ou volume;
Percepção rítmica, que na verdade é uma forma de percepção temporal;
Localização auditiva, um aspecto da percepção espacial, que permite distinguir o local de origem de um som.
[editar] Percepção olfactiva
perfumesO olfacto é a percepção de odores pelo nariz. Este sentido é relativamente tênue nos humanos, mas é importante para a alimentação. A memória olfactiva também tem uma grande importância afetiva. A perfumaria e a enologia são aplicações dos conhecimentos de percepção olfactiva. Entre outros fatores a percepção olfactiva engloba:
Discriminação de odores, que estuda o que diferencia um odor de outros e o efeito de sua combinação;
O alcance olfactivo.
Em alguns animais, como os cães, a percepção olfactiva é muito mais desenvolvida e tem uma capacidade de discriminação e alcance muito maior que nos humanos.
[editar] Percepção gustativa
O paladar é o sentido de sabores pela língua. Importante para a alimentação. Embora seja um dos sentidos menos desenvolvidos nos humanos, o paladar é geralmente associado ao prazer e a sociedade contemporânea muitas vezes valoriza o paladar sobre os aspectos nutritivos dos alimentos. A arte culinária e a enologia são aplicações importantes da percepção gustativa. O principal fator desta modalidade de percepção é a discriminação de sabores.
[editar] Percepção tátil
Uma placa de sinalização em BrailleO tato é sentido pela pele em todo o corpo. Permite reconhecer a presença, forma e tamanho de objetos em contato com o corpo e também sua temperatura. Além disso o tato é importante para o posicionamento do corpo e a proteção física.
O tato não é distribuído uniformemente pelo corpo. Os dedos da mão possuem uma discriminação muito maior que as demais partes, enquanto algumas partes são mais sensíveis ao calor. O tato tem papel importante na afetividade e no sexo. Entre os fatores presentes na percepção tátil estão:
Discriminação tátil, ou a capacidade de distinguir objetos de pequenos tamanhos. (Importante, por exemplo, para a leitura em Braille);
Percepção de calor;
A percepção da dor.
[editar] Percepção temporal
Não existem órgãos específicos para a percepção do tempo, no entanto é certo que as pessoas são capazes de sentir a passagem do tempo. A percepção temporal esbarra no próprio conceito da natureza do tempo, assunto controverso e tema de estudos filosóficos, cognitivos e físicos, bem como o conhecimento do funcionamento do cérebro (neurociência).
A percepção temporal já foi objeto de diversos estudos desde o século XIX até os dias de hoje, quando é estudado por técnicas de imagem como a ressonância magnética. Os experimentos destinam-se a distinguir diferentes tipos de fenômenos relevantes à percepção temporal:
a percepção das durações;
a percepção e a produção de ritmos;
a percepção da ordem temporal e da simultaneidade.
Resta saber se estes diferentes domínios da percepção temporal procedem dos mesmos mecanismos ou não e também algumas novas considerações que decorrem da escala de tempo utilizada. Segundo o psicólogo francês Paul Fraisse, é preciso distinguir a percepção temporal (para durações relativamente curtas, até alguns segundos) e a estimativa temporal que é designada como a apreensão de longas durações (desde alguns segundos até algumas horas). Estes fatores envolvem ainda os ciclos biológicos, como o ritmo circadiano.
[editar] Percepção espacial
Assim como as durações, não possuímos um órgão específico para a percepção espacial, mas as distâncias entre os objetos podem ser efetivamente estimadas. Isso envolve a percepção da distância e do tamanho relativo dos objetos. A razão para separar a percepção espacial das outras modalidades repousa no fato de que aparentemente a percepção espacial é supra-modal, ou seja, é compartilhada pelas demais modalidades e utiliza elementos da percepção auditiva, visual e temporal. Assim, é possível distinguir se um som procede especificamente de um objeto visto e se esse objeto (ou o som) está aproximando-se ou afastando-se. O lobo parietal do cérebro representa um papel importante neste tipo de percepção.
[editar] Propriocepção
Ver artigo principal: Propriocepção
Propriocepção é a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão. Este tipo específico de percepção permite a manutenção do equilíbrio e a realização de diversas atividades práticas. Resulta da interação das fibras musculares que trabalham para manter o corpo na sua base de sustentação, de informações táteis e do sistema vestibular, localizado no ouvido interno e responsável pelo equilíbrio.
O conjunto das informações dadas por esses receptores permitem, por exemplo, desviar a cabeça de um galho, mesmo que que não se saiba precisamente a distância segura para se passar, ou mesmo o simples fato de poder tocar os dedos do pé e o calcanhar com os olhos vendados, além de permitir atividades importantes como andar, coordenar os movimentos responsáveis pela fala, segurar e manipular objetos, manter-se em pé ou posicionar-se para realizar alguma atividade.
[editar] Intensidade da percepção
[editar] Lei de Weber-Fechner
Pierre Bouguer (1760) e depois Ernst Heinrich Weber (1831) estudaram a menor variação perceptível para determinados estímulos. Para isso apresentaram estímulos variáveis a diversos indivíduos para determinar o funcionamento quantitativo de diversos tipos de percepção. A lei de Bouguer-Weber estipulava que o limiar sensorial (a menor diferença perceptível entre dois valores de um estímulo) aumenta linearmente com o valor do estímulo de referência. O médico Gustav Fechner (inventor do termo psicofísica) modificou essa lei, para que ela se tornasse válida aos valores extremos do estímulo: "a sensação varia como o logaritmo da excitação". Esta lei pode ser aplicada a diversas formas de percepção. Não se sabe ao certo a causa neurológica dessa lei, mas ela pode ser percebida em diversos fenômenos da percepção. Por exemplo, na percepção de alturas, as pessoas percebem intervalos iguais, quando suas freqüências variam exponencialmente. Por exemplo, a relação entre as freqüências de 220 Hz e 440 Hz é percebida como um intervalo de uma oitava. A relação entre 440 Hz e 880 Hz é percebida como um intervalo igual de uma oitava, mesmo que a distância real entre as freqüências não seja igual. Relações semelhantes se aplicam à percepção de intensidade sonora, intensidade luminosa, cores e diversos outros aspectos da percepção.
[editar] Percepção Social
Um último aspecto a ser considerado é o fato de que a percepção de certos aspectos relacionados a características humanas, ou mesmo a "construção da percepção" de certas características humanas, também pode ser constituída socialmente. Questões de gênero, raça, nacionalidade, sexualidade e outras, também podem ser interferidas por uma forma de percepção que é construída socialmente.
Um dos estudos recentes mais significativos sobre estes aspectos foi desenvolvido pelo historiador brasileiro José D'Assunção Barros (1967) que examinou a construção social da percepção relativamente a certos aspectos como as diferenças de sexualidade ou as diferenças étnicas (http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aso/n175/n175a05.pdf)
A obra mais densa deste autor sobre o assunto foi o livro A Construção Social da Cor (Petrópolis: Vozes, 2009). Neste livro, José D'Assunção Barros procura mostrar que as chamadas "diferenças de cor" também são construídas socialmente e historicamente. Ele procura examinar a história da construção e atualização de noções como "raça negra", "identidade negra", e "raça" de maneira geral. D'Assunção Barros mostra como, à época da montagem do tráfico escravista que introduziu a Escravidão Moderna, começou a ser construída uma "identidade negra" (sob o signo de "raça negra") às custas da desconstrução de outras identidades que já existiam na África do período que precede a implantação do Escravismo Colonial.
Ao Escravismo Moderno, interessava paradoxalmente conservar e dissolver as identidades étnicas africanas ancestrais(zulus, ibos, nuers, ashantis, tekes, e inúmeras outras). Como os traficantes de escravos obtinham seus suprimentos de cativos das guerras intertribais africanas, eles se interessavam em conservar bem vivas, na África, as hostilidades recíprocas entre etnias africanas. Isto porque, quando as diferentes tribos étnicas guerreavam entre si, os vencidos eram vendidos como escravos para os europeus. Contudo, uma vez enviados para o Novo Mundo, para o trabalho compulsório no Sistema Colonial (séculos XVII ao XIX), já interessava aos colonizadores dissolver as identidades étnicas africanas em uma única e nova identidade, a "raça negra". Então, as etnias eram misturadas e se favorecia a percepção de que todos os africanos eram negros (em detrimento da percepção de que eram nuers, ibos, zulus, tekes, e assim por diante). Em suma: para o trabalho escravo na América - a outra ponta do sistema escravista - já não interessavam mais as antigas identidades étnicas americanas, e sim uma única identidade negra indiferenciada. Com isto, as pessoas de origem européia passavam a ser ensinadas a perceberem os africanos como "negros", e os africanos transplantados para o Brasil também eram ensinados a se autoperceberem como "negros" (eram levados, portanto, ao esquecimento de suas identidades ancestrais na África). Da mesma forma, "europeus" e "africanos" aprendiam a se enxergar como "brancos" e "negros", a se perceberem como "raças" diferenciadas. É a isto que José D'Assunção Barros pretende se referir quando fala em uma "Construção Social da Cor", ou em uma construção social da percepção étnica (http://publique.rdc.puc-rio.br/desigualdadediversidade/media/Barros_desdiv_n3.pdf).
