quinta-feira, 2 de setembro de 2010

FORÇA DELTA

Introdução
Considere uma força de operações especiais que é treinada no mais alto nível entre os militares dos Estados Unidos. A força é equipada com o que há de melhor em armamento, bem consolidada e responde somente a um homem. Como pode um grupo - treinado como assassinos profissionais e quase com o status de mercenários - funcionar se o governo dos Estados Unidos nem mesmo confirma que o grupo existe? Tal força torna os Estados Unidos mais seguro ou mais vulnerável? São perguntas como essas que circulam entre o melhor grupo de elite de combate tático dos Estados Unidos, a Força Delta.


Foto Greg Matheison/Mai/
Time LifePictures/ Imagens Getty
Um operador da Força Delta prepara-se
para um Exercício de HALO.
Veja mais imagens de militares (em inglês).
A Força Delta é freqüentemente conhecida como Destacamento Operacional de Forças Especiais-Delta. Também é conhecida como Grupo de Aplicações de Combate (CAG). Embora utilize os postos das Forças Especiais do Exército, os Boinas Verdes, e divida o quartel general de Fort Bragg com eles, não é um destacamento das Forças Especiais. A Força Delta é uma unidade em si, composta de membros de todos os segmentos militares.

Não são chamados de soldados, mas de operadores e dizem que evitam as filosofias tradicionais de vida militar. Usam roupas civis. Trabalham para quem quer que precise deles - para o Exército, o FBI e a CIA. Mark Bowden, autor do livro "Falcão Negro em Perigo" - para o qual entrevistou vários membros da Força Delta - disse sobre os operadores, "Eles são soldados profissionais que odeiam o Exército" [fonte: Military.com].

É preciso dizer que nem o governo dos Estados Unidos e nem os militares reconhecem oficialmente a existência da Força Delta. Assim, quase toda informação contida neste artigo não tem apoio de nenhum relatório oficial dos Estados Unidos. Somente nos últimos anos é que vagas referências feitas pelo governo sobre a existência do grupo foram permitidas passar pela censura. Essas referências foram encontradas em transcritos de audiências e biografias do Congresso de líderes militares de alta patente.

Mas é quase impossível manter encoberta uma força tão mortífera e lendária. Desde o seu começo em 1977, vazaram pouco a pouco histórias de façanhas e missões da Força Delta, delineando assim um breve esboço da unidade. Em 1993 a Força Delta ficou em evidência quando seus operadores estavam entre aqueles que lutaram e morreram numa operação mal sucedida para eliminar um comandante Somali. E na Operação Fúria Urgente em Granada, 1983, relatos de duas missões da Força Delta - uma mal e outra bem-sucedida - tornaram-se de conhecimento comum [fonte: SOC].

Mas o grupo tem sido criticado por participar de missões que estão à margem de leis regulares que governam os militares. Causa preocupação a alguns que a Força Delta tenha, em uma democracia livre, mais poder e menos responsabilidade do que qualquer organização militar deveria. A Força Delta é financiada por contas secretas do governo, fora das vistas do público, e acredita-se que responde somente ao presidente.

Mas outros alegam que sua finalidade - mantendo o papel dos Estados Unidos como uma potência líder e como a força policial mundial - necessita da falta de restrições e responsabilidade que envolvem suas atividades.

Na próxima seção veremos como a Força Delta é estruturada.
Origem, recrutamento e estrutura da Força Delta
A Força Delta é uma de duas unidades militares nos Estados Unidos encarregada de operações antiterroristas. Assim como o Grupo de Desenvolvimento de Operações Militares Especiais (DEVGRU) da Marinha, a Força Delta pode entrar em ação imediatamente. Mas diferentemente do DEVGRU, a Força Delta oficialmente não existe.


Foto Nabil Ismail/AFP/ Imagens Getty
A Força Delta foi criada para combater crescentes situações
envolvendo reféns , como este seqüestro de um vôo da TWA em 1985
Na década de 70 o mundo começou a presenciar uma grande expansão de extremismo. Grupos como Facção do Exército Vermelho da Alemanha e a Organização para a Libertação da Palestina introduziram novas palavras no vocabulário mundial - como terrorismo e seqüestro. Como uma resposta ao súbito e difundido aparecimento de ideologias de terrorismo, o coronel Charles Beckwith,do Exército dos Estados Unidos sugeriu que o governo criasse uma pequena e eficiente equipe tática para responder com força rápida e mortífera às atividades terroristas [fonte: SOC].

Em 1977, o coronel Beckwith formou a força e recrutou pessoal dos Boinas Verdes, dos Rangers do Exército e das divisões Aerotransportadas. Beckwith criou um curso de treinamento extenuante baseado no Serviço Aéreo Especial Britânico (SAS) - uma unidade de comandos de elite capaz de realizar missões altamente especializadas. Beckwith gastou um ano num intercâmbio com o SAS e inspirou-se em sua própria experiência [fonte: SOC]. Ele usou o grupo como modelo, e hoje a Força Delta e o SAS ainda servem lado a lado e fazem intercâmbio de pessoal em seus programas de treinamento conjunto. Em 1996 operadores da Força Delta e membros do SAS invadiram a casa do embaixador japonês em Lima, no Peru para resgatá-lo de seqüestradores.

Os recrutas da Força Delta são selecionados baseados em habilidades especiais que possuem, como pontaria excepcional. Considera-se que um recruta da Força Delta deva apresentar um rendimento de 100% em tiros de 600 jardas (550 metros), e 90% em 1000 jardas (915 metros) [fonte: VFW Magazine]. Beckwith também criou uma marcha de 64 km como um teste de resistência para separar os realmente capazes dos que simplesmente conseguiram permanecer no treinamento até aquele ponto. Esse método foi tirado diretamente do SAS.

A Força Delta promove recrutamento por todo o país vários meses por ano, culminando em dois processos de seleção, um na primavera e outro no outono. Em seguida ao processo de seleção que dura um mês, os recrutas que conseguem se habilitar passam para o processo de treinamento.

A Força Delta é dividida em três esquadrões de combate - A, B e C - juntamente com um esquadrão de apoio, esquadrão de sinaleiros, pelotão de aviação e um "pelotão singular" - a unidade de inteligência da Força Delta, que se acredita ser o único pelotão de operações especiais a incluir mulheres.

Os esquadrões de combate compõem-se de unidades menores chamadas de tropas, que se especializam em inserção por ar, terra ou água bem parecida com os Boinas Verdes. Basicamente as tropas podem ser divididas em equipes pequenas de missão de um a 12 homens.

Vindos de unidades militares, os recrutas já são treinados para matar, mas como operadores da Força Delta, eles se tornam matadores treinados. Como antiterroristas, os membros da Força Delta são treinados na arte de resgate de reféns em espaços fechados. Quando eles resgatam reféns, raramente os seqüestradores saem com vida. Foi Beckwith que determinou o método two-tap (método de duas batidinhas) simples de se dialogar com terroristas - dois tiros em cada terrorista [fonte: VFW Magazine]. Em perfeito contraste com o cinema ou televisão, os operadores da Força Delta não poupam aqueles que podem voltar a enfrentá-los novamente.

Leia a seguir sobre o equipamento utilizado pela Força Delta e como ele vai de um lugar a outro.

Arsenal da Força Delta
Em suas instalações de treinamento, conhecidas em alguns círculos como "Casa dos Horrores," acredita-se que a Força Delta trabalha incansavelmente, aprimorando suas habilidades. Acredita-se que suas instalações incluem ônibus, trens e mesmo um avião de passageiros para treinamento de resgate de reféns. O grupo aperfeiçoa seu treinamento em combates em locais fechados, e já que seus membros também têm de ser excelentes atiradores, eles também praticam tiro regularmente.


Foto Ross Land/Imagens Getty
Acredita-se que a Força Delta prefere armas feitas pelo
fabricante Heckler & Koch, como a MP5, vista acima
Diz-se que o arsenal à disposição da Força Delta é ilimitado. O melhor armamento que o mundo tem a oferecer está ao seu alcance, e muitas de suas armas são fortemente customizadas. Acredita-se que a força prefira as submetralhadoras feitas por Heckler & Koch, o fabricante alemão de armas. Especificamente, pensa-se que o grupo prefira as H& K M4 e MP5 como armas leves, juntamente com o rifle PSG1 7.62mm Sniper da companhia [fonte: Forces-Speciales]. Eles também usam o rifle de longo alcance para franco atiradores M82A1 de calibre .50, produzido pelo fabricante americano Browning para alvos até 1.750 jardas (1.600 metros) [fonte: Tekawiz].