O mesmo raciocínio pode ser aplicado a outros aspectos, tal como as diferenças relacionadas à sexualidade, conforme postula José D'Assunção Barros em um artigo publicado na revista Análise Social (http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aso/n175/n175a05.pdf) A maneira como percebemos o que é "se homem" ou "ser mulher" é também uma construção social, assim como constituem também uma construção social as formas como as sociedades percebem os diferentes modos humanos de vivenciar a sexualidade.
[editar] Ver também
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Ilusão de óptica
Alucinação
Neurociência
Memória
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Nota: Para outros significados de Memória, veja Memória (desambiguação).
De acordo com estudos realizados na Universidade de Quioto publicados na revista "Current Biology", os chimpanzés teriam melhor memória fotográfica que os estudantes universitários[1]A memória é a capacidade de adquirir (aquisição), armazenar (consolidação) e recuperar (evocar) informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória biológica), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial).
A memória focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade. É um processo que conecta pedaços de memória e conhecimentos a fim de gerar novas idéias, ajudando a tomar decisões diárias.
Os neurocientistas (psiquiatras, psicólogos e neurologistas) distinguem memória declarativa de memória não-declarativa. A memória declarativa, grosso modo, armazena o saber que algo se deu, e a memória não-declarativa o como isto se deu.
A memória declarativa, como o nome sugere, é aquela que pode ser declarada (fatos, nomes, acontecimentos, etc.) e é mais facilmente adquirida, mas também mais rapidamente esquecida. Para abranger os outros animais (que não falam e logo não declaram, mas obviamente lembram), essa memória também é chamada explícita. Memórias explicitas chegam ao nível consciente. Esse sistema de memória está associado com estruturas no lobo temporal medial (ex: hipocampo, amígdala).
Psicólogos distinguem dois tipos de memória declarativa, a memória episódica e a memória semântica. São instâncias da memória episódica as lembranças de acontecimentos específicos. São instâncias da memória semântica as lembranças de aspectos gerais.
Já a memória não-declarativa, também chamada de implícita ou procedural, inclui procedimentos motores (como andar de bicicleta, desenhar com precisão ou quando nos distraímos e vamos no "piloto automático" quando dirigimos). Essa memória depende dos gânglios basais (incluindo o corpo estriado) e não atinge o nível de consciência. Ela em geral requer mais tempo para ser adquirida, mas é bastante duradoura.
Memória, segundo diversos estudiosos, é a base do conhecimento. Como tal, deve ser trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao cotidiano e acumulamos experiências para utilizar durante a vida.
Índice [esconder]
1 História
2 Tipos de memória
3 Bases anatómicas da memória
4 Bases moleculares do armazenamento da memória
5 Neuromodulação da memória
6 Fatores relacionados com a perda de memória
6.1 Amnésia
6.2 Doença de Alzheimer
6.3 Outros fatores
6.4 A memória e o olfato
7 Ver também
8 Referências
9 Ligações externas
[editar] História
Existem 3 tipos de memória bastante importantes: Memória Fotográfica, sensorial, sentimental. A fotográfica é quando fechamos os olhos e vemos uma pessoa, a sensorial é quando a visualizamos e conseguimos senti-la, já a sentimental, é quando tudo envolve um grande sentimento. Até meados do século XX, a maioria dos estudos sobre aprendizagem questionava que as funções da memória seriam localizadas em regiões cerebrais específicas, alguns chegando a duvidar de que a memória seria uma função distinta da atenção, da linguagem e da percepção. Acreditava-se que o armazenamento da memória seria distribuído por todo o cérebro.
A partir de 1861, Broca evidencia que lesões restritas à parte posterior do lobo frontal, no lado esquerdo do cérebro, chamada de área de Broca, causavam um defeito específico na função da linguagem. Após essa localização da função da linguagem, os neurocientistas tornaram a voltar-se para a hipótese de se localizar a memória.
Wilder Penfield foi o primeiro a conseguir demonstrar que os processos da memória têm localizações específicas no cérebro humano. Penfield havia estudado com o pioneiro em neurofisiologia, Charles Sherrington. Na década de 1940, Penfield começou a usar métodos de estimulação elétrica, idênticos aos usados por Sherrington em macacos, para mapear as funções motoras, sensoriais e da linguagem no córtex humano de pacientes submetidos à neurocirurgia, para tratamento de epilepsia. Penfield explorou a superfície cortical em mais de mil pacientes e verificou que a estimulação elétrica produzia o que ele chamou de resposta experiencial, ou retrospecção, na qual o paciente descrevia uma lembrança correspondente a uma experiência vivida.
Estudos em pacientes com lesão do lobo temporal (pioneiramente com o paciente H.M) revelaram dois modos particularmente diferentes de aprendizagem, diferença que os psicólogos cognitivistas avaliaram em estudos com sujeitos normais. O ser humano aprende o que é o mundo apreendendo conhecimento sobre pessoas e objetos, acessíveis à consciência, usando uma forma de memória que é em geral chamada de explícita, ou aprende como fazer coisas, adquirindo habilidades motoras ou perceptivas a que a consciência não tem acesso, usando para isto a memória implícita.
O Professor Antônio Branco Lefèvre é considerado o pai da neuropsicologia no Brasil. Lefèvre foi professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e suas pesquisa abrangeram a memória e a linguagem - a neuropsicologia - de crianças e adultos.
[editar] Tipos de memória
Memória declarativa. É a capacidade de verbalizar um fato. Classifica-se por sua vez em:
Memória imediata. É a memória que dura de frações a poucos segundos. Um exemplo é a capacidade de repetir imediatamente um número de telefone que é dito. Estes fatos são após um tempo completamente esquecidos, não deixando "traços".
Memória de curto prazo. É a memória com duração de alguns segundos ou minutos.[2] Neste caso existe a formação de traços de memória. O período para a formação destes traços se chama de Período de consolidação. Um exemplo desta memória é a capacidade de lembrar eventos recentes que aconteceram nos últimos minutos.
Memória de longo prazo. É a memória com duração de dias, meses e anos. Um exemplo são as memórias do nome e idade de alguém quando se reencontra essa pessoa alguns dias depois. Como engloba um tempo muito grande pode ser diferenciada em alguns textos como memória de longuíssimo prazo quando envolve memória de muitos anos atrás.
Memória de procedimentos. É a capacidade de reter e processar informações que não podem ser verbalizadas, como tocar um instrumento ou andar de bicicleta. Ela é mais estável, mais difícil de ser perdida.
[editar] Bases anatómicas da memória
Hoje é possível afirmar que a memória não possui um único locus. Diferentes estruturas cerebrais estão envolvidas na aquisição, armazenamento e evocação das diversas informações adquiridas por aprendizagem.
Memória de curto prazo
Depende do sistema límbico, envolvido nos processos de retenção e consolidação de informações novas. Hoje em dia também se supõe que a consolidação temporária da informação envolve estruturas como o hipocampo, a amígdala, o córtex entorrinal e o giro para-hipocampal, sendo depois transferida para as áreas de associação do neocórtex parietal e temporal. As vias que chegam e que saem do hipocampo também são importantes para o estudo da anatomia da memória. Inputs (que chegam) são constituídos pela via fímbria-fórnix ou pela via perfurante. Importantes projecções de CA1 para os córtices subiculares adjacentes fazem parte dos outputs (que saem) do hipocampo. Existem também duas vias hipocampais responsáveis por interconexões do próprio sistema límbico, como o Circuito de Papez (hipocampo, fórnix, corpos mamilares, giro do cíngulo, giro para-hipocampal e amígdala), e a segunda via projeta-se de áreas corticais de associação, por meio do giro do cíngulo e do córtex entorrinal, para o hipocampo que, por sua vez, projeta-se através do núcleo septal e do núcleo talâmico medial para o córtex pré-frontal, havendo então o armazenamento de informações que reverberam no circuito ainda por algum tempo.
Memória de trabalho
Compreende um sistema de controle de atenção (executiva central), auxiliado por dois sistemas de suporte (Alça Fonológica e Bloco de Notas Visuoespacial) que ajudam no armazenamento temporário e na manipulação das informações. O executivo central tem capacidade limitada e função de seleccionar estratégias e planos, tendo sua actividade relacionada ao funcionamento do lobo frontal, que supervisiona as informações. Também o cerebelo está envolvido no processamento da memória operacional, actuando na catalogação e manutenção das sequências de eventos, o que é necessário em situações que requerem o ordenamento temporal de informações. O sistema de suporte vísuo-espacial tem um componente visual, relacionado à região occipital e um componente espacial, relacionado a regiões do lobo parietal. Já no sistema fonológico, a articulação subvocal auxilia na manutenção da informação; lesões nos giros supramarginal e angular do hemisfério esquerdo geram dificuldades na memória verbal auditiva de curta duração. Esse sistema está relacionado à aquisição de linguagem.
Memória de longo prazo
Memória explícita:
Depende de estruturas do lobo temporal medical (incluindo o hipocampo, o córtex entorrinal e o córtex para-hipocampal) e do diencéfalo. Além disso, o septo e os feixes de fibras que chegam do prosencéfalo basal ao hipocampo também parecem tem importantes funções. Embora tanto a memória episódica como a semântica dependam de estruturas do lobo temporal medial, é importante destacar a relação dessas estruturas com outras. Por exemplo, pacientes idosos com disfunção dos lobos frontais têm mais dificuldades para a memória episódica do que para a memória semântica. Já lesões no lobo parietal esquerdo apresentam prejuízos na memória semântica.
Memória implícita:
A aprendizagem de habilidades motoras depende de aferências corticais de áreas sensoriais de associação para o corpo estriado ou para os núcleos da base. Os núcleos caudado e putâmen recebem projecções corticais e enviam-nas para o globo pálido e outras estruturas do sistema extra-piramidal, constituindo uma conexão entre estímulo e resposta. O condicionamento das respostas da musculatura esquelética depende do cerebelo, enquanto o condicionamento das respostas emocionais depende da amígdala. Já foram descritas alterações no fluxo sanguíneo, aumentando o do cerebelo e reduzindo o do estriado no início do processo de aquisição de uma habilidade. Já ao longo desse processo, o fluxo do estriado é que foi aumentado. O neo-estriado e o cerebelo estão envolvidos na aquisição e no planeamento das acções, constituindo, então, através de conexões entre o cerebelo e o tálamo e entre o cerebelo e os lobos frontais, elos entre o sistema implícito e o explícito.
[editar] Bases moleculares do armazenamento da memória
O mecanismo utilizado para o armazenamento de memórias em seres vivos ainda não é conhecido. Estudos indicam a LTP (long-term potential) ou potencial de longa duração como a principal candidata para tal mecanismo. A LTP foi descoberta por Tim Bliss e Terje Lomo num estudo sobre a capacidade das sinapses entre os neurônios do hipocampo de armazenarem informações. Descobriram que um pequeno período de atividade elétrica de alta freqüência aplicado artificialmente a uma via hipocampal produzia um aumento na efetividade sináptica. Esse tipo de facilitação é o que chamamos de LTP. Os mecanismos para indução de LTP podem ser dos tipos associativos ou não-associativos.
A LTP apresenta diversas características que a tornam uma candidata muito apropriada para o mecanismo do armazenamento de longa duração. Primeira, ocorre em cada uma das três vias principais mediante as quais a informação flui no hipocampo: a via perforante, a via das fibras musgosas e a via das colaterais de Schaffer. Segunda, é induzida rapidamente e, por fim, depois de induzida ser estável. Isso permite a conclusão de que a LTP apresenta características do próprio processo de memória, ou seja, pode ser formada rapidamente nas sinapses apropriadas e dura por um longo tempo. Vale lembrar que apesar da LTP apresentar características em comum com um processo ideal de memória, não se consegue provar que ela seja o mecanismo utilizado para o armazenamento de memória.
Em relação à LTP na via das fibras musgosas e na via das colaterais de Schaffer, pode-se melhor detalhar da seguinte maneira:
Fibras musgosas:
As informações recebidas pelo giro denteado do córtex entorrinal são transmitidas para o hipocampo através das células granulares, as quais os axônios formam a via das fibras musgosas que termina nos neurônios piramidais da região CA3 do hipocampo. As fibras musgosas liberam glutamato como neurotransmissor. A LTP nas fibras musgosas é do tipo não associativa, ou seja, não depende de atividade pós-sináptica ou de outros sinais chegando simultaneamente , depende apenas de um pequeno surto de atividade neural de alta freqüência nos neurônios pré-sinápticos e do conseqüente influxo de cálcio. Esse influxo de cálcio ativa uma adenilato ciclase dependente de cálcio e calmodulina(tipo1); essa enzima aumenta o nível de AMPc e o AMPc ativa a proteína cinase dependente de AMPc(PKA). Essa cinase adiciona grupamentos fosfato a certas proteínas e, assim, ativa algumas e inibe outras. A LTP nas fibras musgosas pode ser influenciada por sinais de entrada modulatórios pela noradrenalina. Esse sinais de entrada ativam receptores aos quais os transmissores se ligam, e esses receptores ativam a adenilato ciclase. O papel da LTP nas fibras musgosas sobre a memória ainda é obscuro.
Colaterais de Schaffer:
As células piramidais na região CA3 do hipocampo enviam axônios para a região CA1 formando a via das colaterais de Schaffer. A LTP nestas é do tipo associativa, ou seja, requer atividade concomitante tanto pré quanto pós-sináptica. Assim, a LTP só pode ser induzida na via das colaterais de Schaffer se receptores do glutamato do tipo NMDA forem ativados nas células pós-sinápticas. É importante lembrar que há dois receptores importantes para o glutamato: o NMDA e o não-NMDA. O canal do receptor NMDA não funciona rotineiramente pois está bloqueado por íons magnésio que são deslocados apenas quando um sinal muito forte é gerado na célula pós-sináptica. Tal sinal faz com que as células pré sinápticas disparem em alta freqüência resultando numa forte despolarização que expelem o magnésio e permitem o influxo de cálcio. Essa entrada de cálcio desencadeia uma cascata de reações que é responsável pelo aumento persistente da atividade sináptica. Esse achado foi interessante pois forneceu a primeira evidência para a proposta de Hebb que estabelecia que "quando um axônio da célula A (…) excita a célula B e repetidamente ou persistentemente segue fazendo com que a célula dispare, algum processo de crescimento ou alteração metabólica ocorre em uma ou ambas as células, de forma que aumente a efetividade, (eficácia) de A como uma das células capazes de fazer com que B dispare". Um dos mecanismos responsáveis pelo fortalecimento dessa conexão é o aumento na sensibilidade de receptores AMPA. Outra possibilidade é a redução na reciclagem de receptores AMPA, permitindo que eles permaneçam ativos por mais tempo. Além disso, após uma indução sináptica de LTP, há um aumento na liberação de transmissores dos terminais pré-sinápticos.
À medida que se inicia a fase tardia da LTP, diversas horas após a indução, os níveis de AMPc aumentam e esse aumento do AMPc no hipocampo é seguido pela ativação da PKA e da CREB-1. A atividade de CREB-1 no hipocampo parece levar à ativação de um conjunto de genes de resposta imediata e esses genes atuam de forma a iniciar o crescimento de novos sítios sinápticos. Estudos mostraram que a PKA, proteína cinase, é de extrema importância para a conversão da memória de curta em memória de longa duração, talvez porque a cinase fosforila fatores de transição como a CREB-1, que por sua vez ativam as proteínas necessárias para uma LTP duradoura.
[editar] Neuromodulação da memória
Existem acontecimentos nas nossas vidas que não esquecemos jamais. Entretanto, nem tudo que nos acontece fica gravado na nossa memória para sempre. Como o cérebro determina o que merece ser estocado e o que é lixo?
Antes de nos atermos a essas definições, é importante lembrar que a consolidação da memória ocorre no momento seguinte ao acontecimento. Assim, qualquer fator que haja nesse instante pode fortalecer ou enfraquecer a lembrança, qualquer que ela seja. Pesquisas realizadas com ratos comprovaram que durante o treino, ocorre ativação de sistema neuro-hormonais que agem modulando o processo de memorização.
A ß-endorfina parece ser a substância ligada ao esquecimento. Este processo, apesar de algumas vezes indesejável (como numa prova, por exemplo), é fundamental do ponto de vista fisiológico. Afinal, seria inviável a vida sem nenhuma espécie de "filtro" na memória (vide hipermnésia). Outras substâncias, como morfinas, encefalinas, ACTH e adrenalina (as duas últimas em altas doses) facilitam a liberação de ß-endorfina, levando ao esquecimento. É por isso que situações carregadas de stress emocional podem levar à amnésia anterógrafa, que é o que acontece quando, após um acidente de carro, o indivíduo não consegue relatar o que lhe aconteceu minutos antes.
O que determina então se uma informação deve ser armazenada? Quando uma informação é relativamente importante, ela sobrevive ao sistema ß-endorfínico, pois ocorre a liberação de doses moderadas de ACTH, noradrenalina, dopamina e acetilcolina que agem facilitando a consolidação da memória. Contudo, doses altas dessa substância tem efeito contrário pelo bloqueamento dos canais iônicos.
Outra substância fundamental no processamento da memória é o GABA (ácido gama-aminobutírico). Drogas que influenciem a liberação de GABA modulam o processo da memória. Antagonistas GABAérgicos (em doses subconvulsantes, pois o bloqueio total da ação do GABA pode produzir ansiedade, alta atividade locomotora e convulsões) facilitam a memorização e agonistas(substâncias que mimetizam a ação do GABA) a prejudicam. As benzodiazepinas, os tranquilizantes mais prescritos e vendidos no mundo, facilitam a ação do GABA e, portanto, podem afetar a memória. Existem relatos de pacientes que apresentam amnésia anterógrada após tratamento com diazepam (nome clínico para as benzodiazepinas).
Sabe-se também que antagonistas dos receptores colinérgicos, glutaminérigos do tipo NMDA e adrenérgicos levam a um déficit de memória pois dificultam a ação das substância facilitadoras da memorização no interior da célula.
A serotonina (outro neurotransmissor) exerce importante papel na consolidação da memória a longo prazo, que parece estar ligada a síntese protéica. A serotonina age através de receptores metabotrópicos que aumentarão os níveis de AMPcíclico permitindo a cascata de fosforilação de quinases. Isto aumenta a transcrição do DNA e, consequentemente, síntese protéica.
Os neuropeptídeos também influenciam a memorização. Pesquisas recentes envolvendo a substância P, indicam que ela pode ter efeitos tanto reforçando a memória quando a prejudicando, dependendo do local na qual ela terá actividade.