Acredita-se que a Força Delta tenha trabalhado diretamente com Heckler & Koch para desenvolver o novo modelo 416, uma carabina que dispara projéteis de 5,56mm, como um substituto para a M4. Submetralhadoras de alto desempenho e rifles de franco atiradores de alta potência sozinhos não tornam uma missão da Força Delta um sucesso. Além de seu armamento e treinamento extensivo, a Força Delta também necessita de transporte. Em muitos casos os operadores contam com o pelotão de aviação de seu esquadrão. Esses pelotões são constituídos de aeronaves que são pintadas e equipadas para parecerem helicópteros civis. Diz-se mesmo que essas aeronaves têm pintados números de matrículas civis.
Chuck Norris e a Força Delta
Apesar do que o Gerador de Fatos Chuck Norris pode dizer, o papel do ator como um operador no filme "Delta Force" tem uma falha já que ele representa um personagem de uniforme. Um outro filme de Norris, "Invasão USA," é considerado mais preciso - pelo menos na roupa e acessórios de Norris. No filme, Norris raramente veste um uniforme, e ele prefere a Uzis, fabricada em Israel.
Em missões onde deve parecer que o governo, os militares ou agências federais dos Estados Unidos não têm envolvimento oficial, o pelotão de aviação da Força Delta serve bem os esquadrões de batalha. Operadores invadindo com roupas civis, no que parece ser aeronave civil, cria uma tremenda quantidade de negativas plausíveis. Afinal, essas pessoas poderiam ser facilmente cidadãos super zelosos tanto quanto empregados de uma empresa de segurança privada (um emprego que muitos ex-operadores da Força Delta aceitam quando se aposentam).

Em casos especiais, a Força Delta chama os Rastejadores Noturnos. Oficialmente chamados de 160º Regimento de Aviação de Operações Especiais (SOAR), esse grupo de pilotos altamente treinados voa helicópteros Blackhawk e Little Bird próximo ao solo para desembarcar forças de operações especiais, como a Força Delta, em suas áreas de inserção. Os Rastejadores Noturnos usam equipamento de visão noturna, voando sem luzes à noite em helicópteros pretos. Eles se preparam para conseguir chegar a qualquer destino dentro de mais ou menos 30 segundos do tempo estabelecido.

Na próxima seção aprenderemos sobre as circunstâncias em que a Força Delta se vê face a face com seus alvos.

Operações e atribuições da Força Delta
O primeiro serviço do grupo foi logo após sua formação, vigiando os Jogos Pan-Americanos em Porto Rico em 1979 [fonte: SOC]. Enquanto aquele grupo passou despercebido, sua missão seguinte - Garra de Águia - falhou. O objetivo da operação, resgatar 66 reféns americanos na embaixada em Teerã, Irã, não foi alcançado. Um helicóptero transportando membros da Força Delta e de outra equipe de operações especiais caiu, matando oito e terminando a operação. Após isso acontecer o controle da Força Delta foi tirado das mãos do comando de operações especiais tradicional [fonte: VFW Magazine]. Exatamente a quem foi dado, contudo, permanece um mistério.


Foto MPI/Imagens Getty
Um refém americano é mostrado
na embaixada dos Estados Unidos em Teerã
A Força Delta executou uma notável operação de acordo com o que tinha aprendido, baseada exatamente naquilo para o qual o grupo fora formado - resgatar reféns em locais apertados. Em 1980 a força entrou em um avião indonésio de passageiros seqüestrado, resgatando os reféns e matando todos os quatro seqüestradores. Essa não foi a última vez que foram chamados para lidar com uma situação de reféns em avião de passageiros. Em outras situações similares, incluindo aviões seqüestrados em Argel, Kuwait, e Chipre, a Força Delta foi impedida, por autoridades locais, de executar suas missões [fonte: SOC].
Ser acionada - somente para descobrir após sua chegada que não era necessária ou desejada - provaria o padrão da Força Delta. No início de 1980, por exemplo, a Força Delta foi acionada para executar operações de resgate de prisioneiros de guerra americanos no Vietnã. Contudo, toda a missão não deu em nada, após um cidadão americano ter encenado e tornado público suas próprias missões [fonte: SOC].

Enquanto seu papel principal é executar operações antiterroristas, a Força Delta também serve a outras funções - essencialmente qualquer tipo de missão que requeira de um pequeno grupo uma ação rápida e mortífera. O grupo é tido como executor de operações no interesse de outros segmentos militares e agências, como o obscuro Pessoal de Atividades Especiais da CIA [source: SpecWarNet].

A Força Delta tem participado abertamente ao lado dos militares em invasões importantes realizadas pelos Estados Unidos. Em Granada, durante a Operação Fúria Urgente, ela invadiu uma prisão para soltar reféns [fonte: Military.com]. E no Panamá, como parte da Operação Causa Justa, o grupo resgatou um empregado americano da CIA e auxiliou na captura do presidente Manuel Noriega [fonte: Army.com].