Por fim, é importante realçar o papel da amígdala na modulação da memória, notadamente do núcleo basolateral. Esta estrutura recebe informações das modalidades sensitivas e as repassa para diferentes áreas do cérebro ligadas a funções cognitivas. Devido a seu papel central na percepção das emoções, a amígdala participa da modulação dos primeiros momentos da formação de memória de longo prazo mais alertantes ou ansiogênicos e em alguns aspectos de sua evocação. Quando hiperativada, especialmente pelo stress, ela pode produzir os temíveis brancos.
[editar] Fatores relacionados com a perda de memória
[editar] Amnésia
Amnésia é a perda parcial ou total da capacidade de reter e evocar informações. Qualquer processo que prejudique a formação de uma memória a curto prazo ou a sua fixação em memória a longo prazo pode resultar em amnésia.
As amnésias podem ser classificadas em amnésia orgânica causada por distúrbios no funcionamento das células nervosas, através de alterações químicas, traumatismos ou transformações degenerativas que interferem nos processos associativos acarretando uma diminuição na capacidade de registrar e reter informações, ou amnésia psicogênica resultante de fatores psicológicos que inibem a recordação de certos fatos ou experiências vividas. Em linhas gerais, a amnésia psicogênica atua para reprimir da consciência experiências que causam sofrimento, deixando a memória para informações neutras intacta. Neste caso, pode-se afirmar que a pessoa decide inconscientemente esquecer o que a fazer sofrer ou reviver um sofrimento. Em casos severos, quando as lembranças são intoleráveis, o indivíduo pode vivenciar a perda da memória tanto de fatos passados quanto da sua própria identidade.
As amnésias podem ainda ser divididas em termos cronológicos, em amnésia retrógrada e amnésia anterógrada. A amnésia retrógrada é a incapacidade de recordar os acontecimentos ocorridos antes do surgimento do problema, enquanto a amnésia anterógrada é à incapacidade de armazenar novas informações a longo prazo .
A depressão é a causa mais comum, porém a menos grave. Denomina-se depressão uma doença psiquiátrica, que inclui perda do ânimo e tristeza profunda superior ao mal causado pelas circunstâncias da vida.
[editar] Doença de Alzheimer
Uma porção significativa da população acima dos 50 anos sofre de alguma forma de demência. A mais comum é a doença de Alzheimer, na qual predomina a perda gradativa da memória, pois ocorrem lesões inicialmente nas áreas cerebrais responsáveis pela memória declarativa, seguidas de outras partes do cérebro.
[editar] Outros fatores
A doença de Parkinson, nos estágios mais severos, o alcoolismo grave, uso abusivo da cocaína ou de outras drogas, lesões vasculares do cérebro (derrames), o traumatismo craniano repetido e outras doenças mais raras também causam quadros de perda de memória.
[editar] A memória e o olfato
As memórias que incluem lembrança de odores têm tendência para serem mais intensas e emocionalmente mais fortes. Um odor que tenha sido encontrado só uma vez na vida pode ficar associado a uma única experiência e então a sua memória pode ser evocada automaticamente quando voltamos a reencontrar esse odor. E a primeira associação feita com um odor parece interferir com a formação de associações subsequentes (existe uma interferência proactiva). É o caso da aversão a um tipo de comida. A aversão pode ter sido causada por um mal estar que ocorreu num determinado momento apenas por coincidência, nada tendo a ver com o odor em si; e, no entanto, será muito difícil que ela não volte sempre a aparecer no futuro associada a esse odor.
No caso das associações visuais ou verbais, há uma interferência retroactiva. Estas podem ser facilmente perdidas quando uma nova associação surge (por exemplo, depois de memorizarmos o novo número do nosso celular, torna-se mais difícil lembrarmo-nos do antigo).
[editar] Ver também
Criatividade
Raciocínio
Inteligência
Cognição
Inibição cognitiva
Mnemotécnica
Testes de QI
Inteligência artificial
Inteligências múltiplas
Pensamento
Semiótica
Transferência de memória animal
Raciocínio
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O Raciocínio é uma operação lógica discursiva e mental. Neste, o intelecto humano utiliza uma ou mais proposições, para concluir, através de mecanismos de comparações e abstrações, quais são os dados que levam às respostas verdadeiras, falsas ou prováveis. Das premissas chegamos a conclusões.
Foi pelo processo do raciocínio que ocorreu o desenvolvimento do método matemático, este considerado instrumento puramente teórico e dedutivo, que prescinde de dados empíricos.
Através da aplicação do raciocínio, as ciências como um todo evoluíram para uma crescente capacidade do intelecto em alavancar o conhecimento. Este é utilizado para isolar questões e desenvolver métodos e resoluções nas mais diversas questões relacionadas à existência e sobrevivência humana.
O raciocínio, um mecanismo da inteligência, gerou a convicção nos humanos de que a razão unida à imaginação constituem os instrumentos fundamentais para a compreensão do universo, cuja ordem interna, aliás, tem um caráter racional, portanto, segundo alguns, este processo é a base do racionalismo.
Logo, resumidamente, o raciocínio pode ser considerado também um dos integrantes dos mecanismos dos processos cognitivos superiores da formação de conceitos e da solução de problemas, sendo parte do pensamento.
Juízo
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Juízo é o processo que conduz ao estabelecimento das relações significativas entre conceitos, que conduzem ao pensamento lógico objetivando alcançar uma integração significativa, que possibilite uma atitude racional frente as necessidades do momento. E julgar é, nesse caso, estabelecer uma relação entre conceitos. A natureza do Juízo consiste em afirmar uma coisa de outra, diz Aristóteles. O Juízo encerra, pois, três elementos: duas idéias e uma afirmação. A idéia da qual se afirma alguma coisa chama-se sujeito. A idéia que se afirma do sujeito chama-se atributo ou predicado. Quanto à própria afirmação, representa-se pelo verbo é, chamado cópula, porque une o atributo ao sujeito.
[editar] Ver também
Juízo de valor
Juízo estético
Percepção
Memória
Raciocínio
Imaginação
Pensamento
Linguagem
Imaginação
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Imaginação é uma faculdade ou capacidade mental que permite a representação de objetos segundo aquelas qualidades dos mesmos que são dadas à mente através dos sentidos - segundo a concepção sartriana apresentada em sua obra O imaginário: psicologia fenomenológica da imaginação. Em filosofia, tais qualidades são chamadas de qualidades secundárias quando a ação do subconsiente pronuncia-se à da consciência.
[editar] Racionalismo: razão e imaginação
Os racionalistas opunham a imaginação à razão, isto é, à faculdade através da qual os objetos são representados segundo suas qualidades primárias. Ver:
Descartes, Regras para a Orientação do Espírito, "Regra 12".
Spinoza, Ética, "Parte II".
As teses racionalistas sobre a imaginação marcaram a filosofia por longo tempo. Até o final do século XVIII, os filósofos viram a imaginação como a faculdade mental através da qual representamos de maneira obscura e confusa os mesmos objetos que a razão ou entendimento representa de maneira clara e distinta.
[editar] O Imaginário em Gilbert Durand
Gilbert Durand apresenta uma formulação original à concepção de Sartre ao afirmar que o imaginário é uma resposta à angústia existencial frente à experiência "negativa" da passagem do tempo. Esta "resposta" é expressa enquanto acervo cultural de imagens produzidas pelo homo sapiens, delineando o trajeto antropológico expresso em um dado período histórico e pelos símbolos utilizados neste período. Para além da concepção sartriana de que a imaginação é a capacidade de elaborar simulacros de objetos apreendidos na materialidade, o imaginário é a capacidade mesma de fundar o real e percebê-lo (O imaginário: ensaio sobre a ciência e a filosofia da imagem e As estruturas antropológicas do imaginário).
Linguagem
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Linguagem é qualquer e todo sistema de signos que serve de meio de comunicação de ideias ou sentimentos através de signos convencionados, sonoros, gráficos, gestuais etc., podendo ser percebida pelos diversos órgãos dos sentidos, o que leva a distinguirem-se várias espécies de linguagem: visual, auditiva, tátil, etc., ou, ainda, outras mais complexas, constituídas, ao mesmo tempo, de elementos diversos.[1][2] Os elementos constitutivos da linguagem são, pois, gestos, sinais, sons, símbolos ou palavras, usados para representar conceitos de comunicação, ideias, significados e pensamentos. Embora os animais também se comuniquem, a linguagem verbal pertence apenas ao Homem.[3]
Algumas áreas do cérebro envolvidas no processamento da linguagem:. Área de Broca (Azul), Área de Wernicke (Verde), Giro supramarginal (Amarelo), Giro angular (Laranja) ,Cortex auditivo primário (Rosa)Índice [esconder]
1 Generalidades
2 Origens da linguagem humana
3 Funções da linguagem
4 Linguagem humana
5 Linguagem e línguas: Taxonomia das línguas
5.1 Línguas construídas
5.2 Idiomas minoritários e línguas minoritárias
6 Linguagens não-humanas
7 Linguagem formal
8 Ver também
9 Referências
10 Ligações externas
[editar] Generalidades
Não se devem confundir os conceitos de linguagem e de língua. Enquanto aquela (linguagem) diz respeito à capacidade ou faculdade de exercitar a comunicação, latente ou em ação ou exercício, esta última (língua ou idioma) refere-se a um conjunto de palavras e expressões usadas por um povo, por uma nação, munido de regras próprias (sua gramática).
Noutra acepção (anátomo-fisiológica), linguagem é função cerebral que permite a qualquer ser humano adquirir e utilizar uma língua.
Por extensão, chama-se linguagem de programação ao conjunto de códigos usados em computação.
O estudo da linguagem, que envolve os signos, de uma forma geral, é chamado semiótica. A linguística é subordinada à semiótica porque seu objeto de estudo é a língua,[4] que é apenas um dos sinais estudados na semiótica.
[editar] Origens da linguagem humana
Ver artigo principal: Origens da linguagem humana
A respeito das origens da linguagem humana, alguns estudiosos defendem a tese de que a linguagem foi criada a partir de uma comunicação gestual com as mãos.[5] A partir de alterações no aparelho fonador, os seres humanos passaram a poder produzir uma variedade de sons muito maior do que a dos demais primatas.
[editar] Funções da linguagem
Obs:Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-se necessário o estudo dos elementos da comunicação.
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era desenvolvido de maneira "sistematizada" (alguém pergunta - alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto outro escuta em silêncio, etc).
Exemplo:
Elementos da comunicação
Emissor - emite, codifica a mensagem;
Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
Código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem;
Referente - contexto relacionado a emissor e receptor;
Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclusão que quando se trata da parole, entede-se que é um veículo democrático (observe a função fática), assim, admite-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diálogo interativo):
locutor - quem fala (e responde);
locutário - quem ouve e responde;
interlocução - diálogo
nota: as respostas, dos "interlocutores" podem ser gestuais, faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria.
Observação: as atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e exercem influência sobre a comunicação
Funções da linguagem
Emotiva (ou expressiva) - a mensagem centra-se no "eu" do emissor, é carregada de subjectividade. Ligada a esta função está, por norma, a poesia lírica.
Função apelativa (imperativa) - com este tipo de mensagem, o emissor actua sobre o receptor, afim de que este assuma determinado comportamento; há frequente uso do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é frequentemente usada por oradores e agentes de publicidade.
Função metalinguística - função usada quando a língua explica a própria linguagem (exemplo: quando, na análise de um texto, investigamos os seus aspectos morfo-sintácticos e/ou semânticos).
Função informativa (ou referencial) - função usada quando o emissor informa objectivamente o receptor de uma realidade, ou acontecimento.
Função fática - pretende conseguir e manter a atenção dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e textos publicitários (centra-se no canal de comunicação).
Função poética - embeleza, enriquecendo a mensagem com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, ritmos agradáveis, etc.[3]
Também podemos pensar que as primeiras falas conscientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos evoluiram para o que podemos reconhecer como 'interjeições". As primeiras ferramentas da fala humana.
[editar] Linguagem humana
Ver artigo principal: Língua natural
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo que mais profundamente distingue o homem dos outros animais.
Podemos considerar que o desenvolvimento desta função cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a libertação da mão, que permitiram o aumento do volume do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos fonadores e da mímica facial
Devido a estas capacidades, para além da linguagem falada e escrita, o homem - aprendendo pela observação de animais - desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos surdos em diferentes países, não só para melhorar a comunicação entre surdos, mas também para utilizar em situações especiais, como no teatro e entre navios ou pessoas e não animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas que se podem observar entre si.
[editar] Linguagem e línguas: Taxonomia das línguas
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Ver artigo principal: Taxonomia das línguas
As línguas do mundo foram agrupadas em famílias de línguas que têm semelhanças. Os maiores grupos são as línguas indo-europeias, línguas afro-asiáticas e as línguas sino-tibetanas.
[editar] Línguas construídas
Uma das muitas línguas planejadas que existem, o esperanto, foi criada por L. L. Zamenhof. O Esperanto é uma compilação de vários elementos de diferentes línguas humanas cuja intenção é de ser uma língua de fácil aprendizagem, de forma a proporcionar a toda a população humana uma forma mais fácil e democrática de se comunicar. Hoje é possível encontrar recursos didáticos - gratuitos ou não - na rede mundial para aprendê-la; é uma língua viva em ascensão.
Outras línguas artificiais cada vez mais exploradas e conhecidas hoje em dia são as criadas por J. R. R. Tolkien, autor dos livros da série O Senhor dos Anéis. Segundo o próprio autor, ele criou todo um mundo de aventuras para ter um contexto e um lugar próprio onde inserir as línguas que tinha criado. Na lista de línguas que Tolkien criou podem encontra-se: Quenya, Sindarin, Adûnaic, Entish, Khuzdûl.
O número de línguas artificiais, geralmente chamadas conlangs (palavra que vem do inglês constructed language, "língua construída") tem vindo a aumentar a cada dia. Há vários sites na Internet que aprofundam o tema, contendo listas e breves introduções a centenas ou mesmo milhares de línguas artificiais. A maioria das pessoas que se dedica ao fenómeno, os chamados conlangers, fazem parte de uma lista de distribuição de emails: a CONLIST.
[editar] Idiomas minoritários e línguas minoritárias
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Idiomas minoritários, como pode facilmente ser deduzido, são línguas utilizadas por certos segmentos minoritários de uma civilização. Muito embora, em certos casos, uma língua pode até ser falada pela maioria dos habitantes de um país em seu cotidiano, mas mesmo assim ser a língua não oficial ou nacional e, para todos os efeitos, permanecendo na condição de idioma minoritário. Um exemplo a ser citado seria o idioma tetum prevalente na nova nação (Timor-Leste), onde o idioma oficial nacional escolhido foi a língua de Camões.
Línguas minoritárias podem existir restritas à condição oral, isto é, somente falada ou podem ser também escritas (ou semi-escritas). Normalmente idiomas minoritários podem ser divididos entre duas categorias: Idiomas autóctones e idiomas alóctones. Autóctone significa natural da terra, indígena. Alóctone significa basicamente língua transplantada ou língua de imigração.
Muitas línguas minoritárias autóctones, como as indígenas do continente americano, adotaram um sistema de escrita europeu com forma de autonomia ante a adaptação.
Outras línguas transplantadas, ao passar do tempo, tornaram-se basicamente línguas faladas mas muito pouco escritas. Um exemplo disso é o idioma alemão cultivado no sul do Brasil por quase duzentos anos (em 2005) que é utilizado em casa e nos círculos mais íntimos, sendo que o português é a língua pública e escrita.
Vejamos alguns exemplos pertinentes ao Brasil: Na primeira categoria se encaixam idiomas nativos como o mbyá-guaraní, o caingangue (kaingang), o terena, etc… já na segunda categoria se enquadram línguas regionais brasileiras que resultaram da incursão de povos de fora, como o idioma alemão (nas suas distintas variações como o pomerano ou Pommersch Platt e o Hunsrückisch, também conhecido por Riograndenser Hunsrückisch ou Hunsrückisch Platt), o italiano ou talian, o japonês, o romani (um falar cigano) e o yorubá ou Iorubá (sendo que esta língua de origem africana permanece viva mais nos rituais religiosos afro-brasileiros, como no candomblé de Salvador da Bahia).
Além disso existem línguas que resultam de contato com o estrangeiro, por exemplo, brasileiros que habitam regiões fronteiriças e que, consequentemente, aprendem a falar castelhano (ou ao menos o chamado portunhol ou portuñol). Nas fronteiras dos Estados Unidos, similarmente, surge o falar Chicano ou Spanglish.
Ainda dentro desta categoria podem ser classificadas aquelas línguas novas que resultam de tais contatos, tomando vida própria e passando a funcionar como língua comum ou franca entre dois ou mais grupos de falantes de idiomas diferentes. Por exemplo, a Língua Geral do Brasil colonial, mas que é, ainda hoje, falada em certas localidades do Amazonas. E, também, comparativamente, pode-se citar o Jargão Chinook (ou Chinook Jargon) que surgiu no noroeste da América do Norte, que foi utilizado por diferentes tribos da região, por europeus e até mesmo por imigrantes chineses. Em ambos os casos, tanto a Língua Geral como o Jargão Chinook (pronunciado xâ-núk) surgiram formas escritas, além da oral.
Também temos os exemplos de línguas de contato adotadas através da incursão de brasileiros nas academias e universidades estrangeiras, por exemplo o francês e o inglês. As línguas artificiais ou construídas também são línguas minoritárias, inclusive a língua de sinais, conforme já citado neste espaço.
Também vale notar os regionalismos que surgem praticamente em todas as culturas do mundo. No Brasil podemos citar variações distintas da língua nacional que se desenvolveram através dos anos, como por exemplo as falas do gaúcho, do carioca, do nordestino, do capixaba, do baiano, do mineiro, etc.
Existem mais duas categorias distintas de falares frequentemente ignorados quando se fala nas línguas do mundo:
A primeira destas classificações tratando-se das línguas inventadas por crianças e jovens para se comunicarem entre si em segredo na presença de adultos, geralmente de seus pais (play languages). Um exemplo disso é o chamado "pig latin" (Igpay Atinlay) que existe principalmente no mundo cultural anglo-saxão. No mundo cultural castelhano existe o jargão jeringonzo, também chamado de jeringonza e jeringôncio. No Brasil existe a chamada Língua do P.
A segunda destas categorias são as linguagens próprias de profissões ou de certos meios que são, muitas vezes, considerados de má ou questionável reputação. No mundo teuto (alemão) existe o falar Rotwelsch ou Gaunersprache (o falar da malandragem), sendo que seus equivalentes na Grã-Bretanha, na França e na Argentina são, respectivamente, o cant, o argot e o lunfardo.