Talvez sua operação mais amplamente conhecida é a "Grande Caçada ao Scud" durante a Operação Tempestade no Deserto em 1991. Os operadores da Força Delta infiltraram-se centenas de quilômetros no Iraque, encontrando mísseis Scud iraquianos, sinalizando-os para os jatos de caça americanos e matando as guarnições de lançamento [source: Global Securty.net]. Seus membros também serviram de guarda-costas para o General Norman Schwarzkopf durante a Tempestade no Deserto no Iraque [source: SpecWarNet]. Servir como guarda-costas é um papel que a Força Delta aparentemente executa até hoje, já que apareceram fotos de operadores da Força Delta protegendo o presidente afegão Hamid Karzai.

Operadores da Força Delta têm sido envolvidos em missões que requerem outras habilidades. Em 1984 membros do grupo infiltraram-se na Líbia , instalando equipamento de vigilância que permitiu aos Estados Unidos manterem-se informados sobre os campos de treinamento de militantes. Da Líbia diz-se que a Força Delta continuou seu caminho para o Chad, uma nação africana amiga dos Estados Unidos. Lá os operadores treinaram militares do Chad no uso de mísseis Stinger e outras armas de alta tecnologia fornecidas pelos Estados Unidos, que foram disparadas pelo Chad contra aviões líbios [fonte: SOC]. Uma década depois a Força Delta tomou parte nas extensivas caçadas aos criminosos de guerra sérvios [fonte: U.S. News and World Report].

Algumas operações da Força Delta ocorrem dentro dos Estados Unidos, algo que torna o grupo único. Na próxima seção aprenderemos sobre as operações domésticas da Força Delta.

O Ato de Posse Comitatus de 1878
O Ato de Posse Comitatus de 1878 foi destinado a criar uma divisão clara entre os militares e as forças policiais domésticas. O ato declara ilegal qualquer envolvimento dos militares dos Estados Unidos em qualquer operação policial. Mas ele também inclui uma medida que permite que o ato seja temporariamente revogado em algumas ocasiões. Uma assinatura do presidente pode revogar temporariamente as medidas do ato em casos de emergência, e isso aconteceu pelo menos duas vezes desde a criação da Força Delta


Foto Shelly Katz/Imagens Getty
O conjunto Ramo Davidiano em Waco, Texas,
após um ataque por agentes federais
Em 1987 uma onda de refugiados cubanos chegou aos Estados Unidos. Na incerteza do que fazer com um número tão grande de imigrantes de uma nação que não era amiga dos Estados Unidos, o Presidente Ronald Reagan ordenou que os refugiados fossem trancados em prisões federais até que pudessem passar pelos funcionários de Imigração ou serem enviados de volta a Cuba. Na penitenciária federal em Atlanta, um grupo de refugiados cubanos armou uma rebelião. Como os agentes federais não puderam controlar a situação, Reagan revogou o Ato de Posse Comitatus e ordenou a uma unidade de operadores da Força Delta que reprimisse a rebelião

A Força Delta também foi chamada para servir de guarda para dignitários estrangeiros durante a cúpula da Organização Mundial de Comércio em Seattle, Washington, em 1999. Houve um protesto em massa próximo ao local da conferência, deixando a Secretária de Estado Madeleine Albright alarmada. Nesse caso o Ato de Posse Comitatus não foi revogado já que foi Albright e não a polícia quem pediu os serviços da Força Delta.

Em 1993 o Ato de Posse Comitatus foi novamente revogado, desta vez pelo Presidente Bill Clinton. Em Waco, Texas, uma seita religiosa armada conhecida como Ramo Davidiano criou uma situação de impasse contra o FBI. Três operadores da Força Delta foram enviados ao local. Dois serviam como instrutores e conselheiros técnicos para o FBI em uma peça classificada de equipamento de vigilância. Um outro servia como observador.