Um assunto controverso que tem emergido em certos meios já desde antes de virada do milênio é justamente a preservação e, até mesmo, o reavivamento de línguas minoritárias ou de línguas minoritárias em determinados contextos. O primeiro é o caso do irlandês na Irlanda ou do maori na Nova Zelândia - este último exemplo sendo considerado um dos grandes sucessos. O segundo caso, o do galego na Espanha, considerado por muitos uma variedade do português, ou o francês no Canadá pois são línguas internacionais mas com estatuto minoritário nesse contexto. Existe toda uma preocupação com o rápido desaparecimento de idiomas no mundo, especialmente com o advento da globalização.
A modo de exemplo, apesar de mais de duzentas línguas serem faladas na República do Brasil, a vasta maioria dos brasileiros acredita que se fala somente português.
[editar] Linguagens não-humanas
Ver artigo principal: Linguagem animal
Para muitos autores uma das principais distinções entre homem - animal ou Homo sapiens outros hominídeos se dá através da linguagem.
Estudos sobre os macacos chimpanzés (Pan) identificaram mais de cem sinais para comportamentos de jogo, agressão, alarme, organização do bando, sexo, etc. Esse número tem sido revisto com os experimentos de ensino da linguagem a primatas bem como com a análise da interação dos cães, especialmente pastores, com as atividades profissionais humanas.
Mas isso nem se compara à linguagem humana. Pesquisas sobre desenvolvimento da linguagem já identificaram entre estudantes de universidades um vocabulário de 80 mil palavras.
[editar] Linguagem formal
Linguagem de programação
Linguagem de computador
A língua não é esvaia em apenas códigos, ela está presente em todo o nosso dia a dia, sendo primordia em todas nossas escolhas.
[editar] Ver também
O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Linguagem.Semiótica
LIBRAS
LGP
Linguagem corporal
Língua de sinais
Lista de línguas gestuais
Museu de idiomas
Neuropsicologia
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A neuropsicologia é uma interface ou aplicação da psicologia e da neurologia, que estuda as relações entre o cérebro e o comportamento humano, contudo praticamente dedica-se a investigar como diferentes lesões causam déficits em diversas áreas da cognição humana ou tal como denominado pelos primeiros estudos nesse campo estuda as funções mentais superiores, deixando áreas como agressividade, sexualidade para abordagens mais integrativas da fisiologia e biologia (neurobiologia, neurofisiologia, psicofisiologia, psicobiologia) ou melhor da neurociência. Entre as principais contribuições desse ramo do conhecimento estão os resultados de pesquisas científicas para elaborar intervenções em casos de lesão cerebral quando se verifica o comprometimento da cognição e de alguns aspectos do comportamento. (ver deficiência mental) Atribui-se ao psicólogo canadense Donald Olding Hebb (1904-1985) a cunhagem do termo neuropsicologia.
Diagrama mostrando os lobos do cortex cerebral e cerebelo humano.Índice [esconder]
1 Funções Mentais Superiores
2 Exame neuropsicológico
3 Atenção
4 Consciência
5 Memória
6 Linguagem
7 Legislação Brasileira
8 Bibliografia
9 Ligações externas
[editar] Funções Mentais Superiores
Expressão utilizada pelo fisiologista russo, Ivan Pavlov, no começo do século para designar funções do córtex especialmente linguagem e atividade lógica racional da espécie humana. Com o avanço da Neurofisiologia aos pouco veio se descobrindo que muitas das funções requeridas para a actividade racional não dependia exclusivamente desta região e sim do funcionamento do cérebro compreendido como um todo, não podendo, portanto limitar-se à ação específica e localizada de alguns conjuntos de células como retina e alguns neurônios do córtex visual próprios para percepção da luz.
Alexander Luria, um importante neurofisiologista da Universidade de Moscou dando continuidade ao trabalho de Pavlov a luz das novas descobertas identifica três sistemas ou unidades funcionais:
Unidade para regular o sono e vigília
Unidade obter processar e armazenar informações
Unidade para programar regular e verificar a atividade mental
A grosso modo, algumas localizações e funções parecem estar contidas nesses distintos subconjuntos os diversos estados fásicos que caracterizam o coma, o sono e a consciência humana; Os mecanismos da atenção e memória onde destacam-se as funções do sistema reticular ativador e hipocampo e finalmente o próprio córtex frontal, sensorial e “engines” responsáveis Inteligências Múltiplas
[editar] Exame neuropsicológico
Essencialmente não difere dos métodos desenvolvidos pela psicometria desde as origens da psicologia a não ser quanto a especificidade de seu objeto, como já referido, e por estabelecer conexões entre as funções avaliadas e a neurofisiologia. A proposição é portanto:
Avaliar, identificar e detectar a integridade das funções nervosas superiores (mentais) Atenção, Consciência, Memória, Linguagem e Cognição (principalmente através do exame de processos lógicos e linguagem).
[editar] Atenção
Atenção um sub-conjunto de funções que varia da concentração à distração ou devaneio (sonolência).
Sistema reticular ativador - tronco cerebral - consciência (vigília)
Unidade para regular o sono e a vigília e os estados mentais - Luria Identifica um gradiente entre dispersão e concentração. Testa-se a atenção concentrada (permanência – capacidade/hábito); Numa abordagem mais extensa examina-se a capacidade de uso consciente dos sub-conjuntos da atenção: sonhos programados; sonhos lúcidos; experiências religiosas/ estados fásicos obtidos por técnicas de meditação e uso de enterógenos.
[editar] Consciência
Critérios eletroencefalográficos sono - vigília o que corresponde aos estados hipnóticos (Fásicos):
Sono com sonhos (REM)- Rapid Eyes Movement
Sono profundo (NREM) Non-rapid Eyes Movement
ou a Escala Glasgow (abertura dos olhos;respostas motora e verbal) Estupor - obnubilação
Coma Leve
Coma Moderado
Coma Profundo
Critérios clínico-eletroencefalográficos p/ manutenção artificial da vida, Vida vegetativa, Estado isoelétrico.
[editar] Memória
Alterada em danos do Hipocampo identidicar: formação novas memórias - amnésia anterógrada Lobo temporal recuperação "memórias" existentes- amnésia retrógada Distingue-se ainda: curto prazo – imediata, longo prazo, memória visual (facial) - verbal, memória episódica e semântica
[editar] Linguagem
Alterações do Hemisfério Esquerdo'
No hemisfério esquerdo situa-se as zonas da linguagem 90% dos casos) Lobos Temporal - Parietal (sensorial)
Para Luria a Unidade de receber analisar e armazenar informações (córtex ocipital, auditivo e linguagem.
Na criança avaliar relação: Linguagem - Pensamento
Fases da aquisição:
1 ano - choro diferenciado,
2 anos - balbucio, frases 1 palavra;
3 - 4 anos - palavras combinadas, conceitos básicos
5 - anos extensão do vocabulário;domínio dos sons da fala
7 anos - inclusão em classes operações concretas; desenvolvimento das noções
de tempo; acaso; moral, identidade racial
12 anos - desenvolvimento da lógica formal e pensamento abstrato
Avalia-se ainda como critério de integridade funcional e inteligência: coerência uso de regras gramaticais, sintaxe, concordância, pronomes, representações do sujeito, orientação em tempo espaço coerência biográfica com responsabilidade social. Fluência extensão verbal Integridade das estruturas lógico gramaticais (grau de alfabetização/ capacidades básicas) "conhecimento" - extensão do vocabulário
Alterações psicopatológicas e neuro sensoriais: logorréia / mutismo; deficits de compreensão verbal - decodificação da fala (autismo; Foco temporal EEG) Deficites de compreensão escrita - compatíveis com grau de alfabetização - uso gramatical - aprendizagem de idiomas, linguagem de sinais
Alterações semânticas tipo psicóticas – conteúdo de delírio); incapacidades p/ uso de metáforas ; mussitação - fala sussurrada e sons; cantos; estereotipias; verbigeração; afonias.
Alterações sintáticas (afasia de compreensão – Afasia de Wernike/ demências); incapacidade p/ uso de conceitos básicos = deficiência mental (sem aquisição) incapacidade p/ uso de conceitos concreto/abstratos & amnésia = demências (perda) lapsos repetidos - tics; coprolalia (deficiência mental e demências) repetição anormal (resistente à lógica) = distingue-se de Distúrbios Obsessivo Compulsivos e perversões por relação de contexto e assocação com outros sintomas
Fala: Identificam-se alterações processo de aquisição, no autismo (ritmos de canto - sons longos substituem o balbucio; início aos 12 anos) atraso (de 2, 3 anos na deficiência mental moderada), a língua hipotônica, frequente na Síndrome de Down concorre com alterações de fala. Distúrbios específicos da fala como dislalia; ecolalia, tartamudez (gagueira) galicismo, inversão/troca fonemas; afonia; estão relacionados sobretudo com ansiedade e distúbio de conduta / socialização. A perda do ritmo da fala é sinal preditor de ataque AVC e outros danos cerebrais. Afasias de expressão; disartrias são sequelas comuns a lesão parietal - pré - frontal (Zona de Broca)
Falar envolve uma coordenação altamente complexa e hábil de processar e requerimentos do banco de dados armazenados na memória. Oradores têm que planejar o que dizer e temporariamente armazenar os planos prontos até os executar como palavras, frases, e orações. A qualquer imediato, os indivíduos podem estar planejando o que dizer logo enquanto executando o que foi planejado momentos mais cedo simultaneamente. Daneman (1991) assinala que a capacidade de funcionamento da memória é uma fonte importante de diferenças individuais em fluência verbal. Ela descobriu que uma medida construída para quantificar o processo e armazenamento funciona da memória durante a execução de uma oração (SSP - Speaking Span Test, Teste de Extensão da fala) correlatou estas com medidas de fluência verbal (por exemplo, número de palavras faladas por minuto).
Alterações acima diagnosticam:
Afasias: afasia amnésica - evocação; afasia temporal completa;
Afasia temporo - occipital (zona de Wernike) - leitura, compreensão sintática; Afasia temporo - parietal decodificação auditiva;
Anosognomia - desintegração semântica (afetivo)
Demência abúlica
Dislexia - Alterações do campo visual (Lobos Temporo ocipital)
Psicoses
Deficiência mental
Alterações do Hemisfério direito
Lobos Parietal - Temporal - Ocipital Coordenação viso – motora Destreza visual motora - rapidez exatidão da atenção visual percepção espaço temporal - localização visualização espacial ritmo / força * - inteligência corporal cinestésica
excluindo danos das apraxias, hemiplegias, paresias (parestesias)
Percepção / organização musical discriminação/ elaboração - tom discriminação/ elaboração - ritmo/ harmonia
--------------------------------------------------------------------------------
EXEMPLOS DE TESTES DE AVALIAÇÃO NEUROPSICOLOGICA
D2 - Atenção Concentrada, de 9 a 52 anos;
Figuras Complexas de Rey, de 4 a 7 anos, aplicação individual (Obs. Uso permitido somente para pesquisa);
Teste Wisconsin de Classificação de Cartas, de 6 anos e meio a 18 anos, aplicação individual;
WAIS - III - Escala de Inteligência Wechsler para Adultos, de 16 a 89 anos, aplicação individual;
WISC-III - Escala de Inteligência Wechsler para Crianças, de 6 a 16 anos, aplicação individual;
Escala Maturidade Mental Colúmbia (CMMS) – de 3 anos e 6 meses a 9 anos e 11 meses, aplicação individual
Teste de Inteligência Geral não Verbal – TIG- NV - de 10 a 79 anos, aplicação individual ou coletiva;
Alterações nos Lobos frontais
Unidade para programar, regular e verificar atividade Capacidade de planejamento - Integridade Funcional (Luria)
Essencial para funções da inteligência / raciocínio: raciocínio de senso comum (capacidade para resolver problemas) raciocínio científico / lógico categorial - abstrato (formulação hipóteses, teste) Avalia-se a rapidez exatidão de cálculo Identifica-se ainda alterações de comportamento: introspeção hábitos auto cuidados higiene saúde (intrapessoal) comportamento psicossocial - humor, afetividade sexualidade (interpessoal) interespecífico - exploração ambiente (ciclos sazonais)
[editar] Legislação Brasileira
No Brasil, o título de Neuropsicólogo é exclusivo para psicólogos que tenham comprovada formação na área e no tema, a partir de verificações de testes (como prova) ou cursos de especialização reconhecidos. A partir da resolução 013/2007, o Neuropsicólogo é aquele com competência para fazer diagnóstico, acompanhamento, tratamento e realizar pesquisa da cognição, das emoções, da personalidade e do comportamento sob o enfoque da relação entre estes aspectos e o funcionamento cerebral. Suporte baseado de conhecimentos teóricos e práticos científicos validados das neuro ciências e pela prática clínica, com metodologia estabelecida experimental e clínica.
Mensa International
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A Mensa International é a maior, mais antiga e mais famosa sociedade que reúne pessoas com altos quocientes de inteligência do mundo. A organização destina-se à associação entre pessoas com QIs nos 2% do topo de qualquer teste de inteligência padrão aprovado.
Índice [esconder]
1 Histórico
2 Mensa em Portugal
3 Como pertencer à Mensa
4 Lista de membros famosos da Mensa Brasil
5 Veja também
6 Ligações externas
[editar] Histórico
Roland Berrill, um advogado australiano e o Dr. Lancelot Ware, jurisconsulto e cientista inglês, fundaram a Mensa na Inglaterra em 1946. Eles haviam tido a idéia de formar uma sociedade para pessoas brilhantes, a única qualificação para tornar-se membro era ter um alto QI. Os objetivos originais eram, como ainda são hoje, a criação de uma sociedade não-política livre de todas as distinções raciais ou religiosas. A sociedade dá as boas vindas a todas as pessoas, independentemente de sua origem, cujos QIs preencham o critério, com o objetivo dos membros apreciarem a companhia uns dos outros e participarem de uma vasta gama de actividades sociais e culturais.
Mensa aceita indivíduos cuja pontuação esteja dentro (ou acima) dos 98% em testes-padrão de QI tais como o Stanford-Binet. Novas pontuações em certos testes comuns, tais como o SAT e o GRE, não são mais aceitos, seja porque não são mais considerados testes de inteligência, seja porque não medem mais pontuações acima de 98%, embora resultados antigos destes testes sejam aceitos. No SAT, por exemplo, pontuações de 1994 e anteriores são aceitas. A Mensa administra seus próprios testes para aqueles que ainda não têm pontuações qualificativas em outros testes; cada grupo nacional da Mensa têm suas próprias regras e procedimentos para a aplicação de testes. Dado que testes diferentes são parametrizados diferentemente, não é significativo comparar pontuações totais entre testes, somente percentuais.
A Mensa International tem mais de cem mil membros, sendo mais de cinqüenta mil somente nos Estados Unidos. Em acréscimo ao encorajamento de interacção social entre seus membros, a organização está também envolvida com programas para crianças superdotadas, alfabetização e bolsas de estudo. O nome provém de mensa, a palavra latina para "mesa" e indica que é uma sociedade de iguais que se sentam à volta de uma mesa redonda (embora sua logomarca mostre uma mesa quadrada).
A Mensa está presente em mais de 100 países. A Mensa Internacional possui uma estrutura que delega a administração a grupos nacionais organizados. São três as categorias de "Mensas Nacionais": A Emerging, a Provisional e a Full. A última é a com maior grau de autonomia. Para a Mensa Nacional ser promovida de categoria é necessário ter progressivo aumento de número de membros, além da promoção de atividades de intercâmbio e benefícios para os membros existentes. Os presidentes das Mensas Nacionais Full formam o IBD (International Board of Directors). Para uma Mensa Nacional ter direito a um voto neste conselho, é necessário pelo menos 500 membros. Uma Mensa Nacional pode ter direito a mais de um voto, proporcionalmente ao número de membros que esta possui. Nos países onde não existem Mensas Nacionais organizadas, os membros são filiados diretamente à Mensa Internacional.
Em Agosto de 2006, a Mensa comemorou em Orlando, Florida - EUA, 60 anos de fundação - jubileu de diamante, em um encontro mundial chamado de WG (World Gathering) - nome derivado do usual AG (Annual Gathering), encontro nacional realizado por todos os capítulos nacionais da Mensa anualmente.
[editar] Mensa em Portugal
Em Portugal ainda não existe uma Mensa local, sendo até há bem pouco tempo (antes das últimas expansões) o único país da União Europeia onde tal acontecia. Tal deve-se sobretudo ao reduzido número de membros. Em 2002, haveria cerca de 25 membros, que organizaram em Setembro desse ano um encontro dos membros nacionais da Mensa, em Tomar. Desde então, organizou-se a realização de testes em Portugal (até então feitos através da Mensa International ou da Mensa Brasil), criou-se a página da Mensa em Portugal, e alargou-se o número de membros até cerca de 75 (em 2007). O objectivo é atingir o número de membros necessários a Mensa Emergente e, futuramente, a criação da Mensa Portugal.
A Azinhaga, no interior de Portugal, tem sido progressivamente escolhida como a "capital" dos Mensanos Portugueses, e são concorridos os almoços de convívio que se realizam duas a três vezes no ano. Também ocorre, por vezes, um encontro-almoço noutros pontos do País.
Em 2007, alguns Mensanos e amigos da Mensa, participaram do reality-show "A Bela e o Mestre", como forma de aumentar a mediatização da Mensa.
Actualmente, os Mensanos Portugueses denominam-se "Grupo de Membros Portugueses da Mensa Internacional (GMP-Mensa)" e foram autorizados a realizar testes de admissão; há Mensanos no Porto, Algarve, Lisboa e Azinhaga, responsáveis pela organização de sessões periódicas de testes. O contacto com o GMP-Mensa pode ser feito através do seu site www.mensa-pt.org.
[editar] Como pertencer à Mensa
Para assegurar a igualdade de acesso a Mensa International utiliza um teste próprio para ser aplicado a todos os candidatos, preferencialmente em condições controladas por um Psicólogo ou equiparado. Dependendo das condições locais, podem ser organizados testes individuais ou coletivos. A Mensa International assegura a realização dos testes em todos os países, sobretudo nos que não possuem uma Mensa nacional, e existem responsáveis nomeados para a realização de tais testes (chamados "Proctor"). Após a sua realização, os testes são enviados para correção em Londres, sendo o candidato depois contactado com a comunicação do resultado e, se tiver resultado favorável, um convite para inscrição na Mensa International.
No Brasil, os testes também são aplicados por um psicólogo, com agendamento prévio, e o candidato pode passar por uma demorada espera até que consiga um dia disponível. Os testes, realizados em local previamante determinado (a Mensa Brasil não possui instalações físicas), podem ser considerados ainda ultrapassados e com certas limitações (as Matrizes de Raven) quanto a avaliar os vários aspectos, facetas e aplicabilidades da inteligência humana. A Mensa Brasil é virtual e não constitui uma realidade física com instalações próprias ou endereço fixo no qual os associados possam se reunir.