Contudo há afirmações de que havia muito mais do que apenas três operadores da Força Delta no conflito em Waco. Alguns dizem que havia uns 20 membros da Força Delta e que tomaram parte tanto no planejamento quanto no assalto que ocorreu depois, deixando 80 pessoas do Ramo Davidiano mortas homens, mulheres e crianças. Contudo relatórios do envolvimento da Força Delta vieram de fontes anônimas e o governo (em inglês) dos Estados Unidos nega essas afirmações.
Essa não foi a primeira vez que a Força Delta e o FBI atuaram juntos. Em 1978, a Força Delta e o FBI treinaram juntos no deserto de Nevada, próximo a um antigo local de testes nucleares. Conhecido como exercício do Entroncamento de Josué, os dois grupos trabalharam juntos treinando resgate e negociação de reféns. Desde então o FBI e sua Equipe de Resgate de Refém (HRT) têm trabalhado com a Força Delta em outras operações, como grupos de segurança para jogos Olímpicos realizados em cidades americanas - Los Angeles em 1984 e Atlanta em 1996.

Mas essa não é necessariamente a dimensão das missões domésticas da Força Delta. Na próxima seção veremos algumas operações obscuras - nas quais alguns afirmam que a Força Delta toma parte - que testam os limites da legalidade, e em alguns casos, vão além dela.

Escândalos, especulações e rumores sobre a Força Delta
Não faltam pessoas que tentam acompanhar e documentar as atividades da Força Delta. Existem blogs, organizações e sites dedicados a exibir o que alguns acreditam serem atos ilegais e contra a ética perpetrados pela Força Delta. Mas observadores externos têm uma enorme dificuldade em provar essas alegações. Mesmo em casos onde as pistas deixadas pelas operações da Força Delta conduzem ao grupo, relatórios de notícias têm uma tendência a desaparecer.


Foto Polícia de Medelin/AFP/Imagens Getty
O corpo de Pablo Escobar no telhado onde morreu fugindo de forças colombianas (e possivelmente americanas) que finalmente o mataram
Este parece ser o caso em Kingsville, Texas. Supostamente, numa noite em 1999, a cidade foi sobrevoada por helicópteros pretos, em vôo baixo, que deixaram um pequeno grupo de operadores da Força Delta no solo. Esses operadores invadiram dois edifícios desocupados usando munição viva e queimando os edifícios com granadas detonadas antes de se retirarem - saindo de cena - por helicópteros. Esse exercício com fogo real teve o nome de código Operação Última Dança [fonte: World Daily Net].

Um site chamado World Net Daily alega que um pessoal do Exército dos Estados Unidos disse mais tarde que esse grupo se entediou de treinar na base e optou por treinar em cidades reais americanas habitadas. Os jornais locais escreveram extensivamente sobre o exercício de ataque encenado e o locutor Alex Jones da rádio de Houston juntou recortes desses artigos.

Mas uma busca dos arquivos digitais do Houston Chronicle, do Dallas Morning News e do Kingsville Record mostram apenas uma referência ao fato alegado. Em um artigo intitulado, "Edifício Exxon à Venda?" a última utilização do edifício é mencionada como sendo um local de treinamento para uma força de operações especiais. Você pode ler esse artigo aqui, mas não se surpreenda se o link estiver quebrado ou tiver mudado. Esse é um caso muito freqüente com os links que levam a artigos sobre operações que podem ter sido executadas pela Força Delta.

Algumas alegações têm mais apoio da mídia. Em 2004 veicularam notícias na mídia que havia uma prisão secreta operada e guarnecida por membros da Força Delta localizada no aeroporto de Bagdá. Essa prisão, reservada somente para insurretos e terroristas, serviu como cenário para métodos de tortura como afogamento, asfixia e drogas [fonte: MSNBC]. Em 1985, a revista Time noticiou que diversos operadores da Força Delta tiveram de ser liberados para deixarem o país após terem sido mandados para uma missão de resgate de refém na Sicília. Eles estavam sob investigação pelo governo federal por desfalque e malversação de dinheiro do secreto "fundo negro" que mantém o grupo [fonte: Time].

Outras declarações não estão tão bem documentadas. Alguns bloggers dizem que os oito cidadãos baleados por auxiliares de xerife na ponte Danziger em Nova Orleans após o Furacão Katrina eram na verdade membros da Força Delta a caminho para sabotarem o dique.

Uma outra alegação - sugerida por Mark Bowden, de "Falcão Negro em Perigo", em seu livro "Killing Pablo" - é que foram os membros da Força Delta que mataram o chefão da droga colombiano Pablo Escobar. É de conhecimento que o grupo estava na Colômbia quando Escobar foi morto, seus membros serviam como instrutores para um esquadrão de elite colombiano antidroga, "Bloco de Busca." Foi o Bloco de Busca, diz o governo colombiano, que disparou os tiros que mataram Escobar [fonte: Diaz-Granados].
Para mais informações sobre Força Delta e assuntos relacionados confira a página seguinte.

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