[editar] Lista de membros famosos da Mensa Brasil
Roger Rocha Moreira, idealizador da banda Ultraje a Rigor.
Lucas di Grassi, piloto de Fórmula 1.
[editar] Veja também
Gênio
Deficiência mental
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Foi proposta a fusão deste artigo ou se(c)ção com Oligofrenia (pode-se discutir o procedimento aqui).
Deficiência intelectual corresponde a expressões como insuficiência, falta, falha, carência, imperfeição associadas ao significado de deficiência (do latim deficientia) que por si só não definem nem caracterizam um conjunto de problemas que ocorrem no cérebro humano, e leva seus portadores a um baixo rendimento cognitivo, mas que não afeta outras regiões ou funções cerebrais.
A principal característica da deficiência intelectual é a redução da capacidade intelectual (QI), situadas abaixo dos padrões considerados normais para idade, se criança ou inferiores à média da população, quando adultas. A pessoa com deficiência na maioria das vezes apresenta dificuldades ou nítido atraso em seu desenvolvimento neuropsicomotor, aquisição da fala e outras habilidades (comportamento adaptativo).
Índice [esconder]
1 Diagnóstico
2 Etiologia
3 Comportamento adaptativo
4 Atividade intelectual
5 Bibliografia
6 Ver também
6.1 Filmes que abordam o tema
7 Ligações externas
[editar] Diagnóstico
Ao longo da história já foram utilizadas expressões como idiotia, cretinismo, debilidade, imbecilidade, ver:oligofrenia. A Classificação internacional de doenças (CID), em função do típico atraso de desenvolvimento que apresentam utiliza a expressão Retardo Mental, subdividindo este grupo em quatro categorias de gravidade (leve, moderada, grave e profundo) em função da sua capacidade intelectual co ou sem outros comprometimentos do comportamento.
As pessoas com esse transtorno, são dependentes de cuidadores e necessitam de atendimento multiprofissional (incluindo: médico, fisioterapeuta/ terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo, pedagogo (psicopedagogia) entre outros) a fim de minimizar os problemas decorrentes da deficiência. Quanto mais cedo houver um diagnóstico e mais precoce for a intervenção melhores serão os resultados. As técnicas exercidas por diversos profissionais de reabilitação e puericultura para identificar precocemente lesões e intervir são denominadas Avaliação do Desenvolvimento e Exame neuropsicomotor ou psicomotor e Teste de Inteligência ou Quociente de inteligência, além do diagnóstico da clínica médica para identificar a síndrome genética ou natureza da lesão que causou o dano cerebral.
As clássicas definições da deficiência mental, a exemplo da Associação Americana Deficiência Mental têm como referência a limitação da atividade intelectual (leia-se praticamente habilidades lógico matemáticas) e a capacidade de adaptação (leia-se socialização) contudo ambos conceitos, aqui referidos, podem ser ampliados em função das suas distintas aplicações.
Para Piaget a inteligência é um prolongamento da adaptação orgânica, o progresso da razão consiste numa conscientização da atividade organizadora da própria vida. Essa definição, uma das muitas possibilidades de definir lógica e inteligência em seus estudos, revelam sua opção de pesquisa a partir de um conceito básico da biologia moderna, a adaptação, sem o qual não poderíamos compreender as relações entre forma e função e/ou a teoria da evolução.
A deficiência intelectual é resultado, quase sempre, de uma alteração na estrutura cerebral, provocada por fatores genéticos, na vida intra-uterina, ao nascimento ou na vida pós-natal. O grande desafio para os estudiosos dessa característica humana é que em quase metade dos casos estudos essa alteração não é conhecida ou identificada e quando analisamos o espectro de patologias que tem a deficiência mental como expressão de seu dano nos deparamos com um conjunto de mais de 200 doenças entre as mais comuns estão a Síndrome de Down e Paralisia cerebral. Síndrome de Down é um conjunto de características específicas (hipotonia, face com perfil achatado, excesso de pele na nuca, orelhas pequenas e displasicas, entre outros) e não uma doença. Complementando Sindrome de Down é uma anomalia causada durante a formação do feto que pode ocorrer com qualquer pessoa, chamada de Trissomia do Cromossomo 21.Para se confirmar essa trissomia é preciso se fazer um exame genetico (de sangue) chamado Cariótipo.
[editar] Etiologia
A deficiência intelectual pode ter várias causas, entre as principais estão os: fatores genéticos, perinatais (ocorridos durante a gestação e o parto) e pós-natais. O diagnóstico correto dos fatores causais no momento do nascimento pode não só amenizar os sintomas (prevenção secundária) mas até mesmo evitar o dano cerebral a exemplo da fenilcetonúria
Os fatores genéticos sejam cromossomos ou genes estão classificados em síndromes que muitas vezes recebem o nome de seus identificadores (Síndrome de Down, Síndrome de Rett, Doença de Tay-Sachs etc.) podem ser hereditários (recessivos ou dominantes) ou associados à gametogênese como no caso da Síndrome de Down.
Os fatores ou causas perinatais, ou seja imediatamente anteriores (a gestação)e posteriores (o trabalho de parto) ao parto, podem ser de natureza tóxica (drogas teratogênicas), traumática, ou infecciosas causadas por vírus tipo o da rubéola ou bactérias tais como as espiroquetas que causa sífilis, a maioria dos danos perinatas apresentam-se como malformações congênitas. Entre as causas pós natais podemos destacar os traumatismos cranianos, doenças infecciosas como as meningites e infelizmente as síndromes de abandono, maltratos e desnutrição protéico calórica nos períodos iniciais do desenvolvimento.
Ver: Anexo: Doenças metabólicas associadas à deficiência mental
[editar] Comportamento adaptativo
Um instrumento de avaliação da deficiência intelectual a ser utilizada por professores para medir seu desempenho a partir da adaptação e necessidade de intervenção de outros profissionais de saúde e educação é o PAC – Perfil de Avaliação da Competência.
Uma versão resumida do PAC (Primary Progress Assessment Chart - P=P.A.C.) aqui um pouco modificada, abrange uma investigação de: (1 ) Cuidado pessoal ; (2 ) Comunicação; (3 ) Socialização; (4 ) Ocupação
1 – Cuidado pessoal: Hábitos à mesa; Locomoção; Higiene; Vestuário
2 – Comunicação: Linguagem falada; Linguagem escrita; Atividade numérica; Conceitos básicos (usa advérbios discrimina diferenças e igualdade)
Temos como principais advérbios: Lugar: aqui, lá, perto, longe, centro (meio) através; Tempo: ontem, hoje, amanhã, antes, durante depois; Modo: muito, pouco, bom, ruim
Se portador de deficiências de órgãos sensoriais deve-se descrever e mensurar (acuidade auditiva, visual, déficits motores, disartrias etc.)
3 – Socialização : Atividades domésticas; Atividades recreativas; Comportamento em sala de aula; Sexualidade
4 – Ocupação: Agilidade; Destreza; Concentração; Responsabilidade (capacidade de cumprir ordens)
[editar] Atividade intelectual
A formas de medida do raciocínio ou atividade intectual tiveram início no final do século XIX e início do século XX onde se destacam as contribuições de Francis Galton (1822 — 1911), Alfred Binet (1857 - 1911) e Charles Edward Spearman (1863 - 1945) precursores no estudo da medida da inteligência.
A evolução da medida do deficit intelectual na deficiência mental acompanhou o desenvolvimento das teorias da definição e mensuração desta propriedade individual do cérebro humano que é a inteligência. A diversidade de danos cerebrais, condições psicossociais capazes de afetar essa função mental (QI), e/ou seus componentes como atenção, memória ou as diversas formas de raciocínio, intrinsecamente relacionados entre sí, ainda está para ser compreendida especialmente em suas relações com o cerebro humano, que é uma das proposições da neuropsicologia. Quanto à avaliação da atividade intelectual, uma das fecundas abordagens dos últimos tempos foi a proposição de Inteligências múltiplas por Howard Gardner.
[editar] Bibliografia
Gardner, Howard. Inteligências múltiplas, a teoria na prática. Porto Alegre, 2000
Gardner, Howard. A Multiplicity of Intelligences, Scientific American, 1998
Lefèvre, Antônio B. Exame neurológico evolutivo. SP. Sarvier, 1976
Krynski, Stannislau. Deficiência Mental. RJ Livraria Atheneu, 1969
Piaget, Jean. O Nascimento da inteligência na criança. RJ, Zahar, 1975
PAC (Primary Progress Assessment Chart - P=P.A.C.) desenvolvido por H.C Günzburg, traduzido e testado de modo independente por Pereira, O.; Silveira, L.M.R. e Facion, J.R
Telford, C. W.; Sawrey. O indivíduo excepcional. RJ, Zahar, 1974
[editar] Ver também
Neuropsicologia
Aprendizagem
Quociente de inteligência
Educação especial
Educação inclusiva
Escola da Ponte
Modalidades de aprendizagem
Necessidades educativas especiais
Práticas Desenvolvimentalmente Apropriadas
Genética
Síndrome de Down
Erros metabólicos hereditários
Psicopatologia
Criança selvagem
Autismo
Dificuldades de aprendizagem
Inibição cognitiva
Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade
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